De Empreendedor e Louco Todo Mundo Tem um Pouco - Resenha crítica - Linda Rottenberg
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De Empreendedor e Louco Todo Mundo Tem um Pouco - resenha crítica

De Empreendedor e Louco Todo Mundo Tem um Pouco Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Carreira & Negócios

Este microbook é uma resenha crítica da obra: Crazy Is a Compliment: The Power of Zigging When Everyone Else Zags

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 8567389321, 978-8567389325

Editora: HSM

Resenha crítica

Ser chamada de louca é um elogio. É nisto que acredita Linda Rottenberg, autora do livro “De empreendedor e louco todo mundo tem um pouco”.

Nesta obra, a fundadora da Endeavor, uma das maiores organizações de apoio a empreendedores, mostra de maneira arrojada como o empreendedorismo pode fazer parte da vida de qualquer pessoa.

Inclusive, você sabia que a América Latina deve a ela a inclusão dos termos empreendedores e empreendedorismo no dicionário? Pois é, Linda Rottenberg descobriu em uma conversa com um taxista que não havia traduções na língua espanhola para estas palavras e resolveu trabalhar pesado nesse mercado.

Está pronto para descobrir o que mais Linda fez em prol do empreendedorismo?

Continue a leitura deste microbook aqui, no 12minutos.

Apostando em band-aids, cachos e negócios emergentes

Em 1920, Earle Dickson, um trabalhador de 28 anos da Johnson & Johnson tentou estancar o sangramento de um machucado da esposa com um maço de algodão e um pedaço de pano.

Obviamente, a tentativa de curativo foi um fracasso.

Buscando alternativas para ajudar a mulher, ele resolveu cobrir o machucado com uma pequena quantidade de algodão colada em um adesivo. A invenção deu certo e Dickson logo a compartilhou com a Johnson & Johnson.

Foi o pontapé para criação dos band-aids, que venderam mais de cem bilhões de unidades até então.

Saindo das terras estrangeiras e indo para as favelas cariocas, na década de 90, Leila, uma funcionária da McDonald’s de origem humilde, que vivia frustrada com a falta de produtos para cabelos cacheados, teve uma iniciativa ousada.

Em um salão improvisado, dividido com a cunhada, ela resolveu criar produtos exclusivos para mulheres cacheadas.

Então, ela passou a receber clientes e as tratava como se fossem as pessoas mais importantes do mundo.

O objetivo dela não se limitava a dar melhor aparência aos cabelos, mas sim fazer com que seus produtos trabalhassem a autoestima daquelas mulheres. .

E essa atitude foi essencial para que Leila se destacasse no mercado de cosméticos capilares, onde era comum a venda de beleza por beleza.

O resultado dessa dedicação foi uma empresa multimilionária.

E o que se pode aprender com a história de Leila e o que ela tem a ver com este microbook?

Em 1997, a Endeavor surgiu a fim de auxiliar empreendedores emergentes.

Em quase duas décadas a empresa avaliou 40 mil candidatos e selecionou cerca de mil pessoas de mais de 600 negócios para fazer parte da rede.

Foram descobertos empreendedores em cyber cafés na África do Sul, lanchonetes no México, academias de ginástica restritas a mulheres na Turquia, redutos de gamers na Indonésia, restaurantes especializados em ceviche nos Estados Unidos e em favelas cariocas, onde estava Leila e a empresa Beleza Natural.

Democratizando o empreendedorismo

Você pode ser como a Leila.

Daqui a pouco, provavelmente, deverá voltar ao trabalho e durante os momentos de frustração do expediente estará pensando em como abrir seu próprio negócio. Seja ele um comércio, uma ideia inovadora para melhorar o meio ambiente ou um aplicativo para smartphones.

Se você tem um sonho e não sabe como dar início ou chegar à próxima etapa, certamente esta é uma leitura indicada a você.

No início da década de 90, o termo “empreendedorismo” era pouco conhecido mundialmente.

Até mesmo a maioria dos norte-americanos o via com uma noção bastante vaga, aplicável somente aos fundadores das empresas de crescimento mais rápido.

Hoje, compreende-se que empreender significa protagonizar qualquer iniciativa que cause impacto independente das proporções.

É algo que faz parte da dinâmica de soluções de problemas no século XXI da qual todos podem fazer parte.

Não é algo exclusivo para pessoas estudadas, homens de finanças, soldados ou políticos.

Atualmente, todo mundo está falando em ser uma força de ruptura, tentar uma abordagem nova e se transformar em um agente de mudanças.

Para o fundador do Reddit, Alexis Ohanian, dizer que tem uma startup equivale à antiga afirmação de que a pessoa entrou para uma banda.

