Empreendedorismo para subversivos - Resenha crítica - Facundo Guerra
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Empreendedorismo para subversivos - resenha crítica

Empreendedorismo para subversivos Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Startups & Empreendedorismo

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-8542211832

Editora: Planeta

Resenha crítica

Elementos indispensáveis para o sucesso do empreendedor

Os elementos mais importantes da presente obra podem ser resumidos da seguinte forma: não há nada impossível de aprender, desde que você tenha 3 características: paciência, resiliência e curiosidade.

Os empreendedores devem estar sempre à procura de novos desafios e soluções, mediante a capacidade de reagir rapidamente diante das adversidades.

No Brasil, o empreendedorismo está, de modo geral, restrito a franquias ou esquemas de pirâmide, tais como a Herbalife. Não se esqueça de que fracassar é parte integrante da jornada de qualquer empreendedor.

Assim, ao montar o seu negócio, lembre-se da importância do timing correto, reduzindo, tanto quanto possível, o desperdício na produção dos seus produtos ou no oferecimento de seus serviços.

Os desafios de empreender

Guerra inicia a primeira parte do livro expondo a sua visão acerca da dura realidade que os empreendedores encaram diariamente, desmistificando alguns fatores, como a ideia de que o empreendedorismo deixará a pessoa mais rica ou mais livre.

O autor ressalta que esses motivos não devem ser os principais para começar o seu próprio negócio. Caso contrário, é muito provável que você se decepcione, sobretudo, se for a sua primeira tentativa.

É preciso, antes de mais nada, entender as razões que o levam a empreender e qual é o seu propósito. Desse modo, é possível elevar as probabilidades de desenvolver um negócio de sucesso.

Não se esqueça de que, seja qual for a sua ideia, o seu negócio tem grandes chances de fracassar. Todos os anos, inúmeros empreendimentos recém-abertos falham.

Isso inclui as empresas que “surfam nas ondas novidadeiras” e que prometem boas oportunidades – brigadeiros, temakis, lamens, cupcakes, paletas mexicanas etc.

Muitos planos sonhados a vida inteira até se converterem em algo novo – o que não acontece com muita frequência – fracassam porque foram serviços ou produtos que, apesar de incríveis, foram lançados cedo demais, isto é, estão à frente de seu tempo.

Os aspectos centrais do ambiente de negócios pós-capitalista

De acordo com o nosso autor, o consumo tem se tornado um ato político. Afinal, todos adquirimos serviços ou produtos que estão alinhados com as nossas ideias e valores.

Nesse contexto, você precisa definir claramente qual é o propósito de seu empreendimento, determinando o que ele pode fazer para resistir o que Guerra chama de “ambiente pós-capitalista”.

Na atualidade, os empreendedores devem buscar recompensas que transcendam o dinheiro, como deixar um legado ou dotar o seu serviço e/ou produto de um significado.

Ao produzir com propósito, você aumentará expressivamente as probabilidades de que o seu negócio tenha êxito. Ao montar a sua empresa, considere – conforme mencionado – o timing.

Dessa forma, você não perderá muito tempo planejando seu negócio e, por conseguinte, não correrá o risco de ter algum concorrente ficando à sua frente no mercado.

Com efeito, há coisas que devem ser feitas exatamente em uma determinada hora, pois, de outro modo, a sua empresa poderá perder. Tenha em mente que o caminho do empreendedorismo é dolorido, árduo e quase sempre destinado ao fracasso.

Redução de riscos

Para reduzir os riscos de falhar, Guerra aconselha a não desperdiçar o seu tempo com assuntos irrelevantes. Como exemplo, apresenta o famoso “business plan” (ou “plano de negócios”, em tradução livre), um documento que simula como as operações serão desenvolvidas e, ainda, sua viabilidade financeira.

Para o autor, ninguém pode quantificar, em uma planilha, as variáveis do futuro. Entretanto, caso queira diminuir esses riscos, use ferramentas como o crowdfuning ou o crowdsourcing.

