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Este microbook é uma resenha crítica da obra: Man's Search For Meaning: An Introduction to Logotherapy
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 8532606261, 978-8532606266
Editora: Editora Vozes
"Em Busca de Sentido" já vendeu mais de 10 milhões de cópias no mundo todo. O autor Viktor Frankl, fundador da Logoterapia, mostra como sua experiência em busca do sentido da vida em um campo de concentração nazista mudou sua perspectiva sobre o mundo e sobre as pessoas. Frankl afirma que não podemos evitar o sofrimento, mas podemos escolher como lidar com ele e encontrar um sentido nele. A teoria de Frankl contesta as idéias de Freud, que acreditava que o sentido da vida era perseguir o prazer. Frankl acreditava que o propósito da vida não só separa o ser humano dos animais, mas também faz com que vivamos realizados mesmo em tempos difíceis. Para ele, o propósito da vida não tinha relação com a busca pelo prazer, e sim com encontrar aquilo que você ama e viver com significado. Você quer aprender como enfrentar as situações difíceis e encontrar um sentido na vida? Vem com o 12!
As maiores atrocidades da história da humanidade foram os campos de concentração Nazistas. Durante o reinado de terror de Hitler, homens, mulheres e crianças foram expulsos de suas casas, jogados em trens e enviados para os campos de concentração. Prisioneiros não foram considerados indivíduos com identidades, famílias ou sentimentos. Qualquer identidade que tinham, documentos ou posses foram jogados fora. Eles foram deixados apenas com um uniforme e um número de identificação tatuado em suas peles. As autoridades não estavam interessadas nas pessoas; elas estavam interessadas apenas em números.
A vida no campo de concentração era muito difícil. Os homens foram tirados de suas vidas normais. Preocupações com quanto ganhariam, com quem se casariam e quantos filhos teriam não existiam mais, e se concentravam apenas em sobreviver diariamente. Além dessa preocupação imediata, os prisioneiros também viviam com um medo constante de serem transportados para outro campo, o que normalmente significava serem levados para um campo com câmaras de gás e crematório.
Viktor Frankl, sua família e aqueles que estavam presos com ele, eram pessoas comuns. Eles não tinham superpoderes; não eram famosos ou mártires lutando por uma causa; e eles não tinham feito nada de errado. Eram simplesmente pessoas comuns lidando com circunstâncias extraordinárias. Foi dessas pessoas que Frankl tirou seu conforto e a base para sua teoria de logoterapia – um novo tipo de psicoterapia que desafiava as teorias de Freud e mostrava como o ser humano pode ser resiliente quando encontra o verdadeiro sentido da vida.
Cada experiência que vivemos, como o terror da Guerra por exemplo, nos dá uma oportunidade de aprendizado. Dados de antes, durante e depois da Guerra foram avaliados por todo o tipo de especialistas, de médicos pesquisadores a cientistas. Até os psicanalistas aprenderam com a Guerra. De fato, as duas Guerras Mundiais contribuíram grandemente para o estudo da psicologia da vida na prisão.
A contribuição mais notável da Segunda Guerra Mundial para a psicologia foi o estudo da saúde mental dos soldados e dos sobreviventes dos campos de concentração. Viktor Frankl, que era um judeu prisioneiro, tinha uma perspectiva interessante por ser, também, psiquiatra. Ele pôde estudar não só suas próprias reações e comportamentos nessa situação, mas também aquelas de seus companheiros de prisão. O que ele descobriu, mudou a psicanálise para sempre.
Estar em um campo de concentração nazista era uma experiência brutal. Cada prisioneiro perdeu sua vida, posses, família e amigos. Muitas pessoas não conseguiram lidar com isso e desistiram de suas vidas. Mas muitas outras pessoas encontraram uma razão para viver, mesmo estando nessas circunstâncias. Algumas se focaram na possibilidade de encontrar as pessoas amadas novamente e imaginaram como se sentiriam se as vissem de novo. Outras se apegaram à determinação de sobreviver para que pudessem voltar às suas vidas. E ainda outras se focaram em objetivos futuros que sonhavam alcançar quando fossem libertos dos campos. Porque tinham um propósito, suas vidas tinham um sentido e eles se recusaram a desistir a menos que seus corpos desistissem por eles.
Freud desenvolveu uma teoria para explicar a busca do homem por um propósito. Ele acreditava que o homem não era muito diferente dos animais, e que ambos eram motivados pela busca pelo prazer e eram guiados por seus instintos. Antes da prisão de Frankl, essa era a teoria em vigor na época. Apesar de Frankl ter estudado a teoria de Freud, o que ele descobriu nos campos de concentração o surpreendeu. Ele possuía evidências valiosas, que demonstravam que o que guiava os homens não era simplesmente seus desejos. Quando um homem tem um motivo verdadeiro para viver, ele vai lutar por isso. Essa experiência acabou se tornando a base para a psicoterapia de Frankl: a Logoterapia.
