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Este microbook é uma resenha crítica da obra:
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 978-6555441062
Editora: Gente
Entre as primeiras lições dos autores, destaca-se um conselho que pode ser resumido da seguinte forma: “casar-se com a pessoa errada poderá arruinar o seu negócio.”
O que isso significa? Bem, escolher a pessoa com a qual firmará sociedade é crucial para o êxito de seu empreendimento. Aqueles que erram nesse “casamento” tendem a encarar, cedo ou tarde, a falência.
Ademais, de acordo com um estudo citado por Salmen e Marques, realizado pela escola de negócios da prestigiada Universidade de Harvard, quase 70% das startups com alto potencial fracassam em decorrência de conflitos internos, isto é, entre os seus próprios fundadores.
Neste estudo, Noam Wasserman – um célebre professor da instituição – entrevistou mais de 10 mil fundadores. Para que isso não ocorra com você, os autores enfatizam a necessidade de verificar a existência de empatia e consideração entre você e a pessoa selecionada.
Depois, é altamente recomendável efetuar uma checagem técnica, a fim de identificar se o indivíduo em questão entende do seu segmento de atuação e, também, a possibilidade de se converter em um complemento à sua liderança.
Em outras palavras, a ideia central de Salmen e Marques é a de que a articulação entre a empatia e os conhecimentos técnicos podem ser um excelente indicativo para acertar na seleção dos nomes com os quais você constituirá uma sociedade.
A relação que os autores estabelecem com o casamento é, de fato, acertada. Afinal, você não pedirá a mão de uma pessoa logo no primeiro encontro, não é mesmo?
Assim, considere a definição de um período de testes. Isto é, espere o tempo necessário para conhecer a cultura profissional e os valores do seu provável sócio.
Nas primeiras conversas, a pessoa pode, infelizmente, fingir ser aquilo que não é. Porém, isso não perdurará ao longo de 5 ou 10 diálogos. Gere oportunidades de atuar com ela antes de começar a trabalhar na empresa.
Nesse contexto, Marques compartilha com os leitores uma experiência vivida: certa vez, um jovem o procurou em um churrasco e disse que tinha uma sociedade estabelecida.
Depois de contar sobre sua ideia – entre uma cerveja e uma carne – 3 rapazes se empolgaram, dizendo que estavam interessados em firmar uma parceria. O autor recomendou ao jovem que tentasse trabalhar com os 3 antes de abrir um CNPJ.
Você deve entender os motivos dos interesses das pessoas que se aproximam da sua ideia de negócio, fazendo conversas e testando hipóteses. Como o jovem da história seguiu o conselho, percebeu em apenas 60 dias que, dos 3 rapazes, 2 não levariam o empreendimento adiante.
Marques recebeu, em uma de suas mentorias, a seguinte pergunta, que partiu de um empreendedor iniciante: “o que ocorrerá se meu sócio e eu discordarmos em algum tópico importante relativo à cultura?”
“Nesse caso, o melhor a fazer é terminar a sociedade.” A resposta do autor foi direta e clara. Insistir com indivíduos que, de um modo ou de outro, não compartilham de seus valores equivale a adiar o fim quase certo do negócio.
Caso esteja em uma sociedade em que a cultura e os valores não são devidamente compartilhados, você deve reavaliar se a parceria faz, realmente, algum sentido. Aqui, as chances de fracasso são consideravelmente grandes.
Ampliar o seu leque de opções é uma boa iniciativa para contornar esse tipo de problema. Para ilustrar, Salmen e Marques trazem a história de uma empreendedora.
Ela desejava encontrar um CTO (sigla inglesa para “diretor técnico”, em tradução livre – ou seja, um profissional responsável pelo setor de tecnologia em uma empresa) para convertê-lo em sócio.
Os autores aconselharam a realização de um processo seletivo rigoroso e o oferecimento de um salário abaixo da média do mercado (visando testar resiliência e comprometimento).
Embora alguns leitores possam, eventualmente, considerar que essa orientação não é relevante, para os autores, trata-se de um ponto fundamental. Existem cláusulas que permitem, por exemplo, certas opções aos donos de uma empresa, como “vesting” e “cliff".
O primeiro termo determina que um sócio apenas terá direito à sua participação após um dado período de trabalhos prestados. Por sua vez, o termo “cliff” pode ser descrito como uma cláusula complementar: ela prevê qual será a porcentagem distribuída após esse tempo.
Imagina que dois sócios estabeleceram um contrato com essa condição. Dessa forma, ambos receberão seus primeiros direitos de participação após transcorrido um ano.
Caso um deles abandone a sociedade antes de 12 meses, não receberá nada. Se esse tempo for vencido, porém, receberão metade do total de suas respectivas participações.
Quando um deles decidir sair da empresa, a participação devida será calculada de modo proporcional, levando em consideração os meses que restam até o final do contrato.
Agora que chegamos na metade da leitura, nos aprofundaremos em alguns dos conceitos mais relevantes para obter êxito ao empreender – seja qual for o seu ramo de atividades.
Ao iniciar sua startup, é muito provável que se depare com profissionais jovens, cheios de garra e dotados de grande força de vontade. Por ter esse tipo de colaborador na sua empresa, é justo valorizar sua atuação, correto?
