Tim Cook - Resenha crítica - Leander Kahney
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Tim Cook - resenha crítica

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Biografias & Memórias

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 

Editora: Intrínseca

Resenha crítica

As genialidades de Jobs e Cook

Como você pôde notar em nossa introdução, este livro narra a inspiradora história de um homem que teve o imenso desafio de suceder alguém insubstituível. Por meio de uma gestão humana e forte, compromisso inabalável com seus próprios valores e um profundo conhecimento acerca da cadeia de suprimentos, ele obteve mais sucesso do que todos achavam que seria possível.

Inegavelmente, Tim Cook é um líder discreto em comparação ao saudoso Steve Jobs, cuja personalidade e nome eram, em termos práticos, sinônimos da célebre marca Apple.

Nesse sentido, a genialidade de Cook é mais silenciosa, privada e uniforme, com foco na cadeia de suprimentos e na produção, em detrimento do culto à imagem pessoal e ao ego.

A maior empresa do mundo

Ao assumir o posto de CEO, em 2011, Cook tinha um cargo de altíssima responsabilidade a ocupar. Afinal, uma das mais inovadoras e maiores empresas de todo o mundo acabara de perder seu revolucionário fundador.

Steve Jobs e a Apple se tornaram verdadeiros ícones da contemporaneidade, de modo que a imprensa especializada previu nada menos que um desastre iminente com a sua nomeação.

A partir da intensificação da concorrência do sistema operacional Android, bem como a incerteza sobre os futuros produtos, Cook tinha muito a perder quando ocupou a cadeira do grande líder.

Porém, os críticos estavam – como o tempo mostrou – errados. Sob a liderança de Cook, a Apple está indo de vento em popa há quase uma década. Desde a passagem e Jobs, a marca atingiu lucros históricos, tornando-se a primeira organização, em todo o mundo, avaliada em 1 trilhão de dólares.

Desde 2010, as reservas de caixa quadruplicaram, mesmo tendo investido cerca de US$ 220 bilhões na recompra de dividendos e ações. Para colocar esse montante incrível em perspectiva, basta considerarmos que o governo dos Estados Unidos conta com US$ 270 bilhões em caixa.  

A Apple de Cook

Para ter a dimensão exata da influência da Apple no mercado ao longo da gestão de Cook, leve em consideração que a empresa atingiu mais de US$ 88 milhões em receitas e superou a marca de US$ 20 bilhões em lucros apenas no primeiro trimestre do ano de 2018, quando a obra foi escrita.

O Facebook, em comparação, com seus mais de 2 bilhões de usuários, obteve apenas US$ 41 bilhões durante todo o ano de 2017. Ademais, somente nesses 3 meses, a Apple lucrou quase tanto quanto a sua histórica rival Microsoft, que já ocupou o posto de maior empresa da área de tecnologia, em todo o ano de 2017. A empresa de Bill Gates faturou, nos 12 meses, US$ 90 bilhões.

Com efeito, a Apple de Tim Cook está desbancando a concorrência em, praticamente, todos os aspectos. Por exemplo, o produto de maior êxito em todos os tempos é o iPhone.

Como um “rolo compressor”, o produto vendeu mais de 1 bilhão desde o seu lançamento. Nesse período, Jobs esteve à frente da companhia por 4 anos: o restante do tempo, a direção esteve com Cook.

Em termos cumulativos, as vendas se aproximam de impressionantes US$ 1 trilhão, considerando somente as receitas. A despeito de o Android vender mais aparelhos, a liderança em receitas é da Apple – que abocanha cerca de 80% dos lucros da indústria móvel.

Lucratividade

A Apple comercializa aparelhos de qualidade “premium”, alcançando margens de lucro na faixa de 40%. Enquanto isso, as demais empresas da indústria móvel lutam pelos segmentos inferiores do mercado, nos quais a lucratividade é mínima.

A partir do iPhone X e de seus descendentes, a Apple continua com uma participação crescente no mercado. De acordo com o autor, os lucros da concorrência, por sua vez, seguem uma trajetória de queda.

