Inteligência visual - Resenha crítica - Amy E. Herman
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Inteligência visual - resenha crítica

Inteligência visual Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Desenvolvimento Pessoal

Este microbook é uma resenha crítica da obra: Visual Intelligence: Sharpen Your Perception, Change Your Life

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-8537815991

Editora: Zahar

Resenha crítica

O valor de ver o que importa

A vida real não é igual aos filmes de super-heróis ou fábulas antigas. Para fazer diferença no mundo e na vida das pessoas ao redor, não necessitamos ser os mais fortes fortes, velozes, espertos, ricos, simpáticos ou sortudo. 

Os atributos físicos, nível de educação, profissão ou posição social não se mostram como obrigatórias para chegar ao sucesso. Precisamos desenvolver a capacidade de observação para avançar em todos os campos da vida. 

A habilidade de ver o que ninguém é capaz de enxergar, ver o que está no lugar errado,  oportunidades, problemas, soluções, maneiras de ganhar nos expõe o que de fato importa. 

Ter uma observação apurada nos presenteia com melhores resultados. A habilidade de ver com eficácia permite ter atenção apenas ao que realmente importa, sem perder tempo com distrações. E para desenvolver a observação, é preciso entender um pouco mais sobre a visão. 

Uma breve biologia da visão

O pai da autora foi um cientista. Por isso, desde a infância valorizou a capacidade de observação para apurar a percepção sobre a realidade ao redor. Isso é fundamental para toda investigação científica. 

Depois de acompanhar uma palestra do TED do Dr. Sebastian Seung, relativa a um mapeamento da retina dirigido por seu instituto, percebeu o quanto nosso sentido de visão é muito associado aos órgãos esféricos que esféricos que ocupam as órbitas do crânio.

O cérebro processa 25% do que vemos, tendo ainda 65% trabalhados pelos circuitos cerebrais. A retina, como o filme de uma câmera, é uma concepção comum, mas equivocada. 

Sse o cérebro responde por boa parte da visão, tendo a retina apenas como receptora das imagens diante de nós, é possível e necessário que essa habilidade seja treinada e refinada. Caso contrário, estaremos condicionados a observações erradas e até mesmo a perder essa habilidade fundamental. 

Use ou perca

São as conexões neurais e o poder de processamento do cérebro os responsáveis por dar sentido ao que vemos. 

A transformação de dados visuais em imagens com algum significado leva tempo. A falta de uso ou o avanço da idade aumenta esse tempo de transformação. Segundo cientistas, se desaceleramos ou não exercitamos os músculos mentais, a velocidade da transmissão neural é reduzida. Com isso, fica mais difícil detectar mudanças e movimentos em uma busca visual. 

E qualquer atraso nessa transformação gera atrasos em outras regiões do corpo. É importante ressaltar que, quando alguém tem reflexo e memórias mais lentos, não estamos diante apenas do envelhecimento físico: a possibilidade da falta de exercícios mentais é grande. 

Estudar coisas novas, ler ou desenvolver diversas atividades cerebrais aumenta a capacidade de impedir a demência e também fortalece nossa capacidade de observar o mundo ao redor. 

E é importante saber que, para estimular os sentidos, há uma técnica muita usada nas aulas que a autora dá a agentes do FBI, analistas e grandes empresas. Por mais abstrato que possa parecer, o estudo da arte aguça nossa capacidade de observar melhor. 

Por que arte? 

Dificilmente alguém pensa em observar antigas pinturas e esculturas como atividades para disparar os neurônios e aumentar a velocidade de processamento cerebral, fortalecendo assim nossa capacidade de observação. Normalmente, a autora se depara com pessoas se imaginando em meio a treinamentos altamente tecnológicos. 

A arte é algo permanente. A própria observação das pessoas no dia a dia, indo para lá e para cá, vestidas desse ou daquele modo, indo e voltando, já é fortalecedora da capacidade de observação.

