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Este microbook é uma resenha crítica da obra: Decisive How to Make Better Choices in Life and Work
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 0307956393, 978-0307956392
Editora: Currency
Infelizmente, a maioria de nós está envolvida em situações que nos impedem de tomar boas decisões. Se precisamos fazer alguma escolha, utilizamos a velha abordagem “tudo ou nada”. Por exemplo, se temos dúvidas sobre nosso relacionamento, geralmente começamos a considerar se devemos ou não terminar com nosso parceiro. Nosso processo de pensamento não nos deixa pensar em alternativas e acabamos ficandopresos à apenas duas possíveis conclusões (o tudo ou o nada).
Quando enfrentamos uma decisão, uma maneira de evitar esse tipo de pensamento “estreito” é uma conhecida técnica, chamada de “Teste de opções de fuga”. A abordagem básica é imaginar que você não pode optar por nenhuma das possibilidades atuais que está considerando, devendo, então, refletir sobre uma outra alternativa.
Vamos voltar ao exemplo do relacionamento infeliz. Você estava pensando em terminar o relacionamento com essa pessoa, mas temia a possibilidade de ficar sozinho para sempre. Você também considerou manter o relacionamento, mas isso significa que você só está adiando o inevitável. Agora se esqueça dessas possibilidades. Quais são então suas alternativas?
Você poderia ter uma conversa honesta com seu parceiro sobre seus sentimentos. Vocês dois poderiam fazer uma lista das coisas que precisam mudar para que ambos sejam felizes no relacionamento e então trabalhar implementando essas mudanças. Você poderia buscar ajuda com um terapeuta de casais. Logo ficará aparente que você tem muito mais opções disponíveis do que havia imaginado. Utilizar essa abordagem vai te ajudar a considerar outras ideias fora da sua zona de conforto e tomar decisões melhores e mais informadas.
Você poderia também implementar outra técnica conhecida como Multitracking. Essa técnica envolve considerar e testar diversas opções simultaneamente. Por exemplo, uma empresa pode considerar propostas de marketing de uma variedade de consultores para sua última campanha, realizando testes ou conduzindo pesquisas de consumo para descobrir qual delas funciona melhor. Em situações como essas, o feedback também ajuda na tomada de decisões.
As maneiras “estreitas” que as pessoas utilizam para tomar decisões fazem com que elas percam oportunidades. Por isso, amplie suas opções, considere diversas alternativas para tomar decisões mais informadas.
No mundo de negócios, checklists são muito implementadas. Muitos de nós têm tarefas repetitivas que precisam ser completadas e uma checklist nos fornece diretrizes para garantir que os processos estão sendo seguidos corretamente. Elas são extremamente úteis para evitar que erros sejam cometidos, mas em muitas situações não existe resposta certa ou errada. Nesses casos, é improvável que uma checklist ajude, pois elapode gerar o pensamento “estreito", que, como vimos anteriormente, prejudica o processo de tomada de decisão.
Nesses momentos, uma “playlist” passa a ser muito mais útil do que uma checklist. Playlists ajudam no processo de geração de ideias. Elas permitem que a pessoa pense em uma variedade de respostas, soluções ou alternativas, garantindo que todas as possibilidades sejam consideradas e avaliadas. Assim, as playlists permitem que melhores decisões sejam tomadas.
Uma playlist é uma lista muito simples de questões abertas ou considerações que são projetadas para gerar novas ideias e ajudar os processos de pensamentos das pessoas. Você pode adaptar essa lista dependendo da situação. Então, em uma reunião de negócios sobre cortes de orçamento, sua playlist poderia perguntar:
Essas perguntas vão permitir que um time de funcionários considere uma gama de possibilidades, fornecendo estímulos para que eles pensem mais profundamente sobre a situação.
Essencialmente, as playlists permitem multitarefas epodem ser reutilizadas, assim como as checklists. Você pode ter playlists relacionadas à uma variedade de situações para as quais você pode voltar sempre que se repetirem. Com o tempo, isso vai te deixar ver o que funciona e o que não funciona – o que só vai levar a uma tomada de decisão ainda melhor no futuro.
Os seres humanos têm a tendência natural de procurar informações que confirmem suas crenças e ideias. Essa confirmação tendenciosa é o que nos impede de tomar decisões informadas. Só prestamos atenção na informação que apoia nossas crenças ou preferênciase ignoramos qualquer coisa que seja contrária a elas. Essa claramente não é a melhor maneira de chegar a boas conclusões.
Imagine que você queira comprar um novo carro e tem um modelo particular em mente. Você vai provavelmente fazer sua pesquisa e olhar as opiniões online, mas quando fizer isso, vai prestar muito mais atenção aos comentários positivos que justifiquem seu desejo preexistente por esse veículo em particular. Inúmeros estudos demonstraram que isso acontece em diversas situações. Você pode pensar que está considerando diversas opções, mas a verdade é que você já tomou sua decisão e só está procurando por alguma coisa que apoie sua decisão.
