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Este microbook é uma resenha crítica da obra: Mi niño no me come: consejos para prevenir y resolver el problema
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 978-85-6940-411-8
Editora: TIMO
As crianças precisam de mais comida (em comparação proporcional a um adulto) por que estão crescendo. Quanto mais veloz for o crescimento de uma criança, mais ela necessitará de comida. Contudo, cada criança apresenta um ritmo diferente de crescimento.
A época na qual o ser humano cresce mais rapidamente é antes de seu nascimento. Basta lembrarmos que, em 9 meses, uma célula que pesa menos de 1 grama se converte em um belo recém-nascido de 3 quilos.
Nesse período não é preciso alimentá-lo, pois tudo de que necessita chega automaticamente, via placenta, direto em suas veias.
Muitas pessoas consideram que a adolescência é outro desses períodos de crescimento acelerado. O autor, porém, desarma essa tese, argumentando que, nessa fase, o crescimento é inferior a 10 centímetros e o ganho de peso é menor do que 10 quilos por ano.
O bebê, ao longo de seu primeiro ano de vida, além de crescer por volta de 20 centímetros, também engorda de 6 a 7 quilos, isto é, praticamente triplica o seu peso – o que não ocorrerá novamente até a idade de 10 anos. Se não levarmos em conta a vida no útero materno, o indivíduo nunca crescerá tão rapidamente quanto em seu primeiro ano.
Todo animal come o que precisa. Ninguém será capaz de encontrar, em uma viagem pelo campo, um animal que tenha morrido porque ninguém o lembrou de que ele precisava comer.
Cada um define a dieta mais apropriada segundo sua própria espécie. De modo que é impossível encontrar um coelho carnívoro ou um lobo herbívoro.
Nós, como adultos, também comemos aquilo que necessitamos e ninguém precisa nos lembrar disso. Indivíduos que praticam muita atividade física comerão mais, enquanto que os sedentários comerão menos, sem que um especialista deva se encarregar de estimar as calorias e oferecer-lhes orientações por escrito.
É claro que algumas pessoas tendem à obesidade, porém, quando refletimos acerca do que poderia ocorrer e não ocorre, nos damos conta de como é eficiente o controle natural que todos dispomos em relação à quantidade de alimentos.
Cada animal e cada pessoa possui um mecanismo inato que os leva a buscar os alimentos de que precisam e comer as quantidades apropriadas. Assim, Gonzáles questiona: por que pensamos que nossos filhos precisam desses mecanismos quando todos os filhotes do reino animal já nasceram com ele?
Se deixarmos que as crianças comam o que bem entenderem, é lógico supor que elas comerão o que necessitam. Entretanto, as pessoas que não se convencem por meio do raciocínio lógico gostarão de saber que, além de ser racional, essa afirmação já foi comprovada cientificamente.
A criatividade dos pais na hora de tentar fazer os filhos se alimentarem é absolutamente ilimitada. Tudo começa com “olha o aviãozinho”.
Em seguida, buscam distrair os filhos com a TV, brinquedos, danças ou músicas. Depois, vêm as chantagens emocionais, as promessas, as ameaças, as súplicas etc. Cada família tem uma história própria de luta para fazer as crianças comerem, mas, o nosso autor aponta alguns erros cruciais que, de modo algum, devem ser feitos:
Gonzáles propõe aos leitores um experimento que, apesar de sua simplicidade, garante efeitos poderosos quando aplicado corretamente:
O autor trabalha com a variação de 1 quilo (deve ser observado, em bebês, uma variação menor, por volta de 10% do peso) porque algumas pequenas oscilações de peso são normais e, portanto, você não deve dar muita atenção a isso.
Se, por exemplo, você pesar seu filho antes e depois de ele tomar um copo de água, notará um aumento de 250 gramas. Caso você o pese antes e depois do xixi, perceberá que ele perdeu quase 125 gramas.
Isso significa que valores menores do que 1 quilo não têm grande importância, pois, está muito distante de algo que realmente possa ser danoso à saúde da criança. Outro ponto interessante no método do Dr. Gonzáles consiste em sua insistência para que os leitores não obriguem, de modo algum, os filhos a comer.
Obviamente, os pais não amarram seus filhos à mesa de jantar, de modo que, ao empregar o termo “obrigar”, o autor se refere ao “aviãozinho”, ameaças, castigos, súplicas, interferências externas (da vovó, por exemplo), chantagens sentimentais, comparações etc.
