Sexo no cativeiro - Resenha crítica - Esther Perel
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Sexo no cativeiro - resenha crítica

Sexo no cativeiro Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Sexo & Relacionamentos

Este microbook é uma resenha crítica da obra: Mating in captivity

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-85-4700-069-1

Editora: Objetiva

Resenha crítica

Da aventura ao cativeiro

Quando se fala sobre vida sexual em relacionamentos, é comum notar uma polarização repentina, como se as interações humanas não fossem compostas por diversas nuances. Relacionamentos acabam tratados como verdadeiras caricaturas, entre o paraíso perfeito ou o inferno na Terra.

Primeiro, surgem os românticos. Este tipo se recusa a ter uma vida sem paixão, não abre mão de encontrar o verdadeiro amor. Quem se vê neste grupo procura a pessoa certa o tempo todo, acreditando que o desejo nunca irá esfriar. Caso isso ocorra, tudo estará acabado, segundo sua conclusão imediata. Só de pensar na perda do entusiasmo pelo parceiro, ficam irritadiços e se afligem.

Por outro lado, os realistas figuram no extremo oposto. Para eles, o amor duradouro é mais importante que o ímpeto sexual. Acreditam que esse sentimento leva a cometer burrices, criando confusão e sendo uma base frágil para um casamento de décadas. Segundo este grupo, paixão é coisa para adolescentes e maturidade deve prevalecer. 

Mas existe um caminho entre o impulso aventureiro do começo do relacionamento e o declínio melancólico. Para entender, é necessário falar sobre sexo sem pudores, interpretando a vida como ela é, sem fantasias, exageros, permanecendo longe dos extremos. 

Mais intimidade, menos sexo

Em toda primeira conversa da autora com um casal, é lançada a pergunta sobre como se conheceram e o que gerou a atração mútua. É normal associar terapia a problemas e, por isso, Esther Perel é procurada quando a empolgação inicial do amor está em um passado distante. 

Essa pergunta é um lembrete discreto de como o casal já feliz e incrivelmente apaixonado foi em algum momento. Se ambos sofrem com o distanciamento ou algum conflito, é porque esqueceram como eram unidos. Toda formação de casal envolve um mito de fundamental importância para compreender a história de um relacionamento. 

O jeito, a forma de falar, a beleza natural, a gentileza e mesmo características físicas, algumas bem íntimas, precisam ser recuperadas. Afinal, o amor é um exercício de percepção seletiva, até mesmo um autoengano delicioso. 

Esse sentimento nasce como um ato de imaginação, uma síntese criativa que visa preencher nossos desejos mais profundos e sonhos mais antigos, permitindo que ambos renovem e transformem os envolvidos. O amor é a afirmação e a transcendência de quem somos. Tudo ao mesmo tempo. Seus primeiros passos são cheios de possibilidades e completude. 

Esquecer isso é o começo do fim, quando a intimidade deixa de lado essa encenação, encobrindo o sexo com a burocracia cotidiana. 

As ciladas da intimidade moderna

A mãe de Esther Perel costumava dizer uma frase muito interessante quando se falava de relacionamentos amorosos: “são necessárias duas coisas num casamento, vontade de fazer dar certo e disposição em ceder. Não é difícil estar certo, mas aí a gente está certo e sozinho.” 

Quantas vezes você não viu pessoas cheias de certeza, sem dar o braço a torcer para nada, reclamando da solteirice? Se você está insatisfeito com sua relação, pode ser possível que a ausência de ceder um pouquinho só de espaço esteja na raiz dos problemas.

No mundo moderno, hiperconectado e cheio de opções a poucos cliques de distância, o discurso sobre intimidade escaparia totalmente aos pais da autora e outras pessoas de sua geração.  

Até há alguns anos, as relações eram imperfeitas e vários casais teriam muitas razões para fazer terapia, mas a noção de trabalhar a intimidade acontecia de maneira natural. Com o mundo cada vez mais veloz e carente de respostas urgentes mesmo para problemas complexos, há inúmeros relacionamentos que acabam antes mesmo de começar.

Em todos os namoros e casamentos, há momentos bons e ruins. Ambos passam. Na intimidade moderna, a impressão é de um apocalipse surgir a cada breve discussão. Nada é perfeito. Nem a vida, nem as pessoas, tampouco os relacionamentos. Um dia após o outro vamos melhorando com conversas, compaixão e compreensão. Cedendo daqui, ganhando espaço de lá.

E não esquecendo o papel que o sexo tem na saúde da relação, é claro. 

Sexo sujo, exceto com quem você ama

Já passamos da metade deste livro e é bom deixar claro que a lista de fatores que causam o distanciamento sexual dos casais é longa, por mais que o estresse seja o primeiro a ser lembrado. 

Quando os pacientes da autora mencionam seus estresses muito verdadeiros da vida moderna para explicar por que o desejo foi para o brejo, ela ressalta que o declínio da vida sexual a dois não ocorre só por isso. Afinal, a estafa era uma constante na vida deles bem antes de se conhecerem e nunca impediu de se apaixonarem. 

