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Este microbook é uma resenha crítica da obra: Incansáveis - como empreendedores de garagem engolem tradicionais corporações e criam oportunidades transformadoras
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 978-85-452-0129-8
Editora: Gente
O dia-a-dia contemporâneo corre em alta velocidade. Isso não é, de fato, uma novidade para os que já nasceram em meio a esse turbilhão de criações e descartes quase que diários. Os celulares são exemplos palpáveis da rápida transformação de um produto em obsoleto. Porém, o que está diante dos olhos é uma ampliação cada vez maior do campo de atuação das tecnologias antes isoladas, sendo capazes de alterar todo um modelo de negócio. Na prática, modificam o jeito de trabalhar já consolidado há anos.
Como resultado, tem-se a criação de alternativas inovadoras e mais eficientes, sacudindo o sedentarismo característico de parte dos principais setores econômicos. A soma da tecnologia com o empreendedorismo e a rápida adoção das inovações, acaba gerando os ingredientes certos para a drástica transformação de modelos de negócios.
Os limites se ampliaram. O insano passou a ser uma opção a ser levada em conta e é esse olhar diferenciado a chave para entrar neste novo mundo dos empreendedores de “garagem”.
Pesquisas mostram que parte das empresas que ocupavam lugares de destaque no ano 2000 decretaram falência ou não mais permaneceram em evidência. Isso é consequência da estagnação e da dificuldade em acompanhar as mudanças evidentes que ocorreram neste período.
É por essa trava causada pelo corporativismo que “gigantes” são engolidos por pequenos empreendedores. O não convencional é o que vem atraindo os consumidores. São as empresas não tradicionais as responsáveis por ditar as mudanças no mundo e a traçar o futuro.
A quebra de paradigmas é uma urgência. A ânsia por ideias inovadoras é uma realidade e é este o tesouro de muitos empreendedores livres das amarras do sistema tradicional. A sociedade pede por inovações, por mudanças e é ela quem decide quem fica e quem não está mais de acordo com as suas necessidades.
O embate entre mentes criativas e negócios acomodados não é de hoje. Muitos já existiram antes dos rivais Uber x taxistas ou ainda Netflix x emissoras de TV.
Novas competências são exigidas e novos ofícios são criados enquanto outros são extintos. Ao invés de recuar e reclamar, aceitar é a chave para enxergar o que está por vir e as oportunidades que surgirão em meio às mudanças. Procure espaços vazios, amplie seu olhar e enxergue potencial onde a maioria apenas vê desconfiança.
Muitas inovações estão em curso e com um futuro promissor. É o caso da empresa Cálice, que propõe o adiamento da morte por meio de pesquisas que combatem inúmeras doenças presentes na sociedade contemporânea. Carros elétricos já são uma realidade, e o impacto na matriz energética, hoje baseada no petróleo, será imenso. O mesmo acontecerá com os carros sem motoristas. A mudança que acarretará em diversos segmentos é inevitável e as consequências serão além da extinção do ofício de motorista e taxista, mas também na diminuição de acidentes, trânsito, etc.
Muitas inovações antes consideradas absurdas e inatingíveis vem recebendo atenção maciça e se tornando realidade a cada dia. É o caso da impressora 3D, dos drones para transportar pessoas, do mapeamento genético, das energias alternativas e sua democratização, da internet global, inteligência artificial e do dinheiro digital.
Acredita-se que as inovações aparecem em ondas, de forma cíclica e não linear. Elas possuem um tempo de vida cada vez mais curto diante da crescente concorrência e das mudanças tecnológicas. Desta forma, uma novidade dificilmente permanece competitiva por um período longo.
Este ciclo parece ter certa coerência independente do segmento. Seu início é quase invisível, muitas vezes negligenciado, seguido por uma força e alcance que consegue, muitas vezes, atingir mercados inteiros, passando por cima de empresas desprevenidas. É possível fazer uma analogia com um tsunami, em que a primeira onda é calma, seguida pelo caos, destruição e medo.
Muitas grandes empresas se instalam no Vale do Silício justamente para identificar essa primeira onda calma de ideias revolucionárias e muito rentáveis. O local é, há décadas, cenário de profundas transformações. Desta forma, é possível ajustar um negócio às novas tendências e mantê-lo competitivo.
As startups, com seu formato enxuto, vêm atraindo grande parte das mentes criativas. Com uma proposta de crescimento rápido e grande impacto, elas, além de criar ideias inovadoras, inspiram novos modelos de negócios. O menor investimento exigido inicialmente e o uso intenso da tecnologia faz delas o atrativo perfeito de empreendedores de “garagem”.
Tendo como exemplo o Vale do Silício, o empreendedorismo se alastrou e passou a ser uma opção palpável. O acesso global à tecnologia garante as ferramentas necessárias para a criação de startups em qualquer lugar do mundo. Barreiras são quebradas e vários “ecossistemas” de startups estão sendo criados.
