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Este microbook é uma resenha crítica da obra:
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 9788532646491
Editora: BestSeller
Fexeus realmente acredita que a leitura de mentes é possível, inclusive defendendo que ela é um fator natural humano e que nós o fazemos, muitas vezes, sem nem sequer nos darmos conta. Por isso, o objetivo do livro é explicar o que estamos fazendo e mostrar como podemos fazer melhor, potencializando nossa capacidade e aumentando a melhoria exponencialmente.
Descartes, um filósofo antigo, concluiu em seus estudos que o humano se dividiria em duas partes independentes, que coexistiam: o corpo e a mente. Para o autor, é impossível pensar dessa forma. Corpo e mente são dois lados da mesma moeda e tudo pelo qual um lado passa afeta o outro. Ou seja, não é possível ter um único pensamento sem que ele desencadeie algo físico em quem pensa. Às vezes, esse pensamento gera um efeito físico óbvio – quando você está com raiva e franze a testa, por exemplo – e, às vezes, é um efeito muito sutil. Da mesma forma, o contrário também é verdadeiro. O que acontece na nossa postura física, afeta-nos psicologicamente. Por isso, quando passamos por situações ruins com nosso corpo, logo vemos um reflexo em nossas mentes. Por exemplo, ficar muito tempo em pé nos deixa com raiva, muito tempo trabalhando deixa-nos estressados etc.
No processo de leitura de mentes é crucial que interpretemos a linguagem corporal e toda linguagem chamada de “não verbal”. Para Fexeus, a maior parte da comunicação é feita dessa forma, com destaque para que é feita de maneira inconsciente. Estamos sempre passando algum sinal com nosso corpo, mesmo que não percebamos. Assim como também estamos sempre sob influência da linguagem corporal de outras pessoas, que nos impacta mesmo que não entendamos porquê ou como.
Portanto, ler mentes não é uma magia ou algo irreal de ser pensado. Ao contrário, é uma realidade que já faz parte do nosso dia-a-dia e que cabe a nós potencializarmos.
Uma das principais vantagens de saber o que uma pessoa está pensando é que isso nos ajuda a ser mais empáticos. Empatia, nesse caso, significaria tentar criar harmonia e relações amistosas com as pessoas, entendendo o lado delas nos dilemas e sabendo qual é a melhor forma de conduzir a situação.
A regra básica para conseguir estabelecer a empatia em seus relacionamentos é analisar detalhadamente e profundamente como as pessoas funcionam e, a partir dessa percepção, adaptar nossa forma de comunicação de acordo com o indivíduo com o qual queremos nos comunicar.
Ao ajustar seu discurso, seu receptor entende de maneira mais clara e eficiente. E aqui não estamos falando apenas do discurso oral, mas especialmente do discurso silencioso, feito com nossos corpos e gestos.
Uma das maiores vantagens de conseguir a empatia de alguém é que aquela pessoa costuma começar a gostar de você e é criado um vínculo de confiança mais forte. Quando nos comportamos de maneira semelhante ao outro, ele nos entende como igual. Tendemos a gostar mais das pessoas que achamos parecidas conosco e, em última instância, também tendemos a concordar com aqueles que gostamos e com quem somos parecidos.
Pode parecer que não precisamos da empatia, mas a verdade é que ela costuma ser muito útil. Por exemplo, quando você está numa entrevista de emprego ou quando o que está em questão é uma vaga para promoção. Logo, é hora de tirar sua capacidade de percepção de dentro de você e prestar atenção à sua volta. Invista na empatia que as recompensas serão diversas!
A primeira técnica para o uso correto da comunicação corporal é a que o autor chama de "alinhamento e espelhamento". O que em outras palavras quer dizer: copie seu interlocutor. Observe a pessoa com quem você deseja desenvolver a empatia e copie sua postura. Se ela mover alguma parte do corpo, você deve mover a mesma parte. É claro que para que isso seja eficiente é crucial que a adaptação e cópia dos movimentos seja feita de forma sutil e gradual. Ou seja, no início a cópia deve ser parcial. Outra boa ideia é copiar a expressão corporal da pessoa, já que ela não é capaz de ver o próprio rosto. Porém, ver que você está se sentindo da mesma forma que ela ajudará a criar o vínculo da empatia com mais rapidez.
