Originais - Resenha crítica - Adam Grant
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Originais - resenha crítica

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Carreira & Negócios

Este microbook é uma resenha crítica da obra: Originais – Como os inconformistas mudam o mundo

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 854310498X ; 978-8543104980

Editora: Sextante

Resenha crítica

Originalidade se conquista

Para o autor, ao contrário do que muitos imaginam, a originalidade não é um dom, algo inato e, portanto, inatingível para a maior parte da população.

A partir de anos de pesquisas e estudos na área, Grant assegura que a originalidade é uma característica que pode ser desenvolvida por qualquer pessoa.

De acordo com ele, é preciso derrubar as barreiras que impedem as pessoas de pensarem e agirem de forma original, e aceitar que é possível mover o mundo com ideias originais mesmo que você não seja um grande exemplo de convicção ou de comprometimento com o seu próprio projeto.

Grant vai além e defende que até mesmo a procrastinação ou sentimentos como a raiva e ansiedade podem ser utilizados ao seu favor.

Desconstrução criativa

Grant considera que a originalidade é um fato importante para a movimentação do mundo em vários aspectos.

Para ilustrar isso, ele cita como exemplo uma pesquisa feita pelo economista Michael Housman que comparava usuários do Internet Explorer ou Safari versus usuários do Chrome ou Firefox e fazia uma relação com o tempo de permanência em seus respectivos empregos.

A pesquisa apontou que o grupo que aceitava o browser que já vinha instalado em seus computadores não costumava buscar soluções para os problemas que encontrava no emprego, ficando em pouco tempo desestimulado e o deixando.

Em contrapartida, o grupo que instalava Chrome ou Firefox tendia a tomar iniciativas para consertar as situações que os incomodava, permanecendo mais tempo no mesmo local de trabalho, destacando a importância da curiosidade para a busca de opções melhores do que as já conhecidas.

Ao olhar para algo familiar como se jamais tivesse sido visto antes ocorre um processo que ele chamou de vuja de, ou seja, o contrário de um dejà vú (fenômeno que acontece quando algo que nunca foi visto é entendido pelo cérebro  humano como se fosse algo conhecido).

O autor defende que quando nos tornamos curiosos sobre o que nos gera insatisfação, reconhecemos que muitas vezes há uma origem social para aquilo, com regras e sistemas criados por pessoas. Assim, é possível ter coragem para contemplar como é possível mudá-lo.

Grant alega que, para isso, não é preciso ser um ser humano prodígio, mas ser original.

Muitas das pessoas que realizaram feitos revolucionários relutaram muito tempo antes de decidirem fazê-lo, já que não eram pessoas imunes ao medo, à rejeição e à ridicularização. A diferença é que houve um momento em que se dispuseram a dar “um salto de fé”.

Entretanto, Grant garante que a originalidade não é sinônimo de assumir riscos extremos e que ela pode ser mais comum do que se imagina.

É só imaginar que as pessoas que realizaram grandes feitos e se dispuseram a questionar o status quo muitas vezes o fizeram contrariadas e nem por isso deixaram de evitar ao máximo os riscos ao agir de forma diferente das demais.

O autor enfatiza que manter um emprego fixo pode não limitar o sucesso de um empreendedor, muito pelo contrário. Para ele, quem quer fazer um investimento de risco, deve fazê-lo da forma mais segura possível, dentro que ele chama de um portfólio de risco equilibrado.

Diferentemente do que espera o senso comum, os trabalhos do cotidiano podem não ser fatores de distração para a realização de projetos mais ambiciosos, mas a segurança financeira pode contribuir para um trabalho original feito sem pressa; sendo assim, tendo extrema cautela em um âmbito, é possível ser extremamente ousado em outro.

O autor ainda cita outras pesquisas que mostram a tendência dos empreendedores a escolher as opções de investimentos mais seguras.

Afinal, por mais que para tentar algo novo as pessoas originais se submetam a riscos, os mais bem-sucedidos não são aqueles que tomam atitudes perigosas, mas os que medem os riscos antes de assumi-los.

