Resiliência - Resenha crítica - Paulo Yazigi Sabbag
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Resiliência - resenha crítica

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Autoajuda & Motivação

Este microbook é uma resenha crítica da obra: Resiliência: competência para enfrentar situações extraordinárias na sua vida profissional

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 8535262059, 978-8535262056

Editora: Editora Vozes

Resenha crítica

A vida como ela é

Ainda que sejamos equipados para viver bem, não nascemos sabendo como fazê-lo. Um bom exemplo é Charles Chaplin: abandonado pela mãe, passando pelas ruas e encarando a pobreza de frente, tempos depois se tornou o comediante mais famoso do mundo em sua época. Se não podemos escolher o que a vida oferece, devemos escolher como viver. No conjunto, importa menos a quantidade e a qualidade das contingências que a vida nos traz. Importa mesmo é como nós a enfrentamos.

Resiliência e personalidade

As pessoas que encaram de frente seus problemas estão por aí, em todos os lugares. São as pessoas de elevada resiliência. A resiliência tem pouco a ver com a personalidade do indivíduo, é uma competência que pode ser desenvolvida em qualquer um de nós. Não depende de inteligência, nível educacional, classe social, raça ou qualquer outro tipo de divisão. Está ao alcance de todos e de quem quiser.

Resiliência e contingências

A vida oferece toda sorte de contingências, positivas e negativas. Mas nós reagimos a elas de modo peculiar. Somos muito mais suscetíveis a perdas que a ganhos. Portanto, a resiliência é ativada muito mais nos aspectos negativos que positivos da vida, como apontam diversos estudos.

Padrões de enfrentamento dos conflitos

Os conflitos podem ser enfrentados de diversas formas e padrões. Há o padrão vigilante, que apresenta abrangente busca de informação, assimilação correta da nova informação e boa qualidade do processo decisório. Mas esta condição não é tão comum como se deseja. Há outros quatro padrões. No padrão de inércia complacente, decide-se não agir por acreditar que a consequência do conflito não é grande. Se o padrão é de mudança relaxada, inicia-se a ação pela alternativa de menor risco ao perceber que agir é mais grave. Quando o caso é de haver um padrão de abstenção defensiva, nega-se, protela-se ou se tenta passar o fardo adiante. Já na hipervigilância, a pessoa se sente pressionada pela urgência em agir e se torna emocionalmente excitado e mais vigilante do que nunca.

Resiliência e estresse

Há relação entre resiliência e estresse. Porque resiliência é a capacidade de enfrentar situações, enquanto o estresse é a condição atípica que permite ao organismo adaptar-se a qualquer solicitação que lhe seja imposta. Situações de estresse causam uma excitação geral do organismo. Quanto mais atípica a condição, maior o estresse causado no organismo. Há agentes estressantes físicos e biológicos: catástrofes ambientais, poluição, radiações, ruídos, fatores alimentares, micróbios e vírus, jet lag em longas viagens de avião, esforços físicos, traumas orgânicos. Mas são os fatores sociais e psicológicos os que mais agridem a vida contemporânea: crises, perdas, graves adversidades e toda situação que mobiliza emoções em larga escala.

Resiliência e comportamentos

Alguns aspectos da personalidade podem contribuir positivamente, outros negativamente, mas a influência externa e as estratégias de enfrentamento provocam alterações de comportamento duradouras. Portanto, são mais relevantes que a personalidade. A resiliência é um processo e não um atributo de personalidade. Com essa premissa, resiliência é aptidão que pode ser compreendida, praticada e, portanto, desenvolvida. Ela agrega estratégias que podem ser aprendidas, dado o seu conteúdo cognitivo, e pode ser reforçada, dado o conteúdo emocional envolvido.

Tempo e resiliência

Em tese, a conquista da maturidade tenderia a produzir elevação da resiliência, já que nela há componentes emocionais e cognitivos. Isso provavelmente ocorre nos indivíduos que precocemente desenvolvem sua maturidade psíquica. Mas, reunindo maior maturidade com alterações para pior no estilo de vida causada pelo envelhecimento, o efeito resultante pode ser negativo. Em geral, crianças apresentam elevada resiliência. Quando curiosas e interessadas são muito ousadas, e quando sofrem por qualquer motivo, fácil e rapidamente dissipam as emoções negativas. Crianças são otimistas natas, talvez por sua ingenuidade. E são tenazes: sua capacidade de adaptação a situações adversas é gigantesca. Já a adolescência apresenta grande potencial de conflito, seja decorrente da consolidação da personalidade e identidade, seja pela dificuldade das relações sociais extrafamília, seja por exigência de desempenho escolar. Tudo gera acúmulo de estresse crônico nesta fase da vida. Pesquisas e estudos mostram que uma maior resiliência torna essa fase da vida menos tumultuada e conflituosa. Na vida contemporânea, os adultos estão expostos a dezenas de problemas. Na terceira idade, as imensas perdas podem rebaixar a resiliência. Ainda assim, em todas essas etapas há pessoas com elevada, moderada e reduzida resiliência.

