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Este microbook é uma resenha crítica da obra:
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 8542207416, 978-8542207415
Editora: Planeta
Um questionamento a ser feito antes de levantar da cama: afinal de contas, por que fazemos o que fazemos? O que nos leva a acordar cedo todos os dias e ganhar a vida na empresa para a qual nos dedicamos? Quando a resposta se resume apenas a ganhar dinheiro, meu amigo, os resultados tendem a não ser tão bons assim. Se há propósito, objetivo, tudo muda. E essa deve ser uma busca diária, tanto nossa quanto das empresas. Pois como um poeta já nos ensinou, de nada adianta perdermos tanto tempo em um ambiente desagradável para nós, a vida é curta.
Uma vida pequena é aquela que nega a vibração da própria existência. O que é uma vida banal, uma vida venal? É quando se vive de maneira automática, robótica,levando tudo numa rotina monótona. Segundo as tradições religiosas das mais variadas vertentes, as perguntas divinas a serem feitas para nós acerca de nossa vida quando estivermos em outro plano seriam: “O que fez, fez por quê?” / “O que não fez, não fez por quê?” / “O que fez e não deveria ter feito, por que o fez?” / “O que não fez e deveria ter feito, porque não o fez?”. Você consegue respondê-las, ou só almeja um paraíso profissional?
A palavra “propósito”, em latim, carrega o significado de “aquilo que eu coloco adiante”. O que estou buscando. Uma vida com propósito é aquela em que eu entenda as razões pelas quais faço o que faço e pelas quais claramente deixo de fazer o que não faço. Atualmente, no âmbito do mundo do trabalho, a pergunta sobre o propósito vem ganhando crescente relevância. Boa parte das pessoas hoje deseja encontrar no emprego algo que ultrapasse o mero ganho salarial, como uma busca por ser reconhecido e valorizado em sua função.
Há uma grande diferença entre ser “livre de” e “ser livre para”. Se você não for livre da fome, da falta de abrigo, da falta de socorro médico, você não é livre para outras escolhas. Uma parcela das pessoas é livre da miséria, da penúria, da carência, e é livre inclusive para dizer “não vou ter um trabalho regular”, “vou viajar”. Por isso, se o próprio indivíduo fizer as coisas de modo automático, robótico, isso levará a um processo de alienação, isto é, de perda de si mesmo. Portanto, algo muito forte da natureza do trabalho se perde, a natureza autoral, a sensação de “eu sou o realizador daquilo”. Fazê-lo de modo automático é tirar de mim a dimensão realizadora. Nessa hora, eu me desumanizo, isto é, me aproximo do mundo das máquinas. Afinal, quem não quer ser reconhecido por um trabalho bem feito?
A grande simbologia do filme Tempos Modernos (de Charles Chaplin, 1936) é que o Chaplin, interpretando o operário, não é esmagado pela máquina. O mais triste nessa obra não é o automatismo do movimento da linha de montagem, que ele, mesmo após a parada da esteira, continua reproduzindo. Mas sim a alegoria de que ele se integra àquela engrenagem de tal modo que sai do outro lado ileso. E isso é o contrário do que se imaginaria do mundo do trabalho, no qual a pessoa deixa de ser humana no cotidiano, para virar apenas uma peça de uma engrenagem.
Se seu propósito na vida profissional for tão somente ganhar dinheiro, então, não sofra. É para isso. Pronto. Se for realizar-se, ter uma percepção autoral, obter reconhecimento, então, esse é o lugar ou o ofício errado quando as segundas-feiras forem enfadonhas demais e houver sofrimento para ir trabalhar. Toda conquista exige sacrifícios. Um artista pode, por exemplo, passar meses em condições inóspitas gravando um filme. Mas, quando a obra é lançada, a percepção autoral dele vem à tona. Ou um artista que passa semanas ensaiando uma peça de teatro, às vezes para quatro ou cinco sessões apenas. Mas aquilo dá a ele outra visão de significado. Quem sofre demais com a chegada da segunda-feira não está apenas com cansaço físico. Na verdade, a pessoa não está se encontrando naquilo que faz, precisa rever os propósitos que tem para aquilo que está fazendo. Somos cíclicos, mas não devemos viver em função das sextas-feiras. A encrenca não é dizer “hoje é sexta-feira”. É aguardar com tanta intensidade que chegue esse dia, que não se consiga aproveitá-lo por absoluta ansiedade.
