Eu Não Nasci Mãe - Resenha crítica - Lua Barros
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Eu Não Nasci Mãe - resenha crítica

Eu Não Nasci Mãe Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Parentalidade

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 

Editora: Companhia Editora Nacional

Resenha crítica

Você é uma péssima mãe 

Crianças reclamam o tempo todo. Se dependesse apenas da vontade delas, seria permitido ficarem a vida inteira se divertindo em um aniversário, na piscina, no parque de diversões. Comeriam na hora que quisessem, permaneceriam jogando videogame a madrugada toda, ficaram horas e horas agitadas, pulando na cama e sem nenhuma responsabilidade. 

Mães dedicam anos de suas vidas para oferecer a melhor educação para seus filhos e, ainda assim, podem ouvir a frase cruel como uma facada no peito: você é uma péssima mãe. Como se simplesmente fazer a vontade das crianças fosse sinal de sucesso na criação da prole. 

E se não bastasse a reclamação dos pequenos, ainda há infinitos manuais tentando ensinar uma suposta forma correta de educar os filhos. Mas com tantas formas diferentes de enxergar o mundo, não existe fórmula mágica. É bom conhecer algumas maneiras de entender a criação adequada.  

Modelo parental autoritário 

Esse estilo de educar os filhos é aquele mais clássico, baseado na manutenção da ordem, no rigor dos castigos, nas pequenas ou grandes violências e, em muitos casos, no distanciamento emocional e afetivo. 

Há alguns anos, essa distância emocional era proposital, para manter um verniz de autoridade e demarcar quem está no comando da situação em uma casa. O modelo parental autoritário pode ser resumido em uma só frase: crianças não têm o que querer. 

Modelo parental permissivo 

Já o modelo parental permissivo surgiu a partir de muitas reflexões sobre os malefícios de uma relação autoritária. A permissividade é o extremo oposto, a saída do oito para o oitenta. 

É comum confundir os papéis entre pais e filhos. Não há relação de autoridade e daí para mimar excessivamente as crianças é um passo fácil. Esse modelo de criação é muito comum de surgir por um sentimento da necessidade de se redimir de erros passados, mesmo aqueles cometidos anos antes, pelos avós. 

Modelos parentais: um ou outro?

Tem dúvidas sobre qual o modelo mais adequado para educar seus filhos? 

Na verdade, é necessário haver uma mistura entre as duas formas de criação. Do mesmo jeito que é necessário demonstrar autoridade, os pais também precisam se mostrar sempre ao lado dos filhos, entendendo as reações, medos e se colocando à disposição para ajudar nos maus dias. 

O segredo está na dosagem, que só é conhecida ao longo do tempo. Sem fórmula pronta. É o seu bom senso quem define a hora de esticar a corda ou puxar um pouco mais, demonstrando o momento certo de ceder ou apertar o cerco. 

Qual é o seu papel? 

Há muitos anos, os filhos eram vistos como mera continuação de nossa existência. E num passado recente, era comum ver as crianças levando adiante a obrigação de prosseguir na mesma profissão dos pais e avós, para honrar as conquistas da família. Mas os tempos mudaram. 

Já sabemos que a busca por moldar os próprios filhos não passa de tentar controlar a personalidade alheia. Mas, em algum momento, essa corda arrebenta e as rupturas são dolorosas para toda a família. Isso porque se cria uma expectativa falsa, pois todo ser humano é autônomo e responsável pelo próprio destino. Os pais apenas dão os primeiros passos para demonstrar os melhores caminhos. 

O papel parental não é o de salvar os filhos, resgatá-los dos perigos e dar todas as respostas no momento dos erros. A mãe não deve se abandonar, se perder e largar a própria vida pelos filhos. Afinal, eles podem amá-la pelo que a mãe é, sem sacrifícios acima do saudável. Eles enxergam bem o que somos, sabem das nossas limitações e entendem isso na hora certa. 

Parece uma visão largada, mas está longe disso. A vida continua depois da maternidade. Entender que não se deve abandonar tudo pelos pequenos é um passo fundamental para evitar decepções no futuro. 

Precisamos falar sobre controle e autonomia 

Já passamos da metade do microbook e agora vamos falar sobre duas palavrinhas quase mágicas. Tratando-se de autonomia das crianças, muitos pais e mães acham que existe um momento certo para começar a pensar em seu desenvolvimento, como se houvesse um marco deixando claro quando as descobertas vão abrindo novos caminhos. É um erro. 

Filhos são seres autônomos desde o parto e vão moldando a própria visão de mundo. Tudo é feito individualmente, os cuidadores são guias, não definidores da formação da personalidade. A insegurança da maternidade faz com que muitas mães tentem controlar reações e experiências dos filhos, de certo modo até infantilizando-os. 

Mais uma vez, nem oito nem oitenta. É a combinação entre esses dois termos que será saudável para uma criança capaz de interpretar o mundo sem se sentir nem podada nem livre para fazer o que quiser, sem regras. 

