Novo ano, Novo você, Novos objetivos. 🥂🍾 Comece 2024 com 70% de desconto no 12min Premium!
QUERO APROVEITAR 🤙Operação Resgate de Metas: 63% OFF no 12Min Premium!
Novo ano, Novo você, Novos objetivos. 🥂🍾 Comece 2024 com 70% de desconto no 12min Premium!
Este microbook é uma resenha crítica da obra:
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 978-85-387-3199-3
Editora: Alteridade
A argumentação é a atividade de formulação de ideias que se relaciona ao raciocínio, tanto na produção textual quanto na fala. Os argumentos não podem ser pensados na hora, sob pena de parecerem frágeis e inconsistentes. Por isso, é necessário planejamento. Na escrita, é possível encontrar argumentos fracos ou contraditórios, exigindo uma reescrita de alguns pontos de vistas do texto. Confira a ordem da argumentação abaixo:
Importante ressaltar que inerente ao raciocínio, existe uma hierarquia entre tese e argumentos. A tese aparece primeiro, gerando a necessidade de enumeração dos argumentos que a sustentam.
Em uma dissertação clássica, recomenda-se que depois de apresentar a tese, seja elencados e desenvolvidos os argumentos, para no fim se ter a conclusão. É neste momento que o escritor deve associar as ideias defendidas com os fatos apresentados. De forma esquemática, a estrutura de uma argumentação pode ser representada da seguinte maneira:
Normalmente, a ideia para a tese aparece quando ouvimos uma notícia, participamos de uma conversa, lemos um jornal ou alguma outra atividade habitual do dia a dia. O objetivo da tese é contrariar ou reforçar uma ideia. É a partir da tese que reunimos argumentos para consolidar a sua posição.
Ou seja, tanto na fala quanto na escrita, selecionamos informações que consideramos relevantes para sustentar o nosso ponto de vista. A única exigência é que o argumento seja categórico. Para exemplificar, a autora mostra duas situações:
Fundamental na comunicação desde a Antiguidade Clássica, a retórica foi considerada inicialmente como uma técnica de persuasão e convencimento. Foi Aristóteles (384-322 a.c) que elevou o status da retórica à ciência. Contudo, entretanto nos séculos XVI e XIX ela passou por um período de decadência, já que nesta época a racionalização por demonstração pura e simples estava em alta.
Em 1958, a retórica ressurge com o livro de Chaim Perelman (1312-1984). Nele, o autor não abandona a demonstração, mas afirma que o público é quem determina a argumentação e como eles são diferentes, é pela retórica que se deve pensar em modos de informar e argumentar determinados assuntos.
Relacionadas, a retórica dá relevância ao poder persuasivo da linguagem, ampliando os efeitos dos argumentos. Contudo, existe uma distinção importante entre argumentação e retórica. A primeira ganha destaque por meio da razão, com listas de confirmações que validam ou contrariam a tese. Já a segunda vai um pouco além, e também usa a emoção. O objetivo da retórica é convencer e para isso, somente os fatos são insuficientes. Mais importa a forma que os argumentos são apresentados, seja na fala ou escrita.
Ou seja, para a retórica não basta apenas escolher os melhores fatos e apresentá-los de forma ordenada. É essencial pensar como cada argumento vai ser recebido pelo público-alvo. O perfil de quem você quer atingir é fundamental para saber como explorar cada alegação.
Na fala, não se pode esquecer de outros recursos importantes para o convencimento, como os gestos, expressão facial, entonação, pausas e até o ritmo da locução. Os gestos e expressões podem confirmar ou contrariar o que está sendo dito, por exemplo. A entonação serve para motivar os sentimentos, enquanto o ritmo direciona a atenção do público e as pausas dão um destaque para o argumento.
No texto, a pontuação é uma ferramenta importante para a retórica. A organização dos fatos também é fundamental para alcançar determinado sucesso. Sendo assim, mais do que lógica, a retórica é um exercício estratégico. A autora preparou dois exemplos para se entender a diferença entre argumentação e retórica.
Enquanto o primeiro exemplo só explica ao público sobre a condenação, o segundo demonstra indignação e motiva o interlocutor a também ter este sentimento. Ou seja, a pontuação é responsável por direcionar a emoção do leitor com o conteúdo do texto.
