Rapunzel - Resenha crítica - Irmãos Grimm
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Rapunzel - resenha crítica

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Livros Infantis

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 

Editora: Puffin Books

Resenha crítica

Era uma vez, um casal, donos de um pequeno ateliê de sapatos, que vivia em um vilarejo de um reino distante. Eles haviam se casado há alguns anos, e desejavam muito ter um filho. Todas as noites, o marido fazia suas preces, sempre pedindo à Deus que abrisse a madre da sua jovem esposa.

Em uma bela noite, a doce mulher foi visitada por um anjo em sonho, e lhe revelara que ela daria à luz a uma linda menina. Muito feliz, ela acordou o seu marido, e contou-lhe o sonho que teve. Tamanha era a empolgação dele, que não conseguiu mais dormir, esperou o sol nascer, e foi logo trabalhar.

As semanas iam passando, e junto com a barriga, os desejos da mulher iam aumentando. Cada dia que passava, os desejos tornavam-se cada vez mais desafiadores para o marido, que num dia teve que andar vinte quilômetros para caçar um ovo de avestruz, outro dia teve que nadar um quarto de milha para pescar um peixe raro.

Mas certo dia, a esposinha estava bordando o enxoval da bebê atrás de uma grande janela que dava para o quintal da vizinha. E apesar do altíssimo muro de pedras que cercava a casa vizinha, da janela era possível ver o belíssimo jardim cheio de flores e uma horta rica e viçosa. A mulher, que sempre elogiou as flores do vizinho jardim, nunca prestara muita atenção na horta, mas neste dia, o maravilhoso canteiro de rabanetes verdinhos e fresquinhos, despertou-lhe um imenso desejo.

Sabendo que a vizinha era uma bruxa feiticeira, conteve-se. mas o tempo foi passando, e o desejo aumentando. Então, temendo que a sua menininha nascesse com cara de rabanete, não aguentou a privação, e acordou o marido, dizendo:

— Querido, acorde!

— O que houve, meu amor? — perguntou o marido preocupado.

— Meu bem, eu não aguento mais tanta privação! Não posso mais controlar um desejo.

— Então diga-me, que desejo é! Nunca lhe neguei um sequer. — disse o marido com muita devoção.

A mulher preocupada e aflita falou:

— Quero os rabanetes!

— Ah! Porque não falou antes, minha flor? — o esposo, tão sonolento estava, que não percebera que os rabanetes desejados pela mulher eram da horta da vizinha feiticeira.

Os desejos da mulher, sempre lhe exigiram um certo esforço, mas,    nenhum deles foram tão desafiadores quanto ir buscar rabanetes na horta da bruxa.

Assustado com o desejo da mulher, o pobre marido logo despertou, e disse:

— Ah, não! Seu desejo é uma ordem minha querida, mas desta vez, não poderei atendê-lo. — disse o marido com certa frustração por não poder atender um desejo da esposa.

— Ah, meu amado esposo, eu não conseguirei mais contê-lo! O que irei fazer? Temo que nossa filhinha nasça com cara de rabanete! — disse a esposa quase chorando.

O marido ficou tão comovido, que resolveu arriscar. Levantou-se no meio da noite, pegou sua bolsa de couro, e saiu. Ao chegar no altíssimo muro de pedras, começou à escalar, e finalmente, conseguiu. Muito depressa, pegou um generoso punhado de rabanetes, colocou em sua bolsa, e saiu correndo até o muro, conseguindo escapar.

Ao chegar em casa, suado de tanta tensão, falou:

— Ufa! Achei que não ia conseguir! Tome aqui seu rabanetes!

A esposinha muito agradecida e aliviada por nada de ruim ter acontecido ao esposo, encheu-lhe de beijos e imediatamente dirigiu-se à cozinha e foi lavar os rabanetes. Era tanto desejo, que os comia crus, mas depois preparou de tudo, era sopa de rabanetes, torta de rabanete, biscoitos de rabanetes, e assim ia.

Passou uma semana comendo rabanetes. Mas quando acabaram, o desejo continuou, porém ela sabendo do risco que representava para o seu marido, conteve-se calada, novamente. Mas desta vez, ela começou a ficar triste e abatida, e acabou definhando. O marido muito aflito e preocupado, perguntou:

— O que está acontecendo contigo, minha querida?

— Ah, meu amor, é a falta do rabanete. Se eu não comê-lo, posso acabar morrendo! — disse a esposa, fraca e sem voz.

