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Este microbook é uma resenha crítica da obra:
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 978-65-5535-277-1
Editora: Paidós
Começando pelo básico. As emoções são reações neuropsicológicas e passageiras diante de acontecimentos que nos comunicam algo importante e nos incitam a tomar ações. Elas agem sugerindo possibilidades diferentes de atos imediatos.
Tristeza, raiva, medo e alegria são exemplos de emoções básicas e universais. Elas duram alguns minutos e nos orientam internamente nas relações interpessoais. Podem ser comparadas a bússolas, nos guiando para mais perto de valores pessoais e experiências de vida.
O ser humano passou por milhares de anos de evolução e adaptação. Fomos levados a nos preparar para ter novas condições físicas e sociais no cotidiano. E assim como desenvolvemos tecnologias avançadas, também sofisticamos nossa mente para lidar com cenários complexos, sutis e desfavoráveis. Só dessa maneira foi possível sobrevivermos a catástrofes e perigos desde os tempos das cavernas.
Sem emoções, não teríamos o poder de adaptação a mudanças. São elas que trazem alertas contra os perigos e mostram a necessidade de desenvolvermos boas relações com as pessoas ao redor.
Em um resumo simples, uma emoção é o resultado do encontro entre um acontecimento com nossos sistemas físico e psicológico, que é composto pela bagagem pessoal e o significado dado internamente após cada evento vivido.
Nas primeiras décadas do século 21, ainda vivemos o fenômeno do menosprezo das emoções. Muitas vezes, elas são diretamente associadas a aspectos negativos e mesmo ao descontrole. O caminho mais respeitável, para boa parte das pessoas, é prezar por um comportamento racional, frio e produtivo o tempo todo.
Esse é um grande equívoco, já que nos leva a crer que as emoções pareçam mais intensas, descontroladas e responsáveis por atitudes catastróficas com maior frequência. Não é correta a ideia de que a maturidade emocional seja sinônimo de racionalidade pura.
Na verdade, amadurecer é seguir tendo contato, respeitando e entendendo suas emoções, sem se deixar dominar por elas, tampouco reagindo de forma problemática. Elas são partes essenciais de nossa vida e da condição humana, por isso não podem ser ignoradas ou subestimadas.
Ignorar o campo emocional nos faz perder informações valiosas sobre o que acontece ao redor, já que elas oferecem uma visão global e mais colorida de tudo. Essa atitude também causa a perda de brilho pessoal, afetando nossa visão das pessoas e também a maneira como somos vistos por elas.
Sem emoções, também perdemos a capacidade de perceber quando um clima fica desagradável ou inadequado. Além disso, uma fraca conexão emocional inibe relacionamentos saudáveis, tanto amorosos quanto de outras naturezas.
Não podemos esquecer que elas nos enchem de tesão pela vida, seja para se apaixonar por alguém, ter vontade de crescer profissionalmente ou realizar atividades de seu gosto.
Por fim, sem emoções perdemos o traquejo social. Elas nos ajudam a ter desenvoltura para saber quando é hora de mudar, se reposicionar ou agir. Em resumo, nada é mais humano do que se emocionar.
Se você já conviveu com uma criança em período de desenvolvimento, já deve ter percebido seu processo de amadurecimento. Na infância, o gerenciamento das emoções é focado inteiramente no entendimento e detecção dos sentidos, aprofundando-se cada vez mais na importância dessa compreensão para uma melhor convivência social.
Por isso, não é correto chamar uma pessoa imatura de infantil, já que a capacidade de aprendizado e incorporação de novas habilidades dos primeiros anos de vida são mais apuradas do que as de muitas pessoas adultas.
A imaturidade emocional pode ser camuflada pelo contexto vivido ou pelas pessoas que nos cercam, em especial as mais próximas e amadas. Trata-se de uma espécie de descompasso psicológico, capaz de dificultar o enfrentamento das dificuldades normais da vida adulta, chegando à paralisia total diante de desafios mais complexos.
Podemos considerar esse comportamento uma fixação emocional, prejudicando a maneira com que se enxerga o mundo e se gerencia os sentimentos, bem como o relacionamento e as decisões tomadas no dia a dia. É uma visão nublada, capaz de criar problemas diários da parte de quem olhar apenas para os próprios interesses e reage com afobação e intensidade desmedidas.
Pessoas imaturas emocionalmente sofrem de insatisfação crônica e infelicidade, buscando sair de todos seus problemas sem solucioná-los de fato.
E lá se foi metade deste microbook. Seguimos falando de pessoas imaturas, que seguem algumas características comuns. Se você identificar um desses traços dentro de si, é sinal de que precisa rever seus conceitos e relações.
Mas atenção, não se trata de descrições fechadas e definitivas. Elas podem ser mutáveis, pois são posições psicológicas nas quais nos colocamos e das quais podemos nos retirar com ação consciente.
Traço 1: Egocentrismo. O primeiro aspecto é a falta de equilíbrio entre a vontade individual e a coletiva, sentindo-se o centro do mundo, sem uma visão ampla dos acontecimentos.
