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Este microbook é uma resenha crítica da obra:
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 978-65-5535-186-6
Editora: Academia
Ao presenciar tantas mulheres de sucesso se subestimando, Brites chegou à conclusão de que tal sentimento reflete toda a nossa construção histórica patriarcal. Com efeito, são os fatores externos que se manifestam, de modo brusco, no interior de cada pessoa.
Portanto, a maior ambição da autora, a partir da presente obra, consiste em mostrar às leitoras como é possível vencer esses “fantasmas internos”. Desde o ponto de vista feminino, é imprescindível que todas estejam prontas e unidas, de modo a enfrentar a origem desses sentimentos.
Tenha em mente que sua gênese é mais estrutural e abrangente, ocasionada por preconceitos referentes à classe social, etnia e gênero. Obviamente, nem todas as “impostoras anônimas” compartilham a mesma história.
Mesmo assim, enquanto uma mulher procurar aprovação externa, jamais se sentirá boa o suficiente para desempenhar qualquer função. Os cargos, os diplomas, os elogios nunca suprirão carências internas.
Logo, não é verdadeira a sensação de que, ao chegar em um determinado patamar, a sensação de segurança surgirá milagrosamente. Essa advertência adquire maior relevância quando consideramos que parte de uma mulher que atingiu muitos dos objetivos considerados socialmente válidos: família “margarina”, fama, dinheiro, dentre outros.
Brites obteve conquistas que, vistas de fora, seriam suficientes para que ela jamais questionasse o seu próprio valor. Entretanto, tais conquistas só geraram mais pressão. Para piorar, quanto mais progredia, quanto melhor se saia, tanto mais se sentia exposta, mais próxima estava do momento em que seria descoberta como impostora.
Quando começou a refletir sobre sua própria história, relacionando-a com a de tantas outras mulheres, a autora percebeu que, a cada conquista, aumenta a sensação de vulnerabilidade, em vez de existir um acréscimo de autoestima.
Então, como as mulheres, de modo geral, combatem esse medo? Segundo Brites, com autodepreciação, procrastinação, autoboicote e autossabotagem. Nesse sentido, é taxativa: “combatemos o medo com covardia”.
Para essa dinâmica mudar, é imprescindível entender que “a saída é para dentro”. Isso significa que é preciso mergulhar em seu interior e buscar as raízes que a levam a desenvolver esses sentimentos.
Sem essa decisão consciente, você não terá a força necessária para superar a impostora que teima em existir em seu interior, ficando atenta e dominando-a para ser verdadeiramente feliz.
Infelizmente, nenhum exame psicológico ou clínico pode detectar a síndrome da impostora. Afinal, não se trata de uma anormalidade ou doença. É mais uma experiência, um sentimento vivenciado perante situações específicas.
Todos os indivíduos sentem ansiedade, medo ou têm dúvidas em certas ocasiões. A diferença dessa síndrome, no entanto, é que ela provoca um ciclo repetitivo de embaraço e vergonha, paralisando a pessoa e levando-a a duvidar, o tempo todo, de si mesma.
Nesse cenário, o elemento mais importante reside na aceitação de que isso é, efetivamente, um problema. A seguir, é imprescindível buscar informações. Por último, é preciso conversar sobre o assunto.
Certamente, você ficará impressionada ao notar o quanto esse sentimento é compartilhado pelas mais diferentes pessoas, sobretudo, mulheres. O caminho apontado pela autora consiste em se solidarizar com todos que têm as mesmas dúvidas.
Ao criar empatia e compartilhar descobertas, é possível colaborar umas com as outras, visando controlar esse fantasma interno. Entender que os impactos são subjetivos e as causas, internas, é de grande relevância.
Cargos destacados, de CEO de uma multinacional ao de síndica de um prédio, podem parecer postos extremamente cobiçados. Contudo, as mulheres que duvidam de suas próprias capacidades pensam duas vezes antes de aceitarem um posto de comando.
É natural que um monte de dúvidas comece a surgir: “será que darei conta?”, “o que acontecerá quando eu for questionada?”, “e se as decisões que tomar forem todas erradas?”, “e se, de algum modo, eu desagradar alguém?”.
Brites confessa que ainda não sabe lidar com essas posições de poder, de modo que, não raro, se vê obrigada a se associar ou contratar profissionais que possam exercer determinadas funções.
No caso das mães, há um agravante: quando assumem as inúmeras responsabilidades inerentes ao poder, passam menos tempo cuidando de seus filhos. E são julgadas por isso.
Situações de poder, portanto, são particularmente desafiadoras para quem padece da síndrome da impostora, pois a liderança feminina em nossa sociedade capitalista atual é algo que está, ainda, “engatinhando”.
Por esse motivo, as mulheres seguem tentando, para a autora, reproduzir os modelos de poder tradicionalmente associados aos homens, com características implacáveis, frias e agressivas.
Deixar a sensibilidade ou a emoção bater? Isso é tido como fraqueza e, logo, deve ser evitado. Uma líder nunca pode falar baixo, ser delicada ou serena – tais características são próprias às “mulherzinhas”.
Esse termo pejorativo traz consigo a crença de que a liderança requer a incorporação de uma personagem enérgica, não importa que esse não seja o seu estilo. O que ocorrerá? A mulher na posição de liderança terá que “fazer de conta” que é assim.
O resultado imediato é a perda da identidade e sua conversão em uma fraude. Nesse ínterim, as líderes ficam superestressadas, perguntando-se se elas são as pessoas “certas” para ocupar o cargo.
Quando alcançam uma posição de liderança e começam a pensar demais nessa situação, as mulheres fortalecem a impostora. Essa falsa consciência começará a divagar, questionando as habilidades que as colocaram lá.
