Guia da Super Leitura: Como parar de esquecer o que leu - resenha crítica

Classificando ideias-chave

No módulo 2, Leitura efetiva, vimos como é importante fixar os pontos principais de um conteúdo ao fazer uma revisão estruturada de um livro. Esse exercício é muito importante para reter o conhecimento adquirido em uma obra. 

Porque é por meio da classificação das ideias-chave que reforçamos o aprendizado e aguçamos a capacidade de análise de uma publicação. 

Quando começamos a ler de forma mais estruturada, marcando os pontos mais importantes, fica mais fácil encontrar quais são os itens que necessitam de uma atenção especial. Nas primeiras vezes que fizer isso, notará que haverá destaques a trechos extensos, até a parágrafos inteiros. 

Com o passar do tempo, sua capacidade de concisão é aprimorada e fica mais fácil entender, de forma simples, o que de fato é o conceito a ser extraído de cada capítulo, de cada trecho, de cada parte. 

Quanto mais conhecemos um tema, mais fácil explicar em poucas palavras do que se trata. Isso facilita o entendimento e só é possível ser feito por meio de uma classificação prévia. Se você sente dificuldades em encontrar os pontos cruciais de um trecho de livro, não se preocupe. 

Você precisa dividir as ideias expostas em uma obra em fato, conceito, procedimento ou reforço. 

Fato é uma verdade inquestionável, que pode ser comprovada. Conceito é a definição de algo, feita de maneira estruturada, como ideias ou noções defendidas pelo autor. Procedimento é o nome dado ao ato de sair da teoria e entrar na prática, por meio de instruções de como fazer. Por fim, o reforço é todo recurso usado para provar sua ideia, seja ela um fato, um conceito ou um procedimento apresentado. Pode ser explicitado em casos, exemplos, analogias ou elaborações aprofundando a ideia central.

Com essa primeira classificação dos pontos-chave da obra sua mente se expande, se organiza, e você dá um importante passo para absorver as ideias centrais de um livro em sua plenitude. 

Notas estruturais, interpretativas e pessoais

Quando elaboramos notas sobre um livro, é importante entender qual seu propósito. Afinal, os apontamentos podem ser classificados de acordo com sua função. Existem anotações mais completas, outras são simplificadas. Algumas abrangem temas extensos, outras são meros resumos. 

Em geral, costuma-se classificar as notas como estruturais, interpretativas, pessoais e dialéticas. 

Notas estruturais têm a ver com a estrutura do livro. Estão diretamente relacionadas à história do livro, de cada uma de suas partes, da compreensão dos capítulos e de como eles se relacionam entre si. 

As notas interpretativas se relacionam com sua forma de entender as ideias-chave da obra. Notas pessoais envolvem seu contexto pessoal e como ele se relaciona com o conhecimento adquirido a partir da leitura. 

Por fim, notas dialéticas capturam a essência da discussão de um assunto, permitindo a outros autores expressarem seus diferentes pontos de vista sobre o mesmo tema. Quando se lê diferentes livros para um estudo aprofundado, buscando desenvolver uma ideia original, essas são as anotações mais utilizadas. 

Entender os tipos diferentes de notas nos permite uma melhor compreensão de quais trechos de um trabalho escrito merecem uma atenção especial e onde estão os pontos mais importantes de uma obra. Assim, permite-se uma absorção maior das ideias ali apresentadas. 

Analisando a questão central de um livro

Quando realizamos a pré-leitura, precisamos analisar alguns elementos iniciais que um livro nos apresenta. Ao longo da leitura efetiva, retomamos o tema central de que a obra trata, recordando com clareza seu ponto principal, que será esmiuçado nas notas elaboradas a partir do estudo página a página. 

Para isso, algumas perguntas precisam ser respondidas de forma clara e assertiva. 

Do que se trata o livro como um todo? Qual a questão central trabalhada pelo autor? Qual a abordagem sobre essa questão? Tem aspectos mais teóricos ou práticos? O livro se propõe a analisar a questão ou a ensinar como resolver esse problema apresentado? 

