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Este microbook é uma resenha crítica da obra: Building a second brain
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 978-65-5564-662-7
Editora: GMT
Você já deve ter tentado se lembrar de algo que estava na ponta da língua, mas que, quando tentou se recordar, não conseguiu. Pode ter sido no meio de uma discussão importante, quando iria encontrar o argumento que validaria seu ponto. Ou no momento em que estava para expressar ao seu chefe uma ideia brilhante que teve ao dirigir para o trabalho.
Essa dificuldade é fruto da sobrecarga de informações. Somos bombardeados por dicas, livros, textos, podcasts e vídeos. É mais do que podemos absorver. As ideias estão passando batido. Passamos horas ouvindo pessoas dando conselhos e deixamos boa parte do conhecimento para trás. Viramos acumuladores de informações em excesso e embarcamos em uma espiral de ansiedade.
O problema é que os conteúdos são realmente importantes. O livro de negócios tem sacadas genuinamente úteis. O podcast tem uma informação que pode mudar sua carreira. Só que não agora. Esse é o dilema. A maior parte das informações que consumimos não tem uso imediato, mas pode resolver a vida do nosso “eu” do futuro.
Para que você possa aproveitar as informações, precisa descobrir uma forma de empacotá-las para que envie ao seu eu do futuro. Para isso, deve ter um banco de conhecimento exclusivamente seu. Assim, quando a oportunidade surgir, vai ter acesso à sabedoria que precisa. Tudo começa no ato simples de anotar.
Esse é o primeiro passo do sistema do “Segundo Cérebro”. Ele funciona para que você possa encontrar, em poucos segundos, algo que tenha aprendido. É como um cérebro digital auxiliar. Aqui, seu conhecimento passa a servir às suas metas, ajudar na carreira e contribuir para economizar tempo. É uma forma de usar a tecnologia como uma ferramenta para pensar.
A riqueza de dados não é uma coisa boa. O conhecimento consome a atenção dos destinatários. Por isso, excesso de informações é sinônimo de pobreza de atenção. Há profissionais que gastam até 76 horas por ano só buscando anotações e arquivos.
O Segundo Cérebro serve para materializar sacadas, revelar novas associações, aguçar suas perspectivas e incubar o conhecimento com o tempo. Esse é o fundamento da criatividade, a arte de conectar ideias que não pareciam originalmente ligadas.
A principal utilidade da sua mente é ter ideias, não guardá-las. Isso fundamenta a importância do Segundo Cérebro. Sua base é o método CODE, que significa “Capturar, Organizar, Destilar e Expressar”. Cada uma dessas palavras é uma etapa no método de criação da sua mente digital.
Ele funciona independentemente do seu app de notas, seguindo a sequência:
O primeiro passo é “Capturar”. O mundo é abundante em informações. Elas podem ser externas, como imagens, notas, artigos e posts. Também podem ser internas, como lembranças, reflexões e insights. Capture essas informações. Adicione o artigo aos favoritos. Coloque o post na sua lista de leitura.
Tire um print de uma frase relevante. Grave uma nota de voz rápida quando tiver alguma sacada. Aqui, vale ter o cuidado para não capturar as coisas erradas. Às vezes, salvamos algo só porque achamos relevante, ainda que não tenhamos nenhuma conexão significativa com aquilo. Escolha só o que desperta alguma coisa em você.
Pense no que guarda como um “ativo de conhecimento”. Não é só informação aleatória, mas ideias economizadoras de tempo, inspiradoras, transformadoras ou lucrativas. Um ativo cristaliza tudo o que você aprendeu de uma forma concreta. Ele pode estar em qualquer lugar, desde sua caixa de entrada no email até nos seus arquivos na nuvem.
Outro cuidado que você precisa tomar é centralizar o conhecimento que guarda. Existem várias ferramentas digitais para isso. Não adianta só tirar um print da tela ou fazer um destaque no seu e-reader de preferência. Pense nas ferramentas como terminações, que precisam se conectar no sistema nervoso do segundo cérebro.
Aqui, você pode usar um app de notas digitais. Quando tirar um print de um artigo relevante, exporte para suas notas. Faça isso com todas as outras formas de guardar ativos de conhecimento. Caso se sinta sobrecarregado com a quantidade de informações que capturou, crie um critério de filtragem.
A dica do autor é seguir a ideia do prêmio Nobel Richard Feynman. Ele escrevia uma lista de problemas centrais que queria responder. Sempre que achava uma informação relevante, procurava uma relação dela com as várias questões. Assim, encontrava soluções nos lugares menos esperados.
Selecione as questões centrais enquanto cria sua biblioteca pessoal de ativos. Dê mais valor para o que parece urgente. O autor guarda, em média, dois ativos por dia. Isso significa que, de todas as ideias que tem durante 24 horas, prioriza só duas. O passo seguinte é “Organizar”. Aqui, a inspiração é o “efeito catedral”.
É o efeito do ambiente sobre as ideias. Quando estamos em uma igreja clássica que invoca a grandeza do céu, tendemos a pensar mais abstratamente. Por outro lado, se estivermos em uma sala de concreto baixo, como uma oficina, nosso raciocínio pende para o lado tangível.
O mesmo vale para o mundo digital. Pense que os ativos são os blocos sobre os quais você vai construir o segundo cérebro. Faça uma “catedral de ativos”, na qual vai ter pensamentos inspiradores. Se guardar de qualquer jeito, as informações vão parecer muito menos inspiradoras. Você passa a enfrentar mais sobrecarga de dados.