Ao analisar obras de arte, constantemente nos perguntamos questões básicas sobre a motivação do artista e a mensagem que ele quis passar. Quem desenvolve a capacidade de observação ao olhar uma obra de arte também é capaz de decifrar cenas comuns da vida cotidiana. E entender o que as pessoas desejam, ocultam ou manifestam é possível por meio do olhar. 

Daí a importância de não jogar nossa observação para o modo piloto automático. 

Piloto automático

Um grande equívoco na observação do dia a dia é cair no modo piloto automático. É quando nos desligamos e pensamos, mesmo que involuntariamente, que as coisas estão postas de maneira definitiva e não haverá mudanças. Sentimo-nos condicionados a determinado cenário, como se ele fosse para sempre assim. 

Alguns motivos comuns para ficarmos desligados dessa maneira são: hábito, tédio, preguiça, superestimulação. Até mesmo o cansaço nos impede de visualizar com mais nitidez e eficácia as coisas como elas são, de fato. 

E a distração, tão comum em nossos tempos, é outro fator que diminui nossa inteligência visual. 

A era da distração

Chegamos à metade deste livro para falar um pouco sobre como as distrações são cada vez mais comuns em nossos tempos. Podemos usar como exemplo o uso disseminado dos celular, posicionados até mesmo embaixo dos travesseiros antes de dormir.

É óbvio o quanto as redes de comunicação tão velozes trazem muitos benefícios. 

Mas também é preciso ter atenção ao quanto esse tipo de distração prejudica nossa capacidade de observar o mundo ao redor. Afinal, o tempo em que ficamos de cabeça baixa olhando para uma tela nos impede de observar com atenção tudo o que se passa perto de nós, pessoal e não virtualmente. 

É daí que surge o tipo de pessoa incapaz de dizer o que está vendo, para onde está olhando. 

O que você vê?

Em suas aulas sobre a arte da percepção, a autora costuma mostrar uma mesma foto para seus alunos e pergunta o que elas veem. A resposta deve vir em uma única frase.

E este é um exercício interessante: considere uma imagem e pense em qual frase usaria para descrever em detalhes completos o que enxerga logo à frente. 

As respostas costumam ser tão diversas quanto duvidosas. Muitos não conseguem explicar aquilo que está, literalmente, desenhado diante de si. Isso demonstra o quanto trabalhar a observação é algo a ser feito dia após dia. 

Ainda assim, é importante ressaltar que a observação é algo individual, cada um de nós enxerga a vida de maneira diferente. 

Por que duas pessoas nunca veem a mesma coisa da mesma maneira

Podemos comparar a visão a um conjunto de pincéis e uma folha à nossa frente. Duas pessoas são incapazes de fazer o mesmo desenho a partir de uma dada imagem. Haverá detalhes diferentes entre um e outro, mesmo se houver uma cópia deliberada. 

Os resultados são sempre diferentes porque a observação também leva em conta nossos valores, bagagem cultural, maneira de lidar com problemas e soluções. 

Mesmo a observação objetivo, que pode e ser trabalhada, é única. 

O quem, o quê, o quando e o onde da observação objetiva

Imagine uma situação de tragédia ou perda muito grande. Ela pode ser financeira, pessoal, relativa a questões puramente pessoais. Não importa. 

Em grande parte dessas situações, somos levados pela incapacidade de examinar minuciosamente as ocasiões em que erramos. Tal fato se dá porque muitos de nós não conseguem priorizar informações, tampouco separar fatos de ficção. Afinal, nossa mente é tão poderosa que pode até mesmo fantasiar situações inexistentes que ainda assim impregnam nossa memória quando lembramos fatos traumáticos. 

Para a observação objetiva de fatos ou situações dramáticas ou não, devemos ser capazes de responder a quem, o quê, quando e onde tudo aquilo ocorreu. Só quando podemos detalhar tudo somos capazes, então, de delinear todo o ocorrido, separando a realidade das invenções da mente.

Afinal, há muita coisa oculta em nossos olhos. 

O que se esconde diante dos olhos?

