O almanaque de Naval Ravikant - Resenha crítica - Eric Jorgenson
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O almanaque de Naval Ravikant - resenha crítica

O almanaque de Naval Ravikant Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Investimentos & Finanças

Este microbook é uma resenha crítica da obra: The almanack of Naval Ravikant

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-65-5560-551-8

Editora: Intrínseca

Resenha crítica

Confie nas suas dúvidas

O mundo está cheio de gente. Não é difícil falar com alguém do outro lado do planeta. Há infinitas possibilidades para interagir. A mudança chegou no mundo corporativo. Agora, trabalhar é uma atividade acessível com cliques. Estamos imersos em opções. Também estamos imersos nas perguntas que precisamos responder para decidir sobre elas.

Nossa principal atividade diária é decidir. Só que a decisão é uma habilidade. Precisamos desenvolvê-la. Por isso, se você não sabe se uma escolha é a correta, diga “não”. Nosso córtex não se desenvolveu o suficiente para lidar com abundância de alternativas. A evolução é a culpada, não você. 

A vida dos nossos ancestrais era repleta de escassez. Não tinha muito o que decidir. Essa falta de adaptação nos deixa paralisados. O “não” é um bom guia por isso. Confie nas suas dúvidas. Se você está olhando para uma lista de prós e contras, não pense muito. Diga não. Seja prudente. Você pode economizar anos de arrependimento.

Pessoas são um investimento de longo prazo

Os juros compostos são uma matemática mágica. É o que faz o bolo crescer. Quem mantém o dinheiro investido em renda fixa ganha o rendimento multiplicado por ele próprio. É o que também explica porque sua dívida fica tão grande quando você ignora ela. Essa é uma lição que também está nos relacionamentos.

A reputação é como os juros compostos. Invista em relacionamentos e receberá o rendimento na sua imagem. Observe as pessoas influentes nos negócios. Pense em CEOs de empresas gigantes, ou em investidores que administram bilhões. Existem outras igualmente talentosas que não ocupam esses cargos. O diferencial é a confiabilidade.

Essas pessoas são confiáveis. Ao construir relações, sua reputação ficou inestimável. Quando você trabalha bem por cinco ou dez anos com alguém, conquista sua confiança. Pessoas são investimentos de longo prazo. Ao construir sua reputação, precisa pensar sobre quais interações vai escolher. Abandone aquelas que prejudicam você ou que não lhe levam a lugar nenhum.

Jogue o jogo do dinheiro

A inveja atrapalha a riqueza. Ao se comparar com o outro, você se prende à mentalidade relativa. Isso torna insuportável o convívio com pessoas que são melhores do que você. O problema é que é preciso conviver com elas para ganhar dinheiro. Humanos são bons em captar o que não é dito e capazes de perceber sua inveja a distância. 

O ponto é que nós jogamos jogos sociais. O primeiro é o da riqueza. Embora dinheiro não compre felicidade, ele traz a saída para os problemas financeiros. Isso já é uma razão boa o suficiente para buscá-lo. Não pense que a riqueza é má. 

Ao evitar o dinheiro por isso, você cai no segundo jogo, o do status. Quem não quer aumentar seu patrimônio por razões morais está buscando uma imagem melhor aos olhos dos outros. Só que esse jogo tem soma zero. Um só ganha se o outro perde. Já o jogo do dinheiro é de soma positiva.

A riqueza não é um fim

O dinheiro sozinho não traz felicidade, saúde ou amor. Também passa longe de deixar você em forma ou oferecer paz interior. Seu grande poder é a liberdade. Com uma boa conta bancária, dá para tirar os obstáculos do caminho. Buda nasceu príncipe, por exemplo. Com sua riqueza, pôde ficar livre para passar seus dias meditando.

A riqueza é só um meio para um fim. O valor de verdade está em outro lugar. Ao inverter a prioridade, a conta bancária se torna uma fonte de ausência de liberdade. Por isso, nunca ame o dinheiro por si mesmo. Só o use como ferramenta.

O dinheiro não é mau. Ele é neutro, e pode ser usado para o bem. Depende só do seu objetivo. Para alguns, é só mais riqueza. Nisso, a ambição é parecida com vários tipos de vício, nos fazendo buscar mais e mais. Use o dinheiro apenas para resolver problemas materiais e esqueça o resto.

