Este livro não vai te deixar rico - Resenha crítica - Startup da Real
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Este livro não vai te deixar rico - resenha crítica

Este livro não vai te deixar rico Resenha crítica Inicie seu teste gratuito

Este microbook é uma resenha crítica da obra: Este livro não vai te deixar rico - Descubra a verdade sobre empreendedorismo, startups e a arte de ganhar dinheiro

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-85-422-1766-7

Editora: Planeta Estratégia

Resenha crítica

Livre-se dos mitos do empreendedorismo

O autor afirma que também já acreditou em muitos dos mitos propagandeados por aí acerca do empreendedorismo. Afinal, quando as coisas não vão bem, com cheque especial nas alturas, juros correndo e o cartão de crédito já estourado, tudo o que precisamos é de mais dinheiro, não é mesmo?

Se não pudermos enxergar um horizonte, perderemos as esperanças e, assim, não vislumbraremos a possibilidade de ganhar alguma grana. Contas e dívidas aumentam e o dinheiro passa, então, a valer cada vez menos.

Em meio a esse desespero, aparece alguém bem-vestido, com uma fantástica história de superação e trazendo uma solução mágica. Tal herói moderno não traz consigo somente um discurso cativante: ele tem tudo com o que você sonhou.

O herói está sempre bem arrumado nos vídeos, com ternos que você sabe, apenas de olhar, que custam mais caro do que o seu salário. Uma casa luxuosa e um supercarro em alguma localidade dos EUA são a cereja desse bolo. Um verdadeiro sonho. Nossa personagem tem o que você deseja. O melhor de tudo: ele quer contar a você como conquistar esse mesmo sucesso.

O autor, contudo, ressalta que não há elementos casuais. Tudo não passa de um enorme teatro para transportar você a outra realidade. Nela, os seus sonhos são palpáveis. Após ter sido seduzido, você está pronto para comprar a solução mágica!

Esse fenômeno é possibilitado e potencializado pela falta de conhecimentos sólidos sobre os mais distintos temas.

Você precisa ter conhecimento de verdade

Há muitos canais altamente interessantes no YouTube, como o Nerdologia, e você, agora, talvez pense que já sabe tudo sobre tecnologia, história, economia e psicologia. Além disso, você provavelmente leu os primeiros parágrafos sobre IA (Inteligência Artificial) na Wikipedia e imagina poder construir um carro elétrico e fundar uma espécie de Tesla brasileira.

Isso, para não mencionar todas as horas assistindo aos TED Talks, que transformaram você em um especialista em economia, produtividade e aprendizado. Realmente, parece que é possível aprender tudo por meio de vídeos de oito minutos na internet.

Porém, só parece. Todos esses entretenimentos de conhecimento são, de fato, atrativos e interessantes. Eles servem como uma importante fonte para acessar novos assuntos, dando um gostinho de conhecimento e apresentando novas ideias. Mas, é crucial entender que eles não passam disso. 

Imagine, por exemplo, um psicólogo. Ele é um profissional que levou anos estudando diversas matérias e disciplinas científicas que interagem com os mesmos assuntos, absorvendo conhecimentos a partir de distintas perspectivas, por meio de estudos de caso e abordagens variadas.

Nesse contexto, o autor enfatiza que não será assistindo os vídeos do YouTube que você acumulará a mesma bagagem. Isso serve para todas as áreas. O problema com esses entretenimentos é que eles transmitem falsas sensações de conhecimento a respeito de um tema, sem que o espectador compreenda o quanto ainda falta aprender.

No fim das contas, temos um batalhão de jovens arrogantes se esforçando para explicar física de partículas para doutores. Temos, o que é pior, jovens desejando inovar e desenvolver negócios em áreas acerca das quais não dominam, sequer, os mínimos conhecimentos necessários, embora já se considerem especialistas.

Dessa forma, a pessoa permanece aprisionada nos conhecimentos baseados no senso-comum, sem, ao menos, ter consciência disso. Em seguida, passam a reproduzir verdades cristalizadas (como a que se segue), mas não verificadas por nenhum critério rigoroso ou empírico o suficiente para ser considerado científico.

Por que achamos que empresários ganham bem?

Em nosso país, segundo uma pesquisa recentemente efetuada pela Global Entrepreneurship Monitor, 72% dos empresários declaram renda familiar de até 3 salários mínimos, isto é, um total de R$ 2.811. Ademais, menos de 2% declara renda familiar superior a 9 salários mínimos (acima de R$ 8.433) mensais.

