Um Homem para Qualquer Mercado - Resenha crítica - Edward O. Thorp
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Um Homem para Qualquer Mercado - resenha crítica

Um Homem para Qualquer Mercado Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Biografias & Memórias

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 

Editora: Portfolio

Resenha crítica

Dos cassinos para Wall Street

Talvez o mercado de ações tenha sido um passo natural e, até certo ponto, inevitável, para o autor, após ter alcançado o sucesso nos cassinos. Houve problemas com os métodos de Thorp para vencer o “dealer” (ou “croupier”, isto é, o profissional responsável por “pagar” os jogos nos salões de apostas).

Afinal, ele atraiu para si o interesse geral, incluindo o de alguns personagens controversos associados ao setor de jogos de azar estadunidenses. Certamente, os objetivos de quem joga no maior cassino de todos – o mercado de ações – seriam muito maiores do que as expectativas de ganho dos salões enfumaçados de Las Vegas nos anos de 1960.

Desde uma perspectiva econômica idealista, o mercado de ações é um local para os donos de capitais realizarem investimentos em negócios promissores e capazes de gerar retornos atrativos.

Obviamente, há sentido nessa visão, uma vez que o capital é, de fato, proporcionado às empresas mediante ações. No entanto, o volume de negócios transacionados nas bolsas deixa claro que a maior parte das atividades tem pouco a ver com o fornecimento de recursos a empresas ou a alocação de capitais para a geração de emprego e renda.

Pelo contrário, de acordo com Thorp, o mercado de ações se parece mais com um cassino repleto de jogadores interessados em obter ganhos rápidos e fáceis. O debate sobre a “eficiência” do mercado financeiro vem sendo travado há décadas.

Com efeito, muitos analistas insistem que não há formas sistemáticas de superar as médias do mercado sem, para tanto, assumir proporcionalmente mais “risco”, conforme definido pela volatilidade de uma ação individual em relação ao mercado geral.

Thorp, então, foi naturalmente atraído por esse “grande cassino” que, felizmente, não conta com personagens obscuros e o perigo de Las Vegas.

Ademais, não há imposições de “limites” que restringiriam o capital que empregaria. Outro fator de interesse é que as regras não mudam repentinamente no meio do jogo, a fim de impedir que o jogador prossiga em uma sequência de vitórias.

Sem qualquer experiência relacionada a investimentos, Thorp passou o verão de 1964 estudando o assunto. Analisou a obra Security analysis (ou “Análise de segurança”, em tradução livre), de Graham e Dood, e se aprofundou em análises cada vez mais técnicas.

Os primeiros investimentos em prata produziram resultados amplamente insatisfatórios, porém, Thorp continuou estudando, atingindo a compreensão até mesmo das “warrants” (ou “garantias”, em tradução livre) de ações ordinárias.

Warrants e arbitragem

O valor de um bônus de subscrição sobre uma ação ordinária é derivado da diferença entre o preço atual das ações e o de exercício desses títulos. Para o cálculo, é levado em consideração o período anterior ao seu vencimento.

Nesse sentido, um bônus de subscrição sempre terá um valor positivo antes do vencimento, mesmo que não possa ser exercido imediatamente com lucro. Thorp teve a ideia de desenvolver modelos matemáticos para determinar se as garantias estão precificadas incorretamente em relação aos preços das ações ordinárias.

Isso significa que, ao comprar um título relativamente subvalorizado e vender a descoberto um supervalorizado, é possível explorar o “erro” do mercado sem, necessariamente, expressar uma opinião acerca dos méritos de cada operação.

Por meio da colaboração de um colega acadêmico, o autor criou um sistema para capitalizar títulos de garantia com precificações incorretas e publicou os resultados no livro “Beat the market”, publicado em 1967.

Mas, por que Thorp revelou ao público tais “segredos”? Durante a sua juventude, ele ambicionava alcançar destaque no meio acadêmico, tendo considerado a pesquisa científica como um bem público.

