Cabeça fria, coração quente - Resenha crítica - Abel Ferreira
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Cabeça fria, coração quente - resenha crítica

Cabeça fria, coração quente Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Esportes

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-65-9909-638-9

Editora: Garoa Livros

Resenha crítica

Grande Prêmio Palmeiras

Abel Ferreira já declarou publicamente que um técnico de futebol não pode se resumir ao conhecimento esportivo se quiser vencer. Não é à toa que seu livro tem como uma das primeiras citações um poema de Ricardo Reis, heterônimo do poeta lusitano Fernando Pessoa: “Para ser grande, sê inteiro: nada / Teu exagera ou exclui. / Sê todo em cada coisa. Põe quanto és / No mínimo que fazes. / Assim em cada lago a lua toda / Brilha, porque alta vive.” 

E o treinador português não fica apenas na poesia. Ele descreve sua jornada no clube paulista como o Grande Prêmio Sociedade Esportiva Palmeiras. Segundo o autor, a trajetória em um dos times mais populares do Brasil se assemelha a uma corrida disputada em 78 voltas, representadas em cada um dos capítulos descrevendo seu vínculo com a agremiação de origem italiana. 

Para Abel, quando realmente todos querem muito alguma coisa, ela acontece. E todos de sua comissão técnica tiveram vontade de ouvir a proposta de trabalho palmeirense, feita no fim de outubro de 2020. Na época, estavam no comando do PAOK, clube do futebol grego. 

Somente depois de uma conversa com o empresário do treinador, ele se dispôs a ouvir um pouco mais sobre a oportunidade de cruzar o oceano. E o Palmeiras tentou transmitir seriedade e profissionalismo para convencê-lo da missão no Brasil. 

Quando o PAOK deixou claro que não iria se opor à transferência de Abel Ferreira ao Palmeiras, a decisão foi tomada e começou sua história de amor e títulos com os palestrinos. 

As primeiras impressões

48 horas depois de deixarem a Grécia, os autores deste livro chegavam ao Brasil. E, nesse período, suas emoções estavam à flor da pele. Depois de deixar as malas em um hotel pela manhã, conheceram a estrutura do Palmeiras, se reuniram com a direção do clube e acompanharam o jogo contra o Atlético Mineiro pelo Campeonato Brasileiro. 

Ao fim da partida, o técnico conheceu seus jogadores no vestiário, buscando demonstrar seu estilo de proximidade, sem vergonha de apelar aos abraços, ao toque e ao sorriso para tornar a convivência profissional mais humana. 

Dentre as primeiras impressões, os departamentos bem estruturados e organizados fizeram Abel Ferreira lembrar o Manchester City, um dos principais clubes do mundo, cuja visita, em 2018, marcou o início de sua trajetória como treinador. Tal fato chamou bastante atenção, especialmente pela notável superioridade do futebol europeu em relação ao sul-americano em diversos aspectos. 

Logo nos primeiros dias, o sentimento era de se trabalhar em uma agremiação que unia organização para o funcionamento diário, ambição por conquistas e condições necessárias para brigar por títulos importantes. Tudo isso unia ainda mais a comissão técnica, o elenco e toda a instituição pelo mesmo objetivo. 

As três reuniões “mágicas”

Suas experiências profissionais anteriores faziam Abel e seu corpo técnico lembrarem a importância das chamadas três reuniões mágicas ao chegarem em um novo clube. Somente com elas seria possível desenvolver um bom trabalho, com orientações claras e um caminho vitorioso a seguir. 

O primeiro encontro deve ser realizado com o presidente e toda a diretoria. O segundo, com os funcionários que trabalham diariamente nas dependências do clube. Por fim, são necessárias reuniões com os departamentos da estrutura organizacional para entender profundamente diversos aspectos das instituições. 

Em todas, o resultado foi extremamente positivo e era possível antever com clareza uma parceria de sucesso. Logo no começo, houve total liberdade para uma avaliação do elenco, priorizando qualidade no desempenho dentro de campo. A diretoria do Palmeiras não exigia títulos, mas entrega nos jogos, determinação na busca por bons resultados e um trabalho de qualidade. 

E uma fala do presidente Maurício Galiotte chamou a atenção. O mandatário do clube deixou claro que não fazia contratos, não cuidava de finanças e nem olhava a grama onde são disputadas as partidas. Mas para cada um dos setores, havia profissionais muito bem capacitados, nos quais confiava plenamente. 

Segundo Abel, a humildade com que seu chefe depositou autonomia para desempenhar seu trabalho fez toda a diferença. Por mais que seja normal um CEO ou presidente de empresa ter essa forma de atuação, o futebol costuma seguir a emoção e a irracionalidade. Quando são absorvidas boas práticas do mundo corporativo, os resultados surgem. 

E os títulos conquistados pelo Palmeiras de Abel desde 2020 são a prova disso. 

Ganhar é como um orgasmo

Já passamos da metade deste microbook e chegamos ao momento em que os autores questionam se a temporada de 2020 poderia ter sido melhor. A resposta é sim. Sempre é possível ser melhor. De toda forma, é fundamental celebrar as conquistas de um ano completamente atípico tanto para o esporte quanto para o mundo em si. 

Foram três títulos em uma temporada marcada pela pandemia de coronavírus. Pela primeira vez na história, o Palmeiras alcançava a chamada Tríplice Coroa, nome dado no mundo esportivo quando um mesmo clube chega à expressiva marca de três conquistas máximas em um mesmo ano. 

Naquele 2020, Abel Ferreira esteve à frente do Palmeiras nos títulos da Copa do Brasil e Libertadores da América, principal competição continental, cujo primeiro título palmeirense foi em 1999. Vanderlei Luxemburgo, ganhador do Campeonato Paulista e demitido no meio do ano, era o treinador no início da temporada afetada pela pandemia. 

