O livro que você gostaria que seus pais tivessem lido - Resenha crítica - Philippa Perry
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O livro que você gostaria que seus pais tivessem lido - resenha crítica

O livro que você gostaria que seus pais tivessem lido Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
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Este microbook é uma resenha crítica da obra: The book you wish your parents had read: (and your children will be glad that you did)

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-85-8439-160-8

Editora: Fontanar

Resenha crítica

O passado volta para nos assombrar

Pais e mães se deparam com inúmeros conselhos desde a gestação. Ouvem com frequência que os filhos precisam de afeto e aceitação, contato físico, presença constante, amor sem limites, compreensão, brincadeiras com pessoas de todas as idades, experiências relaxantes além de muita atenção e tempo livre.

Se fosse assim tão simples, não haveria razão para este livro existir. Mas algumas coisas atrapalham. A rotina corrida, circunstâncias do dia a dia, a creche, o dinheiro, a escola, o trabalho, as tantas ocupações, entre outras coisas.

E o que mais pode atrapalhar são justamente as lições ensinadas quando éramos bem pequenos. É urgente analisar com critério a maneira como fomos criados e o legado que herdamos. Volta e meia, você pode se ver dando broncas em seus filhos e reparar que está repetindo o estilo de educação de seus pais. 

Se foi uma maneira de crescer se sentindo uma pessoa amada e segura, está tudo certo. Mas em muitos casos, as palavras dos pais e das mães geram o efeito contrário, causando efeitos nocivos para toda a vida. E aí, vemos adultos com problemas como falta de confiança, pessimismo, problemas de autodefesa, sentimentos bloqueados e dominados pelo medo.

Em outras situações, você pode se irritar com aspectos de seus filhos que na verdade são um reflexo de expectativas sobre o futuro deles. Mas os pais são apenas um elo de uma corrente que se estende por gerações, até um futuro difícil de enxergar. 

As influências do passado, queira ou não, estão agindo agora, na maneira com que você busca dar o melhor a seus descendentes. Resta entender como chegamos até aqui e impedir que alguns erros sejam repetidos. 

A desvantagem do julgamento 

Um bom primeiro passo para melhorar a criação de seus filhos é justamente estar aqui, acompanhando este microbook. E um mau sinal para a boa educação é o julgamento, tanto interno, quanto das atitudes alheias. 

É preocupante a forma como classificamos os pais em bons ou ruins. Isso em nada ajuda porque nos faz girar ao redor de extremos. Até porque, é impossível estar em plena sintonia com seus filhos o tempo todo. E mesmo as melhores intenções do mundo podem causar consequências prejudiciais quando não há uma análise certeira da situação. 

Ninguém quer ser julgado como um pai ruim ao cometer erros, mas isso fatalmente acontece com todos que têm filhos. Na busca por evitar esse rótulo, é comum fingir perfeição, evitando a humilhação de estar no papel negativo. Esse receio produz pais e mães que ficam na defensiva o tempo todo, sem querer revelar um possível equívoco.

Assim, não são analisados nem observados os aspectos que os distanciam de seus filhos, que acabam negligenciados emocionalmente. Quem não se permite errar não melhora a relação com os pequenos e não é capaz de fazer uma autoanálise. 

Julgar não é bom em nenhum aspecto da vida. Aí se inclui a parentalidade saudável.

O que importa não é a estrutura familiar, mas como nos relacionamos

Seu ambiente é composto por você e pelas pessoas que moram em sua casa, incluindo aí os filhos. A forma como todos os envolvidos vão se sentir em relação a si mesmos e na interação com outras pessoas terão como base a relação criada neste pequeno círculo ao redor, incluindo aí cônjuge, irmãos, avós, empregados, amigos íntimos e todos que convivem diariamente ou com alguma frequência. 

É fundamental ter consciência sobre como se comportar nessas relações. Demonstrar respeito no dia a dia ou descontar a raiva nas outras pessoas são duas atitudes muito distantes uma da outra, mas ambas servirão como exemplo na forma como outras pessoas serão tratadas por seus filhos, incluindo você mesmo, pai ou mãe. 

Relações familiares influenciam o desenvolvimento da personalidade e saúde mental desde a infância. Não podemos esquecer que as crianças são indivíduos em permanente formação e tomam tudo que ocorre ao redor como exemplo a ser repetido. 

Seu sistema de amadurecimento inclui a casa em que moram, a escola, outras amizades e o ambiente cultural no qual está inserida como um todo. É preciso analisar todo esse conjunto para fazer dele o melhor ambiente possível para seus filhos absorverem as melhores práticas em seu comportamento diário. 

Esse ambiente não precisa ser perfeito, porque nunca será. Sua estrutura familiar pouco importa. O que deve ser analisado é o conjunto desses sistemas e a maneira com que sua criança convive em cada um deles. 

