O Jeito Zuckerberg de Fazer Negócios - Resenha crítica - Ekaterina Walter
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O Jeito Zuckerberg de Fazer Negócios - resenha crítica

O Jeito Zuckerberg de Fazer Negócios Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Gestão & Liderança

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-85-02-211-39-1

Editora: Saraiva

Resenha crítica

O mundo conectado

No Natal de 2010, Vivica Warren, uma menina de apenas dez anos, recebeu o melhor presente de sua vida. Diferentemente do que a maioria das crianças de sua idade costuma acreditar, porém, ela sempre soube que não foi Papai Noel que o entregou. Foi o Facebook.

Há três anos, Vivica tinha um sério problema nos rins e fazia diálise por 12 horas toda noite. Seu corpo não conseguiria resistir por muito mais tempo. Ela precisava de um transplante urgentemente, mas ninguém na família era compatível. Desesperada, a mãe da menina, Donette Warren, foi para o Facebook e espalhou a notícia, implorando para que seus amigos compartilhassem seu pedido de ajuda. Ela sabia que precisava de um milagre.

Ele chegou pouco tempo depois, e se chamava Cathy Olsen. Mãe de três filhos, ela se sensibilizou com a condição de Vivica e decidiu ajudar. Considerada compatível com a menina, ela livremente aceitou doar seu rim, dando assim o melhor Natal de todos os tempos para Vivica e sua mãe Donette.

Esse milagre natalino apenas aconteceu devido à existência do Facebook. Desde 04 de Fevereiro de 2004, quando a rede social estreou, muitas outras histórias comoventes que apenas se tornaram possíveis graças a ela se tornaram conhecidas. São narrativas reais sobre o reencontro de antigos casais que nunca se esqueceram, sobre os amores que nasceram à primeira vista em um debate casual, sobre reuniões de famílias que se separaram devido à distância...

Além disso, o Facebook tornou possível a criação de movimentos defensores das mais diversas causas, como direitos humanos, liberdade de expressão e direitos dos animais. Tudo isso reflete a grande mudança que a sociedade está vivendo nesta nova era de revolução digital. Agora, todos podem falar e ser ouvidos. Agora, todas as identidades têm poder para ver suas vozes serem fortalecidas.

Não è à toa que muitos não conseguem imaginar suas vidas sem o Facebook. Poucos, entretanto, sabem a história da rede social. O Facebook foi fundado em 2004 por Mark Elliot Zuckerberg, apelidado de Zuck, que na época tinha apenas 19 anos. Estudando ciência de computação e sociologia na prestigiada universidade de Harvard, ele começou seu projeto com o objetivo de conectar estudantes da própria instituição.

O Facebook, porém, não se limitaria à Harvard, se expandindo rapidamente para outras faculdades e, em breve, para todo o mundo. Com o sucesso, Zuckerberg abandonou a universidade para se dedicar integralmente à empresa, e ficou milionário com 23 anos.

Hoje, cerca de um sétimo de toda a população mundial tem uma conta no Facebook, o que é de longe a maior participação que qualquer rede social já teve. Podemos até dizer que o Facebook tornou-se uma parte fundamental do DNA da internet, influenciando e dominando o fluxo de informações como nunca antes. Se o Facebook fosse um país, seria o terceiro maior do mundo.

Como isso ocorreu? Quais são os segredos do triunfo estupendo de Zuckerberg? Em verdade, de acordo com a autora, são cinco os valores que o fundador do Facebook soube personificar e explorar, assim como os fundadores de empresas bem-sucedidas. O primeiro, e mais importante deles, é a paixão.

Tenacidade como lição do fracasso

Zuckerberg é conhecido por alguns como “o novo príncipe da internet” devido ao seu comportamento dominante. Esgrimista no colégio e capitão de time na faculdade, ele parece pensar o mundo como uma competição constante, e analisa as melhores estratégias para ganhar, sempre com muita confiança em si.

Às vezes, tal confiança é vista como pura arrogância, até mesmo porque seu hábito de não prestar atenção nas conversas que não o interessam é bem conhecido. Mas o que alguns interpretam como arrogância desmedida pode ser analisado também como segurança em suas habilidades. É assim, de fato, que age alguém que se vê em uma missão.