É algo completamente contextual, que todos julgam pela possível instabilidade, mas no fundo, sentem inveja.

Conhecendo a fauna de empreendedores

Hoje, qualquer pessoa pode ser esse agente de mudança e o empreendedorismo, que antes eram tão pouco compreendido, agora é usado de forma ilimitada, com um boom de profissionais que aderiram ao termo ou criaram diversas categorias.

Para Rottenberg, autora dessa obra, é extremamente necessário que uma nova terminologia seja criada para identificar os tipos de empreendedores e ela tem uma sugestão divertida para isso.

  1. Empreendedores-gazela: termo criado em 1994 pelo economista David Birc para se referir aos mais tradicionais. Aqueles que fundam um novo empreendimento com o objetivo de que rapidamente se torne um fenômeno explosivo, que são rápidos e dão altos e longos saltos, como as gazelas.
  2. Empreendedores-gambá: são aqueles que não se acomodam com a sensação de estabilidade da empresa, que acreditam na capacidade e disposição para inovar. Este termo faz referência à história em quadrinhos norte-americana Li’l Abner, no Brasil conhecida como Ferdinando.
  3. Empreendedores-golfinhos: aqueles que, nas organizações sem fins lucrativos ou no setor público, se mostram dispostos a subverter as convenções de suas profissões e a promover uma mudança real, assim como golfinhos, que são inteligentes e vivem em grupos cooperativos e demonstram altruísmo em relação aos outros.
  4. Empreendedores-borboleta: são aqueles trabalham como autônomos em diversas áreas, geralmente satisfeitos com a liberdade e individualismo que possuem, assim como as borboletas. Eles não esperam que as mudanças aconteçam, mas as promovem todos os dias.

Bem, seja qual for sua paixão, você provavelmente se encaixa em uma dessas categorias.

Escolha uma dessas espécies e comece a escrever sua história ou seja um avestruz e viva com a cabeça enterrada no chão.

Começando a empreender

Ser um empreendedor é apenas uma maneira elegante de dizer que você é um fazedor.

A autora conta que certa vez conheceu um jovem empreendedor que estava em uma fase difícil da vida.

Depois de alguns negócios darem certo e outros nem tanto, ele resolveu apostar numa ideia que foi recusada por mais de 30 investidores, se questionando se estaria louco ou não.

“Claro que você está e é por isso que as coisas vão dar certo para você”, foi a resposta de Rottenberg, mostrando que a primeira luta na trajetória do empreendedor começa dentro da própria cabeça.

Mas é esse ritmo de incertezas, dúvidas, ansiedade e emoção que deve motivar os empreendedores e a equipe a dar o sangue no trabalho, mesmo que a empresa esteja visivelmente sólida.

É muito comum as pessoas envolvidas em projetos inovadores ficarem presas nessa fase, muitas vezes por estarem à espera da aprovação vinda de alguma outra pessoa. Uma pessoa que não existe.

A única pessoa capaz de aprovar sua disposição para assumir riscos é você e o que mais impede isso é o autodescrédito.

Veja bem, até 1954, todos achavam que percorrer mais de 1.500 metros em quatro minutos era o limite físico do corpo humano.

Contudo, quando o estudante de medicina inglês, Roger Bannister, quebrou o recorde mundial, também rompeu uma barreira psicológica.

No final de 1957, 16 outros corredores haviam repetido a façanha Não espere pela aprovação dos outros, em vez disso, olhe para dentro de você.

Rottenberg conta que pegou um táxi em Buenos Aires e, conversando com o motorista descobriu que ele era engenheiro, mas não conseguia emprego na área.

Aí então, ela sugeriu que ele abrisse uma empresa.

“Você quer dizer um empresário”, ele disse com desdém, referindo-se à palavra em espanhol que designa o dono de uma grande corporação.

Assim a autora percebeu que não existia um movimento empreendedor no país e que era necessário ajudar empreendedores de todo o mundo a começarem ou ampliarem seus negócios.

Empreendendo de forma louca

Rottenberg aprendeu que ser chamado de louco é um elogio após pedir 200 mil dólares para um investidor e ser xingada, em outro idioma, por isso.

A história é a seguinte: ela estava face a face com uma pessoa conhecida por sua ousadia no mundo dos negócios e precisava do aporte financeiro dele para tocar seus projetos.

Quando ela pediu a quantia desejada, essa pessoa virou para o próprio assistente e perguntou, em espanhol, se aquela mulher, no caso Rottenberg, estava louca.

Felizmente, a resposta estava na ponta da língua.

“Estou muito decepcionada. Não esperava ouvir isso do homem que entrou no escritório de um bilionário e saiu com um crédito de US$ 10 milhões. Você tem sorte por eu ter pedido apenas US$ 200 mil!”, disse disse ela.