Depois que Viktor Frankl saiu do campo de concentração, ele começou a exercer a terapia fundamentada na busca pelo sentido – sua própria teoria da psicologia baseada no que havia aprendido enquanto esteve preso. A terapia fundamentada na busca pelo sentido ajuda as pessoas a descobrirem o que é realmente importante para elas e o que as motiva a viver de maneira intensa.
A Logoterapia é diferente da psicoterapia regular, pois seu foco é no que acontecerá no futuro, enquanto a psicoterapia trabalha mais em termos das retrospecções e introspecções. Enquanto o psicoterapeuta vai escutar o paciente discutir experiências dolorosas de seu passado e os impactos que essas experiências tiveram no presente, o logoterapeuta vai confrontar o paciente e reorientá-lo quanto a seu sentido de vida. Frankl argumenta que, focando no passado, a psicoterapia pode gerar neuroses internas; enquanto a logoterapia pode ajudar o cliente a vencer suas neuroses.
A terapia de Frankl era focada no sentido da existência humana, assim como a própria busca por esse sentido. A procura pelo propósito da vida é considerada a força motivacional primária de uma pessoa. A logoterapia é uma tentativa de ajudar alguém a encontrar sentido e usá-lo para fazer mudanças necessárias e passar por circunstâncias difíceis em sua vida.
A busca pelo sentido da vida pode gerar tensão e turbulências internas. Enquanto tenta determinar seu propósito, uma pessoa pode se sentir inquieta e desconfortável. Então, de onde vem esse desconforto? Vem de uma crise existencial; de não saber porque você vive ou o que você deve fazer com sua vida. Se sentir sem rumo e sem direção pode causar muita turbulência interna, até que você descubra o verdadeiro significado de sua vida.
Passar por esse desconforto pode atrapalhar as pessoas a descobrirem seu verdadeiro propósito. Alguns preferem não sentir nada ao invés de se sentirem desconfortáveis. Mas essa busca pelo propósito ou sentido, pode salvá-los dos estresses e das tragédias da vida.
Esse tipo de pensamento não começou com Frankl. Na realidade, Frankl dá o crédito a Friedrich Nietzsche, um sábio filósofo alemão dos anos 1800. Nietzsche afirmou que: “Aquele que possui um ‘porquê’ para viver pode suportar praticamente qualquer ‘como’ ”. Isso significa que quando uma pessoa tem uma razão para viver, não importa se está se focando no amor que tem por outra pessoa ou em um objetivo que quer alcançar, pode enfrentar praticamente qualquer provação.
Nós associamos o sentimento de desconforto a alguma coisa que não queremos, mas devemos fazer -como tomar uma injeção, por exemplo: pode ser necessário, mas certamente não é confortável. Crescimento interior é de certa forma similar a isso. Sair da nossa zona de conforto e descobrir nosso propósito de vida não será agradável a princípio. Embora exista um certo grau de tensão, esses sentimentos são essencialmente benéficos. Eles mostram que estamos no caminho para descobrir nosso verdadeiro sentido, que pode salvar nossas vidas. Então, apesar de qualquer desconforto que você sinta, trabalhe duro para descobrir o que vai te dar esse senso de realização e um verdadeiro significado.
Esse desconforto que uma pessoa sente ao se esforçar por um objetivo é uma parte essencial da vida. É através dessa luta que descobrimos nosso verdadeiro sentido – nosso propósito de vida. Encontrar nosso verdadeiro propósito pode nos ajudar a nos mantermos saudáveis e vivos.
O mundo em que vivemos está constantemente nos bombardeando e distraindo-nos do nosso verdadeiro sentido. Estamos sendo induzidos a um estado de dormência, para que quando as dificuldades cheguem, seja cada vez mais difícil encontrar uma razão para sobreviver e nos mantermos focados. E isso acontece em nossa vida todos os dias. Como nos sairíamos se experimentássemos uma atrocidade como as pessoas que viveram em campos de concentração nazistas experimentaram?
Se a Segunda Guerra Mundial nos ensinou alguma coisa, é que muitas pessoas não têm limites quando se trata de destruir outro ser humano. Para muitos, a vida de alguns tem pouco ou nenhum valor. Tragicamente, existem muitas pessoas no mundo hoje que não têm escrúpulos e prejudicam os outros, como os nazistas fizeram. Aos olhos do Dr. Frankl, pessoas decentes são a minoria, e esse continuará a ser o caso a menos que o ser humano esteja disposto a se tornar a melhor versão dele mesmo. De outra forma, a história pode se repetir com outras tragédias como as que testemunhamos durante a Segunda Guerra Mundial. É indiscutível então que o resto de nós trabalhe duro para encontrar nossos propósitos, para que possamos sobreviver aos maus-tratos das pessoas imorais e para que nos esforcemos para tornar o mundo melhor do que é.