O autor ressalta que não devemos simplesmente inferir um comportamento tomando como base o alinhamento corporal do nosso interlocutor. Por exemplo, uma pessoa de braços cruzados não está, necessariamente, com bloqueio. Ela pode estar simplesmente com frio. Tudo isso pode parecer estranho a princípio, mas todo novo hábito parece esquisito nas primeiras vezes. A chave é a persistência.
Outro item importante no que diz respeito à nossa linguagem é a voz, seu timbre e tonalidade. Ela também deve se adaptar à voz do interlocutor, como ele fala e considerar elementos como tonalidade, plenitude, melodia, ritmo, força e volume. Da mesma maneira, precisamos analisar nosso público para saber quando fazer uso ou cercear as gírias, jargões ou experiências pessoais.
A regra de repetir a forma como a pessoa se comporta também funciona nesse ponto, exceto se estivermos tratando de um relacionamento profissional, o qual devemos tentar manter o mínimo de formalidade. Não podemos esquecer de considerar a rapidez ou a intensidade da respiração e tentar nos conectar dessa forma também. Isso pode ser difícil, dependendo de dificuldades pessoais ou do nível de energia das pessoas envolvidas. Por isso, precisamos ficar atentos se realmente é uma estratégia útil, pois se alterará dependendo de quem é nosso interlocutor.
O timbre de voz tem que ser convincente e condizente com aquilo que você está falando. Ou seja, se você está pedindo calma, não adianta gritar e chacoalhar os ombros de seus interlocutores, ainda que essa seja - muitas vezes - nossa vontade. Da mesma forma, a linguagem escrita também deve ser adaptada, especialmente aquela feita por e-mail. Ao receber um email formal, não devemos responder com abreviações. A recíproca também é verdadeira. Adeque sua escrita ao seu interlocutor.
Devemos sempre tentar encontrar algo em comum como nosso interlocutor, por mais difícil que isso possa parecer. Mesmo que não seja um assunto comum ou tradicional, às vezes os dois podem ter hobbies parecidos. Não queremos obstruir e nos tornar obstáculos com nosso diálogo, mas sim tentar ao máximo ser abertos para um diálogo produtivo. Por isso, primeiro deve-se concordar e, depois, conduzir a linha de raciocínio para o oposto, se for o caso. Uma boa estratégia é usar frases mais suaves na hora de defender nossos argumentos e deixar a pessoa confortável para que ela fale dela mesma e você possa captar algo em comum.
Em alguns casos não é ideal se adaptar ao comportamento de alguém, especialmente se for algum comportamento que pode ser considerado ofensivo, como imitar um sotaque ou uma deficiência. Um pouco de bom senso nunca fez mal a ninguém!
Nossas impressões sensoriais são uma parte de nossos pensamentos e a preferência por um tipo ou outro de impressão depende e varia de pessoa para pessoa. Por exemplo, algumas pessoas preferem impressões visuais e outras auditivas. Outras pessoas são plenamente baseadas em princípios lógicos e não são afetadas pelo mundo sensorial como as demais. O que acontece é que essas preferências acabam afetando nosso modo de pensar e, portanto, nosso modo de nos comunicarmos e de interpretarmos o mundo.
Essa situação pode se tornar particularmente difícil quando estamos falando com mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Em uma reunião, por exemplo. Nesses casos, precisamos nos certificar de que estamos usando todas (ou a maior parte que conseguimos) de impressões sensoriais diferentes. Para descobrir o sentido dominante de alguém é necessário fazer perguntas sinceras e abertas. Muitas vezes perguntar abertamente qual é a melhor forma de apresentar é uma ideia simples e eficiente. Também é possível inferir os sentidos dominantes de acordo com características físicas, mas o próprio autor diz que isso é uma generalização que pode dar errado. Uma boa dica é observar o ritmo. Muitas vezes as pessoas visuais têm um ritmo mais rápido, as cinestésicas são mais lentas e as auditivas são um meio-termo.