O resultado foi o esperado. O dinheiro estava na conta.

Isso quer dizer que se você não for chamado de louco quando propuser algo novo, talvez não esteja pensando com ambição suficiente.

Escolhendo os riscos

Você deve decidir o quanto está disposto a arriscar, desenvolver um protótipo, identificar o mercado-alvo e sair em busca de apoiadores.

Se o primeiro passo para se tornar um empreendedor envolve a atenção à atitude mental, essa etapa posterior está relacionada ao gerenciamento de risco. Especificamente, trata-se de “tornar os riscos menos arriscados”.

Você deve ter atenção ao diferenciar os riscos inteligentes dos totalmente desnecessários e existem algumas estratégias para facilitar isso.

Depois que você teve sua ideia e está convencido de que vai dar certo, até onde deve ir? A resposta mais plausível é apostar o suficiente para marcar presença, entrar no jogo do mercado e principalmente, não comprometer uma soma elevada de dinheiro.

Quando você tem um produto minimamente viável na mão, como fazer para testar sua viabilidade? Nesse momento, a melhor maneira de se destacar da multidão é seguir o que ela diz.

Rottenberg chama de “artes sombrias do empreendedorismo” técnicas que tratam de perseguição de concorrentes, clientes, aliados e tomadores de decisão para sustentar seu negócio.

No conjunto, as técnicas de ir à luta e perseguir, seguir a multidão, montar protótipos e apostar apenas algumas galinhas de cada vez destaca um tema mais amplo que atinge quem começa a empreender, o que parece ser um processo difícil visto de fora pode ser fragmentado em etapas menos assustadoras.

Superando obstáculos

Superar o fracasso é mais importante do que lidar com o sucesso.

Isso foi o que o desenhista Walt Disney aprendeu no século passado ao criar um dos ícones de seu negócio, Mickey Mouse, em um momento de caos e desespero na sua carreira.

Em seguida, ele chegou à conclusão de que trabalhava melhor quando as coisas iam mal do que quando estavam às mil maravilhas e é por isso que ele se destacou como um grande empreendedor.

Isso significa que você deve aprender a lidar com os obstáculos porque eles sempre existirão.

Não importa de que maneira você lida com os riscos, no final vai dar com a cara na parede.

E, se você não se chocar contra ela, alguma força externa irá arremessá-lo nessa direção, ou seja, lidar com momentos de instabilidade é um dos grandes desafios que você tem que superar diariamente.

Quando a Endeavor entrevistou 200 empreendedores a fim de identificar seus pontos fortes e fracos, o aspecto positivo mais citado foi “a capacidade de enxergar oportunidades onde os outros veem obstáculos”.

Candace fundou a Mothers Against Drunk Driving, uma das principais organizações dos Estados Unidos no combate ao consumo de álcool no trânsito, após um motorista bêbado ter jogado o carro em direção à sua filha e a matado.

A Michael J. Fox Foundation for Parkinson’s Research, que já arrecadou mais de US$ 400 milhões para ajudar pessoas que sofrem com mal de Parkison, foi fundada após Michael passar oito anos escondendo a doença.

O Happy Hearts Fund, que já construiu mais de 70 escolas em países vitimados por desastres naturais, é resultado do trabalho social da supermodelo Petra Nemcova, que perdeu o noivo em um tsunami na Tailândia.

Essas pessoas se viram em situações terríveis para as quais não havia solução a não ser tomar a iniciativa de ajudar os outros a prevenir ou a enfrentar desgraças semelhantes.

Os infortúnios externos muitas vezes afetam de uma maneira diferente os empreendedores que atuam em busca de lucro.

Nessa hora, seu QI empreendedor é submetido a um teste e, provavelmente, os desprevenidos ficam mais conservadores, e os mais ágeis recorrem à criatividade.

Vencendo medos em épocas instáveis

Quando os mercados entram em colapso, a tentação é recuar, proteger os ativos e esperar a tempestade passar.

Em algumas situações convém mesmo dar um passo para trás e preservar os recursos para retomar o crescimento mais tarde.

Mas, sempre que possível, resista a essa tentação. Algumas das marcas mais tradicionais dos Estados Unidos nasceram em tempos difíceis, como Hyatt, Revlon, IHOP, Burger King, Sports Illustrated, CNN e MTV.

A instabilidade pode favorecer os negócios de duas maneiras.

Primeiro por ser bom momento para contratar, já que muitas pessoas talentosas costumam ser demitidas de grandes empresas em época de crise e, consequentemente, ficam mais propensas a considerar as carreiras menos tradicionais, ainda que seja para ganhar menos.

Segundo porque períodos de instabilidade proporcionam uma boa chance para aproveitar as oportunidades.

