Podcast - Resenha crítica - Léo Lopes
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Podcast - resenha crítica

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Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 8566293312, 978-8566293319

Editora: Editora Independente/Não Encontrada

Resenha crítica

Planeje antes de começar

Você provavelmente possui algum recurso para gravação de áudio ao alcance das mãos. Mas essa facilidade não é uma justificativa para sair gravando qualquer coisa sem planejamento. Você quer ser ouvido, não? Então é importante saber o que está fazendo.

Muitos iniciantes acham que podem relaxar na gravação e deixar para ajustar o áudio quando for editar. Mas um áudio original ruim, independente da sua dedicação na edição, é igual a um produto final ruim.

Para começar se faça três perguntas:

1- Por que você quer fazer um podcast? Ter a razão bem definida é fundamental para aqueles momentos em que você vai estar pensando em desistir.

2- Como você vai fazer? É disso que o livro trata.

3- O que você quer alcançar com isso? Isso vai traduzir o quão eficaz estão sendo seus esforços. Contudo, tenha em mente que ninguém até hoje no Brasil conseguiu enriquecer apenas com o podcast. Portanto, se esse for seu objetivo final, pode ser que você se frustre. Apesar de ser um excelente meio para divulgar um outro produto que você já tenha.

Defina as diretrizes

Os primeiros pontos a refletir quando se está planejando o podcast são:

Público

Pense nas pessoas com quem você quer se comunicar. Sua faixa etária, sexo, estado civil, grau de escolaridade e área profissional dizem bastante sobre como essa comunicação deve ser feita. Quanto mais bem definido for o seu nicho, mais especializado é o seu conteúdo e mais facilmente você conseguirá um espaço no mercado.

A PodPesquisa 2014 levantou os dados dos ouvintes brasileiros de podcast. O perfil médio resultante é o de homem solteiro e universitário na faixa dos 25 anos. Apesar de serem a maioria, isso não significa que não haja espaço, por exemplo, para atingir fisioterapeutas com mais de 40 anos.

Tema

Tema e público-alvo estão diretamente relacionados. A mesma PodPesquisa 2014 apontou que os temas mais recorrentes são humor, cinema, games e tecnologia, o que corresponde ao perfil médio do ouvinte brasileiro. Apesar da maioria concordar que nenhum tema ainda é explorado em excesso, existem áreas como saúde, esportes ou negócios que estão mais abertas. Fazer o podcast de fisioterapia, seguindo o exemplo, atrairia todo um novo segmento para a podosfera nacional.

Formato

Grande parte dos podcasts seguem o estilo “papo entre amigos”, talvez influenciados pelos pioneiros Nerdcast e Rapaduracast. Contudo, é interessante perguntar-se se os seus ouvintes estarão interessados nas experiências e nas suas opiniões e de seus amigos. Quem sabe outros formatos sejam mais interessantes como: resenhas, entrevistas, conversas acadêmicas ou dramatizações.

É também importante definir a duração dos seus programas. A PodPesquisa 2014 apontou 77 minutos como a preferência média dos ouvintes. Sendo que pouco menos da metade preferia programas com mais de 90 minutos.

Periodicidade

A PodPesquisa 2014 também apontou que 85% dos ouvintes acham que os podcasts deveriam ser publicados semanalmente. Manter essa periodicidade não só é importante no processo de fidelização de sua audiência, como também é o que irá definir o seu planejamento das demais etapas.

Conduza o papo

A linguagem utilizada e a maneira como os participantes irão interagir uns com os outros depende, é claro, dos elementos já discutidos: público, tema e formato. Se o seu público prefere ouvir suas críticas de filmes em um estilo bem-humorado, vá em frente.

Não se esqueça também de promover a interação dos participantes e de evitar aqueles momentos de silêncio. O ritmo com que a conversa flui tem um peso essencial na fidelização dos seus ouvintes. É certo que o excesso de silêncio pode ser cortado na edição, mas não há como adicionar palavras para um participante não expressivo.

Saiba o papel dos participantes

Um podcast geralmente é dividido entre a equipe fixa, o casting do programa, e os convidados. Dentre o casting, é interessante definir um apresentador principal, chamado de host, responsável por conduzir a pauta e puxar a conversa de volta para o tema quando ela começar a se dispersar.

Há também o “contraponto”, o responsável por apimentar o papo apresentando ideias contrárias ou dar deixas para os demais participantes inserirem comentários. Outros papéis recorrentes podem ser o do especialista, do ingênuo, do malandrão ou o do ranzinza. Esses arquétipos fazem bastante sucesso no formato “papo entre amigos”.