Como discutir e como não discutir

Passando da metade deste microbook, vamos falar um pouco de conflitos. Todas as famílias discutem. Umas mais, outras menos. É ilusão acreditar em uma vida inteira sem desentendimentos e divergências de opinião. 

O que realmente faz a diferença é a maneira com que os envolvidos trabalham para solucionar os desentendimentos. Discordâncias não são necessariamente prejudiciais à relação e ao ambiente em que os filhos convivem. Debates são necessários para a evolução humana.

Mas se não há respeito e valorização às opiniões alheias, reconhecendo as diferenças e expressando os sentimentos, nunca haverá entendimento. Para isso, é preciso levar em consideração o contexto envolvido na discussão e como cada um se sente sobre o conflito da vez.

Para chegar a um consenso, existe um processo. Nada se resolve de uma hora para outra e é preciso dar tempo ao tempo. E, se as emoções forem ignoradas, todos os envolvidos ficam mais inflamados, tentam apenas demonstrar que têm razão, sem procurarem entender o outro lado, e perde-se o respeito por completo. 

Você certamente conhece alguém com esse tipo de relação entre pais e filhos: só reclamações de parte a parte, sem olhar para si e entender de que forma seu comportamento afeta a reação alheia. 

Para trabalhar as diferenças é preciso ter compreensão e flexibilidade. Afinal, discussões não são competições em que há um vencedor. 

A importância de aceitar todos os humores

Em quase 100% das vezes que os pais se perguntam qual o principal desejo para os filhos, a resposta é: “quero que eles sejam felizes”.

Natural. Não há nada de ruim nisso e é até previsível. Mas o investimento excessivo na ideia de felicidade como uma família perfeita, sem momentos ruins como em um comercial de margarina, pode trazer efeitos nocivos.

Existem dias felizes e infelizes. Esse sentimento vem e vai, como todos os outros. Se sentíssemos a felicidade o tempo todo, nem saberíamos de sua existência, já que não haveria outras emoções para fins de comparação.

Nem sempre a vida é um piquenique no parque. Muitas vezes, ela nos faz passar horas e horas na fila de um banco, suados, esperando nossa vez de sermos chamados. E por que com os filhos seria diferente? 

Eles terão seus dias de mau humor, raiva, até ódio, tristeza e revolta. Não há motivos para desejar e cobrar que esses sentimentos sejam simplesmente eliminados, de uma hora para outra. Deve-se respeitá-los, dar suporte e fazer entender os motivos que levam aos dias ruins

Todos os humores nos levam ao aprendizado sobre quem somos e como o ambiente ao redor nos molda. Melhor que ignorá-los, é sinal de maturidade tirar boas lições mesmo dos maus momentos. 

E quando formos todos adultos?

Cuidar dos filhos é perceber, em um minuto, um progresso lento, como as perninhas do bebê dando passos minúsculos. Em um piscar de olhos, você e sua criança estão andando um ao lado do outro no mesmo ritmo. Mais alguns segundos e é preciso algum esforço para correr atrás de quem você trocou as fraldas há pouquíssimo tempo. 

E essa última parte, a vida adulta, é a mais longa. É por ela que tanto tempo, carinho, consideração e esforço são investidos dia após dia, com muito respeito e amor gerando uma pessoa formada, de caráter e admiração alheia. 

É na maturidade que são colhidos os benefícios de um estilo de apego seguro, curiosidade sobre o mundo e capacidade de saber o que sentimos, fazendo com que os filhos possam descobrir o que querem e do que precisam na vida. 

Com uma base segura do ponto de vista emocional e prático, caso eles se percam no caminho, terão onde buscar conselhos e orientações sobre como proceder, mesmo que você não esteja mais presente. 

Lembre-se: desde o nascimento, os pais são um verdadeiro espelho para os filhos e não se pode ter desatenção nisso. No futuro, ele vai se reconhecer nas suas atitudes desde os primeiros anos de vida. Ser pai e mãe é tarefa de tempo integral, cansativa e sacrificante, mas com uma recompensa que vale por toda a existência. 

Notas finais 

Não existe um manual de instruções para a criação perfeita de seus filhos. Pais e mães vão errar querendo acertar. Tendo isso em mente, já é um bom começo para entender um pouco de como Philippa Perry enxerga essa tarefa de tanta responsabilidade quanto ser responsável por outro ser humano, da gestação à vida adulta. Essa experiência vai muito além de seguir regras rígidas para chegar a este ou àquele resultado. Educar seus filhos não é uma receita de bolo.

Dica do 12min

Outro bom livro para pais e mães melhorarem a educação de seus filhos é Crianças francesas não fazem manha, também disponível aqui no 12 minutos. 

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Quem escreveu o livro?

Philippa Perry é psicoterapeuta há 20 anos. Ela é autora de uma coluna de conselhos na revista inglesa Red, escritora e apresentadora de TV e rádio. Também é autora de... (Leia mais)

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