Então, qual é a solução? Uma boa atitude é testar a realidade de suas suposições. Desafie seu processo de pensamento, obrigue-se a considerar o oposto do que você acredita ser verdade. Em vez de só se focar nos aspectos negativos, dê a cada opção possível uma tentativa justa. Pode ser útil fazer a pergunta: “Para que isso seja correto, o que precisa ser verdade?”
Se seu CEO debate a compra de outra empresa com seu time e transmite a todos os benefícios dessa decisão, há grandes chances de que isso aconteça em razão da confirmação tendenciosa dele. Assim, a maioria das pessoas pensaria que essa é uma boa opção para o negócio. Agora, tente utilizaro teste de realidade nessa suposição: ese não comprar a empresa gerar mais benefícios? Procure por dados que te convençam disso. Você pode procurar pela taxa de fracasso de comprar um novo negócio, pelo dinheiro economizado em não comprar e pelos problemas que surgem ao fazer uma nova aquisição. Seu time ainda assim pode decidir comprar a nova empresa, mas o processo de análise te deixa considerar os fatos para tomar uma decisão informada ao invés de uma decisão tendenciosa.
Ao só reunir informações que apoiem suas ideias preconcebidas, você está tomando decisões tendenciosas. Desafie suas suposições considerando o oposto do que você está pensando. Refletir nas perspectivas diferentes vai te impedir de chegar às conclusões baseadas em seus sistemas de crença distorcidos e em suas próprias ideias.
Outra maneira de remover a predisposição em sua tomada de decisão é conduzir pequenos experimentos que testem sua teoria ou hipótese. Você faz tentativase então toma uma decisão informada, ao invés de tomar uma decisão baseada em seus pensamentos ou sentimentos.
Considere os benefícios que essa abordagem pode ter para futuros estudantes universitários, por exemplo. Um grande número de graduados segue carreiras totalmente diferentes de suas formações universitárias. Eles passam anos estudando um assunto, para chegar ao fim do curso e perceber que fizeram a escolha errada.
Um estudante universitário pode pensar que quer ser professor. As férias anuais são grandes, ele pode cuidar de crianças e ensiná-las pode ser divertido. No entanto, ele pode não ter considerado que um em cada cinco professores desiste da profissão menos de um ano depois de encontrar um emprego.
É aí que uma abordagem diferente pode ser benéfica. Nesse caso, o estudante poderia ter conseguido um estágio em uma escola ou ajudado um professor por uma semana para entender se irá gostar mesmo do trabalho. Elepodeentão chegar a uma conclusão baseada em uma informação real, em vez de seguir um palpite – e potencialmente economizar com a universidade!
É como realizar um experimento pilotoe pode ser usado também para testar novas ideias de negócios ou processos. Pode até ser utilizado em sua vida pessoal. Namorar, por exemplo, é basicamente tentar diferentes parceiros, deixando que você descubra com que tipo de pessoa quer se relacionar. Você pode também usar essa abordagem para ajudar a tomar decisões sobre sua vida diária ou aflições no trabalho.
Por exemplo, você está cansado depois de participar de muitos eventos de trabalho, mas se sente preocupado em perder alguns deles, pois seu chefe pode desaprovar sua atitude. Comece devagar: perca um evento aqui e um ali, e veja o que acontece. Você pode começar a se preocupar, mas é bem provável que você veja que seu chefe não vá se importar. Quando se sentir confortável em perder os eventos, você pode facilitar seu caminho para deixar de ter um cronograma tão extremo.
Quando for enfrentar uma escolha, tente testar suas opções. Ao invés de decidir rapidamente, mova-se lentamente. Isso vai te impedir de tomar uma decisão e depois se arrepender.
Deixar que nossas emoções imediatas interfiram em nossas decisões é um grande problema. Quando as pessoas pensam nas piores decisões que já tomaram, com frequência se lembram de que foram tomadas em momentos de fortes emoções. Sentimentos como a raiva, ganância, inveja ou luxúria exercem grande poder sobre nós, o que afeta e influencia nossa tomada de decisão.
Exemplos extremos disso incluem casais que escolhem se separar durante uma discussão acalorada ou alguém que pede demissão de seu emprego logo depois de uma avaliação de desempenho ruim. Épor isso que muitas pessoas sugerem que você “esfrie a cabeça” antes de tomar uma decisão. Principalmente, claro, se essa decisão tem grande importância em sua vida. Esfriar a cabeça te dá um tempo para que suas emoções intensas diminuam um pouco, na esperança de que você consiga enxergar melhor a situação.
Infelizmente, você pode nem sempre ter tempo para esfriar a cabeça. Além disso, é importante ser capaz de remover sua reação instintiva quando for fazer uma escolha e não deixar que suas emoções te influenciem demais. Emoções de curto prazo geram pensamentos de curto prazo, impedindo que você veja as consequências de longo prazo das suas atitudes. Para evitar que isso aconteça, tente utilizar a regra 10/10/10 desenvolvida por Suzy Welch. Ela envolve pensar sobre suas decisões em três diferentes momentos. Pergunte-se como você vai se sentir daqui a 10 minutos, como você vai se sentir em 10 meses e como você vai sentir em 10 anos.