No fim da década de 80, Joanne Rowling trabalhava na Anistia Internacional investigando violações aos direitos humanos, mas, na verdade, passava boa parte do expediente escrevendo em segredo uma série de histórias de fantasia.

Obviamente, ela foi demitida.

Em seguida, conseguiu um emprego como secretária na Câmara de Comércio de Manchester e, segundo definição própria, era a pior secretária do mundo.

Nessa ocupação, Joanne também passava os dias inventando personagens. Seus empregadores também se cansaram e a demitiram.

Pouco tempo depois, no meio de uma viagem de trem entre Manchester e Londres, um pensamento surgiu: e se um garoto embarcasse em um trem que permitisse escapar do tedioso mundo dos adultos e o levasse para um lugar onde fosse muito poderoso?

Quando chegou na estação, ela já tinha esboçado vários livros contando as aventuras de Harry Potter.

Como empreendedora-borboleta, daquelas que são o próprio negócio, Joanne aprendeu a lidar com situações insatisfatórias e não abalar seu projeto com isso, tornando-se uma das mulheres mais ricas do mundo.

Admitindo seus erros

Às vezes, o caos que você enfrenta como empreendedor não está fora do seu controle, mas consiste em uma crise que você mesmo provocou por meio da escolha de uma estratégia errada ou de uma execução incorreta.

Mas, tudo bem. É normal cometer erros. A parte difícil é enxergá-los e admiti-los.

Todos os empreendedores enfrentam contratempos que fogem a seu controle. Se a causa do problema for interna, aja de forma honesta e sincera e demonstre arrependimento. Depois, volte ao trabalho.

Veja a história de Leon Leonwood Bean, que vendeu cem pares de sapatos para caçadores nos Estados Unidos e teve 90% deles devolvidos.

Como o esperado, Bean também devolveu o dinheiro dos compradores, mas não fez apenas isso. Ele fabricou novos sapatos e os deu para aqueles que apostaram no seu produto inicialmente. Logo, as encomendas multiplicaram e a loja se tornou a primeira varejista do Maine.

Bean não só admitiu seus erros, como também visualizou uma alternativa para consertá-los. Leve essa história para sua vida.

Fazendo seu empreendimento crescer

Agora que você conhece algumas histórias de quem começou a empreender e viu algumas dicas sobre essa fase inicial, é ideal que você saiba como fazer seu negócio se desenvolver.

Antes disso, você também deve saber que foi comum para Endeavor, em todos os anos de mercado, ver os empreendedores frequentemente tropeçando nos mesmos obstáculos.

Para ajudá-los a identificar seus aspectos positivos e negativos, a empresa criou um sistema que determina quatro tipos de personalidades dominantes nos empreendedores.

Esse sistema é mais voltado para a área de atuação, personalidade e à fase de crescimento da empresa.

A classificação é importante porque quanto mais você souber sobre seus instintos, mais eficaz será sua atuação profissional. Veja as categorias.

Diamantes

Sonhadores visionários que comandam empreendimentos revolucionários, como Steve Jobs e Mark Zuckerberg. São aqueles que têm sucesso rapidamente ou então fracassam depressa.

Como acontece em cada perfil, são identificadas as questões chaves que os empreendedores devem fazer a si mesmos para questionar a eficiência da sua atuação.

No caso dos diamantes, essas questões são:

  • Existe uma ideia, produto ou serviço ousado o bastante a ponto de configurar uma vantagem para a empresa?
  • Você tende a permanecer nesse empreendimento ou corre o risco de partir rumo a novos desafios assim que surgir uma oportunidade?
  • É uma pessoa aberta a comentários e a críticas?
  • Costuma dividir os méritos?

Um empreendedor diamante nem sempre é o melhor amigo de seus colaboradores e também por isso deve trabalhar a partir dessas reflexões.

Se você se identifica com essa categoria, é de suma importância que aprenda a ouvir, dividir o sucesso e reconhecer que, às vezes, o cliente tem a razão.

Estrelas

São pessoas carismáticas que transformam seu nome em marcas, como Oprah Winfrey, Giorgio Armani e Jay-Z.

Os empreendedores desse grupo são dinâmicos lançadores de tendências e donos de grande personalidade capazes de inspirar profunda lealdade de diversos públicos.

Eles sabem de maneira instintiva o que está no ar e estão dois passos à frente de todo o mundo.

Os estrelas transformam-se em fonte de orgulho para suas comunidades, grupos e países.

Quando conseguem alcançar o sucesso, podem conquistar presença mundial, mas em geral são um espetáculo de um artista só, mudam de ideia com frequência e podem ser indisciplinados quando a questão envolve tempo ou dinheiro.