Ao analisar esses dados, a primeira reação é pensar: “Não há nenhuma surpresa aqui. Se os empresários declaram rendas mais altas, pagarão mais impostos”. Todavia, o autor considera perigoso afirmar que praticamente todo empresário é um sonegador de impostos. Em segundo lugar, ao observar os faturamentos – e não as rendas – esses dados mostram-se perfeitamente coerentes.

Segundo o Sebrae, 46% dos empresários afirmam que seu negócio fatura até R$ 1.000 mensais e 31% dos negócios ainda não faturavam nada no momento da pesquisa.

A existência de uma fantasia, segundo a qual ter uma empresa significa entrar em um mar azul de dinheiro fácil em que, por mais difíceis que sejam os desafios, os resultados serão muito melhores do que uma vida com carteira assinada e salário no fim do mês. Isso não é verdade!

A maior parte dos médios e pequenos empresários você vê trajando roupas caras e dirigindo carros novos está utilizando empréstimos, misturando os recursos da empresa a fim de atingir vantagens pessoais.

Não é difícil justificar que, ao investir em si mesmo, também está investindo na sua empresa – mesmo quando você deseja apenas ter um carro importado e um iPhone novo.

Os empresários têm 50, 150, 200, 300 mil reais na conta, mas essas quantias, normalmente, são recursos que obtiveram para alavancar seus empreendimentos. Lucro e receita de verdade, em muitas ocasiões, não existem. Assim, é altamente recomendável adquirir o máximo de conhecimentos sólidos,

O que você precisa saber antes de empreender

Iniciar um negócio consiste em uma atividade considerada de alto risco. Independentemente de quanto tentem diminuir as variáveis dessa questão na tentativa de criar uma aparência de que não há chances de erro: os riscos são uma das características intrínsecas ao empreendedorismo.

Certos negócios implicam em riscos maiores do que outros, porém, essa relação tende a se estar diretamente ligada aos retornos que podem propiciar. Em termos mercadológicos, é praticamente impossível que um ramo lucrativo apresente baixos potenciais de risco. As startups, por exemplo, são modelos altamente lucrativos justamente porque as taxas de fracasso também são altas.

Os empreendedores que não entendem esse princípio subestimarão as probabilidades de que os seus negócios deem errado, agindo impulsivamente e estimulando que possíveis danos se tornarem ainda maiores.

Os vendedores de “sucesso” tentam encantar suas plateias pelo otimismo. Dizem que tudo dará certo e que, ao conhecer como os grandes empresários constituíram seus próprios impérios, não há como errar.

Além dessa retórica, há outras formas de mexer com a imaginação das pessoas. E isso, é preciso dizer, não causa nenhum bem. Pelo contrário, serve apenas para ofuscar os riscos.

Empreendendo sem recursos

Se você vive no mesmo planeta que o resto de nós e não integra uma minoria seleta que provêm de famílias endinheiradas o bastante para investir nos sonhos de seus filhos, então, você não possui os recursos necessários para empreender.

Obviamente, você pode ter uma poupança, um carro passível de venda para tentar fazer com que o seu negócio saia do papel ou, como ocorre com muitas pessoas, o dinheiro proveniente do FGTS recebido de seu último emprego.

Por mais que esse dinheiro pareça, em um primeiro momento, razoável, é um montante bastante limitado, principalmente, caso você não tenha outras fontes de renda.

Os R$ 20 mil advindos do carro usado que você vendeu não serão inteiramente utilizados no desenvolvimento de um negócio – boa parte do dinheiro servirá para pagar contas e consumido em gastos com alimentação.

Por isso, o autor insiste, é bem mais fácil empreender como uma atividade paralela ao seu emprego formal – tal atitude é bem mais inteligente do que abandonar a sua segurança financeira em prol da abertura de um negócio que, por natureza, envolve riscos desconhecidos.

Mesmo assim, é necessário saber como otimizar, ao máximo, os poucos recursos disponíveis, à medida que não há um investidor dedicado a financiar os seus empreendimentos.

Tirando ideias da cartola

Ideias originais são raras. A maior parte das dificuldades que se tornam grandes ideias já apareceu há muito tempo. É claro que copiar descaradamente um trabalho é um ato configurado como plágio, podendo ferir direitos autorais.

