Como acalmar sua mente - Resenha crítica - Chris Bailey
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Como acalmar sua mente - resenha crítica

Como acalmar sua mente Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Autoajuda & Motivação

Este microbook é uma resenha crítica da obra: How to calm your mind

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-65-5810-141-3

Editora: Benvirá

Resenha crítica

A calma só existe no mundo analógico

Chris Bailey nunca se importou muito com a calma. O foco de seus estudos sempre foi a produtividade. No entanto, as coisas mudaram depois que teve um ataque de pânico ao fazer uma palestra. Ele percebeu que era preciso ser calmo até para que fosse produtivo.

Por isso, transformou a tranquilidade em seu objeto de estudo. Assim, foi registrando o que aprendeu ao longo da jornada. Uma das lições mais importantes é a de que a calma só existe no mundo analógico. Quanto mais tempo passamos fora do mundo digital, mais calmos ficamos. 

Relaxamos mais porque agimos de acordo com a forma com a qual nosso cérebro primitivo foi estruturado. Chris também aprendeu que:

  • a calma é o inverso da ansiedade;
  • a busca frenética pelo sucesso leva ao esgotamento;
  • a calma inclui uma desintoxicação de dopamina, o neurotransmissor da recompensa;
  • o caminho para alcançar a produtividade passa pela calma.

Sua identidade é a soma de histórias

Se você rebobinasse sua vida até o começo, chegaria ao ponto em que sua identidade ainda não estava pronta. Você era apenas uma figura infantil passiva, absorvendo o mundo. Aos poucos, absorveria evidências da vida ao redor para compor quem é.

Sua identidade é a soma de histórias. As que acredita sobre si e as que os outros contam sobre você. Quando crianças, somos um livro em branco. Andamos curiosos, deslumbrados. Ouvimos o que as pessoas dizem sobre nós e acreditamos. Com o tempo, as memórias se acumulam como pistas.

Elas revelam quem acreditamos ser. No entanto, a narrativa do que contam sobre nós pode nos forçar a passar dos limites. Quando algo se torna parte de nossa identidade, perder isso significa perder um pedaço de nós mesmos. Viramos reféns das expectativas. Isso nos põe em um ciclo incessante de busca por autoafirmação.

A mentalidade de realização

Se você rebobinasse sua vida outra vez, veria seu eu mais jovem. Ele provavelmente não se importava muito com produtividade. Também pensava menos no que era esperado de si e vivia com poucas expectativas. Provavelmente, só fazia as coisas porque sentia vontade de fazê-las. Simplesmente vivia. 

Talvez você se dedicasse a fazer cápsulas do tempo, pedalar para lugares novos ou fazer uma muralha com as cadeiras na sala de estar. À medida que progredimos na vida e reunimos responsabilidades, isso muda. Não somos mais tão espontâneos. Deixamos de nos entediar. Entramos em uma corrida de hamsters. 

Estamos sempre em busca da nova conquista. Essa é a mentalidade da realização. Uma vez que comece a corrida para ter sucesso, não queremos mais parar. Essa forma de pensar nos leva a nos esforçar permanentemente por mais. Queremos sempre preencher o tempo com alguma coisa e nos sentimos culpados se o desperdiçamos.

Produtividade é realizar o que propomos

A luta pela produtividade à custa do bem-estar é um problema. No entanto, dentro de certos limites, faz bem ser produtivo. Você não precisa ser um robô viciado em realizar tarefas. Produtividade não é nada mais do que realizar o que nos propomos. Seja responder emails seja relaxar em um passeio no parque.

Se você se propõe a fazer algo e depois o faz, foi produtivo. O foco aqui é a intenção. Isso vale em qualquer área da vida. Produzir e realizar são duas faces da mesma moeda, mesmo que o objetivo seja simplesmente ter um dia de descanso. Os métodos para ser produtivo não são bons ou ruins.

Há boas razões pelas quais se fala tanto de produtividade. Em uma vida comum, precisamos resolver problemas do trabalho, solucionar demandas em casa e encontrar tempo para pagar as contas atrasadas. Somos exigidos de todos os lados.

