História da Meditação - Resenha crítica - 12min Originals
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História da Meditação - resenha crítica

História da Meditação Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Espiritualidade & Mindfulness e 12min Originals

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 

Editora: 12min

Resenha crítica

Olá, seja bem-vindo, seja bem-vinda a mais um momento de desconexão e relaxamento. O 12 minutos e o Zen App apresentam para você as Histórias para Dormir. 

Na viagem de hoje, vamos entender em detalhes toda a história da meditação e como essa prática nos conecta com o próprio interior de um jeito profundo, trazendo mais bem-estar, saúde mental e tantos outros benefícios. 

Para começar, precisamos entender que o significado simples de meditação é estar focado no aqui, no agora, no presente. Para isso, existe uma variedade de práticas de contemplação, cujas origens estão em tradições espirituais de culturas e sociedades distintas, tendo no continente asiático seu principal disseminador. 

A meditação tem o poder de regular corpo e mente, treinando o foco da atenção para o alcance de tranquilidade, concentração, além da redução de estresse e da ansiedade. Tem efeitos benéficos para a saúde mental e física, podendo até regular o sangue, a pressão arterial e mesmo a frequência cardíaca. A longo prazo, é possível notar como as pessoas que meditam fazem menos esforço para manter o foco em uma determinada atividade. 

Alguns dos primeiros registros encontrados sobre o assunto remetem à Índia, a partir do ano 1.500 antes de Cristo, nos Upanisad, que são capítulos especiais dos Vedas, como são conhecidos os textos mais importantes do Hinduísmo. 

Também há referências antigas de que, na China, existiam formas de meditação desenvolvidas no contexto de tradições nativas, ainda antes da codificação do Taoísmo. 

Com o passar dos milênios, diversas técnicas meditativas foram empregadas em muitas tradições e linhagens internas. Budismo, Vedanta, Yoga e o próprio Taoísmo tiveram na meditação uma prática importante para trilhar o caminho espiritual. É comum vê-la como atividade fundamental em todas essas doutrinas.

Por meio da meditação, é possível atingir um estágio de consciência radicalmente novo, caracterizado pela transcendência das ilusões que nos afligem e a superação de condições restritivas às quais normalmente nos submetemos. No Ocidente, esse estágio também é conhecido como iluminação, mas também pode ser chamado de Moksha, Nirvana ou Satori em outras culturas. 

Enquanto prática de contemplação introspectiva, a meditação foi valorizada em determinados períodos e contextos, mas nem sempre foi assim. Isso era mais comum em sociedades com conhecimento e domínio do universo interior do ser humano, em que a compreensão direta da própria experiência e o desenvolvimento interno foi naturalmente mais valorizado que a vida material e social. 

A meditação é ainda mais fértil em sociedades que valorizam o cuidado com o eu. Não é raro vê-la como um componente de toda uma filosofia de vida, sem que apareça como única alternativa para atingir um novo estágio de consciência. 

E foi a partir da segunda metade do século 19 que a prática meditativa ganhou espaço no Ocidente. Isso se deu por meio de círculos de estudiosos espiritualistas na Europa e nos Estados Unidos. Era uma época de efervescência de inovações em vários âmbitos da vida intelectual, quando se descobriram muitas tradições orientais e o entusiasmo por novas visões de filosofia e espiritualidade ganhou espaço. 

Em 1883, o World Parliament of Religions foi realizado em Chicago. O evento é considerado um grande marco, pois diversos ensinamentos asiáticos foram aplicados em solo estadunidense. Então, muitos convites foram feitos a mestres para que realizassem excursões pelos Estados Unidos, formando no Ocidente os primeiros Ashramns, nome dado aos templos hindus. 

Desde então, o estudo da meditação se disseminou de forma massiva. Naquela época, ela ainda era vista como uma prática diretamente relacionada a religiões. Diversos intelectuais e acadêmicos passaram a se interessar pelo assunto, ampliando esse conhecimento para outros campos do conhecimento, interessando a filósofos, historiadores, psicólogos e psicoterapeutas, que foram aplicando e estudando os resultados da meditação em suas disciplinas pouco a pouco.

Nos anos de 1950, com a iminência do movimento beatnik, diversas filosofias do Oriente já despertavam a atenção não só dos estudiosos, mas também de artistas e de pessoas envolvidas com movimentos intelectuais. A partir da década de 1960 esse movimento explode. O encontro da contracultura no pós-guerra com a chegada de muitos mestres espirituais tibetanos e zen-budistas, que migraram da Ásia para o Ocidente, causou uma explosão de interesse na meditação. 