Quando existe clareza sobre qual é o tema de análise do livro, então você está no caminho certo. Caso contrário, é preciso analisar seus elementos iniciais. Título, subtítulo, sinopse e prefácio são bons indicadores a nos mostrar qual é a proposta daquela publicação. 

Se for necessário, revisite esses elementos iniciais, mesmo depois de ter finalizado a leitura. Depois disso, tente analisar se o livro cumpre sua proposta. 

Muita gente coloca essas questões em alguns parágrafos para fixar melhor os conhecimentos adquiridos. É uma boa opção para não perder de vista tudo o que uma obra tem a lhe oferecer em conhecimentos. 

Dominando a crítica

Foi-se a metade deste microbook sobre o módulo 3 do curso Super Leituras. Passa rápido, não é verdade? 

Chegou a hora de aprender como fazer uma crítica justa e bem fundamentada a um livro. Sem interpretações rasas e ressentidas. Esse é um bom exercício para você fixar ainda mais o conteúdo exposto em um livro ao qual você dedicou seu tempo de leitura. 

Para começar, lembre-se que não se pode criticar um livro antes de completar sua interpretação e absorção do conteúdo. Além disso, nunca é de bom tom discordar de forma agressiva. É preciso também reconhecer a diferença entre conhecimento e mera opinião para demonstrar um real entendimento de quais ideias condizem com as suas. 

Pouca coisa é mais equivocada do que discordar apenas para provar um ponto, sem uma argumentação técnica que refute de forma justa as divergências de opinião. Essa análise crítica precisa ser reforçada ao longo da leitura, mantendo sua mente aberta para mudanças de ideia, sempre anotando os pontos-chave e, dessa forma, ampliando seus conhecimentos, mesmo diante de alguém que não tenha os mesmos pensamentos que você. 

Apropriando-se do livro

Uma obra passa a ser sua quando você domina todo o aprendizado que ela tem a oferecer. Para muitas pessoas, é comum fazer uma síntese, um resumo, na contracapa do livro. Em tempos cada vez mais digitais, há também que faça anotações, resumindo tudo aquilo que foi absorvido. 

Essa é uma demonstração prática de apropriação intelectual sobre a obra lida. Se você preferir, pode até ter um arquivo para cada livro lido, com todas as notas sobre as leituras. Esses textos devem ser elaborados com suas palavras em poucos parágrafos. 

Essa síntese precisa responder se o livro cumpre o que propõe, se você concorda com as argumentações e como tudo isso pode ser aplicado a seu contexto pessoal. O poder de elaborar esse tipo de documento é forte, capaz de fixar as ideias apresentadas de forma simples e intuitiva. Rola até uma satisfação intelectual por dominar um aprendizado, de ter para si um livro, como se fosse seu. 

Futuramente, você tem a opção de rever suas notas, sempre que for necessário, recordar conhecimentos adquiridos anteriormente, desenvolvendo, assim, uma capacidade consistente de manter vivo o aprendizado de tempos anteriores. 

Dessa forma, a leitura deixa de ser uma atitude passiva e se torna ativa, uma troca de ideias entre livro e leitor, uma tarefa conjunta. E mais do que um hábito, ler passa a ser uma ferramenta para seu desenvolvimento pessoal. Mais que uma leitura, a Super Leitura muda sua vida! 

Notas finais 

Finalizamos o último módulo do curso Super Leituras, reiterando aspectos fundamentais que nos permitem fazer de um livro muito mais do que um objeto estático. Por mais desafiador que pareça, ele tem uma série de ideias que podem aprimorar nossos conhecimentos, mesmo em momentos de discordâncias com as informações ali apresentadas. Ficou claro como é necessário realizar um trabalho de revisões, anotações, críticas e interpretações pessoais para fazer do ato de ler muito mais do que um mero passar de páginas. Passou da hora de você impulsionar  a sua relação com as obras publicadas de seu interesse! 

Dica do 12 min

Com certeza, o conteúdo do curso Super Leituras fez a diferença para sua relação com os livros. Que tal revisar os três módulos e colocá-los em prática a partir de hoje?