O Cortiço - Resenha crítica - Aluísio de Azevedo
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O Cortiço - resenha crítica

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Hackeando o ENEM

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 

Editora: Principis

Resenha crítica

O dono do cortiço

O português João Romão era o proprietário do cortiço. Ele contava, em seus negócios, com a ajuda da negra Bertoleza, uma escrava a quem ele teria supostamente alforriado.

Com o tempo, Romão começou a comprar mais e mais terrenos, sempre com a ajuda incansável de Bertoleza, com quem passou a manter uma relação amorosa.

Miranda, outro comerciante português, adquire uma residência vizinha à estalagem de Romão e passa a viver nela com a esposa e a filha, Dona Estela e Zulmira, respectivamente.

A infidelidade de Dona Estela

Miranda sentia muita inveja da prosperidade e da liberdade de Romão que, diferentemente de si próprio, não tinha de sustentar o peso de uma família. Para piorar a situação, ele teve que hospedar Henrique, filho de um grande amigo, em sua casa.

O garoto se engraça com Dona Estela e são pegos em flagrante por Botelho, outro velho amigo de Miranda, que, no entanto, se compromete a não revelar o caso a terceiros, desde que ambos fossem mais discretos no futuro.

Jerônimo

Romão é, também, o proprietário de uma lucrativa pedreira, localizada nas proximidades do cortiço. Ele é apresentado a Jerônimo, português que se mudou com a mulher para o Brasil, e o contrata para ajudar a gerir sua pedreira.

A vida de Jerônimo não foi nada fácil: passou fome em diversos locais que lhe negavam emprego e, quando o conseguia, tinha de trabalhar em condições desumanas e insalubres.

Aos poucos, Jerônimo se tornou muito bem-quisto entre os moradores e, ao final de cada dia, ele se sentava à porta de casa e transformava em canções a sua pungente saudade de Portugal.

Domingo no cortiço

Aos domingos, os moradores vestiam suas melhores roupas, a fim de aproveitar o tão aguardado dia de folga. Rita Baiana, mulata envolvente, retorna ao cortiço após três meses de farra com Firmo, seu amante.

Naquele dia haveriam duas festas (uma na casa da própria Rita e outra na residência de das Dores, mulher desquitada do marido) e, assim, todos os moradores se alvoroçam.

Enquanto quase todas as pessoas se envolvem nos preparativos, Pombinha, jovem tímida e pura, passava o tempo redigindo cartas para os moradores analfabetos.

A dança

As duas festas seguem muito animadas. Jerônimo, encantado pelas músicas, sai de sua casa para assistir as danças. Ao ver a performance da bela Rita Baiana, cai de amores pela mulata.

No dia seguinte, Jerônimo contrai um incômodo resfriado e despensa os cuidados de Rita, sua esposa, preferindo a atenção de Rita Baiana, que intervém pelo restabelecimento de sua saúde.

Rita fica cada vez mais desconfiada do nível de intimidade que começava a brotar entre os dois.

Brasileirismo

A paixão por Rita provoca mudanças significativas mudanças na personalidade e nos hábitos de Jerônimo – o antigo imigrante sóbrio e trabalhador começa a se “abrasileirar”, ficando mais folgado e adquirindo novos vícios.

Dona Piedade não reconhece mais o marido em, tomada pelo desespero, pede auxílio à Bruxa – uma velha cabocla que agia como curandeira.

A tempestade

O comerciante Miranda é agraciado com o título de Barão. A situação de inveja, então, se inverte: agora era Romão que invejava a vida de luxo de Miranda. Em meio às tradicionais festas de domingo, Jerônimo passa uma cantada em Rita Baiana.

Indignado, Firmo parte para cima do português e desfere uma facada em sua barriga. Devido à comoção gerada, a polícia vai ao cortiço, sendo barrada por um cordão feito pelos próprios moradores.

A situação se agrava quando a casa número 12 é tomada pelo fogo. Os moradores, aturdidos, correm para todos os lados, a fim de salvarem seus pertences. A polícia se aproveita e invade a habitação popular. Em meio a tudo isso, começa uma forte tempestade.

Controle de danos

Corre o bato de que a Bruxa, tomada pela loucura, ateara fogo na casa de número 12. Embora os próprios moradores, com a ajuda da tempestade, tivessem conseguido apagar rapidamente as chamas, impedindo que se alastrassem a outras habitações, os prejuízos foram grandes.

De fato, muitos danos foram provocados pelos policiais que, ao invadir as casas, quebraram tudo o que encontravam pela frente. Indignado com a postura das forças de segurança público, Romão e alguns moradores vão à delegacia, mas o delegado se recusa a fazer qualquer coisa a respeito.

Capítulo XIII

Com o passar do tempo, Romão tentava mudar seu padrão de vida, buscando cercar-se de luxos. Começou, até, a ir ao teatro, na busca por deixar o seu passado rústico para trás.

O velho Botelho, percebendo as novas ambições do proprietário do cortiço, convence-o de que seria muito vantajoso, casar-se com Zulmira. Afinal de contas, contrair núpcias com a filha de um Barão seria muito útil para elevar seu status social.