Grant argumenta que a originalidade é uma escolha livre e não uma característica inata e que, portanto, o sucesso dos pensadores originais vem de um olhar questionador sobre o que já existe, além de uma atitude equilibrada diante dos riscos de agir em conformidade com seu ponto de vista diferenciado. 

O especialista reconhece que há uma distância significativa entre o pensar e o agir. No entanto, por meio do livro, propõe formas de reduzir a disparidade entre pensamento e ação.

Depois de mais de uma década de atuação como psicólogo organizacional, Grant desenvolveu estratégias de encorajamento para a tomada de atitudes mais originais, oferecendo aos líderes o conhecimento necessário para criar uma cultura de originalidade em suas equipes e organizações.

Inventores cegos e investidores caolhos

A falta de confiança em si mesmo é apontada por Grant como um dos principais dificuldades a serem superadas quando o assunto é a criatividade e originalidade.

Por outro lado, produzir bastante aumenta a probabilidade de obtenção de um conteúdo de destaque.

Infelizmente, é comum que se esquecer que grandes nomes na história também tiveram criações consideradas insignificantes.  

Muitas pessoas falham ficando obcecadas por determinadas ideias e buscando a perfeição ao colocá-las em prática.

Grant recomenda também que se busque um retorno em relação às ideias, para que se perceba quais alcançam maior adesão de audiência.

Diante de uma ideia totalmente não-convencional, é de se esperar atitudes de rejeição em um primeiro momento, contudo, é preciso que as pessoas não se tornem prisioneiras de seus próprios protótipos e tenham uma visão além e acessível a alterações que trarão positividade para o projeto.

Para os investidores, o autor adverte que é muito mais vantajoso investir em um portfólio do que em uma única ideia.

Posição perigosa

Embora muitos líderes apreciem quando seus funcionários lhe oferecem ajuda, opiniōes e sugestões muitas vezes, infelizmente, essas atitudes não são bem-vindas.

Geralmente, alguns profissionais costumam ser punidos ao tentarem exercer poder sem ter o status devido para tal, mas para o autor, este status pode ser conquistado mediante a continuidade do ato de fazer parte de um determinado sistema.

Falar a verdade e expor as limitações de suas ideias também pode ser uma forma de conquistar a confiança de seus interlocutores, umas vez que há pesquisas que comprovam que as pessoas são mais facilmente convencidas quando são apresentadas às dúvidas do que às certezas.

Apresentar os pontos negativos também faz com que os pontos positivos sejam compreendidos mais facilmente.

O autor afirma ainda que, quanto mais algo é familiar, mas as pessoas tendem a gostar dele.

As escolhas são necessárias para que se alcance a originalidade a partir do dilema do tempo certo de ação. Em outras palavras, o autor defende que é preciso ser cauteloso quando se é o primeiro a pôr uma ideia em prática, alegando que muitas iniciativas que resultaram em companhias duradouras ou em inovações que se mantém originais têm suas raízes na procrastinação.

A pressa dos tolos

Essa procrastinação, que segundo Grant tem a ver com vício, pode ser também uma virtude quando o assunto é a originalidade.

Para ele, os empreendedores que fazem algo pela primeira vez geralmente enfrentam uma batalha mais difícil que os que vêm depois; e que os inovadores mais antigos constantemente superam os mais jovens por terem perspicácia para esperar pacientemente pelo momento certo da ação.

Grant alega que somos muito estimulados a terminar nossas tarefas o quanto antes, todavia, a pressa muitas vezes nos impede de pensar em diferentes ideias e experimentar variadas soluções.

Cachinhos dourados e o cavalo de troia

Criar e manter alianças entre grupos que partilham valores comuns para a prática de táticas estratégicas é algo importante, contudo, não é o suficiente para que uma coalizão prospere.

Para isso, é preciso que haja uma comunicação eficaz entre o grupo, sinalizando que há possibilidade de se obter vantagens até mesmo entre aqueles que são considerados inimigos.

Entre as estratégias que o autor cita para agregar pessoas em torno de uma nova ideia está a de imprimir nela uma aura de familiaridade e estabilidade, como, por exemplo, foi feito pelo movimento sufragista para convencer a sociedade de que as mulheres contribuíram muito mais em casa se também assim o fizessem pela sociedade.