Seja o aprendiz perpétuo

Inovar é a palavra da moda. A sociedade valoriza a tecnologia e tem sede por novidades. O caminho mais simples para ficar rico é encontrar as coisas novas que o mercado busca, mas ainda não tem acesso. Use suas habilidades para criá-las. A próxima etapa é escalá-las para que todos possam comprar.

Steve Jobs descobriu que todo mundo queria um computador de bolso, por exemplo. A etapa seguinte foi encontrar uma forma de levá-lo ao mundo. Esse é um desdobramento natural do seu conhecimento específico, o resultado de talento inato, curiosidade autêntica e paixão. Não busque só o que parece dar dinheiro.

Em vez disso, foque em construir algo verdadeiro a ponto de parecer uma extensão de si mesmo. Assim, você se torna imbatível. Ninguém consegue competir. No entanto, o sucesso se relaciona com o apego ao aprendizado. Nunca pare de estudar e seja um aprendiz permanente. O mundo está rápido e exige adaptação a novas profissões em nove meses.

Não rejeite a propriedade

Uma profissão nova não dura muito. Logo, outra vai substituí-la. Ainda assim, são as com bom potencial para a riqueza. Em vez de estudar um campo antigo por muito tempo, vire especialista em algo que está surgindo. Mas mesmo os puristas que rejeitam o dinheiro vão precisar ter patrimônio em algum momento.

A propriedade é o segredo da independência financeira. Afinal, é com ela que você cria renda passiva e ganha dinheiro, mesmo de férias. Por isso, uma conta bancária cheia é pré-requisito para a liberdade financeira. Não rejeite o patrimônio. Sem um bom bolo de dinheiro, seus ganhos param quando você está inativo.

Se você trabalha para alguém, os empregadores têm o risco e a responsabilidade. Só que eles também são donos da marca. Isso significa que o pagamento só vai ser o mínimo necessário para trabalhar. Até pode ser um bom salário, mas não é riqueza. Você para de ganhar na aposentadoria.

Defina um valor para o seu tempo

Já passamos da metade deste microbook e o autor conta sobre a importância de dar um valor para seu tempo. Defina um alto valor por hora e tente cumpri-lo. Se o número parecer absurdo, é um sinal de que é o certo. Afinal, os segundos são valiosos. Isso significa que precisamos buscar sempre o preço mais alto possível.

Leve em consideração o tempo em qualquer decisão. Isso pode parecer confuso, porque a internet trouxe uma abundância de oportunidades lucrativas. Mas nem todas são relevantes. Direcione o seu tempo para o que importa e não tente abraçar o mundo. Respeite seus segundos.

Nem sempre o tempo vai ser perfeitamente feliz. A alegria continua não existe. Isso é bom, na verdade. Só podemos experimentar o sentimento positivo porque já entramos em contato com o negativo. Um bom caminho é buscar a felicidade inata, um estado padrão levemente otimista. Para isso, precisamos nos livrar daquela sensação eterna de que tem algo faltando.

Inspire-se no budismo e no taoísmo

O taoísmo e o budismo trazem boas orientações sobre felicidade. Nas suas tradições, ser feliz é estar presente. Não tem muitos segredos. Mas você não precisa ter como meta virar um monge tibetano. Pode usar exemplos mais simples, como as crianças. Normalmente, são imersas no presente e mais felizes do que os adultos.

Viver no presente é estar livre de juízos. Deixe suas projeções de futuro para o lado. Concentre-se no agora. Nas tradições orientais, a felicidade é a ausência de desejo. Quando menos desejar, mais vai conseguir aceitar as coisas como são. Sua mente não vai para o futuro.

As tradições revelam que todo pensamento positivo tem uma semente de negativo. Se você pensa que está feliz, passa a temer o momento em que não vai estar mais. Se pensa que algo é bonito, invoca a ideia de algo feio como comparação. Felicidade não está em pensar positivo, mas em limpar a mente e focar no agora.

Enfrente a si mesmo

Não é tão incomum querer ser outra pessoa além de si mesmo. Mas nem sempre percebemos. É o que fundamenta emoções tóxicas, como o ciúmes. Sua justificativa é querer outra pessoa para si. O problema é que o sentimento de posse traz um rastro de infelicidade consigo. Esse é o verdadeiro desafio.

As pessoas costumam dizer que são os fatores externos que ditam a felicidade. Mas isso não é verdade. Para encontrar a paz, você precisa enfrentar a si mesmo. Isso não significa que fatores externos não podem ajudar. Naval recomenda diminuir as atividades relacionadas às telas, por exemplo.