Daí para frente, a prática se popularizou de maneira irreversível, com os ensinamentos orientais abraçados por uma juventude que ansiava por novas ideias e práticas, verdadeiras alternativas aos modos de vida cultivados na Europa e na América do Norte. Uma nova forma mais livre de encarar a espiritualidade ganhava força. 

Naquela época, muitos jovens aderiam ao uso de psicodélicos, especialmente o LSD, como forma de abrir as portas da percepção da mente. Havia até quem desse mais espaço a esse tipo de aventura do que aos estudos da Psicanálise, ciência esmiuçada por Sigmund Freud no começo daquele século e que ganhava espaço entre diversos segmentos sociais. 

Quando se viu a meditação como uma nova alternativa eficaz de expandir a consciência gradativamente, aprimorando o autoconhecimento e desenvolvendo as potencialidades individuais de forma cuidadosa e com resultados duradouros, as atenções da juventude também se voltam à prática oriental, sem os perigos e os efeitos colaterais causados pelas drogas. 

No final da primeira metade do século 20, prossegue a consolidação da prática nos países ocidentais, documentada por meio de trabalhos conjuntos entre pesquisadores e acadêmicos de diversos setores. É quando a tradição meditativa asiática ocupa um espaço definitivo em livros, artigos científicos, produção audiovisual e diversas plataformas de forma crescente e irreversível. 

E é claro que isso traria consequências. Neste caso, a disseminação da meditação também a desvinculou do contexto tradicional e espiritual. Afinal, ela foi adaptada de forma inédita aos valores do lado ocidental do planeta. 

Se originalmente estava ligada a aspectos filosóficos, muitas vezes vemos a prática confundida com valores religiosos. Suas características psicológica e ritualística chegam a ser deixadas de lado, já que existe uma dimensão transcendental inegável.

A partir do século 21, o maior aprofundamento nas diversas técnicas e a revolução tecnológica resgataram a laicidade da prática. O reconhecimento científico fez com que fosse adotada de diversas formas e lugares: em hospitais, clínicas de psicoterapia, spas, escolas e empresas. Atualmente, também é praticada por indivíduos de forma isolada, em suas casas, em ambientes confortáveis, sem  apego com religiões ou tradições espirituais. 

De lá para cá, muitas práticas ancestrais de meditação foram reformuladas. Os métodos e objetivos se modificaram, novos programas foram criados, bem como institutos de pesquisa e ensino, cursos, certificações, manuais e, até mesmo, patentes, levando ao processo de ocidentalização da meditação. 

Existe até a integração de conhecimentos médicos e ensinamentos recebidos de mestres zen-budistas aplicados em pacientes com diversas síndromes, especialmente as relacionadas à saúde mental. 

Por tudo isso, é bom recordar a citação antiga, atribuída a um desconhecido monge cristão, segundo a qual tudo aquilo que uma pessoa faz, seja grande ou pequeno, é apenas um oitavo do real problema. Manter a mente imperturbável, mesmo que por causa disso ela fracasse na tarefa, constitui os demais sete oitavos da preocupação. 

E o estado de ausência de perturbação da mente é a meta das diversas linhas meditativas, em todas as grandes tradições espirituais, desde as antigas até as recentes, modernas e disseminadas também por redes sociais. 

A mente despreocupada atinge o estado oposto de angústia que a vida nos traz, com preocupações a respeito de dinheiro, trabalho, crises familiares, problemas conjugais, doenças e tantas outras aflições. 

Os momentos estressantes são temporários na natureza. Um bom exemplo é quando uma presa dá de cara com seu predador. A primeira reação natural soa como um aviso do corpo sobre a necessidade de fugir do perigo. Para os seres humanos, os momentos angustiantes só se tornam diários especialmente porque cultivamos um desnecessário apego a itens do cotidiano, fato que não acontece com outros animais. 

Porque parte considerável dos itens estressores são psicológicos, não biológicos. Alguns podem ser contínuos, mesmo que apenas internamente, como um problema na família ou um chefe constantemente pegando em seu pé. Quando o estresse dura muito tempo, ele pode nos adoecer. 

Não é à toa que enfermidades como diabetes ou mesmo a hipertensão, muitas vezes, nascem de nossas fraquezas mentais. Elas são reflexo de aspectos negativos do cérebro, enquanto as características positivas fazem o possível para nos colocar de volta em um lugar de paz e satisfação. 

E o centro executivo do cérebro é capaz de administrar tudo isso, dando aos seres humanos uma vantagem competitiva em relação aos animais: antecipar o futuro e o que pode acontecer, de acordo com cada atitude que tomamos. Ao mesmo tempo, isso também pode se transformar em desvantagem, já que essa mesma capacidade é capaz de nos causar preocupações e ansiedades excessivas e paralisantes, consequências de lamentações e enfermidades, tirando de nós o estado de paz interior. 