Tenha a pauta em mente

Mesmo que cada episódio tenha sua lista de assuntos a serem abordados, o formato e o tema vão dizer o quão detalhada precisa ser essa lista. Pode ser que escrever os tópicos em sequência ou apenas mantê-los na cabeça do host seja o suficiente; um bate-papo com experiências pessoais é mais aberto a improvisações do que uma entrevista técnica. Existem ainda programas 100% roteirizados, nos quais cada palavra foi previamente escrita.

Grave a conversa com qualidade

Alguns dos fatores que mais influenciam a qualidade do áudio são:

  • Ambiente: Apesar de um estúdio montado especialmente para a gravação seja o ideal, a maioria dos podcasts são gravados em ambientes caseiros. Nesses casos, prefira espaços que atendam a maioria das seguintes características: cômodo pequeno; piso de madeira ou com tapete; paredes revestidas com cortinas, quadros ou estantes; livre de ruídos como televisão, cachorro, telefone, ventilador; longe da janela e com pouco eco.
  • Equipamento: O mais comum é a utilização de um computador, microfones e fones de ouvido. Como a maioria dos notebooks possuem placas de som onboard, é aconselhável que a entrada de áudio seja feita por USB. O autor recomenda o headset Microsoft Lifechar LX-3000 ou, caso queira comprar um fone de ouvido melhor à parte, utilizar um microfone USB como o Blue Yeti ou o Samson C01U.
    Se os participantes estiverem em um mesmo ambiente, é melhor que cada um tenha o seu microfone e todos estejam conectados por um mixer. Os da linha Xenyx, da fabricante alemã Behringer, são compactos, de baixo custo e podem ser conectados por USB.
    Se você for pesquisar por microfones, saiba diferenciá-los. Existem os dinâmicos, que podem ser usados tanto em ambientes externos barulhentos quanto em internos mais silenciosos, e os condensadores, especiais para espaços pequenos e com menos ruídos. Os microfones também se dividem entre os direcionais, que respondem melhor aos sons que vêm da frente, e os omnidirecionais, que captam melhor os sons em todas as direções.
    Uma outra opção para conversas presenciais é utilizar um gravador com entradas para vários microfones. Além de dispensar o uso do computador, existem gravadores que gravam cada entrada em faixas separadas, o que facilita a edição. As recomendações são o Tascam DR-40, o Zoom H4n e o Zoom H6.
  • Software: Se a conversa for remota, você precisa de um programa que reúna o áudio de todos participantes. Uma opção para quem tiver uma placa de som capaz de gravar a saída de áudio — tudo o que você ouve — é o Audacity. No entanto, ele gravará cada áudio em só uma faixa, o que pode dificultar a edição. Outra possibilidade é você pedir para que cada participante grave seu próprio áudio, o que, embora seja mais trabalhoso, é o exercido pelos profissionais.
    Entretanto, o método ainda mais comum é a conversa se dar por Skype com um gravador de chamadas. Softwares como o MP3 Skype Recorder, iFree Skype Recorder ou o Callgraph, que são programas especiais para isso. Uma vantagem é que eles geram um arquivo estéreo, no qual o áudio do host fica separado dos demais, um no canal direito e outro no esquerdo.
    Outros softwares não especializados para o Skype, mas que permitem a gravação das chamadas, são o Camtasia Studio e o WiRetaPStudio. Ambos pagos, sendo o último para os usuários de Mac.
  • Volume: É sempre bom tirar um tempo antes de iniciar a gravação para nivelar o volume dos microfones. Mesmo que seja possível aumentar ou diminuir o nível de umas das faixas na edição, volumes muito altos vão continuar estourados e volumes muito baixos vão ser mais afetados por ruídos externos. Entretanto, embora haja cuidado, é difícil acertar a equalização; para tanto, existem softwares especiais como o The Levelator, gratuito, que auxilia no processo.

Diferencie os formatos de áudio

Os áudios digitais diferem-se dos analógicos por não serem constantes, isto é, a onda sonora armazenada é construída a partir de pontos da onda original. Quanto mais fiel for essa reconstrução, melhor é a qualidade sonora.

Essa fidelidade é medida por meio de dois parâmetros: a taxa de amostragem e a resolução, sample rate e bit length em inglês. A taxa de amostragem faz referência à quantidade de pontos armazenados por segundo, enquanto a resolução define o nível de saturação — a partir de qual volume o áudio ficará estourado. Um CD, por exemplo, possui uma taxa de amostragem de 44.1 kHz, 44100 pontos por segundo, e resolução de 16 bits, correspondente a uma variação sonora de até 96 dB.