Isso vai te ajudar a criar alguma perspectiva para prevenir que suas emoções imediatas te influenciem demais. Então, vamos imaginar que você está, há muitos meses, interessado em um colega e descobre que ele está solteiro. Imagine que você se encontrou com ele em uma festa de Natal do trabalho. Seus sentimentos de nervosismo e ansiedade podem impedir que você o convide para um encontro.
Agora aplique a regra dos 10/10/10. Mesmo que o pior cenário aconteça e seu colega te rejeite, em 10 meses você pode estar em um relacionamento diferente. Em 10 anos, essa pessoa pode ter mudado de ideia e te convida para sair – e agora você está casado e com um filho. Ao se distanciar mentalmente da situação, é mais provável que você faça a escolha correta e vença sua ansiedade para iniciar aquela conversa “complicada”.
É fácil ver como nossas emoções podem influenciar nossa tomada de decisão, masnós podemos superar nossas emoções de curto prazo utilizando a regra 10/10/10. Isso nos permite considerar as coisas por outra perspectiva.
Você deve demonstrar humildade se quiser fazer escolhas com sabedoria, sem saber o que esperar do futuro. Muitas vezes temos excesso de confiança em nossas habilidades de tomar decisões. Novamente, isso faz com que tomemos decisões precipitadas, sem consideração pelas consequências.
Quando estamos confiantes com alguma coisa, não consideramos outras opções. Assim, algumas vezes as consequências podem ser prejudiciais. Pesquisas têm demonstrado que 40% dos diagnósticos dos médicos estão errados, mesmo quando o profissional tem completa clareza e certeza sobre o que está fazendo. Erros médicos sérios podem ser cometidos graças à confiança excessiva.
Para desafiar sua confiança excessiva, tente pensar no futuro. Considere o melhor cenário e o pior cenário da situação. Dessa maneira, você pode refletir nas consequências da sua decisão. Quando você considera os dois extremos – o muito bom e o muito ruim – você é lembrado da realidade da situação e, se necessário, irá pensar em opções alternativas ou tomar um cuidado extra.
Comece fazendo um pressuposto sobre a decisão. Este será seu pior cenário. Por mais negativo que pareça, tente pensar no fracasso de uma decisão futura. Por exemplo, imagine que você está criando um site. Considere o que iria acontecer se, em um ano, seu site não tiver gerado tráfego. Escreva as razões pelas quais isso pode ter acontecido. Dessa maneira, você pode começar a pensar sobre isso e evitar que os cenários negativos aconteçam.
Depois disso, você deve então pensar no seu melhor cenário. Então, voltando ao seu site, imagine que em um ano ele tenha feito tanto sucesso que você está ganhando dinheiro com propaganda. Agora você pode considerar o que te levou ao sucesso, o que vai te deixar fazer as escolhas corretas para garantir que essa situação realmente aconteça.
Nós muitas vezes temos uma confiança em excesso, o que nos atrapalha a enxergar qualquer problema que pode surgir quando tomamos decisões. Podemos tomar decisões melhores quando temos uma variedade de possibilidades a serem consideradas. Crie essa variedade pensando nos melhores e piores cenários e isso te ajudaráa ter sucesso na tomada de decisão.
Nossas decisões diárias moldam nossas vidas, sejam elas insignificantes ou transformadoras. No entanto, essas decisões estão sujeitas a diversas ideias preconcebidase, muitas vezes, não pensamos de maneira racional. Por isso, é importante considerar como estamos sendo influenciados e aprender a vencer os vilões da tomada de decisão utilizando as técnicas e processos que foram exemplificadas anteriormente.
Por fim, você deve gastar um tempo refletindo em qualquer escolha que for fazer, nunca ignorandoas outras possibilidades. Essa é a única maneira de evitar que os vilões da tomada de decisão atrapalhem seu julgamento.
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Chip Heath é professor na Stanford Graduate School of Business em cursos de ensino sobre estratégia e organizações empresariais. Ele é o co-autor (junto com seu irmão, Dan) de três livros. Seu último livro, Decisive: How to Make Better Decisions in Life and Work foi publicado na primavera de 2013 e estreou em #1 na lista de best-sellers do Wall Street Journal e #2 no New York Times. Seu livro de 2010, Switch: How to Change Things When Chang... (Leia mais)
Dan Heath é um membro sênior do centro CASE da Duke University, que apoia empreendedores sociais. No CASE, ele fundou a Change Academy, um programa projetado para impulsionar o impacto dos líderes do setor social. Dan é o co-autor, junto com seu irmão Chip, de três best-sellers do New York Times: Decisive, Switch e Made to Stick. Os editores da Amazon.com nomearam Switch um dos Melhores Livros de Não-ficção do Ano, e passou 47 semanas na lista do New York Times Bestseller. Made to Stick foi nomeado o melhor livro de negócios do ano e passou 24 meses na lista de best-sellers da BusinessWeek. Seus livros foram traduzidos para mais de 30 idiomas. Anteriorm... (Leia mais)
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