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Este microbook é uma resenha crítica da obra: This is Your Mind on Plants
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 978-65-5560-368-2
Editora: Intrínseca
As plantas têm muitos usos. Mas o que mais atrai a atenção é o de estados alterados de consciência. A maior parte das pessoas usa uma dose de droga toda manhã. Seja coando ou seja extraindo um expresso, a planta do capitalismo está na xícara de quase todos.
Hoje, ouvimos que quase qualquer coisa é droga, desde açúcar até chá de camomila. Muitas substâncias se encaixam na definição. As que costumam aparecer como ilícitas são as que alteram a mente. Talvez seja porque confrontam o sistema social e vão contra os interesses de quem está no poder.
A cafeína já demonstrou seu valor para a cultura obcecada por produtividade. Afinal, tornam os trabalhadores mais eficientes. Por isso, não correm o risco de serem proibidas. Mas em alguns momentos, na Europa e no mundo árabe, o café foi proibido. Não por acaso, quando as pessoas se reuniam em grupos de oposição política para bebê-lo.
A alteração da consciência sempre atraiu atenção. As plantas que têm esse poder se cercam de leis, emoções, rituais e tabus. Isso mostra como alterar a mente é uma experiência assustadora para a sociedade. Quando ferramentas tão poderosas vão para as mãos de pessoas falíveis, as coisas podem dar errado.
As drogas vegetais têm suas ambiguidades. O café é o psicoativo mais popular do mundo, mas não é criminalizado. A razão é simples: é a substância que faz o capitalismo funcionar. Nossa cultura obcecada pela produtividade se alimenta de cafeína. Outras substâncias, como o ópio e a mescalina, são criminalizadas porque mudam a consciência.
Alterar a mente é perigoso para os governos, porque põe em risco as estruturas de poder. Para conter o medo de ficarem em risco, os governantes usam a guerra às drogas como arma. Isso nos impede de ver as substâncias como o que são: itens muito diferentes entre si, que também têm usos positivos.
O ópio tem uma natureza dupla. Para os vitorianos, era tão importante quanto a aspirina é para nós. Seu principal uso era para o controle da dor. No entanto, a guerra às drogas deixou a substância com cara de narcótico mortal. Parte da razão é o vício em drogas também derivadas da papoula, como a heroína.
Os romanos usavam a planta como um símbolo para o sono e para a morte. Os problemas na reputação do ópio se devem à crise dos opioides. Ela começou nos anos de 1990, com a comercialização de opiáceos como o Oxycontin, aumentando o número de dependentes de analgésicos.
Antes, o consumo do ópio era natural. Poetas românticos escreviam sobre ela, enquando a Grã-Bretanha lutava por suas exportações nas guerras do ópio. A humanidade tem um relacionamento longo com a substância, de mais de 5 mil anos. Na antiguidade, sua natureza era conhecida. O ópio poderia ser um amigo ou um inimigo.
Michael Pollan confessa que já experimentou ópio. Para isso, não precisou subornar algum farmacêutico ou comprar de um traficante. Na verdade, consumiu dentro dos limites da lei dos Estados Unidos. Plantou as papoulas na sua casa para consumo próprio. Triturou as vagens, moeu e fez um chá de ópio artesanal.
Os efeitos foram rápidos. Dores, ansiedades e sentimentos negativos simplesmente sumiram de sua consciência. Era como se estivesse em profunda meditação. Michael conta que o cultivo de papoula não é ilegal nos Estados Unidos. A população apenas não consome o ópio porque não sabe que é possível prepará-lo em casa.
Isso se deve à desinformação. Muita gente acredita que a substância só pode ser extraída de um tipo específico de papoula, que só existe em refeições pouco acessíveis. Outro mito é o de que é preciso uma série de equipamentos avançados para o procedimento. Para o autor, você pode comprar a papoula em uma quitanda qualquer e cultivar você mesmo.
A cafeína é a droga mais aceita do mundo. Seu efeito é capaz de nos deixar acordados para cumprir os prazos de trabalho. A razão é o bloqueio da adenosina, a substância que diminui a velocidade dos disparos dos neurônios e traz o sono. Com os receptores desligados, nosso horário ativo se prolonga.