Traço 2: Reatividade. A imaturidade emocional lhe impede de dar um passo para trás e pensar antes de tomar atitudes, por mais drásticas que sejam para quem enxerga de fora. É o que muitos chamam de precipitação emocional, com uma apreensão tão grande por resultados que os acontecimentos vão se atropelando.
Traço 3: Descontrole emocional. Pessoas raivosas ou muito frias são dominadas pelos extremos emocionais. Isso faz as pessoas se sentirem presas a emoções específicas, com dificuldades na relação com o mundo ao redor.
Traço 4: Jogos de poder e controle. Você certamente conhece alguém capaz de movimentar as emoções alheias, sem entender a própria capacidade. Em geral, esse tipo de gente fala, age e se expressa arrastando todos rumo à direção premeditada, provocando reações que reforcem seu status de poder nas relações.
Traço 5: Rigidez. Pessoas imaturas têm visões deterministas e fechadas, já que morrem de medo de lidar com as mudanças e a imprevisibilidade da vida. Para elas, tudo só existe como está atualmente e sua perspectiva é a única possível.
Muita gente se pergunta sobre o impacto ético da imaturidade. Afinal, se uma pessoa imatura pode ser extremamente destrutiva em termos psicológicos, por que não poderia agir de forma perversa e cruel para atingir seus objetivos?
A resposta é sim. Mas é importante sempre ter um olhar mais atento para entender quais são as motivações das atitudes imaturas, para então perceber seus efeitos imediatos. É comum julgarmos as atitudes das pessoas com pouca inteligência emocional, sem a mesma benevolência que exigimos ao cometermos erros.
Vale ressaltar que pessoas podem lidar muito bem com as próprias emoções e, mesmo assim, praticarem atos reprováveis para conseguir benefícios. Nesse caso, questões de caráter duvidoso e valores internos se sobrepõem ao amadurecimento.
Em geral, as pessoas imaturas emocionalmente são julgadas pelos efeitos de seu comportamento, sem que possamos levar em conta as motivações e o contexto que levam alguém a praticar atos inexplicáveis. Por isso, o fundamental é sempre dar uma mão e oferecer ajuda, buscando mostrar os traços da imaturidade emocional que limitam a vida de quem interage com você.
Para quem age com imaturidade, os outros são meras peças de um jogo de interesses para amenizar sua dor e potencializar seu prazer. E, raramente, essas pessoas são capazes de enxergar a dura e indigesta realidade.
Uma pessoa madura age de acordo com cinco características, que se contrapõem aos traços da imaturidade emocional. Essas descrições são mais que imposições, são inspirações que podem ser alcançadas dia após dia. Considere-as um convite para despertar o que há de melhor dentro de você.
Pilar 1: Espaço interno. Fundamental para modificar a visão parcial e egocêntrica sobre nós mesmos. É aqui que desenvolvemos a compaixão para olhar ao redor, trabalhando a generosidade e o altruísmo.
Pilar 2: Tempo de ação. Maturidade requer sair de uma perspectiva imediatista e reativa. Assim, garantimos mais clareza para tomar decisões. Quando tomamos atitudes sem a pressão de atender demandas desconhecidas internamente ou suprir carências, subimos um degrau para chegar à maturidade desejada.
Pilar 3: Equilíbrio emocional. Só é possível alcançá-lo praticando fluidez, gerenciamento das emoções e integrando os lados afetivo e intelectual. Não se pode ter medo das emoções, é preciso entendê-las e interpretar como elas reagem dentro de você.
Pilar 4: Conexão relacional. Com presença, liberdade e entrega em seu comportamento diário, torna-se possível desfazer os vícios em jogos de poder e controle. O outro deixa de ser mera ferramenta para sua satisfação pessoal.
Pilar 5: Fluxo de personalidade. A quebra de rigidez se dá com sabedoria, abertura e complexidade, questionando-se sobre as próprias certezas e colocando em perspectiva seus pensamentos automáticos, refletindo, ponderando e reavaliando as próprias percepções.
Pare e pense sobre suas emoções. O caminho para a maturidade pode ser trabalhado dia após dias, só depende de você.
Maturidade emocional pode ser alcançada quando olhamos para dentro de nós, repensando sobre a forma como reagimos aos acontecimentos cotidianos e repensando suas atitudes. Ficou claro como é importante entender o que são, de fato, as emoções. Essa compreensão abre portas em nossa mente, permitindo mais autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, já que percebemos a necessidade de estarmos abertos ao outro para atingir um caminho de plenitude e leveza em nosso cotidiano. Afinal, não basta ter habilidades técnicas e intelectuais para chegar ao sucesso. Ser maduro emocionalmente é mais importante do que pensamos.
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Psicólogo clínico e especialista em relacionamentos amorosos, escreve sobre a vida e questões humanas em seu blog, além de ser colaborador dos portais “Papo... (Leia mais)
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