Frankl não perdeu a esperança mesmo depois de tudo o que passou. Ele viu o pior da humanidade e viu que as coisas continuariam a piorar. Mas também viu que as pessoas dispostas a encontrar seu verdadeiro sentido de vida poderiam mudar não apenas seu próprio nível de realização, mas também melhorar o mundo ao redor delas. Todos nós queremos ser considerados pessoas boas e decentes, e queremos viver uma vida plena e feliz. Enquanto o caminho em direção ao verdadeiro sentido da vida pode não ser sempre confortável, é essencial para nossa futura felicidade e para o bem maior da humanidade.
Sempre que consideramos as atrocidades dos campos de concentração nazistas, nos perguntamos como pessoas normais poderiam ter feito parte disso. As atitudes dos nazistas eram bárbaras e injustificáveis. Mas como muitas pessoas participaram dessas atrocidades?
A resposta está em um vazio interior conhecido como vazio existencial. Esse vazio produz o desejo de, ou fazer aquilo que os outros querem (uma forma de totalitarismo), ou fazer o que os outros estão fazendo (também conhecido como conformismo). De acordo com os psiquiatras, o senso de vazio é um dos principais fatores que leva ao suicídio, agressão, depressão e para os vícios de drogas, álcool e sexo – e todos essas coisas aumentaram consideravelmente no último século.
Podemos ver como uma falta de propósito ou sentido pode ter contribuído com a agressão no regime nazista. Muitas pessoas na Alemanha pensavam não ter um sentido na vida até que Hitler apareceu. Então foram levados a acreditar que, se o seguissem, teriam mudanças que tornaríam a Alemanha e seu povo grandes novamente.
Muitas pessoas se voltam à líderes políticos para ter um senso de propósito. É então, fácil para elas serem manipuladas (como foi o caso das pessoas na Alemanha nazista), a acreditarem em tudo o que é dito, e a fazerem tudo o que lhes é pedido. Por causa do carisma e das promessas de Hitler, aqueles ao redor dele eram fortemente influenciados e foram capazes de cometer as maiores atrocidades na história da humanidade. Muitos que estavam originalmente do lado de Hitler não eram perversos; eles simplesmente se espelharam em um outro ser humano, que era muito perverso e cheio de falhas , para preencher o vazio que sentiam.
Ao invés de procurar pelo verdadeiro sentido da vida, muitos procuram pelo sentido em outras pessoas; eles acreditam que isso os livrará do vazio que sentem. Na verdade, a única coisa que pode preencher esse vazio é encontrar seu propósito. E o seu verdadeiro sentido pode te recompensar com um senso de felicidade e de realização sem interferir na vida ou no direito de outras pessoas. Ninguém pode dizer que Hitler deveria ser perdoado por suas ações porque elas eram resultado do seu propósito de vida. O verdadeiro propósito nunca é tão egoísta a ponto de ser considerado mais importante do que a vida de outro ser humano.
Quando não temos certeza do sentido da vida, começamos a perguntar a outras pessoas. Essa é uma pergunta comum feita aos terapeutas, incluindo os logoterapeutas. E é uma questão difícil de ser respondida, porque a resposta varia de pessoa para pessoa. Cada um tem sua própria missão na vida e apenas você pode descobri-la e cumpri-la.
Como alguém pode descobrir isso? Tudo gira em torno de assumir as responsabilidades por sua própria vida. Uma expressão comum utilizada pelos logoterapeutas é: “Viva como se fosse sua segunda chance e como se tivesse agido de maneira errada antes”. Esse conselho tem a habilidade de estimular o senso de responsabilidade de uma pessoa, encorajando-a a imaginar que o presente já aconteceu, ganhando, portanto, o benefício de uma retrospectiva instantânea. Fazendo isso, ela pode fazer mudanças positivas de diversas maneiras. Ver as coisas dessa maneira mostra às pessoas a finalidade de suas decisões: o impacto que elas terão em sua vida.
O logoterapeuta pode ajudar uma pessoa a encontrar o caminho para seu propósito de vida, mas ele não vai te julgar ou impor sua opinião. Logoterapeutas reconhecem que cada pessoa deve decidir como viver sua vida e deve responder por sua própria consciência. Quando tentar procurar por seu sentido da vida, observe cada situação e como você se sente. Você se sente ansioso ou realizado? Você se sente tentado a seguir a multidão ou está determinado a seguir seu próprio caminho? Pense em seu futuro e o que você quer conquistar na vida. Como você deve alcançar essas coisas? Olhar para seu futuro vai te ajudar a criar seu próprio caminho e a se sentir realizado no presente momento.