Outra forma de direcionamento é por meio de pausas no texto, feitas com vírgulas ou reticências. Perceba a diferença no exemplo abaixo:
A construção do sentido e o convencimento do leitor, em um exercício que conta com argumentação e retórica, depende essencialmente do uso de relatores e elementos retóricos. Estes são detalhes que aprimoram a eficácia da tese e dos argumentos apresentados no texto. Eles também demonstram que há várias maneiras de escrever ou dizer alguma coisa.
Palavras responsáveis por unir palavras e períodos dentro do texto. Na retórica, os relatores também têm a função de relacionar as ideias e transformar o texto em um conjunto coeso, além de estabelecer as relações que o autor quer que o leitor aprenda. Conheça alguns tipos de relatores:
Expressões que funcionam para ressaltar certas características e conquistar a adesão do leitor ao pensamento positivo ou negativo que se faz de um sujeito ou objeto. A autora fornece um exemplo para se entender melhor:
Tanto a palavra realmente, quanto o ponto de exclamação reforçam a ideia que o autor quer passar ao leitor. Só tome cuidado para não usar expressões que levam à dúvidas, como talvez ou pode ser que. Outro problema são palavras que subestimam o público, como por exemplo: é óbvio que, todo mundo sabe que ou qualquer pessoa sabe.
Na fala, uma boa forma de reforçar aquilo que deseja é usando os recursos de pausa, repetições e aumento de tom em palavras importantes.
A sequência dos argumentos apresentados é essencial. De modo geral, o público fica mais atento no início e fim de uma apresentação, por isso os fatos mais importantes devem ser mostrados nestes dois momentos.
Já os reforços argumentativos têm função similar ao elemento retórico: destacar fatos e ideias. Cinco reforços são usados com frequência na argumentação oral e escrita, são eles:
Os argumentos escolhidos devem ser apresentados ao público de acordo com a sua qualidade. O ideal é que no começo seja usado um bom fato para dar credibilidade ao autor e conquistar a confiança do público. A partir daí, os argumentos precisam ser apresentados de forma progressiva, ou seja, do menos para o mais importante. O último fato deve ser o melhor, para poder provar, de modo incontestável, a tese defendida.
Como é impossível reunir somente argumentos fortes, é interessante citar os fracos em conjunto. Assim, você tem mais chance de impressionar o leitor (ou ouvinte). Também não encha um fato de justificativas, esta atitude gera desconfiança do público. Por fim, depois de iniciar o texto (ou fala) com um bom argumento, o autor deve mencionar fatos que possam responder às dúvidas ou às ideias contrárias (antíteses) que a platéia pode levantar em relação à tese apresentada.
Existem reforços apropriados à argumentação, seja na fala ou escrita. Muitas vezes é o público ou o assunto que define qual deve ser utilizado.
O esboço da argumentação é a etapa que garante a versão final de um texto ou mesmo de uma fala coerente. Nele, há dois processos privilegiados durante a seleção e a expressão dos argumentos.
O autor começa juntando todos os fatos que considera razoáveis ou muito importantes para defender a sua tese. Depois, acontece os cortes e os acréscimos. De modo geral, é neste processo que o autor ensaia o momento em que seu raciocínio vai se confrontar com as ideologias e expectativas do público.
O segundo processo exige um pouco mais de cuidado, já que é aqui que os argumentos se concretizam e toma forma a partir do modo como é formulado. Enquanto na escolha dos fatos você pode listá-los, agora é necessário dar a eles uma redação apropriada, explorando todo o seu potencial. Nesta fase é essencial que você saiba e aplique as técnicas de argumentação e retórica.
Usado para estabelecer a relação de causa e efeito, este argumento associa fatos para apresentar a causa de determinada ação ou processo.
Este argumento dá relevância à consequência provocada por uma ação. Ele exige o estabelecimento de uma reação entre causa e efeito. Assim como a ordem prioriza informações, ela é essencial neste tipo de argumento, com a consequência sendo apresentada primeiro.
Este argumento exige cuidado pois pode fragilizar a argumentação. Isso ocorre porque este fato não está obrigatoriamente relacionado à constatações muito apuradas. Afinal, para ele só basta a experiência cotidiana, como situações pessoais e burburinho da mídia.
Um dos mais usados, este argumento associa fatos semelhantes. O principal objetivo aqui é fazer com que o fato principal seja julgado da mesma forma que o anterior.
Diferente do argumento de cima, aqui o objetivo é demonstrar a diferença nas situações confrontadas, por mínima que ela seja.
Ele é usado para tentar justificar o que não pode ser explicado facilmente. Este é um dos recursos mais estratégicos, apesar de privilegiar mais a armadilha do que a comprovação de algum fato para a defesa da tese apresentada.