Isto é, essas mulheres começam a pensar que, se falharem, as pessoas começarão a dizer pelos corredores: “viram só? Não disse? Essa moça não é líder de verdade. Foi tudo sorte”.
Basta pensar que isso pode acontecer que a ansiedade e a insegurança crescerão exponencialmente. Diante dos primeiros questionamentos, a conclusão parecerá inelutável: “não nasci para fazer isso”.
Ora, em nossa mente, os líderes são inquestionáveis. O curioso é que não pensamos em quantas oportunidades já questionamos os presidentes, os professores, os nossos pais, dentre outras figuras de autoridade.
Agora que chegamos na metade da leitura, vamos acompanhar alguns elementos centrais para a superação da síndrome da impostora, como o desempenho sexual, os julgamentos alheios e a busca pelo equilíbrio.
No que tange à sexualidade, o problema, na maior parte das vezes, está em pensar apenas no outro, principalmente, no que o parceiro ou parceira pensará, em detrimento de focar no seu próprio prazer.
Há dificuldades adicionais em consequência do fato de que as mulheres são, desde pequenas, desencorajadas a explorarem os seus corpos. Os bloqueios à experimentação do prazer sexual podem, ainda, ser ocasionados por relações passadas ou traumas de infância.
A sugestão da autora é procurar o auxílio de um bom profissional, caso você esteja passando por essa situação. É necessário apropriar-se do seu prazer, se descobrindo e se tocando.
Procure um ginecologista capaz de lhe ajudar a sanar, sem julgamentos, as suas dúvidas, respeitando suas preferências e orientação sexual. Antes de mais nada, o prazer deve ser encarado com naturalidade.
Muitos dos nós, das travas sentidas pelas mulheres, ocorrem em função desse gigantesco receio de serem julgadas. Nossa autora oferece um exemplo simples e eficiente: se você estiver andando por uma rua deserta, tropeçar e cair, provavelmente se levantará e pronto.
A situação será bem diferente se a rua em questão estiver lotada ou se o tropeço ocorrer dentro de um shopping. Nesse caso, você terá vontade de “cavar um buraco e sumir”, não é mesmo?
Isso ocorre porque o riso alheio se tornará maior que a queda em si. Outro bom exemplo é o de diversas pessoas que sentem vergonha em falar inglês. Embora já tenha estudado e dominado o idioma, quando precisam se expressar em público simplesmente “travam”.
O que está por trás disso, segundo Brites, é precisamente o medo do julgamento de terceiros. Porém, todos, quando julgamos, percorremos um processo cognitivo envolvendo, necessariamente, valores, vivências, contextos e experiências.
Em outras palavras, é impossível fazer algum julgamento que não envolva quem nós somos. Eis a grande revelação de Brites: se todos os julgamentos traçam esse caminho interno, eles, na prática, confessam todos esses fatores da pessoa que julga. Ou seja, por meio dos julgamentos que fazem, os indivíduos confessam muito sobre si.
O caminho da “revolução pessoal” – termo cunhado pela autora para designar o processo introspectivo de autoconhecimento – pode ser enganoso quando o seu real sentido é distorcido.
Em outras palavras, há pessoas que se consideram tão “evoluídas”, que acreditam estarem acima dos outros. Elas padecem de uma espécie de “síndrome da impostora ao contrário”.
Brites designa essa forma de pensamento e conduta como “síndrome da consultora”. São pessoas com tanta autoconfiança que acham que, independentemente do assunto em questão, sempre sabem mais.
Consequentemente, lidam com as pessoas à sua volta adotando um ar de superioridade. Essa é uma grande cilada, pois a beleza da autoaceitação e do autoamor é a ciência da própria evolução e a gratidão por tudo o que conquistamos e recebemos.
Não obstante, é preciso saber que há espaço para sermos versões melhoradas de nós mesmos. Nesse contexto, a humildade encerra o melhor dos caminhos para o crescimento.
O inseguro utiliza a arrogância como moeda. Portanto, caso você se sinta mal, poderá tentar criar uma ilusão de que é “melhor” porque necessita reduzir os outros para se autoafirmar.
Mas, a autoconfiança não implica em se sentir superior a ninguém. Pelo contrário, trata-se de conhecer a diferença entre inspiração e comparação. Ser cada dia melhor não significa se esforçar para ser “mais” que os outros.
Primordialmente, lembre-se de que todos – incluindo você – possuimos um estilo único. Todas as formas de ser têm o seu lugar, uma vez que cada pessoa é única e pode se desenvolver indefinidamente.
Este é o verdadeiro prazer da vida: as mulheres confiantes não precisam diminuir ninguém já que elas não se sentirão ameaçadas por quem quer que seja. A ideia central da autora é que quanto mais amor dedicamos a nós mesmas tanto maior será a aceitação de nossas vulnerabilidades.
Cumpre ressaltar que toda mulher carrega consigo a pressão inerente a uma sociedade que é, historicamente, patriarcal e machista. Portanto, lembre-se de que você não é (nem precisa ser) pior nem melhor do que ninguém.
Cada mulher é única. Trabalhe em sua mente a ideia de que é preciso ser, antes de mais nada, você mesma, com seus defeitos e suas qualidades. Caso seja julgada por alguém, o melhor é ser solidária diante de tal confissão alheia.
Se, porventura, tiver cometido erros, utilize-os a seu favor, demonstrando vulnerabilidade. Uma das melhores formas de não recear a queda da sua “máscara de impostora” consiste em entrar em ação agora mesmo, mantendo sua integridade e autenticidade acima de tudo.
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É administradora de empresas, pós-graduada em comportamento e neurociência. Além disso, é especialista em programação neuroli... (Leia mais)
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