Estúpida, eu? De hobby a grande negócio - Resenha crítica - Camila Coutinho
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Estúpida, eu? De hobby a grande negócio - resenha crítica

Estúpida, eu? De hobby a grande negócio Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Startups & Empreendedorismo

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-85-5100-316-9

Editora: Intrínseca

Resenha crítica

Grandes negócios às vezes nascem por acaso

Muitas vezes, não damos a devida importância a acontecimentos que podem mudar nossas vidas para sempre. Isso ocorreu com Camila Coutinho. Volta e meia, ela encara as credenciais usadas nas semanas de moda e eventos que cobriu em tantos anos do blog Garotas Estúpidas. 

Seu primeiro trabalho na área foi no Recife Fashion. Nele, se identificava como Estagiária de Moda. No crachá, sequer constava seu nome. Mesmo assim, ele é o favorito da coleção guardada em uma caixinha. 

De começo, só Camila levava a sério o nome do blog. Quando lhe perguntam o motivo do nome, ela ressalta ser culpa de Britney Spears, Lindsay Lohan, Paris Hilton e outras figuras, além de Pink, autora da música “Stupid girls”, um hit pop que satirizava as garotas da moda. 

O Garotas Estúpidas é um nome bem-humorado que protege o blog de toda zoação relativa ao tema abordado. Muitas vezes, Camila deu risadas ao ser questionada quando se apresentava, gerando uma desconfiança com o nome do blog. 

Nos tempos de faculdade, ela passava horas lendo a vida das celebridades. Eram os anos 2000, com muitas divas se rebelando e virando notícia. Diariamente, trocava mensagens por e-mail com suas amigas com os melhores posts sobre essas notícias. 

Até que, em 4 de julho de 2006, ela entrou no Blogspot e criou o www.stupidgirls.blogspot.com. Depois, mudou para Garotas Estúpidas. Na época, os blogs teen só existiam no estilo de diário. Camila passou a gastar horas traduzindo posts de blogs estrangeiros. Sua divulgação inicial foi por SMS. E deu no que deu... 

Como o network pode mudar sua vida

Se você fizer um exercício mental, consegue pensar em quantas pessoas pertencem a seu network? Não se trata de amizades de Facebook, mas de quantas pessoas pertencem a nossos contatos profissionais, daqueles capazes de gerar boas oportunidades. Quase sempre, damos pouca atenção a isso e perdemos a chance de crescer, pouco importa a área de atuação. 

Conexões sempre foram importantes e isso aumentou na era das redes sociais. Elas valem ouro. Não basta enviar uma mensagem direta ou curtir postagens. É preciso ter disposição para correr atrás, se apresentar e se mostrar relevante. Para quem está disposta a ganhar o mundo usando o próprio talento, não é permitido ter preguiça.

Mas atenção: não vai cair uma chuva de propostas sobre sua cabeça de uma hora para outra. Camila tinha um caderninho para anotar contatos dos colegas, salvando números, criando contatos e se mostrando capaz de se apresentar sem ter vergonha. 

Se hoje o Garotas Estúpidas impacta a vida de milhões de mulheres diariamente, isso se deve ao esforço inicial de ir atrás, divulgando no boca a boca, pedindo opiniões e se esforçando ao máximo para mostrar-se competente no mundo da moda. 

De hobby a business

Assumir o status de blogueira ou influencer traz rótulos, e alguns não são bons. Para Camila, o mais irritante é ouvir que seu trabalho é fácil, como se apenas tirar algumas fotos e postar no Instagram fosse o suficiente para pagar as contas. 

Foi apenas um ano e meio depois da criação do Garotas Estúpidas, já em 2008, que ela recebeu um e-mail com uma proposta para publicar um publieditorial, o conteúdo patrocinado. 

Até hoje ela se lembra do briefing, com a promoção de um curso de Moda do Senac. O cachê seria de duzentos reais. Camila sequer tinha noção de quanto custava esse tipo de serviço. 

Foi só a partir daí que a autora passou a se preocupar em montar uma apresentação com o mídia kit, documento em que apresentava todas as características, público e números do blog, apresentando-se ao mercado e oferecendo o serviço de publicações patrocinadas. 

Então, sua ficha caiu. De mero hobby, o Garotas Estúpidas virou negócio. Além da parte divertida de criar conteúdo, veio a burocracia, com a contratação de um contador, a emissão de notas fiscais e a criação de um CNPJ.

No começo, o pai de Camila ia junto com ela às reuniões para ela não se sentir sozinha. Como mera aprendiz de empreendedora, ela chegou a bater na porta de um escritório de contabilidade para entender o que significavam as tantas siglas e taxas a serem pagas dali em diante. 

O sonho virava realidade e se transformava em algo muito mais sério do que as pretensões iniciais faziam crer.

A arte de se reinventar 

Passamos da metade do microbook com uma pergunta frequentemente feita a Camila em tantos anos à frente do Garotas Estúpidas: ainda existe espaço para novos nomes no mercado de blogueiras?