Grant fala ainda sobre conflitos dentro de um grupo com objetivos comuns, sugerindo a presença de mediadores em cada grupo que ouça o ponto de vista do outro, identifique pontos em comum, métodos e, sobretudo, que esteja engajado na busca da solução do problema.

Rebeldes com causa

É preciso correr riscos para ser original, já que não há garantias de que as tradições arraigadas na sociedade conseguirão ser transpostas.

Para ele, há duas explicações dominantes para a tendência dos filhos mais novos serem mais propensos a correrem riscos do que os mais velhos. As explicações dizem respeito à rivalidade entre irmãos e à diferença entre a educação dos pais aos filhos mais jovens.

O autor alega que, embora não seja possível controlar a ordem do nascimento, é possível ter influência sobre as consequências dela, já que os irmãos mais novos, muitas vezes, ocupam posições originais depois que seus irmãos mais velhos já ocuparam as posições tradicionais.

Todavia, independentemente da ordem em que uma pessoa nasceu, se ela tem modelos convincentes de originalidade, pode expandir sua consciência e ocupar nichos que não havia pensado antes, assim, abrindo caminhos não convencionais.

Repensando os pensamentos de grupo

Por mais incrível e contraditório que pareça, em muitas ocasiões é melhor incentivar as pessoas a se queixarem do que resolver o problema delas.

Para o autor, fazer com que as pessoas compartilhem suas preferências reduzem as chances de que prevaleçam as opiniões minoritárias.

Após anos estudando pessoas com pensamentos originais, o autor garante que elas sentem os mesmos medos e têm as mesmas dúvidas que os demais, mas os que as diferencia é que elas agem a despeito disso, pois acreditam que falhar gera menos arrependimento do que não tentar colocar suas ideias em prática.

Bagunçando a casa, mas mantendo a ordem

Para o autor, é possível obter vantagens dos pensamentos negativos e sentimentos como ansiedade, apatia, ambivalência e raiva.

De acordo com ele, o pessimismo defensivo é valioso apenas quando o compromisso com a tarefa a ser realizada é inabalável; caso contrário, a ansiedade e a dúvida podem ser um problema.

Para aprender a lidar com o medo, o autor sugere que se imagine o pior que pode acontecer, já que a ansiedade de lidar com algo desconhecido é maior do que a de lidar com uma situação negativa.

Segundo ele, pessoas originais costumam transformar ansiedade em excitação.

É importante também mostrar às pessoas que elas não estão sozinhas, caso queira estimulá-las a pensar fora da caixinha, encorajando-as a tomar medidas mais significativas.

Grant argumenta ainda que senso de urgência também motiva as pessoas a agirem de forma mais eficaz contra o status quo. Uma maneira eficaz de combater a apatia é mostrar o que está errado no presente e oferecer uma visão inspiradora de futuro.

A raiva contra o status quo, portanto, é uma excelente arma contra a apatia. Todavia, ela também faz com que as pessoas ajam de maneira menos eficaz. Assim, dosar raiva e tranquilidade é um desafio para quem quer agir de forma original.

As pessoas originais costumam batalhar para fazer do mundo um lugar melhor. Para isso, elas abrem mão temporariamente de suas próprias felicidade em função de um bem maior a longo prazo.

Para tornar-se mais original, Grant indica algumas práticas para incentivar seus leitores. As primeiras dicas são voltadas para indivíduos para que possam gerar e reconhecer ideias originais.

Indivíduos

A primeira delas é questionar os motivos da existência do status quo.

Depois, é interessante organizar um brainstorm para que a probabilidade de serem geradas boas ideias seja maior.

Imersão em um novo domínio é a terceira dica de Grant, seguida pela procrastinação estratégica e a busca da opinião de pessoas próximas.

Para obter reverberação e patrocínio às ideias originais, Grant recomenda que se tenha um portfólio equilibrado de riscos, que se dê atenção às razões pelas quais o seu projeto não deveria ser patrocinado, que se busque tornar suas ideias mais familiares e que se fale para diferentes públicos.

O autor recomenda ainda que se tente ser um "radical moderado", no sentido de que se você tem uma ideia extrema,em vez de tentar fazer com que as pessoas pensem como você, é melhor apelar para valores que elas já tenham.