Outro setor no qual a Apple tem crescido astronomicamente é o de serviços. Ao responder por mais de US$ 9 bilhões durante o segundo semestre de 2018, se tornou o segundo segmento mais relevante para a empresa, em termos de receita, quase tão rentável quanto o serviço de TV por assinatura Dish Networks.

Se considerados independentemente, os serviços da Apple estariam na lista da revista “Fortune”, que aponta as 500 empresas mais valiosas de todo o mundo. A estimativa dos especialistas, em 2018, era o de que as vendas de assinaturas digitais, aplicativos e músicas, cresceriam para US$ 50 bilhões até o ano de 2020.

Concretizando-se até o final do ano, essa previsão tornará os serviços da Apple mais rentáveis que a combinação entre iPad e Mac, superando, até mesmo, a Microsoft e a Disney.

Agora que chegamos à metade da leitura, conheceremos alguns dos princípios norteadores da gestão de Tim Cook, como a diversificação de produtos, a mudança no estilo de liderança, as alterações na cultura corporativa e o legado que vem sendo construído.

Diversidade de produtos

Os computadores também representam outra frente de sucesso da Apple. Não obstante estejam em segundo plano quando comparados ao iPhone, a empresa aumentou recentemente a sua participação de mercado depois de muitas décadas em baixa. Vale enfatizar que é a única organização que está realizando esse movimento.

Em relação ao auge do setor em 2011, as vendas caíram 26%. Contudo, graças aos smartphones e tabletes, parecia inverossímil que o setor de computadores pessoais se recuperasse.

Entretanto, desde que Tim Cook se tornou CEO, a Apple tem tido constantes crescimentos no mercado, avançando de 6% em 2011 para algo em torno de 8% hoje. Em um primeiro momento, isso parece um ganho modesto.

Todavia, assim como ocorrera com o iPhone, a Apple somente está competindo nos segmentos de ponta. A empresa inaugurou uma nova indústria com os “wearables” (ou “dispositivos vestíveis”, em tradução livre).

O Apple Watch, lançado em 2015, é o primeiro produto característico da “era Cook”, pois não teve a participação de Jobs. De fato, o produto é um sucesso absoluto: são mais de 50 milhões de usuários e um crescimento nas vendas da ordem de 50% a cada trimestre.

Só para exemplificar, o seu negócio de relógios já é superior à tradicional marca Rolex. Outros êxitos consideráveis também podem ser observados, como os AirPods. Quanto a eles, espera-se que as vendas superem o fantástico patamar de 50 milhões de unidades.

Com um novo alto-falante, chamado de “HomePod”, o negócio de áudios inteligentes da Apple poderá chegar, em pouco tempo, à lucratividade de US$ 11 bilhões a cada ano.

Estilo de liderança

Para o autor, o melhor ainda está por vir. Há rumores, nos bastidores, de que a empresa está empenhada na construção de uma espécie de “carro-robô”. Se a Apple for bem-sucedida nesse campo, ameaçará a indústria automotiva, assim como fez com o setor de telefonia.

Nesse cenário, Ford e GM poderiam acabar como a Motorola e a Nokia. Por desafiar expectativas, a Apple desfruta, sob a batuta de Cook, de um sucesso sem precedentes e o futuro parece-lhe radiante.

Os temores de uma debandada em massa dos maiores talentos da empresa após o falecimento de Steve Jobs mostraram-se infundados. Erraram, também, aqueles que previam que a Apple seria destruída pelas rivais.

Remando contra a maré do pessimismo, Cook manteve o time de administradores que herdou do fundador da Apple, enriquecendo-o com contratações de alto nível. Em suma, além de conduzir a empresa em um período de incertezas e fazê-la crescer, o biografado ainda liderou uma verdadeira revolução na cultura corporativa.