Não são as coisas que nos afligem, mas as formas como as vemos. E a ciência mostra que quanto mais nos aborrecemos durante a vida, maior será a quantidade de hormônios do estresse, como o cortisol, percorrendo o corpo. 

E isso é péssimo, já que uma grande quantidade dessa substância pode causar até  problemas cardíacos. Assim, a meditação traz benefícios concretos ao nos manter em estado de paz, reduzindo a possibilidade de nos contaminarmos com sentimentos ruins que podem adoecer. 

Quando adotamos práticas meditativas, entendemos que a dor está no cérebro. Não é à toa que, se sofremos uma pancada, somente depois da mobilização de diferentes sistemas cerebrais sentiremos o efeito físico antes de sentirmos aquele incômodo.

Aquele incômodo gigantesco ganha outra proporção e deixa de nos dominar quando a serenidade proporcionada pela meditação ganha o espaço dominado pela angústia. 

Isso acontece porque a meditação muda nossa resposta emocional à dor. Existem casos de pessoas que melhoram sua resistência ao calor por meio de práticas meditativas. 

Para se ter uma ideia, no zen os praticantes aprendem até mesmo a suspender suas reações mentais, deixando também de categorizar tudo aquilo que surge internamente. Aos poucos, essa mesma prática é adotada, permitindo, assim, que as preocupações cotidianas sejam vistas de forma mais saudável, sem que ganhem uma preocupação e aflição acima do normal. 

Quanto maior a experiência meditativa, maiores as ocasiões em que o estado de consciência plena é atingido, mesmo que involuntariamente. Já houve situações em que meditadores foram submetidos a exames de neuroimagem e instruídos a não meditar. O que seu cérebro mostrava era um estado de paz, de plenitude, como se estivessem em uma sala inspirando e expirando de maneira guiada, com tranquilidade, buscando o bem-estar mental. 

E se dissemos anteriormente que cada vez mais surgem estudos científicos para entender essa prática com mais profundidade, analisando seus efeitos em nosso corpo e mente, também é fato que, cada vez mais, existem tentativas de relacioná-la à psicoterapia. 

Em um mundo corrido e competitivo, em que se desdobrar por incontáveis tarefas chega a ser considerada uma qualidade para ser mais produtivo, a ansiedade, o estresse e a depressão levam mais e mais pessoas a procurar auxílio de psicólogos ou psiquiatras. As sessões semanais para cuidar da mente viraram sonho de consumo para muitas pessoas adoecidas que não conseguem lidar bem com o ritmo frenético de um tempo tão digital. 

Nisso, muitos profissionais da Psicologia e da Psiquiatria indicam ou até conduzem a prática meditativa como forma de alcançar um pouco da paz que seus pacientes procuram. 

Um estudo da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, analisou em detalhes quase 47 pesquisas relacionadas ao uso da meditação de forma isolada, sem a inclusão de terapia cognitiva para tratar pacientes com problemas como depressão, dores de cabeça crônicas e insônia. 

Os resultados indicaram um alívio psíquico maior entre aqueles que meditavam, como forma de complementação aos tratamentos convencionais. Vale ressaltar que hábitos saudáveis, como a prática de exercícios e uma boa alimentação são fundamentais. 

Em geral, o grau de melhora psíquica em pacientes que aderem à meditação é mais alto, ajudando na diminuição de medicamentos com efeitos colaterais, reforçando as práticas meditativas como parceiras de diversas enfermidades da mente. Trata-se, afinal, de uma forte aliada também para condições que afetam o humor drasticamente, vícios e até quadros crônicos de dificuldades de atenção. 

E entre as técnicas de meditação mais conhecidas e praticadas no mundo ocidental, está o mindfulness. Também chamada de meditação do insight, seu trabalho consiste em uma atenção livre dos estímulos de distração, como pensamentos, sentimentos ou sensações. É só deixar qualquer pensamento vir, sem se aprofundar, analisar, se apegar ou julgar o que surgiu. É preciso estar presente. 

O mindfulness nada mais é do que uma adaptação ocidental a técnicas de meditação vindas do Oriente.

Já a meditação concentrativa tem como característica a atenção direcionada a um único objeto, seja ele interno ou externo. É fundamental ignorar qualquer estímulo do ambiente e focar em uma atividade específica. Pode ser um som, uma imagem ou mesmo a própria respiração. Aí estão incluídas meditações vindas do Yoga, como a transcendental. 

