Cartas a um jovem terapeuta - Resenha crítica - Contardo Calligaris
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Cartas a um jovem terapeuta - resenha crítica

Cartas a um jovem terapeuta Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Psicologia

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-85-422-1673-8

Editora: Paidós

Resenha crítica

Vocação profissional

É natural que, enquanto não decidem a sua futura profissão, os jovens se perguntem se possuem o que é necessário para atingir o sucesso na carreira escolhida. Os bons terapeutas devem ter, segundo o autor, certos traços de personalidade e de caráter que não são facilmente adquiridos ao longo de suas formações.

Caso você seja uma daquelas pessoas que precisa do agradecimento e do reconhecimento dos outros, não deve escolher a sua profissão na psicoterapia. Para Calligaris, isso se deve a duas razões.

Em primeiro lugar, o psicoterapeuta não se deparará, na vida social, com a “gratidão”. O segundo motivo consiste no fato de que, justamente por isso, o profissional não deva esperar essa atitude de seus pacientes.

Ao passarem por uma consulta, os pacientes tendem a idealizar os profissionais da saúde, levando suas dores e depositando toda a sua confiança. Tal sentimento, ainda que excessivo, pode ser útil para que as curas funcionem.

O maior objetivo é, portanto, contribuir para que os pacientes manejem suas vidas sozinhos, não dependendo dos psicoterapeutas para quaisquer decisões a serem tomadas.

Quando essa meta é atingida, o psicoterapeuta deixará de ser idealizado pelos seus pacientes. No entanto, há profissionais que escolheram a psicoterapia por uma certa “necessidade de reconhecimento e admiração”.

Os problemas acontecem quando os terapeutas utilizam, ainda que inconscientemente, essa necessidade como alicerce para uma possível dependência, por tempo indeterminado, dos pacientes.

Entre as características esperadas dos traços de caráter de um bom psicoterapeuta destaca-se uma predileção pela palavra, bem como um carinho espontâneo pelo próximo, por mais diferentes que sejam.

Ter passado por boas doses de sofrimentos psíquicos também é visto com bons olhos pelo autor: ele desaconselha a profissão para quem julga “estar muito bem”. O futuro terapeuta, idealmente, deve ser, por um bom tempo, paciente.

Quatro bilhetes

Entre os quatro bilhetes destinados aos jovens terapeutas, destaca-se a mensagem de que o analista é, de certo modo, induzido a apontar um caminho ou, até mesmo, empurrar os pacientes nas direções que parecem mais certas. Isto é, na direção de seus próprios desejos.

Esse é um dos principais motivos que justificam o fato de que as terapias levam tempo, pois, antes desse “empurrão”, é necessário que o desejo que o fundamenta consiga se manifestar.

Não podemos negligenciar, ainda, a necessidade de aceitação e carinho por parte do profissional, dada as variedades das vivências, com todas as suas pluralidades e diferenças.

O primeiro paciente

O nosso autor faz várias referências aos atendimentos aos primeiros pacientes. Para ele, é altamente recomendável encaminhá-los aos analistas que sejam “naturalmente curiosos”, dotados de uma bagagem cultural que transcenda as 4 paredes do consultório.

Desse modo, enfatiza que os pacientes nem sempre preferem os terapeutas mais experientes, sendo necessário manter a sinceridade durante os atendimentos. Embora a experiência seja de grande utilidade para conduzir as curas, é indicado manter uma postura de escuta ativa, tal como fazem os bons profissionais iniciantes.

Amores terapêuticos

Como psicoterapeuta, você não pode negligenciar a relevância dos sentimentos negativos (por exemplo, o ódio). Eles facilitam e permitem o trabalho psicoterápico, tanto quanto seus similares positivos.

A psicanálise define essa paixão como “amor de transferência”. O autor relata que a psicanálise viabiliza que as curas continuem a agir apesar da existência de eventuais empecilhos, possibilitando que os pacientes revivam ou vivam, em sua relação com os terapeutas, o espectro de afetos que foram ou são predominantes em suas vidas.