Saia um pouco do celular. Em vez disso, opte por atividades que tragam serotonina. Pegue sol, faça exercícios, saia de casa. Tomo cuidado com psicoativos, como a cafeína. Mudanças simples como essas já são capazes de fazer diferença. Embora não sejam fáceis no começo, podem virar uma segunda natureza com a prática. 

Silencie sua mente

No budismo, existe o conceito de “mente de macaco”. É quando a consciência pula de pensamento em pensamento, como um macaco pula de galho em galho. Seguir a felicidade passa por aquietar o eu. Isso é atingível pela meditação. Você pode se sentar em silêncio e limpar a mente, ou até meditar caminhando. 

É possível escrever um diário, meditando pela escrita, ou orar, meditando por gratidão. Até tomar banho pode ter um lado meditativo. Todas essas práticas servem para treinar a mente de macaco interior. Nossa tagarelice de primata atrapalha a busca pelo agora. Se a mente salta entre pensamentos, nos perdemos.

Ficamos cansados, estressados, desconexos. A agitação mental tem sua utilidade, como quando fazemos planos. Cumpre uma necessidade evolutiva de resolver problemas. Só não serve para a felicidade. Nossa mente salta entre julgamentos, lembranças de filmes e projeções do futuro. Como Buda mostra, o segredo é frear o ímpeto do macaco interior e achar a felicidade no silêncio.

A felicidade é empírica

Ser feliz exige prática. Você precisa construir hábitos que fundamentam a felicidade. Reduza o álcool, a cafeína, o açúcar e o consumo de redes sociais, e vai ter um humor estável. Faça exercícios físicos e vai ter um corpo e uma mente melhor. Mas principalmente, experimente. Tente algo para trazer alegria.

Se não funcionar, tente outra coisa. A felicidade também é empírica. Às vezes, você encontra ideias que não fazem sentido para seus padrões. Mas se não forem custosas, tente. Não seja rígido. Alguns encontram a felicidade no ioga, enquanto outros a descobrem na culinária. Até o ciclismo pode ocupar esse papel.

Mesmo se optar pelo budismo convencional, vai ter dúvidas. Afinal, vai precisar descobrir se precisa de um longo retiro ou só de alguns minutos de meditação. Vai ter que escolher se quer o mindfulness ou a meditação vipassana. Olhe para a felicidade como um cientista. Encontre o que funciona. Depois, apenas desfrute.

O almanaque de Naval Ravikant

Ao enfrentar um dilema, as respostas podem ser encontradas em si mesmo. Temos todos os recursos para dizer sim ou não. Isso pode ser difícil no começo. A internet nos fez querer conhecer todas as pessoas, estar em todos os lugares e aproveitar todas as oportunidades. 

Por isso, acalmar a mente é uma receita plausível para uma boa vida. Tire as lentes da tagarelice mental. Essa tranquilidade vem com ajuda do dinheiro. Embora não seja um fim em si mesmo, é uma ferramenta para a liberdade. Seu uso principal é ganhar tempo. Mas pode mudar o curso de sua vida.

Para que invistam em você, é preciso primeiro ser confiável. Por isso, trate sua reputação como um investimento de longo prazo. Ser feliz é sobre estar no presente, sem julgamentos. Ser rico é sobre ser livre. Ser bem-sucedido é sobre estar bem relacionado. Essas são as lições de Naval Ravikant para uma boa vida.

Notas finais

Felicidade, sucesso e riqueza são os assuntos principais da vida de muita gente. Com inspiração budista e conhecimento do mundo dos investimentos, Naval Ravikant criou uma filosofia pessoal simples e praticável por qualquer um. Para isso, vai desde jogar o jogo do dinheiro até silenciar a mente.

Dica do 12min

Você não precisa ser um experiente monge tibetano para seguir as lições de Naval Ravikant e silenciar sua mente. É possível fazer isso com práticas simples, de até 10 minutos. É o que a Monja Coen ensina, em “Aprenda a viver o agora”. Veja o microbook aqui, no 12 min.

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Quem escreveu o livro?

É escritor e estrategista de produtos. Em 2011, ele se juntou à equipe fundadora da Zaarly, uma empresa que se dedica a ajudar proprietários de residências a encontrar prestador... (Leia mais)

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