Muita gente se queixa da rotina do trabalho. Vale lembrar que rotina não é sinônimo de monotonia. O que faz com que haja um enfado em relação ao cotidiano profissional é a monotonia, não a rotina. A rotina pode ser, inclusive, altamente libertadora. É ela que permite a organização de uma atividade e, portanto, a utilização inteligente do tempo. A rotina garante maior eficiência e segurança naquilo que se faz. A monotonia é a morte da motivação!
No século XXI, o conhecimento é muito importante para a inovação, criação, para que o indivíduo não se sinta alguém que apenas ganha seu sustento, mas que colabora, realiza e tem uma vida com propósito. Convém reafirmar a necessidade de que o trabalho se descole da alienação, daquilo que é a ausência de pertencimento. Ninguém quer apenas fazer coisas, mas ter uma postura autoral em relação às coisas que faz, como algo que também é de sua lavra. De certa forma, essa autoria se aproxima do espírito artífice na história do Ocidente. Aquele que fazia as coisas com as próprias mãos e assinava a obra. Para que haja reconhecimento naquilo que fazemos, desejando o autoral
Nós fazemos o trabalho, mas, em certo sentido, ele também nos faz. Isso acontece na medida em que o trabalho ajuda a moldar as nossas habilidades e competências. As atividades que realizamos contribuem para formar a nossa identidade profissional.
“Motivação é uma porta que só abre pelo lado de dentro”. É necessário entender que, embora a palavra “motivação” signifique mover, movimentar, fazer com que haja o ponto de partida para algo, ela é um estado interior. Não devemos confundir motivação com estímulo! O estímulo é aquela palavra de incentivo apenas e tão somente para darmos um passo, enquanto a motivação nos leva além, nos faz ter um propósito além da próxima tarefa.
A principal causa da desmotivação é a ausência de reconhecimento, não a falta de remuneração. Quando o profissional não é objeto de gratidão pelo que faz. Embora o indivíduo saiba que é um empregado, ser só “mais um” empregado é um fardo muito maior. Ser só mais um não significa não ser nada. Quer dizer que não é o patrão, é um entre outros. E que, portanto, o não reconhecimento do valor, do resultado do trabalho, da colaboração no projeto coletivo, é absolutamente frustrante.
A empresa é um lugar onde se pode construir uma parcela daquilo que pode proporcionar situações de felicidade. Mas quando alguém diz “Ah, eu quero fazer só o que gosto na vida”, isso é impossível. Haverá muitos momentos em que fazer o que não se gosta, uma tarefa enfadonha, será inevitável. Fazer apenas o que se gosta na vida é uma utopia, o que não significa que não devamos buscar fazer, na maior parte do tempo, aquilo que gostamos.
Para alcançar o status de quem faz por muito tempo aquilo que gosta, nada melhor do que o famigerado esforço. E ele vai requerer horas de estudo, planejamento e sacrifícios. Além de não cair do céu, assim, de uma hora para outra.
A ideia de consciência sobre os propósitos está ligada à noção de valores. Quais são os meus valores? O que eu acho que vale e o que eu acho que não vale? A minha vida valerá de que modo? É uma vida com ou sem valia? Que valia eu quero colocar nela? Para que serve essa vida? Qual é o meu papel dentro da estrutura em que atuo? Quando conseguir responder a si próprio sobre essas perguntas, encontrará o caminho que o leva para seu propósito. Existem pessoas, no entanto, que podem ter maus propósitos. Apesar de possuírem uma ética maléfica, não deixam de ter valores e princípios de conduta.