A autora acha que, nas entrevistas, esperam que ela responda com um sonoro não, por ser uma bolha prestes a explodir, saturada e ocupada. Mas é um erro acreditar nisso. Afinal, na internet sempre cabe mais um. Igual a coração de mãe. 

Tudo muda o tempo todo no universo digital. Sempre há um novo aplicativo, uma funcionalidade que chacoalha as redes, o lançamento de um gadget que transforma a maneira como o público consome e propaga notícias. O tempo todo, são ditadas mudanças bruscas de comportamento que ninguém poderia prever.

A capacidade de adaptação e transformação é o grande segredo para se manter relevante nesse cenário. Reinventar-se é a única maneira de sobreviver no mundo virtual. No primeiro post do blog, lá em 2006, Camila não imaginava que ela própria viraria pauta de seu veículo, por achar que tinha uma vida muito desinteressante em meio a celebridades cheias de fofocas quentinhas vindas de Hollywood.

No primeiro ano, ela apenas assinava os posts, sem publicar fotografias. Um belo dia, postou uma foto de vestido indo ao cinema e teve mais audiência que em uma nota sobre o então marido de Britney Spears. Surgiu aí o estalo de uma nova forma de abordar a moda e as celebridades.

Entre looks do dia e esmaltes da semana, garimpava achados em lojas de fast fashion, indicava e-commerces de moda e beleza e tirava do anonimato pequenas marcas que viam os estoques esgotarem do nada. Reinventar-se é a palavra-chave.

Tenho haters, logo existo

Os haters são a comprovação de sucesso na internet. Modelo caindo na passarela, celebridade passando vergonha, milhões de views no vídeo em que uma anônima perde parte do cabelo. Isso porque o ser humano tem o instinto natural de gostar de ver o outro em situações inusitadas ou constrangedoras. Dito de maneira popular: pimenta nos olhos do outro é refresco. 

Mas eles não são criados pela internet. Muito antes do mundo web ser criado, as fofoquinhas e alfinetadas já existiam, mas o ambiente virtual só escancarou e tornou mais visível esse hábito de procurar defeito nos outros para se sentir melhor. É uma fragilidade humana mais comum do que admitimos. 

Esse fato se torna problemático quando as pessoas não administram suas frustrações e descarregam a própria insegurança na caixa de comentários de uma blogueira. Quanto maior a exposição, também crescem as chances de lidar com opiniões diferentes. Infelizmente, muita gente ultrapassa o limite claro entre a liberdade de expressão e a falta de educação. 

Camila precisou aprender a gerenciar suas emoções para controlar crises emocionais. Afinal, não é fácil ver multidões de leitores criticando por criticar, apenas para atacar a dona do blog. 

Quando uma pessoa fala mal do Garotas Estúpidas apenas para atacar, o problema é dela, não de Camila. Entender isso demorou algum tempo, mas melhorou a saúde mental da blogueira. 

Muito além do look do dia

Camila já ouviu que era uma moda passageira produzir conteúdo mostrando o look do dia, fotos no espelho e tutoriais, exibindo a própria vida nos stories. Resumir a vida de Camila é falar de amor e carinho pelo mundo da moda. Com tantas pessoas interessadas no assunto, há algo novo a tratar sobre isso?

Pode até soar pretensioso, mas não dá para ignorar como a comunicação simples e direta criada pelos influenciadores digitais sacudiu mercados diversos. Foi como um catalisador decisivo para o crescimento de vários segmentos, gerando renda para pessoas que não tinham espaço na mídia tradicional antes da internet. 

Um blog como o Garotas Estúpidas é mais um item na transformação do modo de consumo da última década. Para se ter uma ideia, o faturamento do mercado de moda quadruplicou em dez anos, em paralelo com as revoluções tecnológicas do mundo digital. No auge da blogosfera, chegou a 140 bilhões de reais no Brasil. É pouca coisa? O Garotas Estúpidas contribuiu para isso.

Criar e gerar conteúdo sobre moda é bem mais complexo e movimenta muito mais gente e recursos do que parece. Estúpido, mesmo, é quem pensa o contrário. 

Notas finais 

Mulheres com histórias de sucesso no empreendedorismo, como é o caso de Camila Coutinho, viram inspiração para tantas outras. Elas deixam a lição de como é preciso ter determinação e se arriscar para construir novos caminhos. Para transformar um hobby na maneira com que ganha a vida, a autora se viu diante da necessidade de ter forças e, por vezes, até mesmo trabalhar além da conta. Camila Coutinho provou que todo preconceito sobre o mundo da moda é dispensável. Afinal, é um campo que movimenta bilhões por ano e gera diversos empregos, melhorando a vida de muitas mulheres, é bom ressaltar. 

Dica do 12min

Para conhecer mais uma história de sucesso feminino, o microbook O ano em que disse sim é uma boa pedida. Nele, a roteirista hollywoodiana Shonda Rhimes nos conta como uma mudança de atitude importante transformou sua vida. 

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Quem escreveu o livro?

Camila Coutinho é a recifense criadora do blog Garotas Estúpidas, que hoje tem milhões de seguidores nas redes sociais, parcerias... (Leia mais)

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