Níveis altos de calma criam uma reserva

A calma é o inverso da ansiedade. Quando ficamos ansiosos, sentimos uma agitação interior. Ficamos apavorados com o que está por vir. Não conseguimos relaxar. Seu oposto é o estado de tranquilidade agradável e com baixa excitação mental. As pesquisas mostram a relação entre os dois estados de ânimo.

É como se a mente funcionasse em um contínuo, com os dois estados nos extremos. Por isso, quando temos níveis altos de calma, criamos uma reserva para a qual podemos recorrer nos momentos de ansiedade. Nos tornamos resilientes aos estímulos estressantes futuros. A mente fica relaxada e serena.

No estado de calma, somos menos emotivos. Reagimos de outra forma aos eventos da vida. Por isso, é incorreto dizer que “você é ansioso”. Ansiedade não é uma característica. O correto é dizer: “você está ansioso”. Todos passamos pelo sentimento. A exceção é o caso dos transtornos, que exigem um diagnóstico específico.

Pense em como usar o tempo se quer melhorar sua vida

Todos nós estamos em algum ponto do espectro de quanto valorizamos produtividade e realização. Em um extremo, está a pessoa que nunca pensa em ser produtiva ou em como quer usar seu tempo. Isso não é bom. Embora a busca obsessiva por realização seja um problema, todos precisam de certas metas.

Deveríamos buscar um salário digno, ajudar as pessoas ao redor e viver de forma a ter poucos arrependimentos no futuro. Pense em como usar as horas do seu dia se quer melhorar sua vida. É preciso investir algum tempo trabalhando para conseguir chegar aos seus objetivos. Nossa mente precisa desse tipo de envolvimento.

No extremo oposto, estão os que valorizam a produtividade acima de tudo e se sentem culpados quando têm algum tempo livre. A mentalidade de realização vira uma religião. Ficamos sem tempo para desacelerar, recarregar as energias e apreciar nossas conquistas. É a receita para o estresse e a ansiedade.

Buscar a realização a todo tempo é nunca desfrutar

Já passamos da metade do microbook e o autor conta que, durante o trabalho, a mentalidade de realização realmente é útil. Nossas profissões são a forma com a qual trocamos tempo por dinheiro. Somos pagos pela produtividade. É assim que funciona. Não é um problema agir assim.

Só que, se não dosarmos, essa mentalidade nos impedirá de aproveitar a melhor parte da nossa vida, que acontece fora do trabalho. Em vez de aproveitar o momento, riscamos itens das listas de tarefas, gastando pouco tempo em saborear as nossas realizações. Então, tudo vira trabalho. 

A vida se torna a busca por fazer a próxima tarefa. Tudo por um resultado. Os deveres ocupam o dia. Essa mentalidade corrói a alegria na hora de relaxar. Quando buscamos realização a toda hora, não desfrutamos de nada. Deixamos passar o lugar, o que fazemos e as pessoas com quem podemos aproveitar.

O estresse crônico é o maior obstáculo

Outra consequência da mentalidade de realização é a ocupação desnecessária. Isso acontece principalmente com tarefas pequenas e pouco significativas. Preenchemos cada momento do dia com atividades, até o limite. É o sinal que enviamos à mente de que estamos fazendo o dia render.

Ainda que esse preenchimento seja com coisas irrelevantes, como rolar o feed de uma rede social ou ler notícias inúteis por impulso. A era dos dispositivos de bolso trouxe uma camada desnecessária de ocupação. Há poucas décadas, isso sequer existia. 

O estresse crônico, muito do qual é fruto da mentalidade de realização, é o maior obstáculo a superar na busca por uma calma mental duradoura. Ele é um estado mental ruim, que surge diante de problemas cotidianos. No mundo contemporâneo, suas fontes são infinitas. 

As redes sociais trazem estresse desnecessário

O problema do estresse crônico é que ele é parcialmente viciante. Você pode achar que o X, antigo Twitter, é divertido, mas repare também em como você fica invariavelmente abalado ao usá-lo. Talvez o Instagram pareça também estimulante, mas surge uma sensação de frustração depois do uso.

Isso acontece porque o app mostra recorrentemente corpos e comparação de estilos de vida, dois estímulos ruins. As redes sociais trazem estresse desnecessário, repletas de conteúdo que fazem com que as pessoas se sintam insatisfeitas consigo. Nossas maiores fontes de distração são estressantes.