O psicoativo também mexe com a dopamina, o neurotransmissor da recompensa. É por isso que uma xícara de café nos deixa tão felizes. Até as abelhas se viciam na cafeína, que serve como polinizadora. Em doses baixas, os insetos se atraem pela substância, mesmo sem néctar disponível.
No entanto, as doses altas são fatais. Insetos que tentam comer uma planta com muita cafeína morrem. Por isso, as plantas produzem só a dose suficiente para gerar confusão. Embora o café e o chá-da-índia não sejam bons fornecedores de calorias, continuam sendo viciantes. A razão é a mudança nos estados de consciência, um efeito da cafeína.
Agrupar todas as drogas em uma mesma categoria confunde mais do que explica. Paramos de pensar corretamente sobre o sentido de cada substância. Um psicoativo não representa perigo por conta própria. Nada acontece sem um relacionamento com a substância. As pessoas depositam nas drogas as suas necessidades profundas e humanas.
Existem usos para aliviar o tédio, se divertir, aumentar a socialização, se concentrar, ter uma conexão mística ou satisfazer um impulso espiritual. O desejo de mudar a consciência é universal, o que faz com que as vantagens superem os riscos em alguns casos. A morfina, por exemplo, tem valor analgésico.
Consumir drogas vegetais é se envolver com a natureza de forma profunda. Mas não podemos ignorar a tragédia humana. O abuso de drogas é um problema real. Só que ele depende do relacionamento do usuário com a droga. Isso passa por uso, intenção e contexto. Uma substância ilícita só é assim porque o governo quis.
As sociedades aceitam a cafeína porque torna os trabalhadores mais eficientes e mantém as estruturas de poder. No entanto, os psicodélicos são proibidos, ainda que sejam menos viciantes que a cafeína. Afinal, não cumprem o papel do capitalismo e são ofensivos para o sistema social. O problema é que nem sempre os governos são sinceros.
Os burocratas dos Estados Unidos dizem que cultivar e fazer ópio artesanal é impossível. Os agentes de repressão às drogas do país espalham que a extração da substância é complicada e perigosa, exigindo conhecimentos avançados. Mas Michael refutou essa ideia com sua própria experiência.
Para o autor, os agentes estão mentindo para desincentivar a produção artesanal. A desinformação é uma ferramenta de poder. Com uma repressão silenciosa, os burocratas tentavam discretamente diminuir a circulação de papoulas sem chamar atenção para sua disponibilidade. Para o autor, a batalha contra as plantas acessíveis é a face mais bizarra da guerra às drogas.
Já passamos da metade deste microbook e o autor conta como o café só é legalizado por ser útil. Por isso, sua proibição não traz perigos. Com uma xícara, passou a ser possível ficar acordado a qualquer hora do dia. As pausas para o café são lucrativas para os donos de fábricas, já que traz ganhos à produtividade.
Assim, os intervalos entraram para a cultura de trabalho. O café é a droga do capitalismo. Mudou os horários de trabalho. Antes, a noite servia só para dormir. Depois do café, os turnos noturnos viraram realidade. A cafeína também foi um dos motores do Iluminismo.
O café ajudava os intelectuais para que tivessem pensamentos claros. Antes de sua popularização, a maior parte dos europeus consumia álcool diariamente, o que confundia mais do que ajudava. No início da idade moderna, só Londres ostentava cafeterias. Logo, elas se tornariam espaços públicos que serviriam de palco para debates.
Ao dormir, o cérebro solta ondas de baixa frequência para regenerar a memória. O problema é que só uma xícara de café à noite já as diminui em até 20%. Cerca de 25% da cafeína que você ingeriu ainda fica circulando no cérebro doze horas depois. É um gerador de insônia.
Como outras drogas vegetais, a cafeína não é completamente prejudicial. Com a dose certa, traz efeitos positivos para o corpo. Os pesquisadores têm descoberto um risco reduzido para Parkinson, demência, diabetes, doenças cardiovasculares e câncer. O café ainda é extremamente popular. Muita gente passa a maior parte da vida sob a ação da cafeína.