Seu compromisso ético esteve acompanhado da esperança de que teria mais ideias que poderiam ser exploradas para o seu próprio ganho monetário. Pouco depois da publicação da referida obra, Thorp propôs, de forma independente, a fórmula que, posteriormente, seria conhecida como a “fórmula de Black-Scholes para a precificação de opções”.

Os estudiosos Fischer Black e Myron Scholes foram inspirados por Thorp, criando seu famoso modelo e publicando as descobertas em 1972. Nesse caso, infelizmente, a história não concedeu o devido crédito ao pesquisador original.

Conhecendo Warren Buffett

A história muda radicalmente quando Thorp é convidado a conhecer o célebre investidor Warren Buffet, em 1969. O autor havia começado a administrar contas para clientes, um dos quais era o reitor da faculdade de graduação da Universidade da Califórnia, Ralph Waldo Gerard.

O reitor era sócio comanditário da famosa empresa Buffett Partnership que, na época, estava em processo de liquidação. Os investidores receberiam dinheiro vivo ou a opção de obter ações das empresas Diversified Retailing e da Berkshire Hathaway.

As pessoas que optaram pelo dinheiro em vez das ações eram, segundo Thorp, “malucas”. Entretanto, quase ninguém pensava, naquele momento, que a Berkshire se tornaria um dos maiores sucessos de Buffet pelo próximo meio século.

Gerar planejava aceitar o dinheiro e queria a opinião de Buffet sobre Thorp. Ambos empregaram estratégias de hedge para a garantia e a arbitragem de fusões. O assunto foi tratado durante almoço organizado pelo reitor.

Não obstante, o estilo de investimentos de Buffet transcendesse as atividades de Thorp, ele teve uma impressão geral positiva de nosso autor, à medida que Gerard acabou escolhendo-o como sócio de investimentos em fundos adicionais.

Agora que chegamos à metade da leitura, vamos conhecer melhor sobre a empresa gerida por Thorp, a Princeton Newport Partners, os conselhos oferecidos pelo autor acerca de finanças pessoais e, por fim, as críticas que realiza ao sistema financeiro.

Princeton Newport Partners

Nessa fase de sua vida, Thorp administrava cerca de US$ 400 mil e as contas rendiam, em média, 25% ao ano, com 20% dos lucros pagáveis aos sócios gerais. A renda de US$ 20 mil do autor com a parceria equivalia ao seu salário como professor universitário.

As quantias aumentaram ainda mais nos anos seguintes, à medida que sua empresa atraía ativos adicionais e desfrutava de sucesso constante.

Thorp manteve seu cargo de professor por vários antes de, finalmente, dedicar todo o seu tempo aos investimentos, o que ocorreu na década de 1980. Logo, a Princeton Newport empregou uma verdadeira estratégia de “fundo de hedge”.

Dito de outra forma, as intervenções eram projetadas para serem neutras em relação ao mercado, gerando lucros permanentes a despeito dos movimentos inerentes ao mercado de ações em geral.

Hoje, o que chamados de “fundos de hedge” não são, geralmente, fundos neutros de mercado do tipo que Thorp administrava, mas títulos comprados ou vendidos. Isto é, os gerentes contemporâneos têm uma visão direcional de seus investimentos ou do mercado como um todo.

O foco do autor estava na identificação de oportunidades que pudessem ser protegidas de um modo que a posição assumida não sofresse abalos das oscilações de mercado.

Isso resultou em um histórico de quase 20 anos em que o fundo nunca registrou prejuízos. De novembro de 1969 até 1988, a Princeton Newport Partners publicou um retorno anual composto anual líquido de 19,1% e um bruto, após a cobrança de taxas, de 15,1%.

A empresa só teve problemas no final de 1987, quando a Receita Federal (IRS) e o FBI invadiram sua sede. Rudolph Giuliani, que na época era um procurador de justiça politicamente ambicioso, iniciou uma campanha para criminalizar os investidores de Wall Street.