Entretanto, recusar-se a se inspirar em bons projetos alheios – princípio corrente para todos os que lidam com a criatividade – é negar uma obviedade. Todo artista começa copiando alguém. Quando uma criança tenta, pela primeira vez na vida, fazer um desenho, ela não extrai ideias de sua mente e cria uma obra artística. Pelo contrário: quase todas as coisas que aprendemos foram por meio de repetições e cópias.

Aprendemos a tocar um instrumento ao copiar belas músicas, copiamos as primeiras casinhas que desenhamos, os códigos que aprendemos etc. O ensino de programação é um bom exemplo disso, pois, em grande medida, os estudantes copiam algoritmos de um quadro e analisam como eles respondem. A seguir, o aluno pode fazer modificações e, assim, compreender as relações.

Copiar diversos projetos e ideias ao aprender é uma parte essencial da formação de repertórios. Quanto mais projetos vamos copiando, replicando e entendendo como funcionam, fica mais fácil combinar e associar seus mecanismos posteriormente. Essa dinâmica é fundamental na criação de produtos e/ou serviços.

Criando um produto

Cada produto, obviamente, tem uma forma específica de produção, sendo inviável entrar em detalhamentos simplificadores neste microbook. No entanto, há certas características relevantes que todos empresários necessitam para entrar em um determinado nicho de mercado.

Existe uma crença inocente, sobretudo, em indivíduos mais jovens que esperam um método quase que religioso baseado na meritocracia, de que as chances de sucesso dos produtos são definidas por suas qualidades intrínsecas.

Ter o “melhor” produto, dentro dessa “mística empreendedora” é um conceito bastante variável, podendo incluir designs mais eficientes, mais funcionalidades, melhor usabilidade ou menores preços. A realidade, contudo, reside no fato de que, embora esses elementos tenham um peso relativo, ninguém opta por este ou aquele produto apenas porque ele é considerado “o melhor”.

Essa constatação não deve, de modo algum, ser negligenciada por quem busca criar produtos e lançá-los ao mercado com alguma chance de sucesso.

Você precisa de um time (ou pelo menos um par)

Se você considera que é capaz de fazer tudo sozinho, isso pode se dever ao fato de já ter lido todos os livros sobre empreendedorismo, decorado o livro "Startup Enxuta", programado a vida inteira e, também, possuir um bom gosto para o design.

Ao ver todas as tarefas que compõem um processo, é provável que você pense: “Eu posso fazer isso sozinho”. Não obstante, o nosso autor é enfático: “não, você não pode”.

Em termos práticos, ninguém consegue focar consistentemente em todos os elementos necessários para estudar e pensar modelos de negócios, fazer parcerias e acordos, realizar vendas e, ainda, desenvolver novos produtos. Embora existam alguns poucos exemplos de pessoas que realizaram isso individualmente, a realidade é bem mais difícil do que aparenta.

Os mitos que constroem as narrativas dos grandes empreendedores como gênios solitários, não passam de puro storytelling. Sempre há alguém ajudando. Nesse ponto, muitos pensam as coisas exatamente ao contrário: em primeiro lugar, você deve encontrar um sócio e, depois, desenvolver uma ideia que, a propósito, será significativamente modificada com o passar do tempo.

O mais provável é que, ao final desse processo, nada se parecerá com aquilo que você pensava inicialmente. Às vezes, você nem atuará no mesmo mercado. Nesse contexto, o sócio deve ser alguém que mereça a sua confiança para realizar o que desejar.

Lembre-se de que, para ser considerada um boa sociedade, a pessoa deve estar disposta, sendo dedicada e acessível às tarefas do trabalho. Essa, infelizmente, é uma das partes mais difíceis e, ao mesmo tempo, indispensável, do empreendedorismo.

Notas finais

O assunto abordado pelo autor não se esgota, como o próprio menciona, neste livro e, por conseguinte, em nosso microbook. Afinal, trata-se de um tema extenso e existem diversas outras ideias a serem abordadas, segundo a realidade e o momento vivido por cada pessoa.

No entanto, acreditamos que os elementos mais básicos que trouxemos até você possam lhe ajudar a não cair em falsos discursos e a desenvolver uma base interessante de conhecimentos para empreender e, principalmente, pensar e agir por si mesmo.

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