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Este microbook é uma resenha crítica da obra: Good night stories for rebel girls: 100 tales of extraordinary women
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 978-85-5070-072-4
Editora: V&R Editoras
Era uma vez uma garota chamada Ada, que amava máquinas e sonhava todas as noites com a ideia de voar. Essa paixão a fez estudar a forma como os pássaros se equilibram entre o tamanho das asas e o peso do próprio corpo. A garota fez muitos experimentos, mas nunca conseguiu realizar o sonho de voar como um pássaro.
Ainda assim, publicou um lindo livro de desenhos chamado Voologia. Ali, registrou todas as descobertas feitas ao longo do tempo. Certa noite, Ada foi a um baile, onde conheceu um matemático velho e ranzinza. Seu nome era Charles Babbage e os dois logo ficaram amigos. Depois de algum tempo, Charles convidou Ada para conhecer a Máquina Diferencial, uma gigante engenhoca movida por um motor a vapor, capaz de somar e subtrair números automaticamente. Ada se apaixonou pelo experimento.
A partir daí, ela teve a ideia de criar uma máquina para fazer contas, mas também tocar músicas e mostrar letras. Parece familiar? Isso foi bem antes de os computadores dominarem o mundo. Ada Lovelace já pensava nesse aparelho, tão importante para nossa sociedade permanentemente conectada, há muitos e muitos anos.
Egito Antigo. Era uma vez um faraó. Ele morreu e um reino gigantesco ficou para o seu filho Ptolomeu 13. Ele tinha 10 anos de idade e teria que dividir a herança com a irmã, Cleópatra, sua irmã mais velha, então com 18 anos. Mas os dois se desentendiam muito, pois tinham ideias bem diferentes sobre a melhor forma de governar um povo. Por isso, ela foi expulsa do palácio.
Começa, então, uma guerra civil. O imperador de Roma, Júlio César, viajou até o Egito para buscar um acordo entre Cleópatra e Ptolomeu. Para passar a imagem de que era a verdadeira governante, Cleópatra pediu a seus servos que a enrolassem num tapete e a levassem em segredo para os aposentos de César.
E não é que César se apaixonou por Cleópatra? Os dois viraram um poderoso casal e tiveram um filho. Cleópatra mudou-se para Roma, mas depois do assassinato de César, precisou voltar para o Egito. Marco Antônio, o novo imperador de Roma, queria conhecer a rainha egípcia. Ao visitar o novo imperador, Cleópatra chegou em um navio dourado, coberto com pedras preciosas e seda. Marco Antônio se apaixonou imediatamente.
Os dois não se desgrudavam e tiveram três filhos. A morte de Cleópatra deu fim a uma linhagem de faraós no Egito Antigo. Foi o fim de uma era.
Era uma vez uma garota que vivia em um convento. Ao seu redor, dezenas de freiras vestidas de branco e preto, num vilarejo no interior da França. O nome da garotinha era Gabrielle Chanel.
Ali, no convento, as garotas tinham como missão aprender a costurar, mas não poderiam escolher muitas cores para as roupas criadas. Precisavam usar os mesmos tecidos que as freiras. Apenas bonecas vestidas de roupas brancas e pretas. Quando cresceu, Gabrielle começou a trabalhar como costureira durante o dia e cantora à noite.
Seus espectadores no bar onde se apresentava eram, na maioria, soldados, que a apelidaram de Coco, apelido que a acompanhou pelo resto da vida. O tempo passou e um belo dia, um amigo rico emprestou dinheiro a Coco para ela realizar o sonho de ter a própria loja de roupas. Os tecidos criados por Coco eram fabulosos e os negócios cresceram rapidamente. Coco pôde pagar a dívida ao amigo e ganhou fama com o clássico vestidinho preto.
A garota que só podia costurar roupas nas cores exigidas pelas freiras se transformou na estilista mais influente da história da moda.
Era uma vez uma garotinha, chamada Cora. Desde pequena, ela sabia que era poetisa. Sua família nem queria saber dessas coisas. Muito menos deixava a menina ler livros. Sequer desejavam enviar a pequena Cora para estudar o Ensino Médio. O desejo era que ela encontrasse um bom marido.
Ao crescer, a poetisa se apaixonou por um homem. Os dois se casaram e se mudaram para a cidade grande, onde tiveram quatro filhos. Cora trabalhou em diversos empregos para que os filhos pudessem frequentar a escola.
Nossa poetisa tinha uma vida corrida, mas nunca deixou de lado a poesia, escrevendo diariamente. Aos 60 anos, voltou a morar na antiga casa da família e começou a carreira como poetisa, conciliando a atividade com a venda de bolos que assava para vender junto com poemas na porta de casa.