Quem obedece silencia 

Quem não cresceu ouvindo sobre a obediência como uma qualidade dos bons filhos? Ao pensar em obediência, deixamos de lado educação, responsabilidade e autonomia da criança. 

A obediência cega é uma resposta rápida à necessidade de controle por parte dos pais. É presença certa entre aqueles que sentem a necessidade de aprovação, de estarem certos o tempo todo. Nesses casos, a hipótese de ter um filho que não siga ordens pode ser assustadora. 

Obedecer aos mais velhos o tempo todo é o mesmo que silenciar. Fazer dessa prática a única possível na criação faz machucar com força a formação de uma personalidade. Obediência não gera competência. Tampouco forma seres autônomos e seguros, com possibilidade de tomar decisões importantes e sérias da maneira que achem melhor.

Você realmente quer filhos que obedeçam a qualquer pessoa, sem contestar ordens? 

Por que é importante cuidar das emoções? 

O processo de crescimento maduro depende muito de cuidar dos nossos sentimentos. Quando pais e mães não traduzem bem as emoções das crianças, elas se tornam adultas pensando em sentimentos como sendo assustadores, enfraquecendo, assim, a formação do caráter e facilitando um estilo abafado, dominado e escondido. 

Essa falha comum resulta em adultos com vergonhas por erros cometidos. E dá sinais quando nos deparamos com crianças sentindo medo de contar sobre ter tirado notas baixas, ansiosas pela chegada de irmãos e com raiva por não serem ouvidas. 

Tome cuidado para não fazer de seus filhos eternos reféns das expectativas criadas por outras pessoas. Sentir pode ser bom ou ruim, mas é humano. Teremos boas e más emoções ao longo da vida e isso é normal. Ensine, dia a dia, que trabalhar as emoções é fundamental para a maturidade na vida adulta. 

Caminhos possíveis 

O trabalho de pais e mães é trazer cada vez mais perguntas, para fazer os filhos procurarem as respostas que mais se adequem às suas personalidades. No começo, isso pode gerar incômodos, especialmente entre aqueles que esperam fórmulas prontas para resolver questões complexas, como é a maternidade. 

Não existem atalhos para fazer o encontro com a criança interior e todos nós. Para um ideal acolhimento, não existe um único caminho certo. A jornada da vida é pessoal e intransferível. Ao longo dos anos, você vai precisar encarar o mergulho, seja por meio de terapia e leituras, seja de retiros, de danças, de banhos quentes, de meditação. 

Independentemente de suas escolhas, mova-se na direção de seu centro, de acordo com seus valores. As respostas vão sendo descobertas ao longo do tempo. Sua história vai sendo escrita dia após dia. 

Um convite: vamos desaprender?

Todo mundo sabe como é chato ouvir uma criança reclamando sem parar. Se ela estiver reclamando de barriga cheia, então, fica quase insuportável. Mas quem deseja ensinar sobre gratidão e respeito, não pode desrespeitar a criança. Silenciá-la e exigir que apenas faça o que está sendo solicitado só a faz se diminuir. 

Muitas vezes, pais e mães não percebem o quanto isso é violento, pois carregam aquela velha frase da época da infância, de que as crianças não têm vontades e desejos, mas devem apenas obedecer ao que os mais velhos dizem. Isso é um equívoco mais comum do que parece. 

Quando os filhos demonstram o que querem, surge uma disputa de poder enlouquecida. Para sair desse ciclo, é preciso desaprender muitas coisas aprendidas ao longo da vida quando se pensa em educação. O mundo mudou e os conhecimentos sobre a maternidade também. Desapegue do poder para desfrutar de uma criação mais saudável para a mãe e para os filhos. 

Ao entender que a maternidade é um caminho de mão dupla, com ensinamentos e aprendizado transmitido entre pais e filhos de maneira bilateral, a experiência de ver o crescimento das crianças será muito mais divertida, produtiva e recompensadora.

Notas finais 

Não existe manual de instruções para a criação dos filhos. Por isso, muita coisa que aprendemos durante a vida precisa ser deixada de lado. Porque, na prática, a teoria é muito mais complexa. A maior lição deste microbook é que, ao ser mãe, a mulher precisa estar disposta a aprender, se desconstruir e saber que todo o processo de educar uma criança não é fácil, mas único e muito gratificante. 

Dica do 12min

Quer aprender um pouquinho mais sobre os desafios de ser mãe nos tempos modernos? No microbook Fala sério, mãe, Thalita Rebouças conta de forma simples e divertida como é a vida de uma mulher dividida entre maternidade, casamento e profissão. 

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Quem escreveu o livro?

Mãe de quatro filhos, a autora trabalha como educadora parental e é especialista em Equilíbrio Emocional. Fundou, em 2019, a Rede Amparo, uma instituição que funciona como um grupo de acolhimento e afeto para... (Leia mais)

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