O questionamento “por que faço o que faço?” traz outra pergunta na sequência: “Por que não faço o que não faço?”. Há coisas que eu posso fazer, mas não devo. E há coisas que eu não faço porque considero indecentes. E porque acho indigno fazê-las – mesmo que alguém faça e isso seja uma regra não escrita de mercado – eu continuo preferindo não fazer. Isso é o que pauta a ética de cada um, bem mais do que simplesmente buscar uma meta a ser alcançada.
Como o trabalho ocupa uma parte significativa do nosso tempo, ele acaba se relacionando com outras dimensões da vida. A quantidade de horas que gostaríamos de dedicar à convivência com a família. Essa condição existe, e é séria, porque somos seres pluridimensionais, agimos em várias frentes. Quem não gostaria imensamente de ficar muito mais tempo com os filhos, a esposa ou o esposo? Mas, se fizesse isso, não teria os bens à disposição que permitiria desfrutar de algumas situações com todos os nossos entes queridos, como a casa onde nos encontramos, o passeio que fazemos etc. Para formá-los, a dedicação ao mundo do trabalho e do emprego necessita uma intensidade muito forte. Mas, ao fazê-lo, há a restrição do tempo de convivência. E essa equação deve ser bem dividida, para que não haja nenhum prejuízo em nenhum dos ambientes tão importantes.
Sabe aqueles momentos em que procrastinamos, adiando tudo o que parece ser importante? Quando pensamos assim: “Um dia, quando tiver tempo, vou fazer aquilo de que gosto.” / “Assim que tiver melhores condições, vou me dedicar ao meu sonho.” /“O meu plano, quando me aposentar, é finalmente fazer aquilo que me dá prazer.” Frases dessa natureza são muito comuns em pessoas que alimentam a ideia de um dia se livrarem das atribulações do cotidiano e enfim se ocuparem da atividade de que realmente gostam. Esse projeto está invariavelmente num futuro. Temos, como humanidade, a percepção de que um dia fomos felizes. Em determinado momento, quando éramos mais simples, foi construída uma percepção de Éden, onde já vivemos, e a ideia de que voltaremos a esse lugar. A procrastinação contínua é um distúrbio e não nos leva a lugar algum.
Essa expressão tem aplicabilidade no nosso cotidiano. Muita gente costuma reclamar do dia a dia no trabalho, implica com uma série de coisas, se deixa afetar sobremaneira pelos contratempos. Mas, se por algum motivo, esses profissionais forem afastados daquele ofício, começarão a sentir falta da rotina, do convívio, e os aspectos positivos ganharão destaque na memória. No mundo do emprego, o que entendemos como maçante, desagradável, era apenas um componente menor de um movimento muito mais frutífero do que aquilo. Nessa hora, é necessário lembrar que a constatação “eu era feliz e não sabia” é um sinal de inteligência, à medida que nós somos o único animal capaz de se sentir idiota. Porque nós temos uma consciência que é o tempo histórico, isto é, eu não vivo apenas o tempo, tenho percepção de passado, presente e desejo futuro.
A empresa muitas vezes é local onde se vivem dissabores, coisas que tiram o sabor do que se está fazendo. E passa a não ser mais agradável estar naquele ambiente. O que torna o trabalho dissaboroso? Ausência de reconhecimento, injustiça na promoção, desprezo em relação àquilo que faço, humilhação no cotidiano, assédio moral, portanto, tudo o que tira de mim o prazer, o gosto de estar ali. Nessa hora, é necessário avaliar se aquele tipo de dissabor é relevante ou pode ser colocado à margem. Se ele é decisivo para o meu bem-estar, se não for eventual ou circunstancial, preciso alterar a rota e me preparar para essa mudança.
O autodesenvolvimento é o que nos faz não aguardar apenas aquilo que a empresa disponibiliza, mas procurar aprimorar a qualificação. E, muitas vezes, esse processo é feito em acordo com a empresa, que facilita situações de autodesenvolvimento, seja remunerando uma parte do curso, seja liberando uma parte do tempo de trabalho para a dedicação aos estudos. Esse é um pensamento moderno, pois o desenvolvimento de ambas as partes vai multiplicá-lo a favor da empresa e do funcionário, mutuamente. Além do que, é mais um motivador para ambas as partes.