Se você se debruça catalogando o que vê em uma situação, não pode deixar passar detalhes. Imagine um quadro: é comum que a situação central exposta ali seja a primeira lembrança de seus observadores, enquanto um móvel no canto da tela, que diz muito sobre a mão do artista, passe despercebido. 

Quando não reparamos nesses detalhes, somos incapazes de estudar todos os pormenores de uma situação. 

Olhe a sua vida, a sua casa, o seu trabalho, as pessoas de seu convívio, para além do que uma mera observação do óbvio. Tente entender os detalhes que a levam a repetir este ou aquele comportamento, não se limite às obviedades. 

Catalogue o mundo ao redor e descubra muito que está nas entrelinhas, sem que os autores tenham escrito o que está ali, para que apenas leitores atentos, como você, entendam toda a história presente em suas nuances diversas. 

Saiba olhar ao redor: analise a partir de todos os ângulos

Quando falamos em perspectiva, tratamos do ângulo real a partir do qual uma obra é vista. Em latim, perspectiva significa “olhar através de”. Isso deve ser considerado na hora de elaborar uma pintura e todo bom artista tem profundos conhecimentos sobre esse tema. 

Pois bem: na sua vida, é necessário entender todos os ângulos para desenhar melhor o cenário vivido. Podemos usar a perspectiva ao nosso favor quando assumimos o controle de forma consciente. 

E pode ser que você não enxergue os detalhes de uma situação, seja ela boa ou ruim, por considerar apenas a observação como protagonista, sem ter em mente que há outros ângulos que mostram soluções diferentes das que pensou. 

Se não levamos em consideração a questão da perspectiva, deixamos de enxergar coisas que faltam e nossa observação fica tortuosa, capaz até mesmo de nos manipular. 

Ver o que está faltando

Evidentemente, é impossível descobrir ao mesmo tempo todas as informações que faltam sobre um cenário. Há limites cognitivos no cérebro humano e uma única pessoa não é capaz de fazer milhões de tarefas ao mesmo tempo.

Ao mesmo tempo, a observação atenta nos permite ver para além do centro, enxergando o canto das telas. Se podemos visualizar itens faltantes em uma obra artística, podemos e devemos olhar com maior atenção um cenário problemático.

E, com isso, perceber que nada é tão óbvio quanto parece se olhamos com atenção. 

Nada é preto e branco

Por fim, é importante entender o mundo como um lugar de muitas cores. Nada é preto e branco. Não se pode partir de um extremo para outro assim, de um jeito radical.

Os filtros perceptuais nos induzem a cegueiras que afetam nossa capacidade de observação. É necessário ter paciência e estar livres de conceitos preestabelecidos quanto ao mundo. Tudo é muito dinâmico e precisa ser analisado em seus detalhes mais minuciosos para entender melhor os X de todas as questões e os porquês de como chegamos neste ou naquele estágio da vida. 

Notas finais 

A observação é uma arte e a arte imita a vida. É por meio dela que Amy E. Herman em Inteligência visual: Aprenda a arte da percepção e transforme sua vida nos deixa claro que boa parte dos problemas aparentemente sem solução acontecem em decorrência de nossa visão cega e torta diante de problemas diários. 

Parar e analisar os detalhes é mais importante do que imaginamos. Em um mundo repleto de distrações, especialmente as digitais, compreender essa habilidade mais importante que a de qualquer super-heróis nos torna mais poderosos, sem a necessidade do uso da força ou de atributos físicos. A força está na mente. 

Dica do 12’

Já que falamos de observação, é importante entender um pouco mais sobre algo que cega as pessoas: o poder. Leia o microbook Delírio do Poder e descubra um pouco mais sobre como ele é capaz de mexer com as mentes de multidões enlouquecidas.

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Quem escreveu o livro?

Escritora, historiadora, palestrante para a TED Talks, assim como fundadora e presidente da "the Art of Percepcion", Amy E. Herman discute em suas obras, palestras e eventos, o tema que domina com t... (Leia mais)

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