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Este microbook é uma resenha crítica da obra: O homem que Calculava
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 978-8501061966
Editora: Record
Para se ter uma ideia do impacto de O homem que calculava, o então presidente Getúlio Vargas permitiu que Júlio César de Mello e Souza usasse o heterônimo Malba Tahan em documentos nacionais.
Na época, o escritor Monteiro Lobato disse que a obra, representante da fase heroica do Modernismo, ficaria a salvo do passar do tempo e era a melhor expressão da combinação entre ciência e imaginação. Para o lendário escritor argentino Jorge Luís Borges, trata-se de um dos mais notáveis livros da humanidade.
O homem que calculava chegou a ser premiado pela Academia Brasileira de Letras em 1972. Best-seller desde o lançamento, na ocasião chegava à 75ª edição.
Ainda hoje, é comum vê-lo utilizado como material de apoio por escolas e professores, buscando desmistificar a Matemática como disciplina difícil de ser aprendida.
A atividade literária de Júlio César de Mello e Souza foi desenvolvia paralelamente a uma notável atuação no magistério. Ele publicou mais de 100 livros e é considerado um dos pais da etnomatemática, um modelo mais simples de ensinar a disciplina.
Em entrevistas, ele declarou que a criação do heterônimo Malba Tahan se deu porque ele acreditava que ninguém levaria a sério seus contos com personagens árabes caso usasse seu nome de escritor brasileiro.
Seu personagem Malba Tahan tem toda uma trajetória, não é apenas um nome fictício. Não foi à toa que, durante muitos anos, os leitores pensaram que Malba Tahan fosse um velho de longas barbas brancas com imagens estampadas na imprensa. Na verdade, Malba Tahan foi uma persona criada pelo autor justamente para aumentar a credibilidade. E ele não imaginava que seu maior livro, uma ficção de valor pedagógico, alcançaria sucesso internacional e mais de 2 milhões de exemplares vendidos, além de inúmeras traduções.
Bem, já estamos na metade do microbook, é hora de tratar da história em si.
O homem que calculava conta a história de Beremiz. Trata-se de um jovem árabe que descobre ter a incrível habilidade matemática ao pastorear ovelhas e fazer cálculos com folhas de árvores.
Quando ele encontra Hank Tade-Maiá, que conta a história do livro, os dois passam a viajar juntos. Nessa jornada, eles conhecem lugares e pessoas, solucionando problemas matemáticos em situações comuns.
Entre esses problemas, estão a partilha de 35 camelos por três herdeiros, a divisão de 21 vasos com conteúdo diferente por três sócios e outras questões simples, com valor didático para quem aprende Matemática.
Beremiz e Hank Tade-Maiá encontram pessoas com notoriedade na caminhada e todas ficam impressionadas com o talento para a matemática do protagonista.
Quando chegam a Bagdá, Beremiz ganha a simpatia do Califa e vira professor da jovem Telassim, a qual ele não pode ver o rosto. Mesmo assim, os dois acabam se apaixonando.
E Beremiz diz ao califa que deseja se casar com a jovem depois de vencer um desafio matemático proposto por sete sábios. Para realizar o matrimônio, Beremiz teve que decifrar a cor dos olhos de um grupo de escravas, ouvindo algumas declarações num típico problema de dedução e probabilidade que o protagonista resolve de um jeito sagaz.
Ao casar-se com Telassim, Beremiz se converte ao cristianismo, religião da amada. Então, é batizado por um bispo. O casal vai morar em Constantinopla e tem três filhos.
A lógica, os cálculos e as operações matemáticas estão expostas de maneira simples e criativa e Beremiz se torna um professor didático para os leitores de todas as idades.
Esta é uma das passagens mais conhecidas do livro. Beremiz e Hank Tade-Maiá encontram três homens discutindo diante de um lote de camelos. Ao se informar do assunto, Beremiz descobre que são três irmãos debatendo sobre uma herança de 35 animais do deserto.
Segundo vontade do pai, o primogênito deveria receber a metade, o irmão do meio um terço e o caçula a nona parte do total dos camelos. A briga se dava porque não sabiam como fazer a partilha, já que não conseguiam chegar a um valor exato e os camelos não podem ser fracionados.
Então, Beremiz se propõe a fazer uma divisão justa. Ao primogênito lhe cabia um total de 17,5 camelos. Então, usando o valor de 36 como base, e não o de 35, ele garantiria o total de 18 camelos, sua metade devida.
A sugestão é repetida para o segundo irmão. Ele teria direito a 11 camelos e alguma fração, mas usando o total de 36 como base, ele fica com 12 camelos.
Por fim, o irmão caçula, que herdou a nona parte do total de 35 camelos, fica com os 4 camelos restantes. Pela determinação do pai, ele teria direito a 3,8 camelos.
Veja que Beremiz resolveu o embate fazendo com que os três irmãos lucrassem, pois todos tiveram acesso a mais camelos do que tinham direito.
Mas a soma rápida de 18 mais 12 mais 4 leva ao número de 34. E o camelo excedente? Este ficou com o companheiro de viagem de Beremiz, que ganhou ainda mais respeito pelo serviço prestado.
Uma situação comum, na qual o autor ensina de maneira simples como funcionam as frações. Viu como a Matemática pode ser divertida e simples de ser ensinada?
O ensino e os estudos podem ser divertidos. Isso é o que prova Malba Tahan, ou melhor, Júlio César de Mello e Souza, em O homem que calculava. Ao colocar problemas matemáticos em situações comuns de um protagonista viajando e conquistando uma região árabe, ele traz o lúdico como forma de ensinar às crianças como os números podem ser fáceis de se interpretar.
A exemplo deste O homem que calculava, em Negocie como se sua vida dependesse disso você também aprende de maneira fácil e lúdica. Nele, um ex-agente do FBI ensina como usar técnicas de negociação aplicadas para resolução de sequestros e roubos em vendas e reuniões.
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Malba Tahan, escritor, é um heterônimo do professor Júlio César de Mello e So... (Leia mais)
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