Finanças Pessoais

Os últimos capítulos do livro se aprofundam em uma série de tópicos de finanças pessoais. Apesar de estarem inseridos em uma autobiografia, fornecem boas ideias tanto para os investidores iniciantes quanto para os mais experientes.

Thorp analisa fatos e números associados à riqueza nos Estados Unidos, explica o poder do “crescimento composto”, examina as possibilidades de vencer no mercado, considera as táticas de indexação como uma abordagem viável e, por fim, indica como alocar recursos entre as diferentes classes de ativos.

O fato de dedicar tanto espaço em suas memórias às finanças pessoais é um claro indicativo de que o autor acredita que a falta de educação nessa área é um sério impedimento ao bem-estar público.

Por isso, sustenta que as “finanças pessoais” deveriam ser incluídas no currículo escolar de nível fundamental e médio. A premissa básica para essa conclusão reside na observação de que a maioria das pessoas não compreende probabilidade e estatística básica.

Evidentemente, se mais pessoas entendessem o poder do crescimento composto ao concluírem o ensino médio, haveria, segundo ela, menos casos de miséria gerados pelo acúmulo equivocado de dívidas e ausência de estratégias de poupança.

A questão de tentar ou não vencer o mercado é, em última análise, uma decisão pessoal. Aqueles que desejam enfrentar esse desafio devem escolher entre gerentes que possam ter um alto desempenho, depois de considerarem seus honorários. Caso contrário, podem optar por fazerem o trabalho por si mesmos.

Vicissitudes do sistema

Nosso autor não deixa de oferecer aos leitores um relato convincente das causas e consequências das crises financeiras. A insensatez do mercado de ações pode ser familiar para a maioria dos leitores, mas sempre geram uma sensação de perplexidade quando exposta diretamente.

Embora Thorp acredite que novas crises financeiras possam ser amenizadas devido às recentes mudanças regulatórias, demonstra pessimismo em relação às reformas geralmente implementadas.

Uma de suas mais fortes acusações refere-se à governança corporativa e corrupta que isola as administrações à custa dos acionistas. Prática, aliás, que continua até hoje.

As estruturas de incentivos prevalecentes nos Estados Unidos seguem praticamente inalteradas e, certamente, causarão problemas graves em breve. Um bom exemplo pode ser encontrado no gerenciamento das ações de Warren Buffet que, apesar de minuciosamente elencadas na obra, são de conhecimento geral do público.

A despeito da filantropia de Buffet e de sua participação no governo estadual da Califórnia, há uma indesejável confusão de interesses públicos e privados que, no final das contas, concentra cada vez mais dinheiro nas mãos dos mais ricos e poderosos, em detrimento da sociedade como um todo.

Notas finais

As memórias do autor certamente são apreciadas por diversos tipos de leitores. Os jogadores e investidores ficarão naturalmente fascinados com os detalhes que a obra fornece.

Por sua vez, as pessoas interessadas em políticas públicas ficarão atraídas pelas suas opiniões sobre a crise financeira e os leitores menos familiarizados com finanças pessoais receberão breves lições e alguns conselhos acionáveis.

Provavelmente, uma das lições mais importantes da presente obra consiste no fato de que a curiosidade intelectual articulada à rejeição do senso comum é necessária para o progresso do conhecimento humano e, em nível pessoal, a obtenção de riquezas.

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Quem escreveu o livro?

Edward Oakley "Ed" Thorp (nascido em 14 de agosto, 1932) é um professor americano de matemática, autor, gerente de fundos de hedge, e leitor de blackjack mais conhecido como o "pai do computador wearable" depois de inventar primeiro computador wearable do mundo em 1961. Ele era um pioneiro em aplicações modernas da teoria da probabilidade, incluindo o aproveitamento de pequenas correlações para confiável ganho financeiro [carece de fontes?] .Ele é o autor de Beat the Dealer, o primeiro livro para provar matematicamente, em 1962, que a vantagem da casa no blackjack poderia ser superado pela contagem de cartas. Ele também desenvolveu e aplicou técnicas... (Leia mais)

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