É difícil não ver Zuckerberg sob o segundo ângulo interpretativo quando se conhece mais sobre o início de sua vida. Desde criança, sua paixão por tecnologia foi incentivada por seu pai, Edward Zuckerberg, e ainda adolescente Zuck desenvolveria seus primeiros programas, chamando inclusive a atenção da Microsoft, que tentou recrutá-lo antes que o jovem ingressasse em Harvard.

Uma vez na universidade, ele continuaria a criar programas simples, mas bastante populares entre seus colegas, como o Facemash. Tratava-se de um programa para descobrir quem era a pessoa mais bonita do campus, e foi um sucesso instantâneo.

O conselho disciplinar na faculdade, porém, não apreciou o fato que Zuckerberg invadira o sistema da universidade para obter os nomes e fotos dos alunos sem permissão, o advertiu e o fez desativar o site.

Seria o Facemash um fracasso na trajetória de Zuckerberg? Ao contrário, segundo o próprio. Para ele, o programa foi um grande sucesso, provando que as pessoas têm grande necessidade de tornar online seus relacionamentos offline.

Além disso, o Facemash possibilitou aprendizados que, um ano mais tarde, possibilitariam que o nascente Facebook iniciasse sua trajetória de sucesso estrondoso, como garantir que qualquer inscrição fosse voluntária e que qualquer um só compartilhasse o que desejasse.

Qual é a lição que pode ficar para qualquer experiência análoga a de Zuckerberg? Dependendo de como se olha para um evento, ele pode ser considerado um sucesso ou um fracasso, mas sempre terá lições valiosas. Um começo equivocado para a concepção de um produto, então, carrega consigo o potencial de contribuir para a próxima versão.

Além disso, o fracasso ensina muito bem a tenacidade, como o próprio Zuckerberg aprendeu em sua experiência com o Facemash. Após ser advertido, certamente ele percebeu que Harvard dificilmente aceitaria o desenvolvimento de projetos similares, mesmo que isso fosse contra as vontades do corpo estudantil.

Em seu desejo de criar um mundo mais conectado, Zuckerberg não poderia deixar isso acontecer. Ele não desistiu até ver seu produto mais bem acabado vir à luz, assim como deve fazer todo empreendedor que quer ser bem-sucedido.

Fidelidade à filosofia pessoal

Ainda existe uma concepção errônea quanto à necessidade de originalidade absoluta de um produto. A verdade é que alguns dos empreendedores e publicitários mais bem sucedidos do planeta já roubaram ideias e conceitos.

O importante é que o produto final seja original em seus aspectos fundamentais. O próprio Zuckerberg admite que teve sua cota de inspirações, com experiências e conversas no colégio e na faculdade.

Em realidade, os próprios competidores do Facebook, MySpace e Friendster, compartilham algumas semelhanças notáveis com a rede social de Zuck, que foi lançada depois. Difícil acreditar que ele não pegou algumas ideias emprestadas, mas isso por si só não é um problema.

Se um empreendedor é apaixonado o suficiente por uma vontade ou necessidade e enxerga uma brecha em uma solução imperfeita já existente, deve-se ir adiante e aproveitar. Ao utilizar-se a sabedoria e a experiência, é possível criar então um produto original, podendo inclusive celebrar sua autenticidade publicamente sem disputas.

Diferentemente do MySpace, onde uma pessoa pode ter centenas de contas falsas e se expressar da maneira que quer, o Facebook tem regras que Zuckerberg procura que sejam cumpridas. Isso ocorre em grande parte devido à sua firme crença pessoal que o mundo online deve ser, na medida do possível, uma cópia do offline, garantindo assim um fluxo satisfatório de informações íntegras.

Essa filosofia permite que ele seja fiel à paixão que originou o Facebook. Em algumas ocasiões, Zuckerberg foi inclusive criticado abertamente por recusar ofertas bilionárias de venda.

Sua firmeza de propósito gera desprendimento quanto ao dinheiro. Embora ele se preocupe com o crescimento da empresa, o foco principal ainda está em causar impacto positivo no mundo. Desta forma, a paixão alimenta o sucesso de empresários.

Zuckerberg poderia apenas ter sonhado sobre um projeto de rede social, ou apenas falado dele, como tantos de seus companheiros em Harvard, mas foi sua filosofia que permitiu que ele fosse o único a ter coragem para assumir os riscos e agir efetivamente.