É importante que o efeito retórico seja levado em conta na escolha do argumento adequado. Redigir os fatos é uma tarefa estratégica e racional, mas com a intenção de afetar emocionalmente o público.
Aqui o objetivo é o detalhamento para enfatizar o número de características e as destacar pela qualidade que representam. Este é um argumento muito usado em peças publicitárias e anúncios de vendas.
Este modelo se assemelha muito a dois reforços: exemplo e citação. Já que aqui o autor escolhe nomes de obras, autores ou pessoas influentes na sociedade para reforçar o seu argumento. Importante ressaltar que o principal critério para a escolha é a credibilidade. Afinal, quanto mais visibilidade e fama forem associados ao elemento, mais eficaz é o argumento de autoridade. Só cuidado, não utilize este modelo em excesso ou como primeiro fato apresentado, pois descaracteriza a autoria do discurso.
Como o nome já diz, ele generaliza aquilo que é específico. A ideia é iludir o público para que ele se esqueça das particularidades dos indivíduos ou situações em questão. Por isso, seu forte apelo ao senso comum.
Neste modelo se associa o casual ao consecutivo, pois a relação intrínseca entre dois fatos parte do pressuposto que uma coisa leva à outra. Este argumento é muito utilizado na política, especialmente em época de eleição. Por exemplo, “o Brasil só vai dar certo SE eliminarmos a desigualdade social”.
Este tipo de argumento vai além da apresentação de uma raciocínio viável ou uma ideia convincente. Aqui a comprovação precisa ser concreta, com dados científicos e alguns reforços, como o do testemunho, exemplo e estatística.
Enquanto boa parte dos argumentos se sustenta no passado e presente, este modelo volta-se também para o futuro. O objetivo aqui é apresentar possibilidades com base em dados anteriores ou provar que uma situação do passado levando em conta o histórico.
A retórica influencia o exercício argumentativo a ponto de o qualificar e classificar. Existem dois tipos de argumentação:
Além da argumentação demonstrativa e retórica, há raciocínios (como o generalizador e empírico) que constituem verdadeiras armadilhas ao público, com o objetivo de confundir a platéia na hora de emitir um juízo de valor sobre o assunto debatido.
Por estes motivos, é necessário conhecer os recursos para diferenciá-los das argumentações válidas, aprimorando as técnicas de produção, recepção e crítica.
Na argumentação demonstrativa é usado a comprovação como recurso, sem apelar emocionalmente para o público. Neste tipo de fala ou escrita, basta a exposição de dados que sustentem a sua tese.
Nesta função é priorizado a informação em detrimento da opinião. Essa característica vai de encontro com a argumentação demonstrativa. Por isso, a linguagem nesse tipo de discurso é mais contida, evitando demonstrar opiniões. O uso excessivo de adjetivos e expressões de juízos não é usado. A função referencial e a argumentação demonstrativa é muito utilizada em notícias de jornais sérios.
Ela vai além da demonstração, sendo firme na opinião que assume e defende. Mais do que só expor fatos, nesse tipo de argumentação é possível verificar a melhor forma de passar determinada informação.
A função conativa da linguagem se preocupa com o público-alvo. Seu objetivo é provocar determinados efeitos sobre quem recebe a informação. Os anúncios publicitários são um belo exemplo deste modelo.
Ela testa o canal de contato entre autor e público, sendo fundamental para o êxito de uma comunicação, ou seja, se o canal funciona, o contato é estabelecido e o diálogo se desenvolve. Por isso, é frequentemente usada na argumentação retórica. Afinal, não é possível fazer o público de aliado sem uma compreensão mínima das ideias apresentadas.
A aproximação é um dos principais objetivos da retórica. Isso é comprovado com a importância da utilização das funções fática e conativa da linguagem e alguns tipos de argumentações, como o de autoridade e empírico.
Um dos recursos mais usados no exercício argumentativo, em especial na ênfase retórica é o argumento da aproximação. Nele, é necessário conhecer os anseios, expectativas e ideologia da platéia. Para isso, é ideal que o autor colete dados sobre o seu público.
Uma das armadilhas mais conhecidas e usadas na fala e escrita é o sofisma (argumento aparentemente válido, mas não-conclusivo). Quando não analisados de modo atento e cuidadoso, o sofisma ilude o público com os argumentos que utiliza. Normalmente, o autor sabe que o seu argumento não se sustenta e tem a intenção de influenciar o locutor. O argumento generalizador é um tipo de sofisma.