Nessa ocasião, será possível iniciar o processo de modificação dos desfechos e rumos dos padrões afetivos que prejudicam o indivíduo. Quando há uma relação amorosa entre terapeutas e pacientes, estamos diante de um equívoco, pois nenhum relacionamento dessa natureza pode ser benéfico quando construído a partir de uma idealização.

Calligaris defende esse argumento a partir do princípio de que as eventuais decepções românticas poderão vir de emoções excessivamente fantasiadas. Por essa razão, as relações sexuais e amorosas com pacientes são fortemente desaconselhadas.

Nesse contexto, o autor explica que idealizamos nossos objetos de amor, a fim de analisar se somos ou não amáveis segundo os nossos próprios ideais. Portanto, há 3 possibilidades de um terapeuta aceitar a proposta amorosa do paciente.

Em primeiro lugar, devido ao prazer do poder, da potência, advinda da necessidade de demonstrar a sua autoridade. A seguir, quando os profissionais se casam com diversas clientes, uma após a outra, tornando-se repetitivo e acreditando possuir, em si mesmo, a solução de todos os problemas das pacientes.

Por fim, é possível que um cliente se apaixone pela sua terapeuta sem, entretanto, crer que ela seja a verdadeira cura de seus males – isso é muito raro de acontecer. Desnecessário dizer que essas premissas valem para ambos os sexos.

Curar ou não curar?

As definições mais tradicionais sobre as curas apontam que elas restabelecem a normalidade funcional, levando os indivíduos ao estado anterior à enfermidade. Todavia, a psicanálise não aponta para uma noção preestabelecida de normalidade.

Dessa maneira, o ideal é contribuir para que os pacientes atinjam um estado no qual possam realizar suas potencialidades, vivendo plenamente e restrito, apenas, pelos limites impostos pela sua própria constituição e história. Isso simplifica a visualização do alvo de cura dos terapeutas.

Agora que chegamos à metade da leitura, vamos conhecer alguns dos pontos imprescindíveis para a atuação de um terapeuta, em seus anos iniciais, tais como a formação, leituras, condições prévias e a atração de pacientes.

Formação

Ao tratar da formação profissional, Calligaris prioriza os aspectos práticos, já que o essencial ocorrerá após os estudos formais. O tratamento ao qual o psicoterapeuta se submete é um elemento crucial.

É muito importante que o profissional conheça, em detalhes, os diagnósticos do MED (Manual Estatístico Diagnóstico), adotado pela OMS (Organização Mundial da Saúde). Mesmo que você não prescreva psicotrópicos, certamente atenderá muitos pacientes que os utilizam, daí a necessidade de entender o funcionamento dos princípios ativos desses remédios.

Infelizmente, as novas gerações têm valorizado a preservação e a reprodução da doutrina em detrimento do compromisso com os pacientes. Não obstante, as orientações terapêuticas não devem servir como uma “ideologia”, a partir da qual é necessária a repetição fiel.

O autor esclarece que, como seres humanos, somos capazes de “inventar” patologias, a fim de explicar nossos mal-estares. Dessa forma, sustenta que quanto menor a intervenção do terapeuta na organização e escolha do que será falado durante um tratamento, tanto mais essa lógica interna o levará a pronunciar coisas inesperadas, descobrindo pensamentos latentes em si mesmo.

De modo geral, ao refinar o discurso, é mais fácil cometer lapsos reveladores. A experiência do autor demonstra que, em várias ocasiões, os profissionais são levados a falar a respeito de coisas não previstas durante as sessões.

Seja como for, as suas palavras sempre guiarão os pacientes por “terras imprevistas”. Outro elemento importante é o “setting” (ou a disposição do paciente – sentado ou deitado no divã).

Essa decisão pode depender, apenas, do conforto. Todavia, há pacientes que não conseguem falar sem olhar nos olhos de quem o escuta, enquanto existem outros que preferem não acompanhar as expressões faciais do terapeuta.

