Ruído - Resenha crítica - Daniel Kahneman
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Ruído - resenha crítica

Ruído Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Ciência

Este microbook é uma resenha crítica da obra: Noise: a flaw in human judgment

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-85-4700-133-9

Editora: Objetiva

Resenha crítica

Crime e ruidoso castigo

Vamos começar trazendo um exemplo hipotético, capaz de demonstrar na prática como julgamentos e opiniões estão bem longe de serem isentos. Suponhamos que uma pessoa é condenada por um determinado crime. Furto, posse de drogas, agressão, assalto à mão armada... Tanto faz, escolha o delito de sua preferência. Qual seria a sentença mais provável a ser aplicada? 

Se fôssemos pensar em justiça plena, deveria existir uma resposta curta e direta, tratando a pena de forma clara, independentemente do juiz escolhido para definir o caso. No dia do julgamento, fatores como o clima entre os presentes, o humor das autoridades, o tempo da audiência e até mesmo a comoção popular podem influenciar diretamente na decisão a ser tomada.

Mesmo diante de um fato consumado, com provas, testemunhas convincentes e argumentos bem robustos, não é possível determinar de forma prática e simples qual será o veredito.

Diferentes pessoas são julgadas de formas distintas, mesmo dentro de uma mesma situação. Especialistas de diversos países acreditam que essa margem de manobra é justa e humana, sem a possibilidade de haver subjetividade plena para evitar imprecisões. 

E para esses profissionais, sentenças criminais se baseiam em uma série de fatores, envolvendo o fato julgado, o caráter das pessoas, as circunstâncias e contextos diversos. 

Se em um campo que exige tanta precisão, como a Justiça, são tantos ruídos interferindo em uma decisão importante, não é coerente pensar que nossas opiniões cotidianas não sofrem com tantas influências. 

Um sistema ruidoso

O primeiro contato dos autores com o problema do ruído não foi durante uma experiência envolvendo a justiça criminal. A luz de alerta para darem início a seus estudos acendeu durante um encontro profissional em comum. Nele, uma companhia de seguros assinou contrato com uma empresa de consultoria, à qual os escritores e pesquisadores eram ligados.

É de se supor que trabalhar com essa área não é nada simples, já que as seguradoras lidam diretamente com subjetividades e, até mesmo, a má-fé de clientes na análise dos casos. Durante esse trabalho, ficou demonstrado que um ruído afetava diretamente nos resultados do setor comercial. 

Em reuniões com os executivos da companhia, os escritores provaram que reduzi-los era mais do que desejável para diminuir prejuízos. Em compensação, podemos considerar impossível uma eliminação por completo. 

A existência humana é ruidosa. O que pode ser trabalhada é sua consistência e influência. E quando se lida com tantas variáveis antes de definir situações que alteram profundamente as vidas de outras pessoas, a adoção de critérios objetivos é capaz de fazer com que se tenha menos influência externa. 

Se você já se viu em dúvidas sobre em quem acreditar durante uma divergência de opiniões, saiba que essa questão é amplificada quando se trata de questões envolvendo um número grande de pessoas. 

Como o grupo amplifica o ruído

Durante um julgamento individual, ter uma decisão ruidosa é bem ruim. Mas se for o caso de um conjunto de pessoas ser responsável por conduzir uma empresa, por exemplo, temos aí uma camada de problema adicional. 

Afinal, grupos possuem um total de direções a serem seguidas tão numeroso quanto o número de pessoas ali envolvidas. Uns falam primeiro, outros dão suas opiniões por último, há quem seja mais convincente e existem também pessoas geniais, mas incapazes de falar em público. 

Até mesmo o excesso de sorrisos ou a seriedade explícita no olhar podem interferir na maneira de interpretarmos cenários baseados em opiniões dos pares. 

Agora, pense que contratações, promoções, encerramento das atividades, estratégias de comunicação, regulamentações ambientais, segurança nacional, admissões numa faculdade ou lançamentos de novos produtos estão sendo bombardeados por ruídos. 

Grupos têm dinâmicas muito próprias, causadas tanto pelas individualidades quanto pela multidão se comportando como um só organismo. Sem a consciência da necessidade de uma liderança, ou mesmo um guia, direcionando os caminhos tomados, os ruídos se amplificam descontroladamente.

Quanto maior o entrosamento, menor será o nível de ruído. Mas ele sempre estará ali presente, mesmo que à espreita. 

Fontes do ruído

Passamos da metade deste microbook e a essa altura você já deve estar consciente de que toda tomada de decisão implica em algum grau de interferência do tema central deste livro. 

A única possibilidade de reduzir seu poder de influência é compreendendo como ele nos afeta, desde as pequenas banalidades do cotidiano até as grandes decisões, que podem interferir para sempre em nossas vidas. 

Quando os autores começaram a estudar o ruído, seu poder, força e interferência, o que mais lhes chamou atenção foi a evolução do pensamento humano ao longo do tempo. Há algumas décadas, até cientistas menosprezavam essa influência, acreditando estarem livres de qualquer irracionalidade. 