A melhor forma de tentar categorizar as pessoas é, simplesmente, por meio de testes e prática. É claro que perguntar abertamente também pode ser uma ótima estratégia, conforme já foi dito. Durante a vida, as pessoas raramente mudam de foco sensorial de tal forma que o exercício só precisará ser feito uma vez com assertividade para, provavelmente, valer pela vida inteira.
As emoções fazem parte da nossa sobrevivência. Elas começam de forma automática, a fim de acionar nosso sistema nervoso sem que nem sequer racionalizemos sobre os problemas em questão. Elas aumentam nossas chances de sobrevivência, desde os primórdios. Essa é a origem da nossa emoção, mas, com o passar dos anos, ela se desenvolveu de tal maneira que outros tipos de emoção, com outras reações, tenham se desenvolvido.
As expressões faciais são um dos maiores espelhos das emoções. Os rostos têm mais de 40 músculos e todos eles podem ser utilizados quando expressamos algum sentimento. É fácil perceber pela expressão facial ou linguagem corporal se alguém está feliz, triste ou irritado. As nuances da emoção estão naquelas que não são tão facilmente percebidas, normalmente porque nem a pessoa que está sentindo percebe que está exteriorizando aquela emoção. É possível, inclusive, exibirmos mais de uma emoção ao mesmo tempo. Um exemplo clássico é estar triste, mas tentar forçar um sorriso. Por isso é normal que tenhamos dificuldade na interpretação de sentimentos. Por vezes nem sequer entendemos as nossas emoções, então como podemos entender as emoções dos outros?
Emoções fortes são, inclusive, capazes de distorcer nossa visão do mundo, ainda que temporariamente. Quando estamos tomados por uma emoção negativa, por exemplo, acabamos nos afastando e bloqueando todas aquelas que poderiam ser potencialmente positivas. Por isso, nesse momento, precisamos entender e dar espaço para as pessoas. Da mesma maneira, devemos evitar todas decisões ou agir impulsivamente quando estamos tomados por alguma dessas sensações. É provável que acabemos nos arrependendo.
Paul Ekman, um famoso psicólogo norte-americano, categorizou sete emoções básicas, que o mundo inteiro sente, independentemente de cultura ou localização, são elas:
Ao conseguir interpretar a emoção de uma expressão, normalmente nós não sabemos o que a causou. Por isso, não podemos deixar a expressão das outras pessoas afetar o nosso comportamento, pois não temos certeza dos motivos das emoções delas. Por exemplo, alguém pode estar chateado e com uma expressão irritada, mas não necessariamente ele está irritado com você. Todavia, se você começar a ficar irritado porque acha que ele está irritado com você, mesmo não estando, o único efeito que você terá é que ele irá, de fato, ficar irritado com você.
A maioria da população mente o tempo todo. Podem ser mentiras sutis e triviais, mas estão presentes em nosso dia-a-dia. Por exemplo, quantas vezes você já respondeu à pergunta de "tudo bem com você" com "tudo" quando, na verdade, a sensação que você carregava era a de que, a qualquer momento, tudo ia desabar?
Os sinais que nos ajudam a detectar as mentiras são chamados de "sinais contraditórios". Ou seja, são sinais que não condizem com a emoção que a pessoa está tentando apresentar ou com seu discurso. A maior parte dos sinais está no rosto (coçar o nariz, por exemplo), nos olhos (pessoas que não conseguem olhar nos olhos têm grande potencial para mentirosos) e nas mãos (mãos muito suadas).
Todavia, o resto do corpo também pode nos dar sinais por meio de atos falhos gestuais. Eles podem ser completamente naturais, como bater os dedos na mesa ou roer o cantinho das unhas. Eles podem não significar nada, mas podem ser também esclarecedores, se acompanhados de outros atos. Da mesma maneira, é possível perceber que existe algo de errado quando a voz sofre alterações bruscas em tom, discurso ou linguagem utilizada.
