Vida e Carreira - Resenha crítica - Mario Sergio Cortella
×

Novo ano, Novo você, Novos objetivos. 🥂🍾 Comece 2024 com 70% de desconto no 12min Premium!

QUERO APROVEITAR 🤙
63% OFF

Operação Resgate de Metas: 63% OFF no 12Min Premium!

Novo ano, Novo você, Novos objetivos. 🥂🍾 Comece 2024 com 70% de desconto no 12min Premium!

2926 leituras ·  4 avaliação média ·  1004 avaliações

Vida e Carreira - resenha crítica

Vida e Carreira Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Carreira & Negócios

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 9788561773717

Editora: Papirus 7 Mares

Resenha crítica

Vida pessoal e vida profissional

Há um elevado nível de angústia nas pessoas por causa do desequilíbrio que costuma se estabelecer na vida e, dentro dela, na carreira. Aliás, não existe, a rigor, uma separação verdadeira entre “vida pessoal” e “vida profissional”, uma vez que o trabalho faz parte da vida pessoal.

Você é uma pessoa e, portanto, tem também uma vida profissional. Você é uma pessoa cuja vida tem várias dimensões. Uma delas é a profissional, a sua carreira, que é uma dimensão muito importante do seu cotidiano, entre outras razões, porque dedica muito tempo a ela.

Passamos uma parte inicial da vida estudando para desenvolver uma carreira, depois dedicamos uma parte para a própria carreira, para mantê-la e, quando podemos aproveitar, acabamos não tendo mais tempo vital. Isso gera angústias e conflitos internos no dia a dia.

Nessa situação que sempre fica a pergunta: “Vamos fazer essa mudança? Mas e eu, como fico nela?” Ou ainda: “Vamos fazer a fusão da empresa A com a empresa B? E aí, como fica minha situação no novo conglomerado?”.

Essa angústia que nasce diante da ameaça de perder o mantenedor de sua vida, chamado empresa, é muito profunda. Isso é característico dos últimos 50 anos, quando se coloca esse lastro de esperança na organização.

Logo, sempre que esse lastro se abala um pouco surge o questionamento sobre o que se fez certo ou errado. Uma outra vertente é o entendimento de que a pessoa é sempre devedora, da perspectiva da empresa. Ela sempre está devendo competência, desempenho, equilíbrio, devendo isso ou aquilo.

Mas o fato é que estamos trabalhando um percentual adicional com o aumento da competitividade da década de 1990 para cá, o que levou todo mundo a se esforçar muito mais, a estar mais plugado, mais interligado, e a estudar muito mais para estar apto a enfrentar o mercado.

E aí ficamos devedores em casa. Estamos devendo tempo, presença, companhia, dedicação, alegria, participação: é angustiante só ter credores! Deve-se para os filhos, para os pais, para a religião, para o esporte, para os amigos, para a própria saúde.

E o pior: quando a pessoa tenta estabelecer prioridades, se ela decide que precisa se dedicar mais à vida familiar, a empresa a penaliza, considera que ela está desmotivada, que não está interessada em crescer profissionalmente.

É como declarar: “Não levo trabalho para casa”. Quer dizer, posso realmente não levar uma atividade de trabalho para dentro de casa.

Porém, quando alguém diz que não leva trabalho para casa geralmente está tentando separar vida profissional e vida pessoal, o que indicaria, em primeiro lugar, do ponto de vista psiquiátrico, esquizofrenia, ou seja, alguém capaz de se dividir de maneira tão nítida e com fronteiras que, de fato, não existem.

Em segundo lugar, quando vamos ao trabalho, levamos conosco a nossa vida fora do trabalho, e quando vamos para a vida fora do trabalho, o trabalho vai junto – a circunstância, a animação, o desespero, o reconhecimento, a chateação, o estresse etc.

Há, portanto, um entendimento do conjunto das organizações: escola, grupos de trabalho etc. Atualmente, em função dessa competitividade, qualquer organização produz nas pessoas, de maneira geral, essa sensação de que elas têm uma dívida a ser paga. Há sempre um deficit.