No campo das armadilhas, também se destaca o paralogismo. Ele se caracteriza pela defesa de um raciocínio que não se concretiza inteiramente ou não é válido. Outra armadilha é a tautologia, artifício que tenta impressionar o público com o tamanho e complexidade da ideia apresentada. O que parece grande, na verdade é repetição.
Tanto na argumentação demonstrativa quanto na retórica é essencial conhecer o público para qual a fala/escrita é destinada. É o perfil da platéia que orienta o autor do discurso na hora de escolher quais termos usar, como o tipo de linguagem, termos a se usar e exemplos a serem citados ou evitados.
Como o discurso do autor tem muito da sua ideologia é fundamental que ele conheça a opinião de seu público para ir ao seu encontro. Mesmo que o objetivo seja confrontação, os argumentos devem ser entendidos pela platéia, que assim passa a considerar a tese - mesmo que antes não concordasse com ela.
Qualquer problema que aconteça na comunicação entre o autor-público, a falha é sempre do primeiro que produziu um enunciado refletido a sua ideologia. Por isso, o autor deve conhecer sua platéia e se moldar a ele.
O aspecto pragmático determina o contexto que orienta a produção do enunciado. Dele fazem parte a situação em que o discurso é apresentado e o público a que eles se destinam. De modo simples, a pragmática recomenda que o texto ou fala esteja em conformidade com a situação e público-alvo.
No aspecto semântico, o público também tem participação decisiva. Afinal, a interpretação é um processo que depende essencialmente de como o locutor recebe o discurso. Como as pessoas têm vivências diferentes, assim como opiniões e costumes, cada um tem um entendimento das informações transmitidas.
Antes de começar a planejar o seu discurso, é fundamental definir o seu público-alvo e entender as suas especificidades. Afinal, como já comentamos para uma comunicação ser efetiva é necessário que ela atenda às expectativas do locutor.
Depois de levantar o perfil do seu público, é o momento de pensar quais estratégias devem ser usadas para adaptar o texto ou fala às características da platéia. Diferentemente da escrita em que não há um interlocutor, na fala a harmonia entre o autor e o receptor é essencial.
Uma apresentação oral exige alguns cuidados que são dispensáveis em um texto escrito. Por exemplo, o autor precisa prestar atenção frequentemente às reações da platéia. Com esta observação, ele pode reforçar ou modificar exemplos se perceber que não está sendo bem recebido ou compreendido.
Outro fator primordial em apresentações é o tempo. Elas não devem ser longas para não cansar o ouvinte. Ao mesmo tempo, não pode ser muito breve e passar a sensação de que o autor não conhece o assunto. É essencial que o autor ensaie em voz alta para ajustar alguns pontos e o tempo gasto.
Deu para entender um pouco mais sobre o que é argumentação e retórica? Compreender o perfil do seu público, saber a diferença entre se comunicar por fala ou texto e entender como usar os argumentos e a retórica para convencer o locutor de sua tese foram as principais coisas que aprendemos hoje. Como você vai utilizar as lições no seu dia a dia? Enquanto pensa nisso, aproveite para ler outros livros relacionados com o tema.
Que tal treinar as lições aprendidas neste microbook praticando sua argumentação e retórica?
Ao se cadastrar, você ganhará um passe livre de 7 dias grátis para aproveitar tudo que o 12min tem a oferecer.
Verônica Daniel Kobs, autora do presente livro, é doutora em Letras pela Universidade Federal do Paraná, além de professora e profissional capaz de ajudar pessoas em todo o mundo a serem mais... (Leia mais)
De usuários já transformaram sua forma de se desenvolver
Média de avaliações na AppStore e no Google Play
Dos usuários do 12min melhoraram seu hábito de leitura
Cresca exponencialmente com o acesso a ideias poderosas de mais de 2.500 microbooks de não ficção.
Comece a aproveitar toda a biblioteca que o 12min tem a oferecer.
Não se preocupe, enviaremos um lembrete avisando que sua trial está finalizando.
O período de testes acaba aqui.
Aproveite o acesso ilimitado por 7 dias. Use nosso app e continue investindo em você mesmo por menos de R$14,92 por mês, ou apenas cancele antes do fim dos 7 dias e você não será cobrado.
Inicie seu teste gratuitoAgora você pode! Inicie um teste grátis e tenha acesso ao conhecimento dos maiores best-sellers de não ficção.