Para a comissão técnica, os jogadores são os grandes protagonistas e o mérito é deles em todas as vitórias. Sem os atletas, nenhum trabalho vai adiante. O treinador depende mais deles do que o contrário, quando um clube segue em condições normais. 

Não é à toa que o tempo todo o elenco palmeirense é elogiado pelo treinador português. Ao fim daquela temporada, os autores notaram que ganhar um grande título é como chegar ao orgasmo. 

Afinal, atinge-se um pico de adrenalina difícil de descrever, mas que também desaparece rapidamente. Depois, tudo começa do zero. O mesmo vale para o trabalho. E tanto quanto o gozo sexual, ganhar é viciante. Ambos são sentimentos espetaculares e efêmeros. E é preciso buscá-los novamente depois que terminam. 

O plano 

O torcedor palmeirense se habituou a ouvir Abel Ferreira dizer que tinha um plano. A temporada de 2021 foi extenuante, já que não houve férias devido ao acúmulo de jogos adiados durante a pandemia. O clube havia ficado no meio do caminho no Mundial de Clubes, quando parou na semifinal e sequer foi à decisão contra o Bayern de Munique. Mas o português tinha crédito de sobra. 

E mesmo depois de seis vitórias consecutivas no Campeonato Brasileiro, o time seguia distante da liderança. Naquele ano, o Atlético Mineiro seria o grande vencedor após 50 anos sem levantar a taça da principal competição nacional. E a comissão técnica se perguntava sobre a viabilidade de lutar com todas as forças pelo título. 

A cada uma das 38 rodadas, ficava mais claro que só um desastre tiraria a conquista do clube de Minas Gerais, treinado pelo experiente Cuca, que em 2016 havia vencido a mesma competição no comando do Palmeiras. 

Decidiu-se, então, seguir um plano proposto por Abel: usar as últimas rodadas do Campeonato Brasileiro como preparação para buscar o segundo título consecutivo da Libertadores da América. Era arriscado, mas em momentos decisivos é preciso ter foco e prioridades bem definidas. 

Em total sintonia, o elenco seguiu o plano de seu comandante. Depois de eliminar o rival São Paulo e o fortíssimo Atlético Mineiro, em 27 de novembro de 2021, os alviverdes derrotaram o Flamengo por 2 a 1 e conquistaram o segundo título continental consecutivo. Abel Ferreira marcava de vez seu nome na história do clube. 

Todo o plano havia sido decidido em reuniões, conversas e análises detalhadas das chances, dificuldades e principais adversários pelo caminho. Nada veio por acaso. Porque todas as grandes conquistas não caem do céu, mas começam por um plano bem elaborado por cada um dos especialistas da equipe. 

Reflexões sobre o futebol brasileiro

Antes de propor melhorias e exaltar qualidades notáveis encontradas no futebol brasileiro, Abel Ferreira olha para a própria função. Para ele, é necessário haver uma evolução não só dos treinadores como de todos os profissionais que trabalham no mundo do futebol. E isso é uma tarefa diária, com autocrítica e vontade de crescer em busca da excelência. 

Como já deixou claro, a responsabilidade dos técnicos não pode se resumir a tentar ganhar jogos. É preciso ir além. Dito isso, o autor destaca oito aspectos positivos no futebol brasileiro.

O primeiro é a competitividade do campeonato nacional, reconhecida em todo o mundo. A qualidade técnica e a aposta em atletas da base vêm na sequência. Para o treinador, a qualidade dos estádios e dos centros de treinamento equiparam o esporte praticado aqui aos grandes mercados europeus. Além disso, os departamentos médicos chamaram muita atenção do português, que finaliza citando a alta quantidade de torcedores apaixonados e o alto potencial econômico e esportivo como qualidades notáveis aqui presentes. 

Já entre os aspectos que deveriam ser melhorados, na visão de Abel Ferreira, o mais chamativo é o calendário do futebol brasileiro. Para o autor, seria necessário reduzir as datas dos estaduais, com regras mais claras para evitar excesso de jogos, colocando as datas-Fifa como prioridade para impedir a sobreposição de partidas. Pouca gente sabe, mas os árbitros não têm uma regulamentação da profissão, que também deveria ser priorizada. 

Abel ainda pontua a necessidade de controlar a qualidade e a manutenção dos estádios de forma padronizada, além de um mesmo tipo de drenagem nas instalações. Ele ainda acredita que os campeonatos deveriam ter finais disputadas em jogo único e campo neutro. Por fim, pede o chamado fair play financeiro, limitando gastos para que as equipes não se distanciem por critérios relativos apenas a dinheiro. 

Com a cabeça fria para tomar decisões com clareza e o coração quente para se mostrar afetuoso com quem lhe cerca, Abel Ferreira segue escrevendo história e gerando debates quando a bola rola no Brasil.

Notas finais 

Se o futebol não pode ser visto como um ente separado do restante da sociedade, Abel Ferreira capta bem esse pensamento em um livro que fala não só do esporte mais praticado do mundo, mas também das relações humanas. São páginas que tratam de gestão de grupo, tomadas de decisões importantes e visões sobre seu meio profissional. Afinal, nem sempre há espaço para que um treinador opine sobre questões estruturais. E as taças conquistadas desde 2020 falam por si só: temos aqui um documento histórico, descrevendo uma era de ouro para um clube como o Palmeiras. 

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Quem escreveu o livro?

O português Abel Ferreira é o vitorioso treinador do Palmeiras desde outubro de 2020. Desde então, conquistou campeonatos contin... (Leia mais)

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