Após esperar por nove meses, você está, enfim, com sua filha no colo. Não se mexa! A despeito de certas pessoas se empenharem em tentar persuadi-la do oposto, o seu colo é, com efeito, o melhor lugar para o bebê.
Para evitar conflitos desde o início, é altamente recomendável confiar em sua filha. Afinal, ela saberá quando sentir fome e não o seu relógio. Grande parte das crianças tende a mamar, diariamente, de 8 a 12 vezes, em ocasiões irregularmente distribuídas.
Os bebês demoram cerca de 15 minutos em cada seio durante suas primeiras semanas de vida, enquanto estão aprendendo, e entre os 2 e 4 meses de vida, essa velocidade aumentará (cerca de 6 minutos).
Esses números representam esse aspecto do comportamento da maioria dos bebês, embora existam alguns que fujam à regra, para menos ou para mais. Se você oferecer o peito sempre que a sua filha pedir e permitir que ela mame pelo tempo que desejar, ela sempre terá acesso à quantidade de leite adequada.
Nas latas de leite e nas recomendações do pediatra, a quantidade ideal de leite a ser ingerido, segundo a faixa etária das crianças, é sempre exagerada: nem todas as crianças necessitam das mesmas quantidades de leite.
Se os estudiosos e especialistas concluíram que os bebês de uma determinada idade precisam, por exemplo, entre 120 ml e 160 ml, não imprimirão 120 nas latas, pois tal quantidade é insuficiente para quase todas as crianças. Aliás, também não colocaram a média (140 ml), pois seria insuficiente para a metade dos bebês.
É claro que deixar o bebê ficar com fome é pior do que sobrar algum leite na mamadeira. Logo, é estabelecido um mínimo de 160 ml. Contudo, esses cálculos são realizados com base nos casos mais comuns.
E se alguns bebês necessitarem de mais? Os especialistas, precavidos, elevam o mínimo para 165 ml. Porém, as donas de casa preparam o leite usando a medida de 30 ml, de modo que poderiam se confundir ao colocar a metade dessa medida, portanto, arredondam o mínimo recomendado para 180 ml. Consequentemente, nenhum bebê fica com fome e muitas desperdiçam boa parte das mamadeiras.
Se a mãe não foi alertada de que o seu filho pode deixar de tomar uma parte e que esse comportamento é normal, ela poderá forçar os 180 ml, sem saber que, talvez, seu filho só precise de 120 ml.
A dieta que adotamos deve ser capaz de atender a todas as nossas necessidades nutricionais. Só existe um alimento capaz de atender, sozinho, tudo o que os seres humanos precisam, ao menos, ao longo de uma fase de sua vida: o leite materno.
Os recém-nascidos estão perfeitamente alimentados durante um semestre inteiro (ou mais) apenas ingerindo leite materno.
Todavia, nenhuma pessoa seria alimentada perfeitamente se, durante 6 meses, comesse somente um tipo de alimento, seja laranja, pão ou carne. Isso não quer dizer que laranja, pão e carne não são capazes de nutrir o corpo, mas apenas que outros alimentos devem integrar a dieta, complementando-a.
Não se trata de substituir, mas de complementar. É evidente que ninguém pode ingerir leite materno ao longo de toda a sua vida. A partir de uma certa idade, todos devemos utilizar outros alimentos como complementação. Porém, não se iluda: a principal razão para não mamarmos no peito a vida toda é porque ninguém nos ofereceria isso.
Segundo o autor, ainda que o leite materno possa não ser perfeito, ele é o que mais se aproxima da perfeição.
A ideia, firmemente defendida em todo o livro, não pode ser interpretada como o “santo graal” para solucionar os problemas alimentares de todas as crianças do mundo.
Ela deve ser encarada como uma demonstração de respeito e amor pelas nossas crianças. Se você não obrigar os seus filhos a comer, eles seguirão comendo as mesmas quantidades, mas livres das brigas e dos sofrimentos que, até o presente momento, acompanhavam a hora das refeições.
Se você se interessou pelo assunto e quiser saber mais, assista a série de vídeos na qual o Dr. Carlos Gonzáles apresenta mais informações valiosas sobre alimentação infantil.
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Carlos González é o autor deste livro, e é um doutor em pediatria, licenciado pela Universidade Autônoma de Barcelona. Ele é autor de livros como "Kiss Me!" e "Breastfeeding M... (Leia mais)
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