Não é raro vermos erros cometidos devido a ruídos. Na maioria dos casos, esses equívocos se relacionam a vieses preestabelecidos, turvando nossa visão, ou pela existência de sistemas viciados, contaminados pelo barulho gerado pelo barulho interferindo na maneira de interpretar o mundo. 

Também há os momentos em que padrões de comportamento nos impedem de enxergar novas formas de abordagem ao que já parece estar definido. Compreender qual a fonte de um ruído exige estudos detalhados, análises e frieza para identificar as origens e consequências de possíveis erros que ele nos leva a cometer. 

Reduzindo o viés da decisão

Um jeito interessante de entender se abordagens estão sendo direcionadas por ruídos é realizar medições práticas e objetivas sobre o caminho a ser tomado. Parece algo abstrato, mas é possível fazer uma interessante analogia com uma balança como forma de minimizar erros. 

Medir suas decisões exige que a possibilidade de um ruído seja levada em consideração, da mesma forma como toleramos alguns gramas a mais ou a menos ao controlarmos a evolução de nosso peso quando seguimos uma dieta. 

Da mesma maneira que percebemos que um exagero aqui pode render uns quilinhos a mais, precisamos olhar com frieza para opiniões e cenários extremos, pensando na possibilidade de estarmos diante de mais um ruído interferindo no caminho seguido, especialmente quando se trata de um grupo apaixonado ou mesmo sob fortes emoções.

Na maioria dos casos, reações mais acaloradas ou muito radicais nos induzem a erros. Ainda assim, mesmo aquelas pessoas que parecem muito centradas e serenas podem se ver influenciadas, já que é comum seguirem valores muito rígidos ou visões intransigentes na interpretação de cenários.

Se nesse momento não paramos para observar a interferência externa na abordagem durante um julgamento, podemos cair na vala comum das decisões ruidosas. Pare, pense, escute ao redor. Esse barulho pode ser mais alto do que você imagina. 

Levando o ruído a sério

A variabilidade indesejada de julgamentos é a melhor definição para o tema central desse estudo. Não adianta fugir, porque conviver com uma quantidade excessiva deles faz parte da condição humana. E quanto mais gente envolvida em um processo, maior sua presença. 

O ruído precisa ser encarado de frente para que não sejamos armadilhas das injustiças cometidas por nós mesmos. Daí a importância de ressaltar sua influência até mesmo nos campos da vida que exigem mais precisão, racionalidade e menos paixão. 

Evite confundir julgamento com um mero pensamento ou raciocínio. Tratamos aqui de definições de atitudes baseadas em interpretações sobre cenários. O ruído interfere na forma de medição de fatores e seu instrumento principal é a mente humana. Que pode ser enganada ou manipulada. 

A falta de consciência de nossas fragilidades pode nos levar a cometer grandes injustiças. Por isso, ouvir os ruídos é fundamental para que possamos controlá-los e dominá-los por completo, sem que eles tomem conta dos passos tomados diariamente em nossa vida pessoal e profissional. 

Para a elaboração deste livro, foram estudados em detalhes julgamentos de casos os mais diversos imagináveis. Em todos eles, foi demonstrado que o ruído é capaz de transformar a vida de pessoas, sejam elas inocentes ou culpadas.

Há um barulho difícil de se identificar e interpretar, com o único objetivo de nos enganar, ou pelo menos influenciar decisões complexas. Antes de agir, pare, pense, e principalmente: escute. 

Notas finais 

A sensação de ter sido vítima de uma manipulação é terrível. Mas quando somos diretamente influenciados não por uma pessoa, mas por todo um contexto, em alguns casos envolvendo até mesmo nossa visão de mundo, fica ainda mais complicado de entender porque tomamos determinado caminho. Tão bombardeados com informações, os ruídos estão presentes em nosso dia a dia, mesmo que não estejamos prestando atenção. Ficou claro o quanto não há atitude que tomamos sem um mínimo de interferência de fatores externos, sejam os mais visíveis ou aqueles quase impossíveis de identificarmos. É importante estar sempre atento. 

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Quem escreveu o livro?

Cass R. Sunstein é um jurista americano, particularmente nas áreas de direito constitucional, direito administrativo, direito ambiental e direito e economia comportamental, que atualmente é o administrador do Escritório da Casa Branca de Assuntos da informação e regulatório na administração Obama. Por 27 anos, Sun... (Leia mais)

Daniel Kahneman é um teórico da finança comportamental, que explica o comportamento humano em situações de risco a partir da ciência cognitiva. Obteve licenciatura em matemática e psicologia na Universidade Hebraica de Jerusalém em 1954 e um doutorado em psicologia pela Universidade da Califórnia em Berkeley e... (Leia mais)

OLIVIER SIBONY é professor de estratégia e política empresarial na École des Hautes Études Commerciales... (Leia mais)

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