Uma das maneiras de encontrar sentido em sua vida, é amar aos outros. Amor sincero e profundo pode sustentar uma pessoa através das piores situações. Apesar do sentimento – a emoção do amor – ser sentido dentro de nós, é por causa do exterior que o experimentamos. Portanto, o conceito de que o amor de alguém pode ser seu sentido da vida funciona bem com a teoria da logoterapia, que afirma que o homem não encontra seu propósito dentro de sí, e sim fora.
Através da história, poetas e compositores proclamaram que o amor era o maior objetivo do ser humano. Cientistas da Universidade Johns Hopkins conduziram uma enquete com aproximadamente 8 mil pessoas e perguntaram o que elas consideravam muito importante. 78% dos participantes disseram que encontrar sentido e propósito na vida era seu principal objetivo. Frankl conduziu pesquisas similares, que apresentaram resultados bem próximos disso. Podemos notar nesses estudos, que encontrar o sentido da vida, que muitas vezes acontece quando se encontra alguém para amar, é normalmente o maior objetivo de uma pessoa. Encontrar sentido e encontrar o amor, podem não só significar a felicidade de uma pessoa – podem também significar a salvação da humanidade.
Considere a experiência pessoal de Frankl. Quando preso, seu foco era sua esposa Tilly – o amor de sua vida – e o pensamento de vê-la novamente. Em um certo momento, ele pensou que seria transportado para um dos campos de morte, e então pediu para seu amigo Otto dizer a Tilly que ele falava sobre ela por horas, que a amava mais do que qualquer um e que o curto período de tempo em que esteve casado superava todo seu sofrimento.
O amor que Viktor tinha por sua esposa lhe deu um sentido e o sustentou até ser liberto do campo de concentração. Um homem que já não tem mais nada a perder – nenhuma identidade, posses ou dinheiro – pode ainda ter uma razão para viver e experimentar a felicidade, se pensar em alguém que ama. Contemplar o amado durante tempos difíceis pode ajudar uma pessoa a evitar o vazio existencial, dando sentido e realização, mesmo quando ela parece não ter nada. Todos iremos enfrentar tempos difíceis durante nossas vidas. Concentrar-se no amor que temos por outra pessoa pode nos ajudar a nos manter focados e a evitar que percamos a esperança em nós mesmos, em nossa vida e na humanidade.
As atrocidades que homens e mulheres experimentaram através da história, especialmente as experiências de tortura dos campos de concentração nazista, levaram muitos a se perguntar porque existe tanto sofrimento no mundo, e como é possível encontrar seu sentido na vida mesmo sendo submetidos a tanta miséria.
Através da experiência pessoal de Frankl e de outros sobreviventes do holocausto, podemos perceber que o verdadeiro sentido da vida está amplamente ligado à maneira com a qual a pessoa enxerga suas experiências. O ser humano pode sempre suportar o sofrimento, seja por causas naturais ou pela mão de outras pessoas. A maneira como reagimos às situações define se teremos forças ou não para vencê-las.
Podemos não experimentar algo tão terrível quanto um campo de concentração, mas todos temos nossas tragédias pessoais e devemos lidar com elas. Saberemos lidar melhor com elas se reconhecermos nosso propósito. O verdadeiro sentido da vida não é egoísta. É sempre algo que vem de fora de nós – alguma coisa encontrada no mundo ao nosso redor e nas pessoas que nos cercam. Podemos encontrar o sentido no trabalho que adoramos e em amigos ou familiares que amamos por exemplo.
Cada um de nós tem a habilidade de encontrar o sentido, mas devemos procurar ativamente por isso. Devemos assumir a responsabilidade por nós mesmos e por nossas decisões. Só assim podemos criar uma vida cheia de sentido, que nos dará o propósito e a mentalidade para lidar com qualquer coisa que apareça em nosso caminho.
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Viktor Frankl foi um médico psiquiatra austríaco, fundador da escola da logoterapia, que explora o sentido existencial do indivíduo e a dimensão espiritual da existência. A obra de Frankl é relativamente pouco conhecida nos países de língua portuguesa e é comumente ignorada pelas principais correntes da psicanálise (como Sigmund Freud, Alfred Adler e Jacques Lacan). De uma forma prática e simples assim diferenciava a Psicanálise da Logoterapia: Na psicanálise, o paciente tem de deitar-se num divã e contar coisas que, às vezes, são muito desagradáveis de serem contadas. P... (Leia mais)
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