Não existe ainda uma fórmula para gerar resultados. Elas buscam crescer rápido, com algumas características específicas:
Sim, as startups são temporárias, com o objetivo de encontrar um modelo de negócio e se consolidar no mercado, logo, perdendo seu título - apesar de manter o estilo de “garagem”. Empresas gigantes como Airbnb e HP nasceram como startups.
Empresas tradicionais perceberam que, para continuar no mercado, não podem negligenciar esse ecossistema que vem sendo ampliado a cada dia. Pelo contrário, devem utilizá-lo como fonte de inspiração. Para isso, quatro principais caminhos podem ser percorridos:
As empresas estão cada vez mais investindo em startups ao invés de incentivarem seu próprio departamento de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), pois este não mais dá conta de atender à necessidade de inovação.
Há empresas que acreditam em sua permanência pelo passado, incentivando o conformismo, o sedentarismo. Há outras que abraçam os novos modelos a fim de aumentar sua longevidade. Porém, o fato é que uma organização também possui um ciclo de vida e, por mais que muitas busquem se reinventar, muitas delas fracassarão. Dificilmente uma empresa madura volta a vivenciar um crescimento acentuado.
É possível perceber a dificuldade que grandes empresas vivenciam no quesito inovar. As transformações no mundo corporativo foram causadas por startups. Algumas características próprias deste modelo de negócio o tornam o ambiente ideal para verdadeiras transformações.
A noção de uma empresa de peso mudou drasticamente. Aquela imagem de corporações poderosas, com estrutura física imponente e ambientes formais, burocráticos e hierárquicos ficou no passado. Hoje, o sucesso vem da informalidade, da flexibilidade, ou seja, o oposto dos padrões mencionados.
A combinação para que funcione e que realmente está transformando o mundo inclui ingredientes como rebelião, rejeitando o corporativismo; conhecimento do know-how técnico necessário para um projeto inovador e injeção de capital por parte de investidores querendo arriscar e buscando ideias criativas e transformadoras. A soma desses 3 elementos resulta em uma economia empreendedora.
Note que não é uma tarefa fácil mexer no status quo já enraizado na sociedade. Por mais que se caracterize pelo sedentarismo, é necessário um ambiente forte para mexer com o que já se conhece e aceita. O ecossistema das startups vem conseguindo desestruturar o sólido mundo corporativo.
Vive-se atualmente, um momento de transição, onde o velho e o novo coabitam. A noção de trabalho, de como trabalhar e no que trabalhar está mudando e um novo modelo de negócio já surgiu e está se alastrando. Os embates são comuns na tentativa de manter o conhecido e frear o novo. Esse comportamento tornou-se presente em cada movimento de mudanças que aconteceu ao longo do tempo.
Acredita-se na migração da terceira para a quarta revolução industrial, rumo ao nunca antes visto, pois envolve a junção de várias tecnologias distintas para criar soluções inovadoras capazes de modificar todo um modelo de negócio já consolidado. A velocidade e amplitude que estas inovações disruptivas estão alcançando não tem precedentes.
Desde 1849, com a descoberta de ouro na região, o Vale do Silício vem atraindo empreendedores do mundo inteiro em busca de inovações, atitudes e inspirações. Com uma população bem diversificada, 40% formada por estrangeiro, tornou-se o cenário ideal para aqueles que buscam aventura e rejeitam a falsa ideia de estabilidade.
Um empregado e um empreendedor compartilham de riscos semelhantes, sendo incoerente pensar que, no cenário mundial atual, a estabilidade exista. Ou se vai atrás de oportunidade, no caso de empregados, ou se cria, no caso de empreendedores.
Os valores vêm mudando e o que acontece no Vale do Silício é o começo. Lá, terno e gravata não tem valor, assim como requinte e a ostentação. O status está no seu conhecimento, nas suas ideias e na sua capacidade de inspirar.
Um plano de negócio é demorado e arriscado, pois pode tornar-se obsoleto antes mesmo da sua conclusão. Ao invés disso, as startups do Vale do Silício passaram a focar no Mínimo Viável, ou MVP (Minimum Viable Product).
O método consiste na validação de um produto sem precisar produzi-lo por completo. Para isso, utiliza-se o mínimo de recursos com o objetivo de coletar o máximo aprendizado através dos clientes e testar sua receptividade. Isso fará que o produto seja desenvolvido com o cliente.
Iniciar um negócio com um ou dois sócios é recomendável, porém preste muita atenção nas suas escolhas. Caso não encontre ninguém com afinidade e habilidade/agilidade que necessita, permaneça sozinho, pois muitas startups acabam por desavenças entre sócios.
O mesmo ocorre na contratação de funcionários. Contrate apenas quando você e seu sócio não derem mais conta sozinhos. Funcionários significam gastos, além da dificuldade de encontrar alguém que se encaixe no seu negócio e acredite na mesma causa que a sua. Lembre-se, os funcionários são a “cara” da empresa.