Os formatos dos áudios, por outro lado, dividem-se em dois grandes tipos: não comprimidos e comprimidos. Os primeiros são arquivos maiores, que preservam todo o material gravado, e os segundos cortam alguns detalhes para otimizar o armazenamento.

As extensões .wav e .aiff são as não comprimidas. Nesses casos, dez minutos de silêncio possuem o mesmo tamanho que dez minutos de conversa.

As extensões .ape, .flac ou .m4a são as chamadas comprimidas sem perdas. Elas compactam os instantes de silêncio, porém preservam a conversa na íntegra.

Por último, existem as comprimidas com perdas, sendo o .mp3 a mais famosa. Esse formato não só corta o silêncio, como compacta as ondas da conversa, livrando-se de frequências inaudíveis. Na teoria, não seria possível perceber a diferença; porém algumas pessoas conseguem captar a perda de qualidade. O ponto positivo é que o tamanho final do arquivo pode ficar até dez vezes menor, o que é ideal para podcasts, já que serão ou distribuídos por streaming ou baixados.

Escolha um editor de áudio

Existem vários por aí e não há nenhum que seja muito superior aos outros. A grande verdade é que, o melhor software que você pode escolher é aquele que você sabe mexer. Invista em um e preocupe-se apenas em entendê-lo a fundo. Dito isso, algumas boas opções são: Audacity, Adobe Audition, Sony Vegas, Garage Band e Logic PR, sendo os dois últimos exclusivos para Mac.

Prefira editores multipistas, aqueles que permitem que a edição seja feita em mais de uma faixa. Todos os citados acima são assim. E, então, utilize esse recurso sempre! Há muitas pessoas por aí que fazem a edição inteira em uma única faixa apenas porque aprenderam a fazer dessa maneira. Só que isso dificulta muito correções posteriores.

Otimize a edição

É bem provável que, por mais meticulosa que seja a gravação, você ainda precisará cortar algumas partes, ajustar algumas passagens e inserir alguns efeitos. Uma primeira dica é inserir elementos sonoros em tempo real, sejam vinhetas, efeitos e trilhas de fundo. Apesar de exigir uma sincronia grande entre o responsável pela inserção e os outros participantes, seu valor se provará no tempo poupado.

Uma outra maneira de facilitar a edição é usar envelopes de volume e balanço. Eles são representados por uma linha marcada com pontos em cada faixa de áudio. Quanto mais alto esses pontos estiverem, maior será o volume daquele trecho naquela faixa. Isso facilita, por exemplo, equilibrar a música com a conversa.

Aprenda também a usar os atalhos do teclado. Se algum comando estiver muito longe de sua mão livre, altere-o para deixá-lo mais acessível. O del, por exemplo, pode ser trocado por alguma letra mais próxima da mão esquerda.

Adquirir o costume de salvar o seu trabalho a cada pequena alteração é sempre bom. Travamentos e desligamentos inesperados podem acontecer, e é frustrante descobrir que seu trabalho nas últimas duas horas foi todo perdido. Nesse caso, melhor pecar pelo excesso.

Além disso, para facilitar a organização durante a edição, procure seguir as seguintes etapas:

  • Decupagem: é a separação do material em blocos. Você corta fora os intervalos que não serão utilizados e delimita o início e o fim de cada seção do seu episódio. Em suma, é um mapeamento do áudio original.
  • Limpeza: é o corte e a emenda daqueles pequenos instantes de silêncio, gagueja, ruídos externos, espirros e qualquer outra perturbação à fluidez da conversa. É aqui que são feitos os fades e os crossfades para que um corte não pareça tão abrupto. Fade é a diminuição ou o aumento gradual do volume; crossfade é a intersecção de um fade out com um fade in, isto é, enquanto um som diminui, outro aumenta por cima.
  • Sonorização: é a adição dos elementos sonoros. Essa é a etapa poupada, ou pelo menos atenuada, com a adição de efeitos em tempo real.
    É importante atentar também para os direitos autorais dos elementos sonoros utilizados. Caso você não queira pagar e nem ter problema com isso, pode pesquisar no Google por podsafe music. O resultado retorna várias fontes com licenças do tipo “Creative Commons”, algumas que permitem o uso livre e outras, o uso não comercial.

Decida onde publicar

Aqui você precisa definir um domínio, armazenar o arquivo de áudio na internet e construir uma plataforma para sustentá-lo.

Domínio

Ele nada mais é do que o nome do seu site juntamente com sua extensão: www.seudominio.com. Se quiser a terminação “.br”, precisa fazer um registro no Comitê Gestor da Internet no Brasil. Ao efetuar a compra, você escolhe o tempo em que o domínio permanecerá em sua posse, sendo possível renová-lo antes do vencimento.