O pobre homem que não media esforços pela amada esposa, e com medo de perdê-la, pensou: "Não posso deixar minha mulher e minha filhinha morrerem, vou buscar mais rabanetes, nem que custe a minha própria vida." E saiu.

Escalou o muro novamente e colheu um bocado de rabanetes, mas, como estava muito escuro, ao levantar-se para sair, tropeçou na cerquinha de madeira, que protegia a horta. Tamanho foi o barulho, que a feiticeira, acordou, e logo gritou:

— Quem está aí? Apareça!

E saiu para fora, com um candeeiro. Não dando tempo de fugir, o pobre homem, ficou parado, e a bruxa aproximava-se.

— Como se atreve a invadir o meu quintal e como um ladrão roubar os meus rabanetes? — perguntou a feiticeira, com muita raiva.

O pobre homem, com tamanho medo que sentia, mal conseguia abrir a boca, mesmo assim, defendeu-se gaguejando:

— Oh, minha senhora, eu sinto muito! A minha esposa está grávida, e tamanha é a sua vontade de comer seus rabanetes, que acabou ficando muito enferma, e se eu não levá-los, poderão perecer, ela e a bebê.

Quando a feiticeira ouviu a palavra "bebê", acalmou-se, pois nunca tinha podido ser mãe, e aproveitando-se da situação, disse:

— Bem, se é assim, deixarei levar quantos rabanetes for preciso, mas com uma condição: quando a bebê nascer, irás me entregá-la. Tomarei-a por minha filha, e nada irá faltá-la. E se fugires, avisarei aos guardas da corte, que o sapateiro deste vilarejo, na verdade é um ladrão de hortas, que invade as casas, e terás uma prisão perpétua no calabouço.

O pobre coitado ficou tão apavorado, que concordou. Ao chegar em casa, felizmente, com os rabanetes, decidiu não compartilhar com a esposa o que acontecera, pois queria poupá-la de um enorme susto na gravidez, então resolveu lidar com tudo isto sozinho.

Alguns meses depois, a bebezinha nasceu, e a feiticeira ficou sabendo através da sua bola de cristal. Então foi até a casa do casal, e arrancou a recém-nascida dos braços da mãe, que não teve forças o suficiente para segurar a filhinha. O pai, nada pôde fazer, pois a bruxa muito esperta, com um feitiço o paralisou.

Por causa dos rabanetes, a feiticeira batizou a menina por Rapunzel, e fugiu com ela para um outro reino, muito muito distante. Rapunzel foi criada como uma filha, mas recebia cuidados tão excessivos que a sufocava.

A menina crescia, cada vez mais linda e ingênua, com os cabelos louros, lisos e fortes, que nunca foram cortados, e já vinte metros de comprimento. Todos os dias a feiticeira ajudava a escová-los e trançá-los. Quando completou quinze anos, a feiticeira trancou-a no alto de uma confortável e espaçosa torre, no fundo da floresta, pois temia que a bela menina se apaixonasse por alguém e fosse embora, abandonando-a.

Então, todos os dias a bruxa ia passar o dia com a Rapunzel, levava-lhe comida, e o que precisasse. Como a torre não tinha escada, a bruxa gritava:

— Rapunzel! Joga tuas tranças.  

E Rapunzel aproximava-se da única abertura da torre, que era uma janelinha lá no alto, e jogava as suas tranças para que a feiticeira pudesse subir pelas tranças e na torre entrar.

Passado alguns anos, a pobre donzela não aguentava mais a solidão, e implorava a sua mãe feiticeira que pudesse sair ao menos de vez em quando e ter amigos, mas a mãe nunca permitia, dizendo-lhe que o mundo lá fora era muito perigoso e cruel. E assim, inconformada, para espantar a solidão, Rapunzel ia distraindo-se com leitura, pintura, música e artes manuais.

Certo dia, um jovem príncipe, que caçava por aquelas bandas da floresta, ouviu o canto da Rapunzel. Encantado, foi sendo atraído pela doce voz, que embalava a canção. Um pouco distante, já conseguindo avistar a torre, de repente viu uma mulher vindo em direção à torre, então resolveu parar e espiar. Quando a mulher chegou, gritou:

— Rapunzel! Joga tuas tranças.

Então o príncipe viu uma trança enorme caindo da janela, e a mulher, subindo por ela com uma certa habilidade. Espantado, o príncipe sorrateiramente foi até a torre, olhou mais de perto, e não encontrando uma porta, pensou: "Ora! Esta torre não porta, apenas uma janelinha lá no alto, por isso aquela mulher subiu pelas tranças." O príncipe foi embora, mas mal conseguia dormir, pensando naquela voz, que tocara o seu coração.