A construção da carreira: estabilidade x segurança

Quando o indivíduo é responsável por alguma coisa, é ele que responde por aquilo – seja um departamento, setor, produto, serviço etc.

Há uma pergunta séria que deve ser respondida por uma empresa: Esta é uma empresa que obtém sua lucratividade, sua rentabilidade, sua competitividade e sua produtividade a qualquer custo? Ou há um custo que seus dirigentes não aceitam pagar, como, por exemplo, vitimar pessoas, comunidades, e o meio ambiente?

Toda vez que uma empresa vitima pessoas, comunidades, e o meio ambiente em nome de seu negócio, trata-se de uma empresa indecente. Desse ponto de vista, ela não será perene.

No mundo atual, ela terá alguma lucratividade no curto ou médio prazo, mas não terá perenidade. Há um ditado que vem da África e que serve para a família, para a vida e para a empresa: “Se você quiser ir rápido, vá sozinho. Se quiser ir longe, vá acompanhado”.

Empresas que querem ir rápido, vão sozinhas. Isto é, elas desconsideram ou relegam a segundo plano o conjunto de seus trabalhadores e, eventualmente, só se preocupam com os gestores.

Outras empresas, mais inteligentes em termos de futuro, conseguem desenvolver mecanismos para ir junto com seus trabalhadores, com as pessoas, com a comunidade, sem atuar de maneira a vitimar o meio ambiente.

Não podemos deixar essa questão de lado hoje, porque a empresa deve responder à pergunta: “Meu lucro é decente e meu sucesso é honesto?”. Porque há lucros que não são decentes, vitórias que são desonestas e sucessos que são indecorosos.

Dessa perspectiva, poderíamos até indagar: “Mas essa não é uma questão de imagem?” Não. É um problema de convicção interna, de caráter e, claro, daquilo que a empresa supõe que seja integridade.

Portanto, não é um bom negócio fazer qualquer negócio. Há negócios que não podem ser feitos, e um deles é desproteger a comunidade interna de pessoas ou desproteger a sua comunidade externa, que é onde ela se insere.

Porque, embora seja possível obter um sucesso eventual com esse modo de atuar no mercado, ele não tem persistência, não consegue se tornar perene.

A empresa precisa fazer uma parceria com seus trabalhadores para que se estabeleça uma via de mão dupla em relação à qualificação.

No passado, ao ser entrevistado numa empresa, o entrevistador perguntava ao candidato: “Você estuda?”. Se ele respondia que sim, ouvia de seu interlocutor: “Então tem que parar. Ou você se dedica à empresa, ou não é possível trabalhar aqui. Lamento, você vai ter que fazer uma escolha”.

Hoje, as exigências são exatamente o oposto disso. Àquela mesma pergunta, se o candidato responder negativamente, ouvirá: “Então vai ter que estudar, porque não podemos ter entre nós gente que não estude”. Contudo, é essencial que essa mudança de ponto de vista atinja o conjunto dos trabalhadores.

Não é à toa que a Dinamarca é país referência em termos de índice de desenvolvimento humano. Mas, por outro lado, não podemos nos esquecer que a Dinamarca tem essa condição porque uma parte de suas empresas desprotege trabalhadores em outras nações.

Quer dizer, como público interno: “Aqui em casa, tudo em ordem. A moça que mora no quarto de empregada, lamento, mas a vida dela é a vida dela”.

Antigamente se demitiam os ruins, os desajustados; hoje se demitem os bons também. Que dizer, ser bom já não é garantia de estabilidade. E isso porque existem soluções, hoje, que levam a empresa a dispensar algumas pessoas que são ótimas.

Trata-se de soluções tecnológicas e modelos de trabalho e processo e, ainda, de processos de gestão. Então, o fato de o funcionário ser ótimo, de ser o melhor, não lhe assegura a estabilidade.

Ficar estável é ficar parado. Quando um paciente está na UTI, à beira da morte, os exames revelam que ele “está em condições hemodinâmicas estáveis”, ou seja, o coração está batendo, ele está respirando e o cérebro está funcionando.