Hospedagem

O seu podcast precisa ser armazenado em algum lugar na internet. Existem alguns sites de armazenamento gratuito como o Copy (www.copy.com) ou Internet Archive (https://archive.org), nos quais você consegue um link direto para colocar o podcast em seu site. Há também o Podcast Garden (www.podcastgarden.com), que, ao contrário dos demais, não possui limite de downloads.

Existem, é claro, plataformas pagas especiais para publicação de áudio, especializadas ou não em podcasts. Blurry Hosting (www.blurry.com), Podomatic (www.podomatic.com), Soundcloud (https://soundcloud.com) ou Libsyn (www.libsynn.com). A vantagem delas, além do maior limite de uploads mensais, é a estabilidade dos servidores.

Você ainda pode armazenar os arquivos de áudio em seu próprio blog, apesar de que os limites de banda e de downloads podem ser mais restritos. Wordpress, Blogger e Tumblr são opções de hospedagem de sites gratuita. Há também a Hostgator e Innovahost como opções pagas, que suportam o aplicativo do Wordpress e oferecem maiores opções de customização. Uma alternativa brasileira paga é a Euler, especializada em Wordpress e podcasts.

Plataforma

Armazenando ou não o arquivo de áudio em seu site, você deve disponibilizá-lo por lá. Para isso, é necessário usar plugins específicos. Eles permitem que você adicione os episódios como uma postagem padrão, incorporando-os ao feed do site. Para o Wordpress, por exemplo, há os plugins Seriously Simple Podcasting, mais simples e fácil de usar, e o PowerPress, mais robusto, com algumas funções adicionais.

Feed

O seu ouvinte pode saber das atualizações de novos episódios visitando o seu site regularmente, através da divulgação em redes sociais ou por um agregador.

Agregadores são programas que reúnem o feed RSS do seu podcast com os outros que seus ouvintes assinam. O iTunes, por exemplo, é o mais famoso. A PodPesquisa 2014 mostrou que mais de 40% da audiência fica sabendo das atualizações por meio de um agregador, portanto, não é algo que você deva desprezar.

Existem três maneiras de se fazer um feed RSS:

Feed Nativo: todo site já possui um feed relacionado a ele, e os plugins citados anteriormente já incorporam os podcast ao feed nativo. Dessa forma, basta que o ouvinte assine o seu site. No entanto, essa alternativa pode apresentar problemas de atualização, além de ocultar episódios mais antigos à medida que novos são adicionados.

Feed Manual: um feed é um arquivo .xml, que pode ser criado manualmente. Como o feed de um podcast é diferente do feed de uma publicação normal, alguns campos podem ficar em brancos ou vir incorretos. Ao optar por criar o arquivo .xml, você pode corrigir esses erros. Há um tutorial sobre isso na coluna Podcasteando do site Mundo Poscast.

Feed por meio de um Plugin: como mencionado antes, o plugin PowerPress possui algumas funções adicionais. Uma delas é justamente permitir a criação de um feed próprio para os podcasts. Prático e eficaz, é compatível até mesmo com o iTunes.

Alguns agregadores famosos são: Teiacast, Podflix, Youtuner e Pocket Casts. Se for usá-los em aparelhos móveis, há o PodStore, Podcast Addict, Podcast Republic e BeyondPod para android; Podcasts e WeCast para iOS; e Podcast Picker para o Windows Phone.

No mais, para saber como incorporar o seu feed RSS ao iTunes, veja o tutorial na página do autor: http://leolop.es/poditunesbr.

Notas finais

Decida sobre o que você quer falar, monte sua equipe, defina seu público e comece a gravar. Você pode fazer alguns testes com o equipamento que tiver e adquirir outros melhores com o tempo. Assim como pegar as nuances da edição. Os detalhes são aprendidos na prática.

Não se esqueça de fazer contatos com outros podcasters, em seu nicho ou não. Aproveite para participar de grupos no Facebook, como o Podcaster BR ou o Podcast: Discussões. Isso não só ajuda você a sanar dúvidas e compartilhar experiências, como também pode apresentar o seu programa a novas audiências. Agora, seja para utilizá-lo como cartão de visita de seu negócio ou fazê-lo apenas por hobbie, divirta-se!

Dica do 12’: O autor possui o podcast “Alô, técnica”, em que ele aborda os assuntos aqui discutidos com mais profundidade.

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Quem escreveu o livro?

Léo Lopes é um radialista, empreendedor e locutor. Apaixonado por áudio, ele foi uma das primeiras pessoas a lançar um Podcast no Brasil. Fazendo no formato de e... (Leia mais)

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