Empreendedores desse tipo enfrentam desafios sérios na hora de crescer e por isso devem levar as seguintes reflexões a diante:

  • A ideia tem potencial para ir além do carisma do empreendedor? Trata-se de um culto à personalidade ou de um show de um homem/mulher só?
  • A fama da marca é forte o suficiente para que os consumidores paguem mais pelo produto ou pela experiência?
  • Sabe lidar com dados e análises e não apenas com marketing, criatividade e visão artística?
  • Tem o que é preciso para construir uma grande organização que vá além de uma grande marca?

Para se ter sucesso nesse perfil, você deve seguir o planejamento na íntegra e ter um grupo de promotores externos e internos com habilidades complementares, mais analíticos e rigorosos.

Transformadores

São aqueles que promovem mudanças ao transformar setores tradicionais, como Ray Kroc e Howard Schultz.

Em geral, atuam em setores menos inovadores, mas ainda assim desejam revolucionar suas empresas ou causas por meio da modernização.

Para este perfil, as reflexões mais importantes são:

  • A “transformação” que propõem é genuína ou apenas fachada?
  • A missão de “mudar o mundo” se apoia em um modelo de negócios sólido?
  • Consegue superar os obstáculos tradicionais que afetam seu setor de atuação?
  • Será que a missão terá de ser abortada, a fim de garantir a iniciativa? Será que, para vender mais, será preciso liquidar tudo?

Os transformadores podem ter o poder de promover revoluções, mas seu sucesso muitas vezes se baseia em vantagens temporárias ou na ação direta do fundador do empreendimento.

Quando esses fatores deixam de atuar, em geral, as mudanças perdem fôlego.

Com isso em mente, os empreendedores do grupo dos transformadores devem estar atentos para defender suas inovações, no que se refere aos custos e riscos envolvidos.

Além disso, devem preparar a equipe para rebater eventuais críticas; verificar se seu modelo de negócio é tão consistente quanto sua missão e não subestimar os números.

Foguetes

São pensadores analíticos e autores de melhorias estratégicas, como Jeff Bezos, Bill Gates, Michael Dell e Mike Bloomberg.

Os empreendedores desse grupo são pensadores aguçados que mantêm um foco preciso nas métricas para acelerar o crescimento e a mudança.

São hábeis na avaliação e na correção de problemas, com um viés implacável para a eficiência.

Têm o objetivo de melhorar todos os elementos de seus empreendimentos, tornando-os mais baratos, mais ágeis e melhores.

Também é comum que esses empreendedores tenham formação em áreas como a matemática, ciências, sistemas ou administração de empresas e usem sua mente analítica para definir com clareza os objetivos e fórmulas de obtenção de sucesso.

São os cientistas do mundo empreendedor e devem estar atentos aos seguintes questionamentos.

  • Ter confiança é uma coisa, mas possuí-la em excesso é outra. Será que o empreendedor tem abertura para ouvir um feedback crítico?
  • Mexer nas aparências pode ser bom, mas existe um diferencial de verdade em relação ao que já existe?
  • Em sua corrida inexorável rumo à eficiência, o empreendedor lembra de deixar espaço suficiente para a criatividade, a paixão e, ocasionalmente, para alguma ideia nova, surgida da intuição e não das planilhas?
  • Será que um foco inflexível na satisfação do cliente precisa custar a satisfação dos colaboradores? Será que esses empreendedores conseguem mobilizar suas tropas?

Já as principais orientações para esse grupo são o contrário do grupo anterior.

Dessa vez, é importante que esses empreendedores não se limitem aos resultados numéricos e deixem a criatividade fluir.

Para você usufruir dos ensinamentos dessa classificação é preciso, novamente, olhar para dentro.

Identifique aquilo no que você se sai bem, e os aspectos que precisam ser aperfeiçoados e invista no que tem de melhor.

O primeiro passo para crescer consiste em conhecer a si mesmo.

Escrevendo num quadro branco

Rottenberg decidiu abrir mão dos bloquinhos de papel e canetas e passou a investir em um quadro branco para registrar as ideias e obrigações.

O quadro fica na sua sala e, às vezes, até é usado para brainstorm, mas sua melhor função é lembrar as lições que os empreendedores não podem esquecer em momento de desânimo.

A primeira lição é fechar as portas.

Não do empreendimento que está começando, mas sim as portas dos velhos projetos ou empregos, que garantem processo de proteção que deve chegar ao fim.

Quando os fundadores não se mostram dispostos a desistir de outros projetos para entrar com tudo no novo empreendimento, esse é um sinal de alerta.

Muitas vezes, a relutância em cortar o cordão umbilical tem origens financeiras. Todo mundo precisa de dinheiro e isso é compreensível no início do projeto.