Portanto, estar estável não significa estar seguro. Sentir-se seguro é diferente de sentir-se invulnerável. Em outras palavras, o fato de alguém ser bom no que faz não o torna invulnerável. Supor-se invulnerável é uma forma expressiva de vulnerabilidade.

A pessoa se sente mais corajosa para ousar, para ir atrás do que quer, se ela tiver segurança e isso é diretamente proporcional ao tamanho da sua conta bancária. Assim, se ela tiver zero, ela depende; se tiver alguns milhões de euros, ela não depende mais.

Entretanto, não deixe que sua volúpia acompanhe o crescimento de sua receita. Defina o padrão de vida em que você quer viver e viva-o intensamente. Ganhando menos ou ganhando mais.

Por exemplo, o indivíduo pensa: “Eu era supervisor e virei gerente, então vou comprar uma casa maior. E gerente tem casa de praia, um segundo carro. É inconcebível ser gerente e não ter um segundo carro. E celular simples? Preciso ter, pelo menos, um dos mais modernos”.

O que ele faz? Passa a ganhar cinco a mais, mas aumenta o seu custo em 50. Assim, tem que trabalhar mais para pagar seu custo de vida expandido para o status que o cargo lhe dá.

Carreira e felicidade

Quando um indivíduo diz que é muito feliz na carreira, é preciso saber se nessa felicidade está embutida a ideia de carreira no trabalho, ou se ele tem uma vida feliz na qual a carreira é feliz.

Afinal, não é possível ser feliz parcialmente. É certo que a felicidade não é um estado permanente, mas um evento. Ela é episódica: há momentos nos quais ela vem à tona. Mas é impossível ter esse momento de uma maneira parcial, fragmentada.

Se, por exemplo, o indivíduo diz: “Sou muito feliz na minha carreira, mas não com a minha família”, esse modo de perceber a vida revela uma fragmentação das diferentes dimensões da vida.

O filósofo alemão Hegel, que no século XIX defendia uma ideia que está diretamente relacionada ao tema, dizia: “Eu sou uma subjetividade e preciso me objetivar”. Ou seja, eu sou um sujeito, isto é, um interno abstrato, e preciso me conhecer.

Hegel diria que o indivíduo passa a vida tentando saber quem é. E, como você é uma subjetividade, só saberá o que é, de fato, se conseguir se colocar para fora de si mesmo.

Então, precisa se tornar objeto para se autoconhecer. Você só se conhece naquilo que faz, e não naquilo que pensa de si mesmo. O que exterioriza, o que produz – em síntese, a sua obra – vai fazer com que as pessoas avaliem e você também veja.

Hegel chama isso de “reconhecer”. Eu me conheço olhando para dentro de mim, mas só me reconheço quando vejo o que faço. Isso significa que minha subjetividade foi objetivada, foi tornada objeto. Assim posso apreciar a mim mesmo.

Pois bem, só posso me reconhecer e, portanto, obter reconhecimento, se faço com que minha carreira possa ser apreciada por mim e por outras pessoas. Se só eu aprecio a minha carreira, continuo no terreno exclusivo da subjetividade – e, portanto, da relatividade absoluta.

Mas se a minha carreira também é reconhecida por outras pessoas que me importam, como a família, meu grupo de amigos e a comunidade, aí sim posso considerar que se trata de uma carreira de sucesso.

A construção do valor na carreira

Mas onde o conceito de carreira aparece na organização? Ele aparece com o amontoado de cargos e salários. Ele não aparece como “mais-valia”, ou seja, o indivíduo valendo mais; ele aparece com o indivíduo ganhando mais.

Então, ou ele subia na estrutura organizacional, ou ele não valia mais. O que foi se alterando nos últimos tempos, porque hoje é possível valer mais.

Tanto é assim que muitas pessoas procuram a promoção lateral, porque, quando elas sobem na estrutura, com frequência ficam “estacionadas”, ou seja, torna-se mais difícil alcançar nova promoção.

Contextualizando melhor: o volume de cargos, que antes era vertical, foi sendo achatado. Numa pirâmide achatada, quando vou para uma posição acima, o grau de responsabilidade aumenta muito, ao passo que o ganho nem tanto.