Por sinal, o Yoga é um excelente complemento para as práticas meditativas, já que possibilita exercícios com posturas físicas e um entendimento filosófico mais complexo, atuando como uma espécie de ponte para atravessar e expandir sua consciência. Juntos, ambos conseguem levar você ao objetivo de ter mais saúde mental, bem-estar e consciência de si. 

 Mesmo meditando, você precisa ter atenção a tudo que faz em seu dia a dia. Para começar, o requisito básico é estar disposto a colocar o corpo a seu serviço. 

Quem realmente deseja meditar precisa deixar os problemas do dia a dia de lado, mesmo que por poucos minutos. Afinal, tudo que lhe preocupa não faz parte daquele momento. Você precisa se atentar a suas funções e a como reage ao fazer suas atividades diárias. 

Meditação é autoconhecimento. Então, note tudo aquilo que lhe cansa, estimula ou irrita em excesso durante o cotidiano. Ali estão os avisos sobre a necessidade de desacelerar que levam cada um de nós a práticas como o Yoga ou a meditação. 

Ao reservar um tempo para essa atividade, você pausa um pouco sua vida e reorganiza as ideias dentro da mente. Só o ato de parar para entender o que é e como funciona a meditação já funciona como meditar na prática, porque faz com que novas informações sejam absorvidas calmamente ao passar por sua cabeça, deixando preocupações de lado e buscando soluções, em um retorno ao momento presente.

Existem empresas que investem nessa prática com seus funcionários, tendo em vista o quanto ela ajuda no foco e na produtividade, já que se trata de um lembrete para retornar ao hoje, ao agora. O presente não pode ser modificado, o futuro ainda não chegou e é uma abstração. 

Esse momento é seu e tem a capacidade de ativar as regiões do cérebro associadas à compaixão, autoconsciência e até mesmo pode atuar pela regulação do sangue, demonstrando o quanto meditar também traz resultados à saúde física. 

Se falamos na possibilidade de tê-la melhorando sua pressão arterial e frequência cardíaca, a meditação ainda tem o poder de otimizar o raciocínio de alto nível, a capacidade de planejamento, as tomadas de decisão e a moderação de seu comportamento em sociedade. 

Porque se eventualmente você é uma pessoa muito dispersa, sequer terá a capacidade de pensar sobre como está reagindo nesses momentos. E meditar traz você de volta de onde sequer deveria ter saído, o presente. 

Em um tempo de pessoas com dificuldades de concentração, não há caminho mais efetivo do que esse, estudado e praticado há tantos séculos pelos orientais e importado para o Ocidente, adaptado, esmiuçado e disseminado com tantas variações. 

E por que não aderir a essa prática agora, buscando a transformação em seu dia a dia, mudando de uma vez por todas a relação entre corpo e mente e, assim, atingindo a paz interior de um jeito que você nunca vivenciou? 

Comece estipulando o melhor horário em seu dia para meditar. Pode até ser por um espaço curto de tempo, não tem problema. É até melhor, porque assim você consegue colocar em prática esse hábito com maior frequência. Programe seu relógio para despertar depois de 5 minutos. 

Mas atenção, esteja em um ambiente tranquilo para a prática meditativa. Longe de distrações, em um espaço confortável e usando roupas que deixem você à vontade. 

Coloque uma música para tocar enquanto medita, do tipo que permita sentir uma atmosfera serena e de tranquilidade. Algumas pessoas acendem velas, outras mantêm a iluminação mais baixa, isso vai de acordo com sua preferência. O importante é se sentir bem. 

Não fique se cobrando, no começo pode ser difícil ter concentração plena. Distrações acontecem, não há porque se desesperar. Apenas deixe os pensamentos irem, não se aprofunde em nenhum deles, não se apegue a nada que vier em sua mente. Deixe ir.

Aos poucos, sua mente vai se esvaziando das preocupações, das aflições e da ansiedade que toma conta de seus pensamentos ao longo do dia. Colocando isso em prática, também vai ficando mais fácil de aumentar o tempo da meditação, concentrando-se cada vez mais no que realmente importa, o tempo atual. 

A evolução da meditação e as adaptações também chegaram aos tempos tão tecnológicos em que vivemos. Se as dificuldades forem grandes, é possível aderir a uma meditação guiada, que permite aos iniciantes não se perderem em meio aos tantos ruídos externos que nos distraem. 

O mais importante é ter a meditação como uma aliada para seu bem-estar e para uma reconexão consigo. Não deixe para depois, reserve um tempo para você, foque no aqui, no agora, no presente. É exatamente isso que sua mente precisa para mais tranquilidade, paz interior e a harmonia que todos nós merecemos.

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