A proporção de conteúdo de distração que consumimos é ameaçadora. Por mais estimulantes que as mídias sociais pareçam, muitas vezes elas trazem atenção pelo fato de serem estressantes. Isso chama a atenção das pessoas. Os algoritmos trabalham com reforço variável, um mecanismo que alterna as exibições, tornando-as viciantes.

Deixe a produtividade quando o significado importar mais

A mentalidade de realização não tem limites. O problema é que ela precisa deles. Por isso, a dica do autor é definir um tempo em que, deliberadamente, você não pensará em realizações ou trabalho. Apenas desfrutará. As outras horas serão as “horas de produtividade”.

Essa técnica é útil porque mostra que há algum fim à vista do trabalho. Definir um prazo manterá você com um nível de foco mais alto. Criar também um espaço de tempo livre diário fará com que você se sinta menos culpado ao fim. Se precisar trabalhar em algo que exija reflexão, vá mais devagar e dedique tempo à ponderar.

Quando fizer algo importante, seja produtivo. Quando fizer algo significativo, deixe a produtividade de lado. O sistema de horas funciona porque é sempre mais eficiente extrair o melhor de você em poucas horas do que verificar esporadicamente emails de trabalho o dia inteiro.

O jejum de estímulos

Uma das formas de se tornar menos suscetível ao estresse é diminuindo a exposição à dopamina, a molécula da recompensa. Para isso, precisamos reduzir os superestímulos, como os doces na despensa que passamos o dia tentando evitar ou os feeds das redes sociais. 

Para fazer seu jejum de estímulos, o autor:

  • cortou o álcool;
  • evitou alimentos ultraprocessados e comer em excesso;
  • parou de acessar sites de notícias;
  • saiu das redes sociais;
  • moderou as mensagens instantâneas, desativando as notificações dos apps;
  • limitou a checagem de email;
  • evitou acessar sites de compra on-line e consumir por impulso;
  • planejou-se para não assistir a vídeos ou filmes em streaming por impulso.

O autor usou o tempo que dedicava a essas atividades para outras menos estimulantes. Ele focou em práticas que incentivam a calma e têm uma liberação mais equilibrada de neurotransmissores, como:

  • passear ao ar livre;
  • praticar atividade física;
  • preparar receitas novas;
  • meditar;
  • ler livros.
  • ouvir podcasts;
  • fazer cursos;
  • sair com amigos;
  • fazer trabalho voluntário;
  • dedicar-se a habilidades artísticas, como pintura e música.

Prefira o analógico

Todos os dias, dividimos a atenção entre o mundo analógico e o digital. Alcançar a calma no primeiro é muito mais fácil do que no segundo. A vida virtual é cheia de estímulos à produção de dopamina. Invista mais em atividades como:

  • Movimentar-se: faça alguma atividade física. Mexa o corpo para aquietar a mente.
  • Socializar: nosso corpo e nossa mente precisam de companhia. A solidão é nociva à saúde. Aqui, a interação digital não vale.
  • Meditar: é um excelente hábito para reduzir os níveis gerais de estimulação. 
  • Moderar o consumo de cafeína, chás e outros estimulantes.
  • Escrever no papel em vez de usar o computador.
  • Ler em livros físicos em vez de usar apps de celular.
  • Trocar os jogos digitais pelos de tabuleiro.
  • Usar dicionários tradicionais em vez de buscar os termos na internet.
  • Telefonar em vez de enviar mensagens.
  • Trocar os apps de tarefas por um bloco de notas de papel.
  • Assinar um jornal impresso em vez de ficar navegando em portais.

Notas finais

Chris Bailey se tornou notável no estudo da produtividade, lançando alguns best-sellers sobre o assunto. Mas quando percebeu que isso pôs em risco sua própria saúde mental, mudou o rumo e decidiu se dedicar à busca por uma vida mais calma. As lições do livro mostram que o segundo objeto de estudo também é um caminho para alcançar o primeiro.

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Quem escreveu o livro?

Chris Bailey é palestrante especializado em produtividade. Escreve textos na internet sobre o assunto. Suas ideias... (Leia mais)

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