E, dessa posição, para onde posso ascender? Em compensação, se estou como gerente da área A e passo para gerente da área B, e então para a mesma posição da área C e, em seguida, da área D, aprendo muito mais sobre o ciclo completo de trabalho.

Então, aumento meus conhecimentos e meu âmbito de ação se faço a carreira horizontal, vou valer mais ao longo do tempo, muito embora, talvez, esteja ganhando a mesma coisa.

Além disso, há um acréscimo importante de valor em algumas carreiras, que é o fato de o indivíduo ganhar mais visibilidade quando circula na lateralidade.

Afinal, ao ascender verticalmente, quando o profissional ocupa um cargo de grande responsabilidade, se os resultados não forem satisfatórios ele corre um risco muito maior de demissão; então, em vez de obter um reajuste salarial, ele será demitido.

Isso porque ele fica num foco não de visibilidade, mas de alvo mesmo. É por isso que várias pessoas escolhem aumentar o espectro de caminhada em suas carreiras, em vez de simplesmente avançar para algo que pode levar a um “beco sem saída”, onde poderiam ficar travadas.

Nem sempre elevar-se é crescer. Muitas vezes é ser colocado no front e, ao ser colocado no front, o nível de risco aumenta também.

A tecnologia e a carreira

A digitalização permite uma aceleração, mas isso se eu souber o que fazer com ela. Eu posso também cair no risco de apressar a pesquisa. Não basta, para fazer uma pesquisa, dar uma “googlada”, porque o Google é ponto de partida de uma pesquisa, não ponto de chegada.

Ademais, os usuários desse mecanismo de busca devem cuidar de garantir a qualidade de suas pesquisas no cotidiano, mediante ações que são consideradas indispensáveis em ciência: a comparação com os pares, a verificação dos dados e da legitimidade das fontes.

Existem muitos jovens hoje que confiam nessa ferramenta supondo que tudo que está ali é correto apenas porque é digital e está na internet, mas isso não é verdade. O tema da confiabilidade em relação à informação e ao conhecimento é decisivo.

A experiência nos ensina isso, e sabemos o quanto ainda há de informação falsa ou deturpada na rede mundial. Pode-se evitar cair nesse tipo de armadilha quando se tem experiência extradigital.

Portanto, a desconfiança em relação aos dados digitais é a desconfiança que a ciência nos oferece, a qual fomos ensinados a utilizar como forma de seriedade e rigor na veiculação do saber, e também a fim de exercer nosso espírito crítico.

A ciência nos coloca a necessidade de termos a dúvida como um critério de certeza. Como diz Millôr Fernandes: “Se você não tem dúvidas, é porque está mal informado”.

Você chegou lá? E com alegria?

Aquele que carrega mágoas, dores, doenças não necessariamente é aquele que as vive. Há pessoas que vivem dores, doenças e mágoas, mas não as carregam, isto é, não fazem com que elas sejam parte de si o tempo todo.

Afinal, é importante lembrar que alegria é diferente de tolice. Uma pessoa alegre não é necessariamente uma boba alegre. Uma pessoa alegre é aquela que sabe expressar a vitalidade que é existir. Vida é vibração.

Moléculas vibram em mim e, se eu quiser ser mais básico do ponto de vista da física, é exatamente isso que produz em mim a capacidade de movimento. Eu vibro, minhas moléculas vibram, o planeta vibra – há energia em tudo isso.

A alegria é uma forma de vibração. A gargalhada é o disparo do diafragma de maneira descontrolada e contagiante. Uma pessoa alegre movimenta energia. Uma pessoa triste suga energia.

É preciso compreender o que a torna triste e, às vezes, compartilhar o peso que ela sente. Seriedade não é sinônimo de tristeza. O contrário de seriedade não é alegria, mas descompromisso.

De maneira geral, as pessoas que não têm alegria naquilo que fazem se sentem deprimidas. O contrário da depressão não é alegria também; o contrário de depressão é vitalidade.

Uma pessoa que está deprimida não está triste, está sem vitalidade, sem energia para agir, para realizar. É por isso que, do ponto de vista médico, uma pessoa deprimida não quer sair, não quer tomar banho, não quer se cuidar. Ela quer esquecer.