Novamente, no encerramento do capítulo, o autor ressalta que devemos aplicar esse e outros métodos de forma consciente e evitar ser levianos. Afinal, acusar alguém de mentiroso é algo muito grave. Se você desconfiar que algo não está condizente, aja com cautela e dê à pessoa oportunidade de sempre se explicar. Lembre-se das técnicas de discurso e diálogo aberto que já foram abordadas neste resumo. É preciso entender como alguém age naturalmente para saber o que está diferente em seu comportamento. Por exemplo, alguém pode ter um tique que o faz coçar o nariz constantemente, mas isso não quer dizer que ele é um mentiroso patológico.
Cabe ao nosso lado racional julgar e filtrar. Não é dever do nosso inconsciente passar por isso, o que pode ser um problema. Se nosso racional não fizer um filtro prévio, nosso inconsciente aceitará as propostas sem muito questionamento. Para conseguirmos fazer esse filtro corretamente, é necessário mudarmos um pouco a forma de pensarmos e de nos expressarmos. Por exemplo, evitar usar a palavra "não" pode ser um ótimo começo. Em vez de criarmos frases negativas, devemos nos esforçar para passar a mesma ideia com frases positivas.
Precisamos também tomar cuidado com objetos que podem servir de âncora e se tornar catalisadores de sentimentos, sejam eles bons ou ruins. Como nossa memória e emoções têm muito a ver com nossas sensações, às vezes colocamos uma carga emocional muito forte em um objeto ou local, de acordo com o que passamos perto dele, com ele ou nele. As âncoras podem ser aliadas quando usadas de forma consciente e para trazer bons sentimentos, como empatia, mas podem se tornar pesos se forem criadas de forma inconsciente. Por isso, fique atento!
O autor levanta uma importante questão nas partes finais do livro que é: o que acontecerá quando todos souberem como aplicar esses conceitos? Não seria estranho se todos agissem como o livro informa, tentando analisar os outros o tempo todo? O autor defende que, em certo ponto, nós vamos ser capazes de fazer isso de forma inconsciente e, quando isso acontecer, teremos um mundo mais altruísta e empático. O problema, segundo ele, é justamente que isso nunca acontecerá, porque sempre teremos pessoas céticas, incapazes de criar empatia e interessadas na arte de manipulação, no lugar da de compreensão.
Para conseguirmos ser especialistas em algo, o primeiro e principal passo é o estudo e a prática. Da mesma forma acontece com nosso potencial de leitura de mentes. Ficaremos cada vez mais experientes e capazes de entender melhor o funcionamento da mente daqueles que nos cercam à medida que nos esforçarmos, estudarmos e exercitarmos. O livro de Fexeus traz diversos exercícios durante sua leitura, em especial na parte final, dedicada especialmente a fixação do conteúdo apresentado.
Talvez o livro não seja nenhuma novidade para aqueles que já estudaram bastante sobre comportamento humano ou linguagem corporal, mas a vantagem é reforçar os conceitos e práticas, visto que ler mentes é um exercício de prática. Com certeza é um ótimo livro para aqueles que estão começando a se familiarizar com os conceitos e que têm interesse em aprender mais sobre o assunto.
A maneira como interpretamos o conceito de “ler mentes” se modifica após a leitura do livro. Percebemos que ler mentes não é uma atividade mística e muito menos absurda. Pelo contrário, é algo que já fazemos diariamente e podemos elaborar, para termos mais benefícios e vivermos uma vida mais completa.
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Henrik Fexeus - nascido em 29 de setembro de 1971 em Örebro, Suécia - é um mentalista, autor e apresentador de TV. Fexeus, o autor do presente livro, é psicólogo, e teve uma carreira de imenso destaque não somente nessa área, como também nos quesitos de comunicação e marketing. Palestrante e convidado p... (Leia mais)
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