A cultura de uma empresa, assim como de um lugar, é responsável por atrair talentos e fomentar atitudes. Criar metas, compartilhar sonhos e envolver todos como um grupo unido faz com que caminhos sejam trilhados juntos e laços sejam fortalecidos.
Envolver as pessoas com quem trabalha é uma forma de incentivar talentos. Oferecer parte da sociedade para funcionários brilhantes só aumenta o engajamento e fomenta novas ideias. Empresas são construídas por funcionários, logo, são eles que devem ser valorizados.
Conhecer seus potenciais consumidores é essencial para traçar suas estratégias e ações. Identificar quem são eles e em que patamar estão em relação à marca é de suma importância.
Do conhecimento, passando pela atração e conexão até chegar na fidelidade, o movimento deve ser observado, objetivando migrar do primeiro estágio em que a marca não é consumida até o último, a fidelidade.
Para conhecer de fato o consumidor, humanize-o ao máximo, indo além de faixa etária, classe social, etc. Para isso, é necessário a construção de um personagem, com nome, sexo, idade, hábitos, comportamentos, lugares que frequenta, roupas que veste, etc. É dessa forma que as decisões serão tomadas pensando como o cliente. Uma marca com uma identidade forte, bem estabelecida, atrai.
Atualmente, a influência passou das grandes mídias para as pessoas. Isso só foi possível a partir da criação de plataformas como blogs e redes sociais. Como exemplo tem-se o Trip Advisor. O que importa não são as estrelas que um hotel possui e sim as que os usuários colocam. As pessoas se identificam mais com pessoas do que com marcas. A responsável por essa movimentação do poder é a tecnologia, que deu voz às experiências e transformou pessoas comuns em formadores de opinião.
A tecnologia substitui o trabalho braçal e até o mental, porém não substitui o coração. É importante e necessário se conectar sentimentalmente com as pessoas, entregando além de tecnologia e inovação.
Ser um bom orador é imprescindível quando se está vendendo algo. Um empreendedor deve conseguir cativar e vender seu produto em qualquer lugar a qualquer hora. Uma boa recomendação é tentar resumir o seu negócio em 30 segundos. O discurso, para ser efetivo, deve contar algumas partes essenciais: o que sua empresa faz; qual o seu crescimento dentro do mercado que ocupa e qual é a movimentação do seu negócio.
Ao montar um discurso/palestra deve-se ter em mente o objetivo de cobrir suficientemente o tema e, ao mesmo tempo, criar interesse pelo assunto, produto e negócio.
Quando a conversa é dirigida aos possíveis investidores, alguns tópicos sobre o produto em questão devem ser abordados:
No caso de palestra, estipula-se que 25 minutos é o tempo médio ideal para se passar uma ideia sem perder o foco. Ao falar com potenciais investidores é necessário conhecê-los e saber a sua importância para o projeto apresentado.
Há diferentes formas de investimento. Deve-se ficar atento ao mais adequado para cada empreendedor. O capital de risco, por exemplo, possui muitas vantagens, visto que possibilita o andamento do negócio em um estágio inicial. Porém, as desvantagens não podem ser negligenciadas, posto que o poder dos investidores é tal que pode acelerar de forma indesejada o processo, vetar uma possível venda e assim por diante.
A injeção de capital é, sem dúvida, importante e fundamental para o crescimento de um negócio, porém, ao falar em uma startup inicial, ocupando um lugar ainda mais essencial está o mentor. Há muitas ideias boas, no entanto, mal executadas. O saber como transformar algo em um negócio de fato e inseri-lo no mercado torna-se valioso para o empreendedorismo. O ideal é quando um investidor-anjo se torna também o mentor.
O momento ideal de procurar um investidor é quando o empreendedor não mais é capaz de continuar por conta própria. Quanto mais inicial está o projeto maior o risco, logo, menos avaliado será a startup.
As transformações tecnológicas impactam todos os segmentos e quem não se adequar ao novo modelo se tornará obsoleto. Para as mentes inquietas e sedentas por novidades, esse cenário só tem a acrescentar. Perceba o valor das pessoas. Converse, não guarde suas ideias só para você.
Admitir suas limitações é fundamental para que um projeto prospere. Buscar pessoas com o conhecimento faltante é garantir um resultado positivo. Estar ciente dos desafios é a chave para não desistir diante dos obstáculos, porque eles virão. Se apaixonar pela causa é o que fará um empreendedor persistir e fazer as pessoas acreditarem no seu negócio. Empreenda algo com um propósito verdadeiro.
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Empreendedor, autor do livro INCANSÁVEIS; Sócio da maior plataforma de startups do Brasil; Participou da construção de uma das maiores instituições financeiras da América Latina; Fundador do "Osc... (Leia mais)
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