O autor fez o experimento de abandonar a cafeína por um tempo. Seu sono melhorou consideravelmente. A vigília parecia sem graça, no entanto. Michael ficou com dificuldades de concentração. Quando tomou uma xícara de café depois de três meses, se sentiu mais vivo. Ficou hipervigilante, aceso e passou a ansiar pela próxima dose.
O cacto peiote tem uma papel nas cerimônias indígenas. Era a “raiz diabólica” da inquisição mexicana. Os povos usam há milhares de anos para cura ou rituais espirituais. Os indígenas experimentavam seus efeitos ao redor da fogueira, em silêncio. Faziam tudo longe dos olhares moralizadores das pessoas de fora, para evitar o estranhamento e a repressão.
Para que conseguisse experimentar legalmente, o autor precisava estar em um ritual religioso. Por isso, socializou com um grupo ritualístico que usava a mescalina, um entorpecente extraído do cacto. Ao beber algumas xícaras do chá produzido com a planta, Michael sentiu os efeitos. Mas foram diferentes da expectativa.
A droga não trouxe as visões ou alucinações que o autor esperava. Em vez disso, fez com que seu senso de identidade derretesse. Era como se as energias do lugar confluíssem. De repente, passou a ser levado para a direção que o psicodélico queria levá-lo, como se estivesse boiando em água morna.
A mescalina é útil para os cactos. Seu gosto não é bom, o que impede que as plantas que a produzem sejam devoradas pelos predadores. Funciona como um mecanismo de defesa. Seu gosto também não é bom para humanos. Mas seus efeitos são psicodélicos, atraindo as pessoas de qualquer jeito.
A droga faz parte de ritos sagrados. Sua popularidade se deve à codificação preditiva, um mecanismo do cérebro para reduzir os estímulos sensoriais. Quando a mescalina desregula esse mecanismo, faz com que tenhamos uma inundação sensorial. Tudo parece interessante, colorido e detalhado. O autor relata essas sensações ao experimentá-la.
Quando a droga fez efeito, Michael quis apenas olhar para as coisas. Afinal, tudo parecia mais rico. Dava vontade de contemplar. A mescalina o manteve no momento presente. Eram tantas informações sensoriais que o autor teve dificuldade de pensar em qualquer outra coisa. A planta mudou a forma que seu cérebro processava os pensamentos.
As plantas mudam a experiência de forma profunda. A mescalina afeta a forma como você vê a vida e faz parte de uma tradição espiritual milenar. Com seu consumo, tudo parece mais colorido, saturado e deslumbrante. Podemos ver a beleza em algo ignorado, como uma flor.
O ópio é um poderoso analgésico que pode ser feito em casa, mas não é aconselhável. Afinal, pode trazer problemas jurídicos na maior parte dos países ocidentais. Não vai trazer um barato, mas é um leve sedativo. Seu ingrediente ativo dá origem a vários medicamentos populares, como o Vicodin e o Oxycontin, como vimos.
O café é a droga da produtividade, que expandiu os limites do sono, ainda que possa ser bom ou ruim. Fica no corpo por 12 horas. Então, vale ter cautela. O que chamamos de droga tem mais a ver com os interesses da sociedade do que com a droga em si. Por isso, pense com a própria cabeça.
As plantas que alteram a consciência mudaram o mundo. A humanidade é outra depois do café. Drogas vegetais que integram tradições espirituais têm uma importância enorme para os povos que as praticam, enquanto o ópio é usado na medicina. O autor mostra o outro lado da guerra às drogas e revela como o assunto é mais complicado do que parece.
Os estudos de Michael Pollan não se resumem apenas ao efeito das drogas. O autor escreveu vários livros no campo da alimentação saudável e da gastronomia. Confira o “Em defesa da comida”, em que conta a importância de comer comida de verdade e evitar os ultraprocessados. Disponível aqui, no 12 min.
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Michael Pollan é um autor americano, jornalista, ativista e professor de jornalismo na UC Berkeley Graduate School of Journalism. Pollan nasceu em Long Island, Nova York, em uma família judaica. Ele é filho do autor e... (Leia mais)
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