Já passamos da metade do microbook e o autor fala sobre a importância da arquitetura da catedral. Embora o instinto queira organizar os ativos por categorias, nem sempre é uma boa ideia. Organize-os como em uma cozinha, não uma biblioteca. As cozinhas funcionam por eficiência. As panelas ficam próximas do fogão, o escorredor de pratos está perto da pia e por aí vai.
Se organizasse sua cozinha em categorias de alimentos, não iria dar certo. Aqui, o autor apresenta outra técnica. É a “PARA”, que significa Projetos, Áreas, Recursos e Arquivos. São essas quatro categorias do segundo cérebro, nos quais você pode pôr seus ativos de conhecimento.
Funcionam a partir de:
Dessas categorias, a de projetos tende a ser a mais usada, enquanto a de arquivos a menos.
Em vez de passar infinitas horas organizando seu material digital, o PARA revela como classificá-los rapidamente. Isso acontece seguindo a lógica dos seus objetivos, aquilo que realmente importa. É também uma forma de frear a tentação de ser perfeccionista e tratar o processo como um fim em si mesmo.
Você não precisa classificar os itens assim que os guardou. Espere até ter um bom número de ativos. O tempo é útil na hora de filtrar aquilo que foi colhido. Depois, não deixe de limpar o espaço de trabalho digital. Arquive tudo que não for útil.
Revirar uma quantidade grande de material dá trabalho, mas importa na criação de um segundo cérebro eficiente. Deixe o espaço limpo. Depois, faça um balanço. Veja quantos projetos estão em andamento. A partir daí, você pode usar recursos para categorizá-los, como pastas, etiquetas ou marcadores.
Às vezes, acordamos no meio da noite com o que parece ser uma ideia incrível. Então, anotamos e voltamos a dormir. Quando você vai ver, o que escreveu não faz o menor sentido. Tenha em mente que não vale só salvar uma informação, mas fazê-lo de forma que seja acessível na próxima vez que for lê-la.
Quanto maior o número de informações que guarda, menos detectáveis se tornam. A próxima etapa do método CODE é “Destilar”. Isso significa extrair o que é mais importante. Não adianta só salvar um texto que chamou sua atenção para lê-lo novamente. Procure ler e destacar os principais trechos.
Depois, separe as ideias-chave e crie um bom resumo. Foque em poucas frases. Deixe-o curto. Ao destilar, não resuma o artigo todo, mas as partes mais importantes. Embora leve tempo, no fim, economiza mais do que gasta. O autor cita o diretor Ken Burns como um exemplo de destilador. Em seus filmes, só uma a cada 50 horas de filmagem chega ao público final.
Reserve alguns minutos do seu dia para destilar. Leia um artigo que salvou como ativo de conhecimento. Em seguida, destaque os trechos mais importantes e as ideias mais chamativas. Por fim, faça um resumo. Exercite isso para ver como sua organização de informações vai melhorar.
Outro exemplo que o autor cita é o método do cineasta Francis Ford Coppola. Para produzir “O Poderoso Chefão”, o cineasta destilou o livro que daria origem ao filme. Ele anotou em um fichário as partes que repercutiam nele, sendo o ponto de partida para as cenas.
Sua versão destilada da história seria ainda mais reduzida. Ele se esforçou para capturar a essência de cada cena em só uma frase. A obra original de várias páginas se reduziu aos poucos diálogos que simbolizavam o essencial. Eles fundamentaram seu sucesso no público e na crítica.
A última etapa do método CODE é “Expressar”. Aqui, você já capturou, organizou e destilou as informações. É hora de tirar as informações do papel. Todas as etapas anteriores se voltam ao propósito de compartilhar as ideias, as informações e as histórias com os outros.
Ideias sem uso não fazem diferença. A informação só se torna conhecimento quando vai para a prática. Só o que dá resultados importa. Antes, não passa de teoria. Expresse suas ideias para as pessoas, coloque-as nas entregas do trabalho e use-as para resolver problemas. Aqui, o truque é dividir seu ativo em vários. Se você ainda não tem certeza de que uma ideia funciona, fracione-a.
Divida em várias partes. Assim, pode expressar e testar uma coisa por vez e ver o feedback das pessoas. Pôr em prática um conceito aos poucos já é uma prática comum em vários mercados, como o da TV. Uma série, por exemplo, costuma começar com um episódio piloto. Caso ele não dê certo, os outros não vão para o ar.
Quando você testa seu ativo de conhecimento sem pressa, é possível pedir feedback de forma antecipada, com mais frequência. Assim, caso queira mudar a rota, pode aproveitar a ideia.
Uma dica é marcar seus ativos com etiquetas. Então, você pode revisitá-los quando quiser retomar uma ideia ou testar algo novo reaproveitando sacadas antigas. A etapa de expressar importa porque só é possível compreender algo quando colocamos em prática. Só se sabe o que se faz.
Mas isso não significa que você deva começar a fazer tudo. Uma das regras do autor é só iniciar projetos que já estejam 80% concluídos. Quando você já capturou, organizou e destilou os ativos, corre muito menos risco de começar algo que não vai concluir.
Criando um segundo cérebro é útil principalmente para profissionais criativos e ensina a colher ideias de forma produtiva, para que possamos revisitá-las no futuro. O autor oferece um método para lidar com a overdose de informações que nos expomos ao usar redes sociais ou buscar alguma coisa na internet.
Colher e revisitar ideias de forma organizada pode fazer uma grande diferença na sua vida. Austin Kleon vai além. Ele ensina a criar algo novo copiando e recombinando o método de várias outras pessoas. Confira o “Roube como um artista”, aqui no 12 min.
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É um dos maiores especialistas em produtividade do mundo e já ministrou cursos para milhares de pessoas, ensinando como princípios atemporais e a mais recente tecnologia podem revolucionar a criatividade e a eficiência.... (Leia mais)
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