Tenha em mente que o “setting” não cura ninguém: o seu propósito consiste em permitir que os pacientes se engajem em seus processos de cura. Logo, ele não é garantia nem condição para nada.

Uma terapia ou uma análise acontecem por meio das palavras trocadas e das relações que são organizadas a partir delas. É possível, nas entrevistas preliminares, colocar 2 questões: refletir se você realmente poderá auxiliar aquele paciente e, ainda, perguntar-lhe o que espera obter da terapia.

Uma sessão fixa, via de regra, deve variar entre 45 e 50 minutos. Porém, nada impede a realização de sessões com tempos variáveis. Calligaris aprecia trabalhar com um tempo que, de fato, permita aos pacientes evocarem e explorarem algumas lembranças.

As leituras

No dia a dia de um consultório, é conveniente evitar certos conflitos que o autor considera inúteis, tais como as discussões a respeito das neurociências e a utilização de fármacos.

Todos sabemos que a neurociência e a farmacologia têm evoluído cada vez mais, no entanto, apenas intervenções cirúrgicas ou pílulas não bastam para que os indivíduos se livrem de seus transtornos.

Um bom exemplo disso é mencionado pelo autor da seguinte forma: “por mais que tomemos alguma ‘pílula mágica’ ao enfrentar a morte de um ente querido, algum dia teremos que experimentar a dor do luto, a menos que decidamos viver, para sempre, sob anestesia.

Há condições prévias?

As causas externas e internas, tanto da atualidade quanto da infância, devem ser levadas sempre em consideração. Com efeito, os fatos ocorridos na infância deixam marcas para toda a vida.

Quaisquer eventos que nos deixam seus vestígios e nos transformam apenas por “repetição”, isto é, quando são revividos, retomados, evocados, agem em nós mediante a história específica em que se integram.

De acordo com Calligaris, a reinterpretação do passado e a descoberta de novos sentidos deve servir como uma forma de alterar o nosso presente. Entretanto, é imprescindível que essa “releitura” esteja sempre voltada ao tempo presente, visando transformá-lo em algo melhor e mais pleno de significação.

O que fazer para ter mais pacientes?

A primeira dica para ter mais pacientes consiste em se conhecer. Afinal, o seu compromisso é com os indivíduos que confiam em suas habilidades profissionais, trazendo ao consultório queixas que pedem para ser ouvidas e, até mesmo, resolvidas.

Em outras palavras, o compromisso deve ser com a comunidade para a qual você presta os seus serviços. Caso isso seja bem estabelecido, não haverá motivos para preocupações, pois as pessoas saberão que você está presente para ajudá-las.

No decorrer do processo de cura, é natural que ocorram alguns momentos nos quais seja inevitável que os pacientes considerem e “usem” os terapeutas como modelo. O autor chama esse fenômeno de “identificação com o analista”.

Logo, você deve estar ciente de que, eventualmente, servirá de exemplo aos seus pacientes. Seria tentadora a ideia de que os terapeutas devem mostrar uma face de normalidade equilibrada, de bem-estar tranquilo.

Para evitar que esse tipo de situação atrapalhe a atração de pacientes, Calligaris sugere que os profissionais se esforcem por serem autênticos e se responsabilizem por essas “identificações”.

Notas finais

Cumpre ressaltar, por fim, que o autor deseja mostrar aos jovens terapeutas que as mudanças pelas quais seus pacientes precisam passar não podem ser impostas. Elas não virão mediante o rigor técnico e abstrato que foi ensinado na faculdade.

Pelo contrário, para que as mudanças aconteçam e melhorem a vida dos pacientes, é necessário começar um relacionamento franco e aberto com eles.

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Quem escreveu o livro?

Calligaris é um dramaturgo, psicanalista e escritor de origem italiana, amplamente respeitado pelo público e admirado por seus p... (Leia mais)

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