Sobre administrar as emoções, o autor defende que as pessoas devem se motivar de diferentes formas quando estão empenhadas em terminar algo, focando no que ainda falta fazer; e, diante das incertezas, pensar sobre o progresso que já foi feito.

Conforme Grant, nem sempre é preciso ter calma e a ansiedade pode sim ser utilizada como uma emoção positiva.

Outra dica é usar a raiva de forma altruísta, focando nas vítimas de uma situação em detrimento do responsável por ela.

Ele diz que é preciso que se tenha em mente que ninguém está sozinho em uma ideia e recomenda que se encontre pessoas que pensem de maneira semelhante, lembrando que se ninguém toma a iniciativa de mudança, o status quo permanece inalterado.

Líderes

Grant aconselha para líderes para começar a implantar ideias originais que, primeiramente, promovem competições de inovações, ou seja, crie disputas entre grupos de sua equipe para que desenvolvam iniciativas inovadoras que, futuramente, possam ser colocadas em prática.

Ele também recomenda que as lideranças comecem a se ver como são vistas pelos seus inimigos, e pensem sobre quais estratégias usariam caso quisessem destruir a empresa para que possam se defender e atuar de forma mais ofensiva.

Outra ideia proposta pelo ator é convidar funcionários de diferentes funções para dar ideias. Ele também recomenda que se faça “o dia do oposto”, no qual ideias tidas como verdadeiras são questionadas por meio da pergunta “Quando o oposto é verdadeiro?”.

Finalmente, ele sugere que palavras como “amor” e “ódio” sejam banidas do vocabulário das lideranças, já que as ideias devem ser explicadas sempre da forma mais racional possível.

Construindo culturas de originalidade

Sobre a construção de culturas de originalidade, o especialista diz que se deve pensar em contribuição cultural em detrimento de adequação cultural na hora de contratar pessoas, uma vez que pessoas de culturas diferentes são capazes de enriquecer o grupo.

Ele também diz que deve-se perguntar sobre as ideias dos colaboradores quando eles estiverem entrando e não apenas quando estiverem saindo, já que assim tanto eles se sentem mais valorizados quanto toma-se contato com ideias novas.

Perguntar por problemas em vez de soluções também pode ser uma boa sacada, assim como consultar pessoas que de fato detenham opiniões minoritárias dentro do grupo.

Grant reforça ainda a importância de estar aberto a críticas, bem como a necessidade de haver coerência entre discurso e prática.

Pais e professores

Perguntar às crianças sobre o que os seus modelos de comportamento fariam em determinada situação é a primeira recomendação de Grant aos pais e professores.

Relacionar suas boas atitudes ao seu caráter moral também é válido, uma vez que estão em busca da própria identidade; em outras palavras, ele defende que as crianças tendem a ser mais éticas quando são demandadas no âmbito moral. Explicar as  consequências aos outros de seus maus comportamentos também é fundamental, de acordo com o autor.

Grant também alega que se deve ensinar que os valores se sobrepõem às regras, bem como que se deve criar novos nichos a serem alcançados pelas crianças.

Notas Finais

Adam Grant traz reflexões importantes sobre o papel de um profissional, seja dentro de uma empresa, seja por em um negócio empreendedor, destacando a relevância de ser original nos processos criativos e dando dicas significantes de como atuar dessa forma.

Agora que você já terminou a leitura de Original, que tal começar a pôr em prática os ensinamentos de Grant?

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Quem escreveu o livro?

Adam Grant é o professor mais votado da Wharton por seis anos consecutivos. Ele é um dos principais especialistas em como podemos encontrar motivação e significado, e viver vidas mais generosas e criativas. O autor foi reconhecido como um dos 25 mais influentes pensadores de gestão do mundo com menos de 40 anos. Grant é autor de três livros best-seller do New York Times, que venderam mais de um milhão de cópias e foram traduzidos para 35 idiomas. A palestra de Adam no TED sobre pensadores originais e compradores foi vista mais de 9 milhões de vezes em menos de 2 anos. Ele recebeu uma ovação de pé no TED... (Leia mais)

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