Resiliência e seu aprimoramento

Os comportamentos do indivíduo que apresenta baixa resiliência são típicos:

  • É reativo, considera-se "azarado", fica "chocando" e remoendo os azares;
  • Apresenta baixa autoestima, ou seja, é inseguro, vacila e demora a reagir;
  • Depende das iniciativas de outras pessoas, como figuras de autoridade;
  • Durante crises, têm emoções infladas e oscilantes, por vezes perdendo o controle;
  • Insiste teimosamente no curso de ação decidido, mesmo que ele se mostre ineficaz;
  • Tem a energia psíquica exaurida enquanto enfrenta uma situação ruim;
  • Não procura ajuda externa e perde a esperança;
  • Nunca volta ao "normal" ou leva uma década ou mais para isso;
  • Vive doenças crônicas, perde ambições e vontade de realizar.

Origens do termo

Resiliência deriva do latim resilientia, do verbo resilio, que significa "saltar para trás", recuperar-se, voltar ao "normal". Na física, a resiliência é propriedade de corpos elásticos, que se deformam na aplicação de força, absorvem energia e, quando cessa a força aplicada, retornam à forma original usando a energia armazenada. Quando a força é excessiva, a deformação é permanente: o corpo deixa de ser elástico e se torna plástico.

Escalas para avaliar resiliência

É possível mensurar o grau de resiliência nos indivíduos. Mas isso não é tarefa fácil, já que é necessária a avaliação de respostas reais e não presumidas em um grande conjunto de situações adversas, o que não é viável. Portanto, as escalas são baseadas em comportamentos presumidos diante de situações usuais. São quatro delas: Escala de Wagnild, Escala Connor-Davidson, Escala RSA, Escala RQ e Escala BRS. Dentre os critérios para mensuração, estão estrutura pessoal, regulação de emoções, nível de empatia, autoconfiança e outros aspectos. Apenas uma avaliação individual feita por um especialista, nesses casos, é capaz de determinar qual o grau de resiliência de cada um de nós.

ERS – Escala de Resiliência SABBAG

Há também a chamada Escala de Resiliência SABBAG, a ERS. Foi criada pelo autor contendo 40 questões, a maioria adaptada de escalas e da literatura existente sobre o assunto, formando um único conjunto. Para reduzir o viés de desejabilidade social e de positividade de respostas, algumas questões negativas foram incluídas. Um pré-teste para validação de conteúdos foi aplicado a 92 alunos de educação continuada da Fundação Getúlio Vargas em 2009. Ele é baseado em nove fatores. A escala relaciona nove aspectos inerentes à resiliência: autoeficácia, solução de problemas, temperança, empatia, proatividade, competência social, tenacidade, otimismo e flexibilidade mental. Com o teste, é possível descobrir quais os pontos mais fortes e o os mais fracos do profissional e trabalhá-los separadamente.

Autoeficácia

Crença na própria capacidade de organizar e executar ações requeridas para produzir resultados desejados. Associada à autoconfiança, transforma-se em "combustível" para a proatividade e a solução de problemas.

Solução de problemas

Característica dos agentes de mudança, indivíduos equipados para diagnosticar problemas, planejar soluções e agir, sem perder o controle das emoções. Aliada à proatividade, tenacidade e flexibilidade social, mobiliza para a ação, contrapondo-se à postura de idealizar positivamente o futuro.

Temperança

Está associada ao controle da impulsividade. Significa maior capacidade de regular emoções com flexibilidade, mantendo a serenidade (ou a "frieza") em situações difíceis ou de pressão.

Empatia

Habilidade básica e promotora tanto da competência social quanto da solução de problemas. Significa compreender o outro a partir do quadro de referência dele.

Proatividade

Está associada a desafios, a conviver com incertezas e ambiguidades. Refere-se à propensão a agir e à busca de soluções novas e criativas. Reativos tendem a esperar pelos impactos de adversidades, enquanto os proativos tomam iniciativas.

Competência social

O apoio externo diminui sintomas de estresse e reduz a vulnerabilidade de indivíduos submetidos a condições adversas. Considera-se não só a abertura a receber apoio de outros, mas a busca proativa e flexível de apoios, a chamada flexibilidade social.