Aliás, a frase do depressivo é: “Me esqueçam, me deixem no meu canto”. Uma pessoa que tem uma carreira da qual a alegria faz parte é, uma pessoa que se deixa contagiar pela energia dos projetos em que se envolve e contagia outras com suas ideias.

O que eu quero da minha vida?

Por que o seu avô entrava num negócio? Para ganhar dinheiro. Assim era naquela época. Quando a empresa cuidava dos seus empregados – ou seja, para a geração de nossos pais –, o principal motivo para estar ali não era ganhar dinheiro, mas pelos benefícios oferecidos ao longo da carreira.

Então, o importante era trabalhar em grandes empresas. Agora, o jovem vai trabalhar numa empresa pequena, mas ela pode crescer, pode dobrar de tamanho. Ele entra ali para quê?

Por isso o ciclo torna-se mais curto, porque ele quer aprender alguma coisa e, se possível, fazer algum dinheiro e ir para outra, e ir para outra e mais outra. A ideia da carreira se descolou da empresa, agora faz parte apenas da história individual.

Não significa que a pessoa deva se submeter, mas ela precisa levar isso em conta. Hoje, aqueles que têm menos de 40 ou 50 anos precisam pensar que essa é uma condição de mercado na qual precisam se integrar.

Não é algo a se lamentar ou desprezar; nem teria sentido tentar fugir do fato, mesmo porque não há como fazê-lo. Mas é necessário levar em conta essa condição para poder construir algo na relação entre vida e carreira.

No fundo, a grande pergunta é: “O que quero da minha vida?”. E a carreira entra nesse circuito. Não é o que quero da minha carreira e aí vou ver o que faço da minha vida. É o contrário: o que quero da minha vida para ver o que faço da minha carreira.

Sendo assim, o indivíduo deve pensar em quais são suas prioridades: se uma vida mais atrelada à materialidade ou a uma maior simplicidade; uma vida mais próxima à convivência familiar ou menos etc.

E vem o questionamento: será que é possível fazer essa escolha hoje? Quantos jovens até querem construir um projeto legal, mas se sentem muito pressionados. É tanta competitividade! E isso faz com que se conformem a situações e comportamentos que não lhes agradam.

Então, esse cenário começa a gerar uma insatisfação, menos vontade de se envolver nos projetos da empresa e mais de se voltar à vida pessoal e familiar. Começa todo um círculo vicioso e não virtuoso, porque não conseguem lidar com uma pressão que consideram muito maior do que eles.

Mas essa competitividade extremada tal como está agora vai ter um limite de esgotamento. Esse é até mesmo um problema de base econômica. Guerra civil não tem vencedor. Se olharmos para a história da humanidade, verificamos que as guerras civis só tiveram sobreviventes. E ninguém sobrevive sozinho.

Essa competitividade atingirá seu esgotamento nas próximas décadas. A humanidade só conseguiu sucesso até hoje na sua história por meio de cooperação. Claro que a competição ajuda quando se quer incrementar a energia da ação.

Mas, colocada no patamar em que hoje está, é autofágica. Se num primeiro momento tivemos a ideia de fusão, de junção para produzir sinergia, é preciso reconhecer que hoje, por exemplo, em vários momentos estamos próximos a uma guerra cambial, a uma guerra de mercado, a uma disputa de processo.

Não é só o esgotamento das coisas do planeta. É também da energia das pessoas. Atualmente, boa parte das pessoas diz: “Eu não quero isso, não quero viver assim”. Devemos pensar o que queremos da nossa vida, de fato, do que faz parte a carreira.

Portanto, estamos vivendo uma situação emergencial. Tal circunstância pode até ajudar o jovem a perceber que precisamos reinventar nossos paradigmas numa nova direção.

Não adianta fechar os olhos em meio a um tiroteio e supor que não será atingido. É preciso participar. É preciso ser protagonista, investir na sua própria carreira, pensando na vida que se quer ter.

Se vou para uma organização apenas para prover minha sobrevivência material, preciso ter clareza de que essa experiência será passageira, mas também de que devo participar ali da melhor maneira que posso enquanto integrar seu quadro de funcionários, assim como fazem os atletas quando treinam.