Cora chamou atenção de outros poetas e escritores, ganhou prêmios, medalhas e publicou o primeiro livro aos 75 anos. Passou a ser conhecida e dar entrevistas para jornalistas de todos os cantos do Brasil. Demorou, mas o talento poético de Cora Coralina ganhou o mundo.
Era uma vez uma linda garota argentina. Seu nome: Eva. Ainda criança, sonhava em escapar da pobreza e ser uma atriz famosa, artista de cinema. Aos 15 anos, Eva foi morar em Buenos Aires atrás do seu sonho.
Em pouco tempo, passou a ser muito celebrada nos palcos e no rádio. Certa vez, em uma festa, conheceu um político poderoso. Juan Perón era um coronel. Os dois se apaixonaram e casaram. Quando foi eleito presidente da Argentina, Eva logo ficou conhecida pelo apelido Evita. A população amava a dedicação com que a primeira-dama se empenhava em causas pelos mais pobres, além da luta pelos direitos das mulheres.
Evita chegou a ser chamada para concorrer como vice-presidente num governo com o seu marido. Apesar de muito amada pelos pobres, muitos poderosos eram avessos ao carisma e poder de Evita. Mas ela permaneceu na história e na memória do povo argentino.
Era uma vez uma garota chamada Frida. Ela morava numa casa próxima à Cidade do México. Aos seis anos, contraiu poliomielite e por pouco não morreu. Por isso não cresceu. Fisicamente, porque o talento com as artes só aumentava.
Frida ficou manca para sempre, mas seguia correndo, nadando e também brigando com outras crianças. Aos 18 anos, sofreu um acidente grave de ônibus e quase morreu outra vez. Nessa idade, ela já pintava e ganhou um cavalete da mãe, facilitando a produção de sua arte, mesmo deitada.
Frida amava pintar. Quando voltou a andar, conheceu Diego Rivera, o artista mais famoso do México. Por incrível que pareça, Frida estava insegura quanto às próprias pinturas. Mas os dois se apaixonaram e passaram a viver juntos.
Frida pintou muitos autorretratos durante a vida, sempre muito coloridos, com animais e pássaros nos quadros. Brigava frequentemente com Diego, mas os dois nunca se distanciaram. E ela figurou como uma das pintoras mais marcantes e intensas de todo o século 20.
Era uma vez Michelle Robinson. Quando pequena, vivia com medo num apartamento de um só quarto, com toda a família, em Chicago. Desde cedo, nunca se achava esperta o suficiente para conquistar os objetivos, mas seus pais repetiam com frequência que ela deveria ter mais confiança no próprio talento.
Na escola, cansou de ouvir de professores que não conseguiria chegar muito longe por ser apenas uma garota negra do sul de Chicago. Mas Michelle ouvia os pais, que não cansavam de repetir um velho mantra: tudo é possível. E foi possível Michelle se formar como advogada. Depois de algum tempo, um chefe pediu que virasse mentora de um jovem advogado.
O nome dele? Barack Obama. Os dois se apaixonaram, casaram, tiveram duas filhas e ele foi o primeiro presidente afro-americano dos Estados Unidos, comandando o país por oito anos. Michelle? Seguiu ensinando a multidões que, de fato, tudo é possível.
Era uma vez uma garotinha chamada Yoko. Morava numa casa muito bonita em Tóquio, que foi bombardeada durante a guerra, pouco depois de a família inteira fugir dos confrontos.
De uma hora para outra, ela e os irmãos não tinham brinquedos, camas ou roupas. Se antes tinham uma boa vida, passaram a implorar por comida. Chegaram a ouvir provocações de outras crianças. Eram ricos, viraram os mais pobres entre os mais pobres e isso os envergonhava.
O tempo passou e Yoko se tornou uma artista performática. Nesse tipo de obra, os espectadores não só olham como fazem parte das apresentações. Quando um músico conheceu o trabalho de Yoko, se tornou fã, começou a enviar cartas e os dois se apaixonaram perdidamente. O músico era John Lennon.
Quando os Estados Unidos estavam em guerra com o Vietnã, o casal realizou muitos ensaios, obras e filmes em prol do movimento pacifista. Yoko Ono sabia na pele o que era ter a vida dilacerada por uma guerra. Ela e Lennon chegaram a ficar deitados numa cama durante mais de uma semana, pedindo para o mundo dar uma chance para a paz. Yoko gravou uma música com o marido, entrou para a história das artes plásticas e da cultura contemporânea como uma das maiores pacifistas do mundo.
Uau! Cada uma dessas histórias é para inspirar, não é mesmo? Se são para ninar, crianças de todo o mundo vão dormir tendo a certeza de que cada uma delas pode chegar longe e impactar milhões de pessoas, sem intimidações. Porque cada uma dessas mulheres foi assim, do tipo capaz de influenciar um montão de gente em todos os cantos do planeta. Que as próximas gerações sejam cada vez mais mulheres lutadoras.
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