Tenacidade

Está relacionada positivamente ao enfrentamento ativo transformacional e negativamente ao enfrentamento regressivo, à negação.

Otimismo

O otimismo se alia à competência social e à proatividade, tendo por base a autoeficácia.

Flexibilidade mental

Está relacionada a uma maior tolerância à ambiguidade e a uma maior criatividade. O pessimismo faz com que o indivíduo de baixa resiliência insista teimosamente em cursos de ação que não se mostram efetivos. Já o resiliente, em oposição, é flexível: pensa em opções, age e, se a ação não é efetiva, escolhe outra opção e persiste.

Acredite em seu potencial

Procure enxergar o lado bom da vida e ria dos próprios fracassos. Parece papo de autoajuda, mas é importantíssimo para seu nível de resiliência ter no otimismo uma filosofia de vida e estar sempre para cima e para o alto. Todos nós passamos por maus momentos e saber lidar com eles é o segredo para viver melhor. Olhe para si e acredite em sua força de dar a volta por cima. Seu potencial pode ser, e é, gigantesco.

Resiliência, autoestima e autoconfiança

A autoestima, comumente chamada de amor-próprio, significa aceitar e valorizar a si mesmo, de modo positivo e realista. Porque estimar refere-se a avaliar seu valor. Do mesmo modo que a autoeficácia, ambos podem ser situacionais ou podem tornar-se um padrão de pensamento e comportamento. Educação severa demais, desprezo ou abandono danificam a autoestima e a autoeficácia de crianças. Em adultos, o perfeccionismo cria expectativas tão exageradas sobre si mesmo que rebaixam a autoestima. O mesmo ocorre quando o indivíduo é extremamente vulnerável a críticas, porque depende da aceitação dos outros. Ou mesmo quando o indivíduo postula para si regras e obrigações inflexíveis. Pois são esses os dois pilares que vão regular a resiliência dos indivíduos. Sem autoestima e autoconfiança em dia, o nível de resiliência vai lá para baixo, pouco importando as escalas a serem medidas. Esses são os fatores cruciais a serem administrados e incentivados dentro de cada um de nós.

Aprimoramento contínuo

Sempre que nos deparamos com algo que precisa ser aprimorado em nós, buscamos remédios. Mas a resiliência é um fenômeno tão complexo e variado que não há remédio nem remediação que funcione. Cada um precisa tornar-se o cuidado de si mesmo, por meio de esforço paciente e amoroso, aceitando avanços e retrocessos, comemorando grandes e pequenas conquistas. A resiliência como competência pode ser aprimorada, desde que com esforço disciplinado e sistemático. Isso não significa desprezar as medidas momentâneas, paliativas ou de curto prazo. Como há muitas emoções envolvidas ao se enfrentar adversidades e sucessos, essas ações trazem alívio imediato, portanto fortalecem o indivíduo, apesar de seu efeito transitório.

Fortaleça com seu otimismo

Conforme já dito anteriormente, o otimismo é um dos valores primordiais para fortalecer nossos índices de resiliência. Quem encara as dificuldades como um processo normal a ser superado tem maior facilidade para se levantar perante as quedas inerentes à nossa caminhada humana. De nada adiantam a competência, proatividade e os outros valores de nossa escala de resiliência se não houver otimismo. Se as coisas não são enxergadas sob uma perspectiva positiva, tudo vai por água abaixo. Eis o primeiro passo: positividade.

Notas finais

Ser resiliente é ter forças para dar a volta por cima em meio às dificuldades e atribulações que atrapalham nossa caminhada. Essa é a melhor definição para esta palavra vinda da engenharia, mas com perfeita aplicação na rotina de um mundo cada vez mais corrido, em que há pouco tempo para pararmos e pensarmos em nosso destino, para onde vamos e outras questões desse tipo. Nesta obra fundamental para entender e aplicar um pouco mais de resiliência em nossas vidas, Paulo Yazigi Sabbag demonstra um pouco de suas conclusões em meio a estudos e pesquisas por muitos anos e mostra que é possível viver melhor, mesmo diante dos obstáculos. Resiliência é fundamental, acredite.

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Quem escreveu o livro?

Doutor em Administração de Empresas pela FGV-EAESP. Mestre em Engenharia pela Escola Politécnica da USP. Professor da FGV desde 1988, leciona sobretudo em cursos de pós-graduação e em cursos fechados. Educador e autor do livro ''Espirais do Conhecimento''. É... (Leia mais)

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