Não é o caso de apostar tudo no primeiro dia, mas, uma vez que o projeto começou e já caminha, a falta de disposição para se comprometer em tempo integral pode se transformar em um impedimento.

Lembre-se de que não se pode almejar o crescimento sem aceitar que é preciso correr alguns riscos.

Uma pesquisa da Endeavor apontou os empreendedores que apresentavam os melhores e os piores resultados a fim de identificar alguns traços comuns entre os integrantes dos dois grupos.

Eis a descoberta: três quartos tinham iniciado o empreendimento ao lado de um sócio e 70% desses sócios eram pessoas próximas, como um grande amigo, familiar, cônjuge ou agregado à família.

Geralmente, as coisas começam às mil maravilhas e essa felicidade dura até o surgimento dos primeiros problemas.

Aí surgem dificuldades financeiras, desacordo de pensamentos e outros problemas que pegam carona.

Por isso, o primeiro item no quadro de Rottenberg é: demita sua sogra.

Pode parecer uma medida drástica, mas há maneiras de fazer isso com alguma elegância. As adote e desenlace sua empresa de vínculos afetivos.

A próxima lição do quadro é inovar nas pequenas coisas.

Não se preocupe em ter ideias brilhantes que vão transformar o mundo em um piscar de olhos. Apenas inove nos detalhes.

Empreendedores de sucesso não criam o Google, mas sim um mecanismo de busca mais direcionado e capaz de servir a um mercado ou espaço até então despercebido.

Dois terços dos empreendedores da rede da Endeavor começaram a partir de inovações minúsculas.

E essa técnica tem diversos benefícios: reduz os riscos ao começar de um modelo de negócios já testado; reduz custos ao fazer pequenas adaptações em vez de movimentos grandiosos e, além disso, funciona.

Embora a mini-inovação seja valiosa na etapa das startups, pode ser ainda mais preciosa na fase do crescimento da operação.

Mas nem sempre um movimento ousado é a melhor saída para seu caso: às vezes, um pequeno ajuste basta para solucionar o problema.

Em 2010, Sugianto Tandio assumiu a fábrica de produtos plásticos que pertencia à família de sua mulher, que durante quatro décadas produziu embalagens flexíveis.

Entretanto, Sugianto tinha outros planos: a inovação eco-friendly.

A prata da casa era um polímero plástico feito de tapioca, que seria o primeiro bioplástico certificado em todo o mundo.

Além da vantagem de melhorar o ambiente, tinha o benefício adicional de proporcionar um meio de subsistência para produtores locais.

Os varejistas adoraram e os produtos plásticos conquistaram 90% do mercado local.

Quando Sugianto se candidatou para ser um empreendedor da rede da Endeavor, estava construindo uma empresa com forte orientação ecológica, contudo, os especialistas identificaram uma falha.

Havia modelos de negócios e produtos demais. O empreendedor passava muito tempo falando sobre a produção de canetas com logotipos, o que constitui uma atividade totalmente diferente. Estava faltando foco.

Quando ele perguntou se havia alguma recomendação em especial a um dos consultores da Endeavor a resposta foi “largue as canetas!”.

Já o próximo ensinamento da autora volta-se para a cautela: pense alto, mas atue com cuidado.

Em dezembro de 2012, o colunista da revista Slate, Farhad Manjoo, escreveu um artigo no qual chamava o moletom com capuz produzido pela American Giant, uma empresa com sede em São Francisco, como a melhor hoodie já produzida.

O depoimento se tornou viral e logo as prateleiras ficaram vazias.

Que bela história de um sucesso merecido, certo?

Mais ou menos. A empresa não conseguiu administrar a demanda e as prateleiras continuaram vazias pelos próximos seis meses.

O constrangimento ficou ainda maior porque Winthrop, antes de montar a American Giant, era considerado um especialista em crescimento empresarial.

Sonhar com grandeza é admirável, mas se você não dá conta de funcionar sendo pequeno, não espere que seu sonho vire realidade.

A última lição tem um título polêmico para os ambientalistas. Rottenberg ensina que antes de devorar o elefante, você deve dividi-lo em pedaços mastigáveis.

Isso porque o empreendedorismo é pensado como algo grande, assustador, formado por desgastantes testes de fé e por cruciais momentos de ruptura. Na realidade, é bem diferente.

Trata-se de fortalecer suas emoções para entender o status quo, depois de controlar as emoções quando os problemas começarem a surgir.

Trata-se de tomar iniciativas corajosas para desestabilizar o mundo, fazendo isso por meio de uma série de movimentos consistentes e que não irão desequilibrar quem empreende.

Trata-se, ao mesmo tempo, de aceitar riscos e saber contê-los.