Com o intermédio – remunerado – de Botelho, Miranda recebe João em um almoço, e este começa a cortejar Zulmira. Ao retornar para sua casa, Romão vislumbra a imagem de Bertoleza, já envelhecida, horrivelmente estirada na cama.

Para poder subir na vida e entrar na família do Barão, precisaria se livrar daquela escrava. Em seus pensamentos, Romão considera o quão seria vantajoso se a negra simplesmente morresse.

Juras de morte

Foragido da polícia devido ao atentado contra a vida de Jerônimo, Firmo encontra Rita às escondidas. Certo dia, ela faltara a um encontro e ele, revoltado, foi beber com alguns amigos que lhe contaram que Jerônimo tivera alta do hospital naquele dia.

Firmo liga os pontos e percebe que Rita o deixara para ir se encontrar com o português. Sentindo-se traído, decide atacar Jerônimo que, por sua vez, também combinava com alguns amigos uma forma de assassinar Firmo.

A vitória de Jerônimo

Jerônimo se mostrou mais esperto dessa vez e conseguiu, com a assistência de três amigos, emboscar Firmo, espancá-lo a cacetadas e atirar seu corpo já moribundo ao mar.

Vitorioso, regressa ao cortiço e convence Rita Baiana a largar tudo e fugir com ele. Então, os dois apaixonados vão para a cama, selando o novo compromisso.  

Violência

Piedade, esposa de Jerônimo, ao se inteirar de todo o ocorrido, vai tirar satisfações com Rita Baiana. As duas se engalfinham e chegam às vias de fato. Os moradores do cortiço assistem a cena divididos entre os portugueses, que torciam pela vitória de Piedade, e os brasileiros, que tomavam o partido de Rita.

Como Piedade estivesse levando a pior, os portugueses decidiram intervir. Por sua vez, os brasileiros não desejavam interferências externas à briga das duas mulheres. Seguiu-se, então, uma luta generalizada. A polícia foi chamada, mas, desta feita, decidiu não tentar entrar no cortiço.

Contudo, a violência não terminaria por aí: os moradores do cortiço vizinho, chamado de “Cabeça-de-Gato”, rumavam até lá em busca de vingança pela morte de Firmo – um de seus integrantes.

Em meio à luta entre os residentes de ambos os cortiços, a casa 88 começa a pegar fogo. Os “cabeças-de-gato” retiram-se da batalha, considerando desleal enfrentar pessoas que poderiam perder tudo o que possuíam. Passado algum tempo, os bombeiros chegam para combater o incêndio.

A fortuna de Libório

No cortiço havia um velho, chamado Libório, que embora se passasse por mendigo, possuía diversas garrafas repletas de dinheiro escondidas. Como sua casa foi afetada pelo fogo, ele se lança em seu interior a fim de salvar seu tesouro e morre em meio às chamas.

Romão presencia a cena e consegue resgatar a fortuna do velho Libório, retendo-a para si. Uma vez que havia contratado um vantajoso seguro para o cortiço, o português utiliza ambas as fontes de recursos para dar início às obras de ampliação do cortiço.

Mulheres abandonadas

As obras começam e os moradores se ajeitam pelos cantos. Bertoleza sofre com o desprezo de Romão e percebe que, agora, não passa de um empecilho para os seus planos de se casar com Zulmira.

Rita e Jerônimo, por sua vez, aproveitam o novo relacionamento. Piedade, desconsolada, se entrega ao alcoolismo e procura o ex-marido para cobrar que ele continue pagando os estudos de sua filha.

Jerônimo, substancialmente transformado pela vida que passara a levar, briga com Piedade e diz que não pode mais pagar o colégio da menina, uma vez que, agora, contraía dívidas de jogos e gastava todo o dinheiro que recebia em diversões com a nova mulher.

Bertoleza

Dentro de pouco tempo, o cortiço cresce a olhos vistos, multiplicando a quantidade de moradores e novas casas, Romão fica indeciso acerca do que fazer para se livrar de Bertoleza. Ela não aceita a proposta de viver separada de João, tocando uma quitanda própria em um ponto distante da cidade.

A saída encontrada pelo português é levá-la de volta ao homem que a escravizara, uma vez que ele nunca havia realmente pago pela alforria da negra. Quando, acompanhado por dois policiais, Romão busca devolver Bertoleza à escravidão, ela se mata com uma facada.

Notas finais

O enredo pode parecer, em um primeiro momento, algo sombrio e trágico, graças à descrição dos problemas inerentes a uma habitação coletiva e seu quinhão de misérias humanas que nela se desenrola.

Todavia, a genialidade de Azevedo utiliza uma abordagem engraçada, divertida e verdadeiramente cativante para tornar a leitura mais agradável e enriquecer a compreensão de questões fundamentais para o desenvolvimento de um país mais próspero e, principalmente, justo para a maioria dos seus cidadãos.

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Quem escreveu o livro?

Aluísio de Azevedo, o autor do presente livro, foi um romancista, contista, diplomata, caricaturista e jornalista brasileiro. Se embrenhando nas artes, foi um desenhista e pintor, além de renomado escr... (Leia mais)

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