Como ele desde cedo estava comprometido em colaborar para um melhor compartilhamento de informações no mundo, sempre teve melhor consciência em como utilizar sua paixão para efetivamente moldar sua empresa. Zuckerberg sempre teve em vista o que é o coração de qualquer empresa, e o segundo valor das empresas bem-sucedidas: propósito.

Grandes empresas criam movimentos

O poder de um objetivo jamais deve ser subestimado. Ele pode dar forças para alguém sobreviver a tempos turbulentos e prosperar em meio a dificuldades, ao simplesmente gerar a razão pela qual vale a pena se levantar.

Um empresário pode ser considerado como um grande líder se é capaz de inspirar e de transmutar seu negócio em uma verdadeira fonte de inspiração. Ideias podem ser facilmente copiadas, mas lealdade a uma missão cria um propósito único.

Hoje, o Facebook possui milhares de empregados, e o ambiente de trabalho sempre fervilha com animação. Por que? Apesar de brilhante intelectualmente, Zuckerberg não é de fato um homem carismático.

Contudo, sua defesa do papel da empresa que criou no mundo contemporâneo é notável e faz a todos prestarem atenção em suas palavras. Sua paixão por seu propósito reúne toda a empresa em torno da mesma missão.

Zuckerberg sempre defendeu que seu objetivo é criar algo significativo a longo prazo, e suas ações não o contradizem. Nem quando empresas o assediaram com ofertas bilionárias ele se desviou de seu objetivo. De fato, ele fica incomodado quando insinuam que ele está na empresa apenas por dinheiro, porque nada poderia ser mais diferente de como realmente pensa.

Para Zuckerberg, o Facebook nasceu para ajudar a realizar uma missão social, criando um mundo mais aberto. É importante para ele, inclusive, que não só os funcionários da empresa saibam disso, mas também os investidores.

Contudo, ele não precisa realmente se certificar disso, já que é acionista majoritário exatamente para prevenir que uma visão de curto prazo interfira com seu propósito. Ocorre que sua crença na abertura da informação global é tamanha que isso o estimula a procurar fazer com que o mesmo objetivo seja inerente a qualquer pessoa ligada à organização que lidera. É vital para Zuckerberg lutar a fim de manter sua visão viva.

De fato, ele é dedicado a isso ao ponto de ser considerado ingênuo. Em algumas ocasiões, Zuckerberg chegou a auxiliar possíveis competidores em projetos que julgava serem interessantes.

Tudo isso ajuda a mostrar que ele está disposto a enfrentar críticas e pressões externas em nome de suas convicções, como qualquer empresário bem-sucedido, mas sua preferência ainda está em cooptar aliados para defender a sua visão de mundo. Ao final, é o terceiro valor das empresas bem-sucedidas que tornam o propósito de qualquer homem possível: outras pessoas.

A qualidade do capital humano

Muito já foi dito sobre as vantagens de uma empresa que possui uma boa equipe que compartilhe dos objetivos do fundador. Apesar disso, são poucos os negócios atuais que possam se gabar de ter o engajamento entusiástico de seus empregados.

Todos os anos, pesquisas apontam claramente o desânimo emocional da maioria da população com o local onde trabalha, o que fatalmente diminui a produtividade e, por extensão, os lucros.

Menos visível nos pequenos negócios, esse problema pode se tornar grave em empresas que crescem rapidamente se o líder não se preocupar em moldar claramente a comunicação da cultura e valores do empreendimento em questão.

Zuckerberg compreendeu isso desde o início da trajetória do Facebook, quando apenas contratava pessoas alinhadas com a sua percepção da cultura hacker de colaboração, agilidade e desejo de melhoria constante.

O melhor exemplo disso está no próprio processo seletivo do Facebook, que é especialmente rigoroso. Para fazer parte das fileiras de engenheiros da rede social, por exemplo, o candidato tem que primeiro decifrar uma lista de quebra-cabeças simples, recebendo depois uma lista de trabalhos de programação para que seja observado sua habilidade com códigos. É comum que postulantes simplesmente desistam antes mesmo de se depararem com as quatro etapas seguintes.

Superando esta complicada fase de contratação, porém, o novo funcionário é tratado com uma série de vantagens e benefícios invejáveis. Surpreendentemente, isso se trata apenas de uma adição para muitos que foram convencidos a passar pelo processo seletivo graças à cultura de empresa capitaneada por Zuckerberg, considerada inspiradora. Não é à toa que a equipe do Facebook é conhecida por sua excelência.