Refere-se a atingir sonhos ousados por meio de passos cautelosos.

Liderando

Depois de ter sido chamada de louca, Rottenberg foi “demitida” pela própria assistente por esquecer de assinar a folha de pagamento dos seus colaboradores.

Um dos motivos desse esquecimento foi encarar esses colaboradores não como seus funcionários, mas como colegas de trabalho.

Contudo, Rottenberg tinha que entender que não era apenas a fundadora, uma colega de trabalho ou uma empreendedora: também era uma líder.

E era melhor aprender a gerir ou corria o risco de ficar sem equipe para liderar.

E foi comum, durante todos os anos de Endeavor, ver líderes deixando de atuar como era o mínimo esperado pela equipe.

O que, na verdade, esses empreendedores precisam ter é agilidade, acessibilidade, consciência e autenticidade.

Agilidade

Ser ágil no que diz respeito aos processos de trabalhos das empresas.

Trabalhar com ideias que fluem não fluíam de cima abaixo, mas que se infiltravam a partir da base.

Um modelo ágil, faz com que profissionais se reúnam em pequenos grupos e tenham a liberdade para experimentar e chegar a um sucesso rapidamente.

Acessibilidade

Ser acessível é importante porque os líderes não podem mais se acomodar em suas cadeiras e esperar que os problemas cheguem até eles.

Os empreendedores precisam tomar a iniciativa e envolver os colaboradores de todos os níveis.

Ser acessível é estabelecer diálogo e ser transparente.

É conversar frequentemente com todos sobre os processos da empresa.

Geralmente as redes sociais podem ajudar com isso. Afinal, ninguém merece uma reunião que poderia ter sido um e-mail.

Consciente

Empreendedores precisam ser mais Clark Kent do que Super-Homem.

Precisam lembrar de seus desafios e necessidades, não só das conquistas e sucesso.

Líderes precisam se mostrar bem mais abertos às próprias limitações e assertivos quanto a assumir responsabilidades.

Precisam estar conscientes disso.

Em outras palavras, líderes eficientes são menos super e mais humanos.

Deixou cair uma tigela de sopa sobre o cliente? Ofereça-se para pagar a lavagem a seco.

Cometeu um erro? Nunca procure uma desculpa. Diga que lamenta muito o que aconteceu, mas jamais diga que “hoje faltaram alguns colaboradores”.

Alguma coisa saiu errada durante a refeição? Peça que a cozinha prepare uma sobremesa extra ou uma bebida, a título de cortesia da casa.

Nos dias atuais, liderar não se limita a transmitir uma imagem positiva, mas também envolve a forma de reação quando as coisas não vão bem.

Afinal, nem o Super-Homem é um super-herói o tempo todo. Valorize o Clark Kent que existe dentro de você.

Autenticidade

A recomendação final para um líder empreendedor pode ser a mais desafiadora e também a mais importante de todas.

Aprenda a se expor. Permita-se ser vulnerável. Seja autêntico.

Mostre como você é e deixe claro que precisa das outras pessoas.

Nenhuma empresa precisa de um líder invencível, com rosto e coração de pedra, mas sim de alguém que seja capaz de gerar identificação com os colaboradores em algum momento.

Deixe os bustos de bronze e de mármore para os Césares, Lincolns e Pattons. Os líderes de hoje precisam mostrar uma extensão emocional bem mais ampla.

Confiando em mentores

Primeiro é importante você entender que mentores não são seus protetores ou têm como principal ocupação protegê-lo dos danos.

Quem está começando precisa de um conjunto diferente de mentores, de acordo com cada configuração específica de desafios que surgirem à sua frente.

O modelo correto de abordagem é o 360 graus, onde um círculo de conselheiros é capaz de dar uma combinação alterada de afeto verdadeiro, aconselhamento procedente, insights originais e direção clara.

Não importa se você está começando seu processo de expansão ou se está apenas dando mais um passo, procure o orientador adequado para cada nova etapa do seu empreendimento.

Os mentores também não precisam ser necessariamente mais velhos e cheios de experiências.

Eles apenas devem ter passado pela situação que você está vivenciando agora e adquirido algum conhecimento valioso em relação a isso.

Em vez de apenas olhar alguns degraus acima em busca de alguém capaz de “puxá-lo”, tente voltar seu olhar para qualquer lugar onde possa haver alguém capaz de oferecer o suave impulso de que você necessita.

Voltando para casa

A liderança, por mais árdua que seja, pode se revelar o lado mais fácil da equação, pois pelo menos você pode controlar seu próprio comportamento.

A criação de um ambiente que libera os instintos empreendedores de sua força de trabalho, uma visão de mundo que poderíamos chamar de “empregadorismo”, é a parte mais árdua.