O mesmo aconteceu com Salmen e Marques: eles tinham um estagiário muito dedicado e, no começo, era exatamente disso que a empresa mais precisava. Consequentemente, ofereceram-lhe, uma pequena participação nos negócios.
Com o passar do tempo, a organização cresceu e, também, as responsabilidades do estagiário que, se tornou analista e, posteriormente, gestor.
Todavia, o seu comprometimento ficou aquém dos profissionais que, hierarquicamente, estavam abaixo dele. Dessa forma, não acompanhou a expansão da empresa e o crescimento dos colegas.
A conclusão: sua participação (ou “equity”) na empresa era muito vasta se comparada ao que ele, efetivamente, entregava. Por isso, é imprescindível ficar atento às necessidades de cada momento do seu negócio, uma vez que, ao escalar, o cenário interno pode mudar drasticamente.
Diretores, CEOs ou fundadores sabem: encontrar programadores (ou CTOs) competentes não é nada fácil. Principalmente, quando as inovações tecnológicas são o cerne do negócio, a importância deste profissional é substancialmente maior.
Na trajetória de Salmen e Marques, houve uma ocasião na qual ofereceram uma participação exagerada – semelhante à dos proprietários da empresa – para um programador.
Não obstante, o profissional era muito competente e altamente qualificado. Porém, já recebia salários compatíveis com o praticado no mercado. Após um certo tempo, nossos autores perceberam que essa participação não condizia com as funções que o colaborador em questão exercia dentro da empresa.
Dito de outra forma, o processo de consolidação de uma sociedade é cauteloso e longo. Um flerte se torna um namoro. Depois, vira um noivado. Só então, é possível pensar em “casamento”.
Na prática, há brigas e discussões acaloradas até nos melhores casamentos. Mas, os relacionamentos duradouros são, justamente, aqueles em que os desentendimentos são superados com base no diálogo, empatia e muita transparência.
Por esse motivo, quando encontrar o sócio certo, fique ciente de que os conflitos fazem parte de qualquer convivência. Mas, se vocês compartilharem os mesmos valores, os desentendimentos não se converterão em problemas sérios.
Um dos erros centrais (e rotineiros) cometidos pelos empreendedores iniciantes pode ser descrito pelo velho provérbio: “dar um passo que é maior que a sua perna”.
Os autores lembram uma verdade que, apesar de óbvia, merece ser relembrada – ninguém começa gigante. Ao pensar pequeno, você não deixa suas ambições de lado. Pelo contrário, demonstra esperteza.
O crescimento do seu negócio pode se consolidar paulatinamente, depois que você já testou diversas hipóteses. Inclusive, essa é a melhor forma de gastar menos recursos até elaborar uma solução eficaz, realmente inteligente e útil aos seus clientes.
Afortunadamente, há muitas histórias que podem servir de inspiração. Entre os negócios que começaram pequenos, destacam-se, por exemplo:
Em termos gerais, ao lançar um produto ou site, a maior preocupação do empreendedor é fazer o seu negócio crescer. Quando lançaram a Méliuz, esta era a intenção dos autores, que investiram muito em divulgação.
Entretanto, os primeiros usuários achavam o site ruim, complexo e não retornava. Como resultado, era custoso atrair novos clientes. Logo, a retenção é essencial para qualquer empresa.
Pense, como exemplo, em uma empreendedora que abre seu restaurante. Nada adiantará trazer um alto número de clientes nas primeiras semanas se eles não ficarem satisfeitos e não voltarem ao estabelecimento.
Nesse quadro, a rentabilidade do negócio sempre dependerá de novos clientes, em detrimento de frequentadores assíduos. É fácil compreender essa dinâmica: a quantidade de novos visitantes irá, eventualmente, acabar.
Cumpre ressaltar, por fim, que as experiências acumuladas pelos autores, sobretudo na Méliuz, os ajudaram a compreender qual tipo de negócio queriam desenvolver.
Quase todos os empreendedores já ouviram (ou leram) sobre as chamadas “startups unicórnio” – são empresas que, atualmente, valem mais do que US$ 1 bilhão.
Este é o maior sonho de muitas pessoas que iniciam um empreendimento e, também, já foi o de Salmen e Marques. No entanto, com o passar do tempo, eles descobriram que são adeptos de uma outra analogia animal.
Com efeito, nossos autores preferem a imagem cunhada por Alex Lazarow, em uma publicação no site InovAtiva Brasil: a “startup camelo”. Este animal sobrevive no deserto, ambiente bastante inóspito.
Além disso, é capaz de beber, de uma só vez, até 100 litros de água. Depois, pode ficar sem o líquido por mais de 20 dias. Mesmo assim, pode ser rápido quando necessário, atingindo, em um sprint, 65 km/h.
Tal conceito é encantador: a melhor forma de seguir crescendo consiste em focar na sustentabilidade da expansão dos seus negócios. Portanto, não vale a pena “crescer por crescer” ou buscar novos investimentos sem, antes, delinear um plano objetivo e factível.
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LUCAS MARQUES é COO da Méliuz, formado em Economia na Universidade Federal de Minas Gerais. Foi trainee e gerente da Ambev, de onde pediu demissão para começar a empreender... (Leia mais)
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