As pessoas certas para contratar não são necessariamente aquelas com a melhor habilidade, pois isso de nada adiantará se elas não tiverem uma atitude alinhada com os valores da empresa. Os negócios mais bem-sucedidos do mundo entendem isso, muitas vezes contratando alguém antes que uma função para o novo empregado seja acertada.

No Facebook, é incentivado que funcionários trabalhem em grupo em torno de projetos que inspirem paixão, de forma a assegurar que o resultado seja tão bom quanto possível. Procedendo da mesma forma, qualquer empresa garante não apenas que haverá o máximo de esforço, mas também que os funcionários cresçam devido à inteligência e competência, e não curriculo ou idade.

A motivação do fortalecimento

A maior vantagem de contratar as pessoas mais alinhadas à cultura da empresa é que o gestor não precisa perder tempo servindo de babá para os funcionários desmotivados e, no processo, acabar ignorando os empregados talentosos que procuram orientação superior. Assim, o líder acaba falhando em sua missão de criar um bom ambiente onde boas ideias possam nascer e se desenvolver mesmo em tempos difíceis.

Se confiança não for um dos valores fundamentais de uma empresa, dificilmente a comunicação será aberta. Dessa forma, muitas opiniões valiosas nunca serão ditas, e futuros líderes que poderiam contribuir para a empresa nunca terão a chance de mostrar seus dons com suas sugestões, o que potencialmente salvaria a empresa em momentos mais difíceis.

A depender de Zuckerberg, o Facebook nunca terá tais problemas. Ele aspira à transparência total entre os gestores e demais funcionários, promovendo fóruns sinceros sobre questões da empresa. Para fortalecer todos a darem tudo de si no trabalho, ele também não abre mão de servir de exemplo: até hoje, jamais faltou a uma reunião que tenha marcado.

O fortalecimento verdadeiro também implica aceitar os fracassos ocasionais como parte do processo de crescimento. Se Zuckerberg já teve essa lição em sua própria vida, nada mais natural do que passar aos funcionários que é sempre melhor se arrepender por fazer algo do que se arrepender por não fazer.

Qualquer organização pode se beneficiar de uma atitude análoga, desde que a comunicação seja aberta. Se os funcionários se sentirem protegidos, podem arriscar sem o medo de represálias dos gestores.

Para o Facebook, que tem um líder que acredita na melhora constante em busca da excelência, tal política é excelente para incentivar a inovação e criar uma cultura de coragem que estimula lideranças. Em empresas assim, criatividade e iniciativa são traços estimulados nos funcionários, que podem dessa forma explorar novas perspectivas que trazem benefícios diretos.

Já foi bastante comentado sobre a importância de contratar as pessoas certas, que são alinhadas com os ideais da empresa. Infelizmente, mesmo com a melhor das intenções por parte dos gestores, nem sempre isso dá certo. É preciso saber quando é melhor que a pessoa em questão abandone o barco. O próprio Zuckerberg já teve que pedir para que o primeiro presidente do Facebook, Sean Parker, saísse de seu cargo, mesmo que ele fosse seu amigo.

Se um gestor deseja criar uma empresa extraordinária, precisa preenchê-la com pessoas extraordinárias que possam somar, não dificultar a convivência. Certamente saber como, no momento certo, aparar aqueles que não compartilhem dos valores desejados para um funcionário é uma habilidade bastante preciosa num gestor, mas o mais importante a fazer antes dessa ação drástica é liderar positivamente ao influenciar pelo exemplo. Liderança inteligente em todos os níveis é uma das características mais vitais de empresas bem-sucedidas.

Após vários anos de experiência no estudo de liderança, a autora pôde elaborar uma lista das dez qualidades que vê como mais importantes em líderes eficientes, que em seu conjunto formam o chamado “Efeito beija-flor da liderança”.

Por que o beija-flor? Porque esse pequeno pássaro discreto não procura chamar muita atenção para si, mas é extremamente inteligente e notavelmente corajoso quando necessário. Assim como eles, os bons líderes devem ser humildes, sempre dando os devidos créditos para a equipe, mas serem também assertivos quando for preciso.

As dez qualidades listadas por Ekaterina Walter são:

- Flexibilidade

- Gerência

- Agilidade

- Pensamento estratégico

- Persistência

- Coragem

- Orientação para resultados

- Intuição

- Caráter

- Desenvolvimento pessoal

Pelo que foi analisado até agora, Mark Zuckerberg pode ser caracterizado com louvor como um líder eficiente. Independente da opinião pessoal de cada um a respeito dele, não se pode argumentar com justiça que ele só teve sorte.