Por isso, é ideal que você transforme o ambiente de trabalho de sua empresa em um local mais empreendedor.

Caso contrário, você assistirá à partida de seus colaboradores rumo à fundação de seus próprios empreendimentos.

A maioria das empresas não se dedica o bastante quando o assunto é motivar suas equipes e apenas aumentar o salário não é o suficiente.

Durante anos de pesquisa, a Endeavor descobriu que a existência de estruturas hierárquicas, comunicação aberta, espaço para que os colaboradores apresentem suas ideias e criativos sistemas de recompensas são os melhores meio de manter a felicidade profissional da equipe dentro da empresa.

Como declarou um empreendedor digital do Líbano, “no final das contas, o incentivo monetário é interessante, mas é preciso considerar as necessidades emocionais dos indivíduos. É preciso fazer que as pessoas se sintam parte de algo maior”.

A afirmação é o que Rottenberg gosta de chamar patrimônio psíquico.

Além disso, outro fator importante na “organização da casa” é a cultura.

Veja o exemplo da Zappos, empresa online de roupas e sapatos, onde os trabalhadores são chamados de zapponians e o período anual de descanso recebe o nome de zolidays.

A empresa também lança o Zappos Culture Book, publicação criada pelos colaboradores anualmente.

A Zappos também paga para os trabalhadores que, na primeira semana, desejam ir embora por não se encaixar na cultura da empresa.

Este case mostra a importância não só de deixar seus colaboradores felizes, como também se certificar se eles têm a ver com a sua empresa antes de contratá-los.

Caso contrário, você terá que saber lidar com um novo problema.

Aprendendo a demitir

Mesmo fora da empresa, um colaborador, de alguma maneira, ainda é porta-voz dela. Então, tome cuidado na hora da demissão.

Só porque você tomou uma decisão rápida de demitir alguém não significa que a pessoa precisa desaparecer da sua frente.

Você pode permitir que ela use seu escritório para procurar trabalho ou se oferecer para ser uma referência.

Pode ainda deixar que o próprio colaborador informe as outras pessoas sobre a demissão.

Qualquer pessoa que você demitir não vai sair agradecendo sua iniciativa, mas se você soube agir de forma correta, elas também não sairão atirando por aí.

Entretanto, antes de ter a certeza de que você quer demitir um colaborador, pense sobre a validade do trabalho e reflita se não é possível que algo da sua empresa esteja antiquado demais a ponto de perder um potencial talento.

Às vezes, é necessário pensar como um millenium.

Organizando sua estação de trabalho

Coloque fotos dos seus filhos na sua mesa.

Mostre a seus colaboradores que eles devem ter uma vida para além do trabalho, que os motive estar lá diariamente e dê um bom exemplo.

Afinal, quem gosta de trabalhar para alguém que não tem vida própria, que não é feliz e que, provavelmente, não os compreende?

Você deve ter um equilíbrio sadio entre a vida pessoal e profissional e incitar o mesmo da sua equipe.

Em um estudo feito pela Endeavor, as três principais razões apontadas por profissionais para deixarem seus cargos corporativos e iniciarem suas próprias empresas eram:

  • a necessidade de mais flexibilidade;
  • as limitações “invisíveis” para sua ascensão profissional;
  • a insatisfação com seu ambiente de trabalho.

Um aspecto que eles condenavam, acima de tudo, no emprego que estavam abandonando: as empresas faziam as profissionais que eram mães se sentirem funcionárias de segunda classe.

Pense que até recentemente as empresas projetavam ambientes de trabalho específicos para atender às suas necessidades e os colaboradores eram obrigados a se adaptarem.

Hoje, em parte por causa de uma nova geração de startups preocupada com as demandas dos colaboradores, as empresas estão começando a priorizar as necessidades de seus trabalhadores e a adaptar seus ambientes de trabalho para atendê-los.

As mais inteligentes estão percebendo que a liderança não é o único fator decisivo para o bom funcionamento da empresa. É preciso mais do que isso.

É preciso de que colaboradores tenham um olhar de dono. É preciso começar o “empregadorismo” na sua empresa.

Notas Finais

Linda Rottenberg traz reflexões sobre o empreendedorismo, mostrando como sua empresa, a Endeavor, sistematizou processos, categorias e ensinamentos sobre o assunto.

Agora que você já sabe como a Endeavor qualifica seus líderes, que tal dar o próximo passo na carreira?

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Quem escreveu o livro?

Linda Rottenberg está entre as 100 mulheres mais inovadoras do século 21, segundo a revista Time, e é uma das maiores especialistas do mundo em empreendedorismo, oportunidades de negócio em mercados emergentes e liderança inovadora para a... (Leia mais)

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