Em seguida, é comum ver outros problemas crônicos da relação serem citados, como bate-bocas, falta de confiança, decepções crônicas e ciclos de culpa. Com isso, o sexo vai ficando de lado. 

E a morte da libido em um casal tem muito a ver com a permissividade e repressão com que o sexo é tratado. Quase sempre, ele e o amor são colocados em campos opostos, como se transar de maneira selvagem não fosse permitido para os casados. Essa separação é a receita perfeita para o fracasso.

Falar de sexo sem pudor permite sua prática mais frequente, mesmo depois de um compromisso duradouro. Não deveria ser aceitável ver a derrocada de um amor pelo qual ambos lutaram por tanto tempo pela falta de desejo um pelo outro. Quando menos se fala nisso, mais a insatisfação com a vida amorosa toma conta da sociedade contemporânea. 

A chegada dos filhos

E quando temos filhos? Todo adulto sabe que o sexo produz bebês. E é irônico perceber o quanto uma criança, verdadeira encarnação do amor de um casal, por vezes, ameaça o romance do qual é fruto. 

O sexo muitas vezes é abandonado após a reprodução. Muitos casais enxergam o fim da vida erótica na chegada do primeiro filho. A transição de dois para três é um dos maiores desafios que o casal enfrentará. 

Demoramos alguns anos até nos posicionarmos de maneira confortável nesse cenário novo. Um filho é a revolução psicológica que muda a relação com tudo e todos, da noção de identidade à relação com o parceiro, os amigos, pais e parentes. Nosso corpo, finanças e carreira se transformam.

São outras prioridades, com a redefinição de papéis e a necessidade de equilibrar liberdade e responsabilidade afetiva. O casal se apaixona pelo bebê e a constituição da família exige redistribuição de recursos. Tudo isso envolve menos tempo, menos comunicação, menos sono, menos dinheiro, menos liberdade, menos contato, menos intimidade, menos privacidade. 

Se em meio a tudo isso, a vida sexual do casal não for debatida e colocada como mais uma das tantas prioridades a ter seu tempo, em pouco tempo a libido vai embora. 

Apimentar de novo o sexo

E agora, o que fazer para apimentar novamente o sexo depois de tanto tempo de relacionamento? É espantoso notar o quanto as pessoas têm disposição para aventuras sexuais fora do casamento, mas são contidos e puritanos dentro da própria casa. 

É comum ver casais com uma com uma vida doméstica sem graça e sem sensualidade, mas consumidos e excitados por uma vida sexual altamente imaginativa fora dali, seja com amantes, pornografia, sexo virtual ou devaneios diversos. Nesses casos, o amor sexual está comprometido pela formação da família e há uma anestesia sexual. 

É preciso se permitir, mesmo em casal. Sem liberdade e imaginação na relação, a liberdade é tolhida. Esqueça o mantra de segurança em casa, mas aventura e paixão na rua. 

Quando a mídia anuncia que os casais transam menos, é um equívoco. Na verdade, o sexo acontece com frequência, mas fora de casa. Deixar de lado a sede da paixão porque a conquista já foi realizada é um equívoco. O amor maduro também exige desejo. 

Busque se desprender de padrões, encare os papos e o ato do sexo como fundamentais para a manutenção de seu relacionamento e garanta uma vida longa ao lado de quem você ama. Sexo é bom, todos nós gostamos e nada melhor do que praticá-lo com quem tanto lutamos para estar ao lado. 

Notas finais 

E esse aprendizado: foi bom para você? É preciso falar, debater e aprender sobre sexo de maneira racional e adulta, para preservar nossos relacionamentos e evitar traumas posteriores. Esta obra é um verdadeiro serviço de utilidade pública àqueles que se veem sufocados pela ausência de desejo pela pessoa amada. Sem pudores, mas com muito conhecimento de causa, deveria ser lida por quem acredita na importância do amor e do sexo.

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Quem escreveu o livro?

Esther Perel é reconhecida como uma das vozes originais e perspicazes maioria do mundo em relações pessoais e profissionais. Ela é a autora best-seller de acasalamento em cativeiro Desbloqueio Erótico Inteligência, traduzido em 25 idiomas. Fluente em nove deles, o nativo belga é um psicoterapeuta, comemorou palestrante e consultor organizacional para empresas da Fortune 500. The New York Times, em uma reportagem de capa, nomeou a mudar o jogo mais importante sobre sexualidade e relacionamentos desde que o Dr. Ruth. Seu aclamado pela crítica viral TED talk chegou a quase 5 milhões de espectadores no primeiro year.Known para seu pulso cross-cultural afiado, Esther muda o paradigma da nossa abordagem para relacionamentos modernos. Ela é regularmente procurado em todo o mundo por sua especialização em inteligência erótica, casais e identidade familiar, bem como as relações empresariais e equipe clientes collaboration.Her e plataformas incluem empresas como a Nike, Johnson & amp; Johnson e Mopar, o Instituto Open Society, To... (Leia mais)

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