No dia seguinte, foi caçar por aquelas bandas novamente, quando mais uma vez, ouviu a doce voz, e ficou parado, ouvindo. De longe observava, quando viu a mulher descendo da torre pelas tranças e indo embora. Então deu um tempinho para que a mulher já estivesse bem distante, e então se aproximou, e falou:

— Rapunzel! Joga tuas tranças.

As tranças caíram pela janela, dançando com o vento, o príncipe maravilhado, nunca vira cabelos tão belos, num tom de louro dourado, que reluzia à luz da lua. O rapaz subiu pelas tranças, e ao entrar na torre, a Rapunzel assustou-se, pois além de não conhecê-lo, nunca tinha visto um homem em toda sua vida.

O príncipe tratou de acalmá-la, e logo a Rapunzel ficou tão serena, pois percebeu, que finalmente podia ter um amigo. Então combinaram de se verem todas as noites, escondido da feiticeira, e lá cantavam, conversavam, e se divertiam.

Até que numa manhã bem cedinho, o príncipe pediu a Rapunzel em casamento, e sob os primeiros raios de sol e debaixo de um lindo arco-iris, que significa a Aliança de Deus com os homens, trocaram votos de amor e se casaram, o príncipe logo se despediu, antes que a bruxa chegasse.

O príncipe armou um plano para salvar a Rapunzel do alto da torre, então todas noites, quando ia visitá-la, levava uma meada de seda, para ela trançar uma escada, e assim que estivesse pronta, eles fugiriam para o reino do príncipe.

E assim foi, quando o príncipe saía, rapunzel trançava a escada, e quando a feiticeira chegava, ela escondia embaixo da coma. Mas num certo dia, a feiticeira chegou, e Rapunzel, toda atrapalhada deixou à mostra um pedacinho da escada embaixo da cama. A bruxa, que nada lhe passava despercebido, reparou a meada de seda, e puxou, e com ela veio toda a escada.

Muito furiosa, a feiticeira pediu-lhe explicação, e a ingênua Rapunzel, contou-lhe tudo. Neste momento, a bruxa puxou os seus cabelos e cortou. Rapunzel caiu aos prantos, e a bruxa falou:

 — Menina má! Como pôde? Dei-lhe de tudo, nunca nada lhe deixei faltar. Dei-lhe o meu amor e os meus últimos anos dedicados inteiramente à você. Ainda assim fostes capaz de desobedecer-me.

E num passe de mágica, levou a pobre menina para um deserto, e abandonou-a ali, sozinha sofrendo todo tipo de privação.

A feiticeira retornou à torre, e aguardou o rapaz chegar. Quando ele chamou: "Rapunzel! Joga as tuas tranças!", ela lançou as tranças pela janela. Ao subir, ele deparou-se com a mulher. Então perguntou com aflição:

— Onde está a Rapunzel?

A bruxa, com muita raiva no coração respondeu:

— Essa resposta, você nunca vai ter! A sua bela avezinha não está mais no ninho, nunca mais vais ouvir o seu canto! O gato tomou-a e levou-a, e agora vai arranhar os seus olhos!

Então ela atirou o rapaz pela janela, que caiu sobre um arbusto de espinhos, que furaram os seus olhos, e ele ficou cego.

Mas o amor do príncipe pela Rapunzel era tão grande, que mesmo cego ele resolveu procurar a sua amada, e perambulava pela floresta adentro, alimentando-se apenas de raízes, e frutos que caíam das árvores.

Anos passaram-se, até que o jovem rapaz foi para no deserto, e pelo canto de sua amada encontrou-a. Rapunzel, ao vê-lo correu para abraçá-lo, e ele cansado que estava, deitou em seu colo. Uma lágrima que caíra dos olhos da rapunzel foi parar nos olhos dele, e no mesmo instante, recuperou-lhe a visão.

Então, Rapunzel apresentou-lhe os seus filhinhos, um casal de gêmeos que havia dado à luz ali. O príncipe ficou tão feliz que agora era pai. Logo tomou Rapunzel e as crianças pelos braços e levou-as para o seu reino. E foram felizes para sempre.    

 

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Quem escreveu o livro?

Os autores desse livro são Jacob e Wilhelm, mais conhecidos como os Irmãos Grimm. Acadêmicos, linguistas, escritores que nasceram no Condado de Hesse-Darmstadt, atual alemanha. Ded... (Leia mais)

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