Minimalista e silencioso, mas também determinado e trabalhador, Zuckerberg não é o nerd ganancioso que o filme A Rede Social retratou em 2010. Ele aprende com seus fracassos e se desafia constantemente, utilizando-se de estratégia para vender e expandir o quarto valor das empresas bem-sucedidas: o produto.

O longo alinhamento da visão

O Facebook pode muito bem ser a empresa de crescimento mais rápido de todos os tempos, e isso não foi destino. Foi visão. Por meio de suas experiências, Zuckerberg percebeu gradativamente a importância de colocar as pessoas como protagonistas do modelo de negócio, e não tecnologia ou conteúdo.

Zuckerberg teve a ideia certa na hora certa, aproveitando-se dos recursos adequados. Isso só foi possível graças ao alinhamento correto de sua visão, que identificou claramente o caminho mais vantajoso a percorrer com o auxílio de sua paixão e filosofia pessoal, que estimulavam seu propósito. A ausência da paixão em um projeto não traz a visão mais adequada, o que pode impedir até mesmo sonhos pessoais de se tornarem realidade.

Desde muito jovem, Zuckerberg sempre foi fascinado em entender como o mundo funciona, e foi isso que possibilitou a base do desenvolvimento e design do Facebook. Ele quer que sua rede social replique online as interações humanas offline, e sua dedicação contínua a essa tarefa é que faz seu produto tão fácil de utilizar.

Quando Zuckerberg estreou o Facebook, não queria fama ou dinheiro. Como poderia prever o sucesso espantoso da rede social despretensiosa que criou? De fato, ele só estava cansado de esperar Harvard auxiliar a ele e seus amigos a criar o tipo de compartilhamento de informações que os estudantes queriam. O rápido sucesso, porém, estimulou Zuckerberg a ir além e utilizar o Facebook para contribuir na construção de um mundo mais livre.

No verão de 2004, Zuckerberg e seus amigos decidiram dedicar as férias para desenvolver melhor a rede social que crescia rapidamente. Logo no início, ele demonstrou pensamento estratégico ao insistir em expandir o Facebook para faculdades que já tinham redes sociais locais. Se sua própria rede social obtivesse sucesso nelas, pensava Zuckerberg, seria mais fácil expandir para outras faculdades.

Entretanto, ele já sabia por observação que um crescimento rápido poderia se provar fatal se a estrutura da rede social não estivesse preparada para o impacto de tantos novos inscritos. Logo, apesar de estar entusiasmado com o sucesso repentino, Zuckerberg teve que ser deliberado em sua abordagem de expansão, diminuindo a velocidade do processo. Agindo desta forma, ele mostrou-se alinhado às ações dos grandes líderes, que devem desenvolver em seu instinto os momentos mais apropriados para seguir em frente ou diminuir o passo.

Mesmo quando as despesas se acumulavam e a equipe pressionava para apostar em publicidade com o intuito de cobrir as despesas, Zuckerberg privilegiava a experiência do usuário. Quando finalmente foi convencido, assegurou-se que ela apenas complementaria a rede social, nunca a dominando, como ocorria com alguns dos rivais do Facebook. Isso, e a criação do mural em setembro de 2004, iniciou a dominância de sua rede social. Em novembro, o Facebook alcançou um milhão de usuários sem dar qualquer sinal de desaceleração.

Aproximadamente na época em que o atributo de criação de grupos foi inserido no Facebook, Zuckerberg declinou ofertas milionárias para a compra de seu trabalho, preferindo efetuar acordos adicionais de investimento. Percebendo que sua rede social encontrava-se em uma etapa crucial e que ele não exatamente possuía a experiência habitual de liderança, passou a consultar os melhores e aplicar algumas de suas sugestões.

Sempre renovando seu pensamento, Zuckerberg liderava as constantes inovações do Facebook. Em meio à primeira oferta bilionária de compra de sua rede social, em setembro de 2006 estreou o polêmico feed de notícias, a ser seguido em breve pelo cadastro aberto para todos.

As primeiras reações ao feed foram péssimas, e ocorreram debates acalorados na empresa sobre se valia a pena mantê-lo. Mesmo assim, Zuckerberg não considerou nem por um minuto remover a nova ferramenta, mesmo tendo que criar controles de privacidade mais rigorosos para aplacar os protestos dos usuários.