A despeito de ser positivo empreender com algo que goste de fazer, é necessário ter o máximo cuidado ao iniciar um empreendimento pelo qual você é “apaixonado”.

Isso lhe impedirá de visualizar as ineficiências mais óbvias, as especificidades do seu segmento de atuação e, consequentemente, você desconhecerá os problemas que, invariavelmente, surgirão.

Guerra é conscientemente contraintuitivo ao abordar a ideia generalizada, segundo a qual, é necessário ter dinheiro para empreender. Caso você tenha uma boa ideia, ela se manterá. Caso não se mantenha, pode ser que o seu ego lhe impeça de chegar à conclusão de que seu insight não era, afinal, tão bom assim.

Preço ou valor?

Você não deve tratar a sua empresa como uma organização burocrática e rígida. Nosso autor ressalta que, em um futuro muito próximo, todos os negócios se basearão em redes descentralizadas, dando ênfase aos processos e aos projetos, em detrimento da hierarquia.

Nesse cenário, você deve cobrar preços justos, que cubram os seus custos e garantam uma lucratividade razoável: desse modo, sua empresa estará no caminho certo para assegurar experiências positivas aos clientes.

Por outro lado, ao errar na relação entre preço e valor, os seus negócios estarão fadados ao fracasso. Deixe de usar promoções como estratégia – elas implicam em mentiras contadas a priori para os seus consumidores, qual seja, a de que os preços anteriormente cobrados eram excessivamente altos.

Portanto, produza o necessário, sem exageros, e com preço justo. Essa, talvez, seja a maior diferença entre um empresário e um empreendedor: este sabe da existência de outros valores além do dinheiro.

Agora que chegamos na metade da leitura, nos concentraremos em alguns tópicos fundamentais para ser bem-sucedido ao abrir o seu negócio, como a importância de evitar desperdícios, montar boas equipes e planejar metas coerentes, dentre outros.

Desperdício

Não há como justificar o desperdício. Já estamos no limite dessa sociedade de excessos. Certamente, ela será profundamente distinta daqui para a frente. Caso o seu negócio seja um restaurante, por exemplo, otimize o cardápio.

Tente servir menos pratos e plantar os insumos que comporão as suas receitas – sejam hortaliças ou ervas – em seu telhado ou jardim. Obviamente, essa pequena iniciativa não salvará o planeta do aquecimento global, mas constituirá uma mensagem clara a respeito dos seus valores e visão de mundo.

Ainda que os seus produtos sejam hardwares, você pode eliminar funções. Se, pelo contrário, eles são imateriais, corte as redundâncias e seja minimalista na interface dos usuários. Disponha-se a ser o melhor em algo, mantendo a eficiência cirúrgica e a austeridade em suas operações comerciais.

Qual o seu negócio?

É altamente recomendável questionar, periodicamente, qual é a verdadeira natureza de seu negócio. Pode ser que você possua uma loja que venda pães de queijo, contudo, na realidade, pode estar estimulando o surgimento de uma comunidade aficionada em bolinhas de polvilho.

É possível criar algum banco de dados, evidentemente, desde que os clientes a serem fracionados em dados notem algum benefício em participar de tal clube e, a partir de sua constituição, extrair relações entre, digamos, fãs de tecnologia e apaixonados por pães de queijo.

Desse ponto em diante, você pode desenvolver um app que atue como uma espécie de “mapa do tesouro”, a fim de conferir aos usuários os locais em que é possível encontrar as opções mais incríveis de sua cidade.

Na sequência, você pode vender o patrocínio do seu app a uma empresa produtora de chá mate gelado. Esse é, obviamente, apenas um exemplo dado por Guerra. Todavia, a mensagem é clara: explore territórios e crie relações.

Seu negócio, como empreendedor, é a comunicação. Todos os empreendedores são, também, comunicadores. Olhe além da dimensão material de sua atuação, levando isso a uma dimensão simbólica, alguns níveis acima dos produtos comercializados.