É preciso fazer um esforço intenso durante os treinamentos e até se submeter a dieta e várias dificuldades para que os objetivos sejam alcançados. Em síntese, cada um precisa saber qual é a razão de seu esforço.

Esforço sem razão gera estresse; esforço com razão gera cansaço. Estar cansado é diferente de estar estressado. Estresse tem como resultado final ruptura, ao passo que o cansaço pode ser compensado com uma noite de sono ou um período de férias.

Há muita gente que está vivendo de maneira estressada. E não adianta dormir que a dor não passa. É preciso ser capaz de ter esforço com sentido, para evitar o estresse. Por isso, a grande pergunta não é “qual será a minha carreira”, mas sim “qual é a vida que quero” – e, dentro dela, a carreira. Assim poderemos escapar de pensar, como na música de Chico Buarque: “Vida, minha vida, olha o que é que eu fiz...”.

Notas Finais

Temos de aprender a administrar o ritmo. Quem caminha e sabe que a caminhada é longa tem que administrar o ritmo. Se sair de forma desabalada, não consegue ter fôlego mais adiante.

Há quem diga que a pressa é quase inevitável para o jovem, característica do mundo ocidental. Mas, na verdade, ela é uma das consequências da Revolução Industrial, que trouxe o movimento contínuo da máquina, o ruído da cidade.

Como diria Guimarães Rosa, “uma vida em voz alta”, um certo desespero ansioso que pode furtar da vida a fruição e a convivência partilhada.

Esse grande Guimarães nos aconselha: “Digo: o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia”. Vida, e carreira dentro dela, é exatamente a travessia, e elas precisam estar em harmonia.

Curta a vida em que a carreira está inserida, celebre seus sucessos, porque a vida é muito curta para ser triste, tediosa e mal-amada. Sucesso!

Dica do 12’

Leia também o microbook “Em Busca de Sentido” e aprenda a enfrentar situações difíceis com Viktor Frankl, o fundador da Logoterapia!

Leia e ouça grátis!

Ao se cadastrar, você ganhará um passe livre de 7 dias grátis para aproveitar tudo que o 12min tem a oferecer.

Quem escreveu o livro?

Mario é filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário. É muito conhecido por divulgar pensadores com outros intelectuais como Clóvis de Barros Filho, Leandro Karnal e Renato Janine Ribeiro e analisar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea. É professor titular do Departamento de Teologia e Ciências da Religião e de pós-graduação em Educação da PUC-SP, na qual está de 1977 a 2012, além de professor-convidado da Fundação Dom Cabral, desde 1997, e foi no GVPec da Fundação Getúlio Vargas, entre 1... (Leia mais)

É professor da Fundação Dom Cabral desde 1992 nas áreas de modelos de organização, processos de mudança, liderança e desenvolvimento de pessoas, tanto nos programas nacionais quanto nos internacionais. É autor do livro Muito Além da Hierarquia, co-autor de “A disciplina e a arte da Gestão das Mudanças”, autor de “Vida e Carreira: um equilíb... (Leia mais)

Aprenda mais com o 12min

6 Milhões

De usuários já transformaram sua forma de se desenvolver

4,8 Estrelas

Média de avaliações na AppStore e no Google Play

91%

Dos usuários do 12min melhoraram seu hábito de leitura

Um pequeno investimento para uma oportunidade incrível

Cresca exponencialmente com o acesso a ideias poderosas de mais de 2.500 microbooks de não ficção.

Hoje

Comece a aproveitar toda a biblioteca que o 12min tem a oferecer.

Dia 5

Não se preocupe, enviaremos um lembrete avisando que sua trial está finalizando.

Dia 7

O período de testes acaba aqui.

Aproveite o acesso ilimitado por 7 dias. Use nosso app e continue investindo em você mesmo por menos de R$14,92 por mês, ou apenas cancele antes do fim dos 7 dias e você não será cobrado.

Inicie seu teste gratuito

Mais de 70.000 avaliações 5 estrelas

Inicie seu teste gratuito

O que a mídia diz sobre nós?