A Apple de Cook não é tão abusiva e cruel como antes. Essa alteração, diferentemente, não prejudicou os produtos centrais da empresa ou a sua lucratividade. Apesar de, em muitas ocasiões, Jobs ter colocado uma equipe contra a outra, Cook adota uma abordagem harmoniosa.

Cultura corporativa

Tim Cook crê firmemente que todas as empresas precisam implementar boas estratégias associadas a bons valores. Em 2017, seus 6 valores essenciais foram publicados, com certa discrição, em uma declaração financeira, recebendo, posteriormente, algumas subseções no site oficial da Apple. Conhecer esses valores permite-nos compreender melhor o seu estilo de liderança:

  • acessibilidade: a empresa considera a acessibilidade como um direito humano, preconizando que a tecnologia seja acessível a todos;
  • meio ambiente: tanto na fabricação de produtos quanto em seus designs, a Apple estimula a responsabilidade ambiental;
  • educação: outro direito fundamental, a empresa defende que uma educação de alta qualidade deve ser disponibilizada a todos;
  • diversidade e inclusão: a inovação só é possível quando as equipes têm a maior diversidade possível;
  • segurança e privacidade: cada um dos produtos Apple é elaborado para proteger a privacidade e a segurança dos clientes;
  • responsabilidades do fornecedor: a empresa capacita e educa os consumidores, ajudando na preservação dos mais preciosos recursos, desde o ponto de vista ambiental, nas suas cadeias de suprimentos.

Legado

Enquanto Kahney escrevia esta obra, relata, ficou evidente como esses valores são fundamentais para embasar a liderança de Tim Cook. Obviamente, não foi fácil implementá-lo entre todos os colaboradores, uma vez que a sombra onipresente de Jobs sempre “pairava” no ambiente de trabalho.

Esses valores, no entanto, foram elaborados por Cook em toda a sua vida, e não apenas como CEO da Apple. Talvez, esse seja o grande fator que explique como eles puderam sustentar a alma e o coração da empresa, mesmo perante uma situação de alto risco.

À medida que a Apple se instalava em sua recém-construída sede – uma “nave futurística” e uma das maiores construções corporativas em todo o Vale do Silício, a empresa estava pronta para dar o seu terceiro grande salto, trazendo a computação para setores que, anteriormente, não estavam incorporados pelas novas tecnologias.

Isso inclui as casas inteligentes, os automóveis, o mundo fitness, os serviços de saúde e a medicina, dentre outros. A gestão de Tim Cook à frente da Apple já se tornou uma verdadeira “lenda” no mundo dos negócios, edificando o próprio legado.

Notas finais

Cumpre ressaltar, por fim, que o autor conclui a obra levantando a seguinte questão: Tim Cook foi o melhor CEO que a Apple já teve? Embora não responda de modo categoricamente afirmativo, fica evidente aos leitores que Kahney pensa assim.

Cook provou aos pessimistas que eles estavam gravemente errados, apesar de eventuais contratempos no caminho que levou a Apple a se tornar uma das maiores organizações do mundo. Em quaisquer medidas, isso é, por si só, um grande feito, sobretudo, para quem teve a árdua tarefa de suceder o visionário Steve Jobs.

Os fatos ocorridos na infância de Cook estimulam os valores centrais da Apple, dando-lhes substância. Por fim, até mesmo o mais cético especialista em tecnologia encontraria muita dificuldade em duvidar da autenticidade das crenças de Tim Cook após a leitura desta biografia.

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Quem escreveu o livro?

Leander Kahney é editora-gerente, ex-repórter sênior na Wired News, a publicação irmã on-line da revista Wired. Ele é o autor de The Cult of Mac, Cult of iPod e Cérebro Inside Steve. Kahney é mais conhecido por seu blog popular, Cult of Mac (The Cult of Mac Blog). Como um escritor de destaque na Apple e tópicos relacionados com o Mac, Kahney já foi teorizado (incorretamente) para ser a identidade do Falso Steve Jobs.Leander tem trabalhado para muitas outras pu... (Leia mais)

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