Montagem da equipe

Quando chegar o momento de decidir quais pessoas trabalharão com você, selecione aqueles indivíduos que compartilham dos seus valores. Nesse processo, não vise obter funcionários, mas sócios em potencial, esclarecendo que cada profissional poderá se tornar indispensável e permanente.

Para tanto, o seu projeto tem que ser vivo, correspondendo à inovação de seus pares imediatamente. O ato de inovar, por si só, não consiste em um diferencial competitivo.

Não obstante, a inovação coloca o seu negócio à frente dos demais – desde que não seja uma criação artificial, isto é, projetada somente para atender ao estéril anseio por “tudo o que é novo”.

Crie relações e parcerias respeitosas com seus concorrentes e nunca pense que há competidores. Os empreendedores devem se reconhecer como aliados na construção de um novo mundo.

Se a sua empresa perder no jogo do mercado ou na disputa por ganhar a atenção dos consumidores, cumprimente seu concorrente, a fim de aprender com ele. Não deseje eliminá-lo.

Seus concorrentes são muito importantes: é preciso escolher alguns para admirar, esforçando-se para dar seu melhor a cada instante. O antônimo de “amor” não é “ódio”, mas a “indiferença”.

Planejamento de metas

Um dos argumentos mais interessantes do autor reside na sua crítica às “metas irrealistas” e, também, às quantificáveis, como as que vaticinam “cresceremos 40% em 2 anos”.

Para ele, elas são uma verdadeira perda de tempo e energia, já que não é possível prever como o seu negócio estará no futuro, pois, a sociedade como um todo desenvolve-se em ritmo acelerado.

Criar expectativas e objetivos irreais dentro da sua organização implicará em um desgaste emocional desnecessário dos colaboradores. Sem ter um problema definido rigorosamente, a empresa perderá chances e acabará procurando por iniciativas que não se alinham aos seus propósitos e estratégias.

Nessa dinâmica, as soluções criadas podem seguir rumos completamente equivocados. Como empreendedor, você deve refinar o processo que lhe leva a fazer as perguntas certas: as soluções sairão naturalmente delas. Preocupe-se sempre com suas hipóteses, não com as teses.

Aplicações práticas

Para aplicar, na prática, os ensinamentos presentes nesta obra, é imprescindível, primeiramente, fazer uma reflexão acerca dos motivos que lhe levaram a abrir um negócio.

Esses motivos devem estar harmonizados com seu propósito e, ainda, com os problemas que você deseja solucionar. Ademais, é possível aprender a partir dos erros que Guerra cometeu quando abriu seus empreendimentos.

Essas lições são de grande utilidade para ajudar você a evitar os mesmos tipos de problemas. Resumidamente, há certas ações que você não deve fazer, sob pena de comprometer seus resultados.

Entre elas, destaca-se o ato de abrir um negócio logo após outro, sem reservar um tempo adequado para a estruturação, para ter ideias novas ou, inclusive, para saber se outras empresas estão alinhadas com seu propósito.

Saiba, de antemão, que deverá cultivar qualidades como ser cuidadoso, conservador e cauteloso. O processo de empreender é longo, permeado de tentativas e erros, custando, não raro, muito de sua saúde mental e física. Por isso, se você quer abrir seu próprio negócio em decorrência de ter sido demitido, está no caminho certo.

Notas finais

Embora ser empreendedor implique em agir, isso não significa agir no desespero. Ou seja, é preciso estudar, adquirir preparo e, sobretudo, estruturar os recursos necessários.

Dito de outra forma, lembre-se de sempre ter atitude e, simultaneamente, manter o senso de responsabilidade, a fim de saber como lidar com seus próprios erros e aprender com eles.

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Quem escreveu o livro?

Guerra é jornalista, engenheiro e doutor em Ciência Política. Além disso, foi considerado, pela célebr... (Leia mais)

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