Por que ele fez isso em meio a um momento decisivo para o crescimento da empresa? Seria uma prova que Zuck não tinha de fato talento para negócios? Teria sua defesa da transparência total o cegado? Jamais. Nesta decisão, Zuckerberg foi bastante pragmático, argumentando seu ponto de vista com dados.

Observaria ele para sua equipe que o desconforto dos usuários se dava provavelmente ao incômodo natural perante uma mudança tão súbita, uma vez que comprovadamente eles agora passavam mais tempo no site.

Pouco tempo depois, a explosão de crescimento do Facebook provou que ele estava totalmente certo. E assim nasceu o culto a Mark Zuckerberg.

A curta solidificação

Provando ser um visionário, Zuckerberg aumentou a moral do Facebook e encantou os céticos, sempre mantendo uma abordagem humilde enquanto preparava sua próxima investida. Agora, ele planejava tornar sua rede social uma plataforma, de maneira a permitir que outros pudessem criar serviços próprios.

Tratava-se um plano ambicioso, que solidificaria a liderança do Facebook caso fosse bem sucedido. E deu. Seis meses depois do anúncio público do plano, metade dos usuários tinha pelo menos um aplicativo instalado em seu perfil.

A indústria de tecnologia estava espantada com todo esse sucesso. Com o Facebook a largos passos no caminho de se tornar seu mini-universo autossustentável, não era mais possível menosprezar Zuckerberg. Na época em que as páginas de marcas e negócios foram introduzidas, cerca de 150.000 pessoas se juntavam por dia ao Facebook. Em breve, publicitários passariam a dedicar parte de seu orçamento para investir no precioso componente social que estava nas comunidades online oferecidas pelo Facebook.

Mas nem tudo eram flores. Até hoje, Zuckerberg reconhece que a relação entre o Facebook com os parceiros da publicidade é atrapalhada pelo modelo de inovação rápida proposto pela rede social. Até mesmo alguns usuários questionam as verdadeiras intenções do líder da empresa devido ao compromisso de Zuckerberg em continuar sempre a testar os limites e, assim, evitar a inércia do sucesso.

Algumas vezes, um líder estratégico tem que saber que é a hora de desistir. Em seu percurso, Zuckerberg compreendeu isso com certa dificuldade, hesitando em abrir mão de trabalhos como o Wirehog, que era um software de compartilhamento ligado ao Facebook que não fez tanto sucesso quanto o esperado. Aprendendo eventualmente a manter o foco organizacional, Zuck abriu caminho para tornar o Facebook a primeira escolha de seus usuários.

Apesar das eventuais dificuldades, Zuckerberg ainda teve o impulso inicial que caracteriza grandes líderes: solidificar um produto antes de se preocupar em receber os seus lucros. No caminho, mudou a maneira como as pessoas se comunicam online, exatamente porque entende que o sucesso é uma maratona e a inovação é algo pessoal.

Ele se solidificaria como um pioneiro. Esse não foi de forma alguma um trabalho fácil, mas quando se propõe mudar o mundo nunca o é. Liderar inovações no compartilhamento de informações foi a maneira escolhida por Zuckerberg de deixar sua marca.

Para ser um líder efetivo, todos devem ter em mente a paixão que será alimentada pelo propósito. Entretanto, nenhum homem é uma ilha, e o sucesso advém em grande parte do quinto e último valor das empresas bem-sucedidas: parcerias.

O sucesso é um esporte coletivo

Por mais que a ideia seja atraente na ficção, super-heróis não existem no mundo real. Pessoas são falhas e não sabem tudo. Logo, é impossível que alguém esteja de posse de todas as habilidades necessárias para realizar todos os seus objetivos e ser bem-sucedido. Formar parcerias para alcançar as metas é uma tendência humana natural, e está especialmente presente nos homens de negócios bem-sucedidos.

Assim como existem vários motivos para se estabelecer uma parceria, cada participante pode ter um papel bem distinto um do outro. Existem investidores, funcionários, conselheiros, familiares...Todos, sem exceção, podem dar sua contribuição para ajudar a alavancar um projeto.