Nesses períodos de baixa, como encontrar motivação para continuar em busca de melhores resultados? Ora, assim como aprendemos viver a fartura, precisamos aprender a viver a restrição. Não é agradável ter restrição, nunca o é, mas aprender a lidar com isso faz parte da formação da carreira de alguém. Assim como quando sofremos algum percalço na saúde e precisamos aprender a fazer dieta, a nos privar de comer alguns alimentos que nos dão satisfação. É preciso encontrar caminhos e compreender que são períodos.
Várias organizações são encantadoras. Apesar de não renegarem o lucro, encaram-no como resultado de um trabalho com desdobramentos benéficos no âmbito social-comunitário. Não ambicionam um ganhar indiscriminado, independentemente do resultado da ação. É uma ação consequencialista, isto é, em que se avalia a justeza do lucro também pelo resultado que ele produz na comunidade e não apenas como efeito da negociação de um produto ou serviço. Há pessoas que encontram na empresa uma função social, que não é focada exclusivamente na lucratividade, mas faz bem à comunidade. Esse é um lugar em que é prazeroso trabalhar, portanto, tem um nível de atratividade maior. Também é um lugar em que todos sonham estar, que há maior confiança entre seus consumidores.
Uma empresa precisa ter lucratividade, rentabilidade, produtividade e competitividade. A sustentabilidade nesses quatro tópicos advém de uma série de fatores: competência em seu setor, o tipo de produto ou serviço que oferece, a capacidade de planejar-se estrategicamente, os equipamentos de que dispõe, o posicionamento no mercado e a capacidade de analisar cenários futuros. Mas também depende essencialmente do modo como ela maneja o estoque de conhecimento que detém, por meio dos colaboradores. Ao investir em educação corporativa, não necessariamente a empresa estará mais bem preparada. Essa relação não chega a ser direta. O contrário, entretanto, é automático: não investir na formação implica uma perda significativa da competência e da qualidade. Há uma clássica frase que todos sempre lembramos: “Se você não acredita que educação é um bom investimento, tente investir em ignorância”. Não existe uma relação direta, linear, entre formação e aumento de competitividade. Num mundo totalmente complexo, seria reducionista pôr essa questão sob um ponto de vista exclusivo. Hoje, no entanto, as organizações que se diferenciam são as que não enxergam o trabalho das pessoas como commodity e priorizam a qualificação permanente de seus quadros.
Paciência na turbulência, sabedoria na travessia… É com essa mensagem que Cortella nos expõe os diversos momentos que podemos passar em nossa vida profissional antes de alcançarmos aquilo que queremos por meio da motivação. Não adianta sonhar inutilmente que só iremos trabalhar naquilo que gostamos, como também não adianta levarmos o trabalho apenas como o meio de ganhar dinheiro, sem pensar em projetos que nos satisfaçam além da parte financeira. E a parceria empresa-funcionário pode ir além do que apenas da folha de pagamento – é isso o que faz diferença no mercado de trabalho atual. A motivação vem de dentro de nós quando passamos a responder o que nos leva a fazer o que fazemos, o que nos leva a querer o que queremos. E se o filósofo começou toda a reflexão com palavras de Mário Quintana, nada melhor do que encerrar com um toque poético, que também deve estar presente em nossa caminhada profissional:
DO AMOROSO ESQUECIMENTO
Eu agora — que desfecho!
Já nem penso mais em ti…
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?
(Mário Quintana)
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Mario é filósofo, escritor, educador, palestrante e professor universitário. É muito conhecido por divulgar pensadores com outros intelectuais como Clóvis de Barros Filho, Leandro Karnal e Renato Janine Ribeiro e analisar questões sociais ligadas à filosofia na sociedade contemporânea. É professor titular do Departamento de Teologia e Ciências da Religião e de pós-graduação em Educação da PUC-SP, na qual está de 1977 a 2012, além de professor-convidado da Fundação Dom Cabral, desde 1997, e foi no GVPec da Fundação Getúlio Vargas, entre 1... (Leia mais)
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