Menos conhecidos, mas também vitais, são aqueles que inspiram a ação. Com frequência, o visionário inspirador que captura a mente e corações ao seu redor não é tão bom assim nas tarefas mundanas que ocorrem no dia-a-dia de uma empresa. Paralelamente, o habilidoso no processo operacional mais prático da construção de um negócio não costuma desenvolver muito bem um produto.

Na prática, os negócios mais bem-sucedidos tendem a ter uma equipe principal que se complementa em suas aptidões, mas compartilha os mesmos propósitos. Não seria diferente no Facebook. Enquanto Mark Zuckerberg liderava as inovações tecnológicas que permitem à empresa manter-se no topo há tanto tempo, sua oficial de operações Sheryl Sandberg garantia em grande parte a prosperidade financeira do Facebook.

A inteligente Sandberg chegou à empresa de Zuckerberg no início de 2008 e assumiu quase que de imediato o controle do lado operacional da empresa. A grande bagagem de experiência de Sandberg, que antes trabalhou no Google e no Banco Mundial, permitiu que ela pudesse intervir facilmente em alguns problemas estruturais do Facebook como empresa, retirando a carga dos ombros de Zuckerberg e permitindo que este ficasse livre para se dedicar à rede social em si.

Um bom exemplo é a questão publicitária. Apesar de ser a maior fonte de renda do Facebook, antes da chegada de Sandberg o crescimento era devagar. Quando ela assumiu sua posição como principal oficial de operações, houve uma redefinição da própria abordagem publicitária na rede social para atrair grandes anunciantes e tentar expandir para o campo internacional. A estratégia deu certo. Antes de Sandberg, a renda do Facebook era de 150 milhões. Hoje, é de mais de 4 bilhões.

Em 2012, ela seria a primeira mulher a se juntar ao conselho de direção da empresa. Será que isso pode ser atribuído apenas à incrível competência de Sandberg? Não. Embora sua ambiciosa abordagem de trabalho certamente seja eficaz, os executivos do Facebook são unânimes em apontar a importância da boa relação entre Sandberg e Zuckerberg como o fator decisivo que possibilitou a contínua boa fase da empresa.

Além de ambos terem um excelente entendimento pessoal que estimula uma constante e saudável troca de informações, Sandberg não entrou no Facebook apenas pelo dinheiro. Ela acredita na visão de Zuckerberg e deseja acima de tudo o seu sucesso, mesmo que tenha que assumir para isso um papel secundário. Muitos ficaram perplexos com a forte relação que se desenvolveu entre essa experiente executiva e o desajeitado jovem que abandonou a faculdade, mas é exatamente o fato de serem opostos que os tornou uma equipe tão extraordinária.

Ter Sandberg por perto permite que Zuckerberg se dedique melhor à sua paixão, enquanto ela é liberada para dirigir as operações práticas da empresa como julgar melhor. A parceria se tornaria um modelo para empresas de tecnologia e, de fato, se trata de um exemplo fenomenal de construção de parcerias estratégicas.

Mas é claro que isso não precisa ser seguido rigorosamente. Nem todas as parcerias precisam necessariamente ser yin e yang. De acordo com a autora, as parcerias mais vibrantes da história costumam ter como denominador comum sete filosofias nas quais ambos os parceiros concordam. Estas são:

  • Expectativas claras
  • Valores compartilhados de visão
  • Confiança mútua
  • Trocas justas
  • Forças complementares
  • Compromisso
  • Respeito mútuo

Parcerias pautadas por tais filosofias permitem que os parceiros possam focar na paixão que compartilham, vivendo e colaborando pelo seu propósito até que sua visão deixe uma marca permanente, por mais que pequena, no mundo em que vivemos.

Notas finais

A visão ousada de Mark Zuckerberg mudou para sempre o mundo em poucos anos. Inspirando uma mudança global pelo compartilhamento de informações, ele se tornou uma das pessoas mais influentes de sua era com sua paixão objetiva e seu propósito bem definido, escolhendo as pessoas certas para firmar parcerias a fim de elaborar um produto revolucionário. Como mostra Ekaterina Walter, ele servirá de exemplo por muitas gerações ao mostrar que, às vezes, basta apenas se firmar em uma pequena decisão inicial para dar um grande passo para a humanidade.

Dica do 12’

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Quem escreveu o livro?

Ekaterina Walter esteve na vanguarda da revolução da transformação digital. Na Intel, liderou a adoção de mídia social em toda a empresa, foi um motor de mudança e liderou a inovação como co-fundadora e... (Leia mais)

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