Da ideia ao bilhão - Resenha crítica - Daniel Bergamasco
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Da ideia ao bilhão - resenha crítica

Da ideia ao bilhão Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Startups & Empreendedorismo

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-85-8285-113-5

Editora: Portfolio

Resenha crítica

A ideia ruim que vale ouro

​Antes de começar as atividades, as bem-sucedidas startups analisadas neste trabalho eram apenas uma ideia. Ao longo do livro, são destrinchados aspectos comuns à 99, Arco Educação, Ebanx, Gympass, iFood, Loggi, Movile, Nubank, QuintoAndar e Stone.

Em muitos casos, o insight inicial era classificado como muito ruim. Antes que a Uber dominasse o mundo, revolucionando o transporte nas cidades, por exemplo, quem poderia imaginar que entrar no carro de estranhos depois de fazer um pedido pelo celular, aceitando água e balinha, se tornaria um costume tão comum? 

Se há alguns anos, muita gente achava um absurdo abrir a própria casa para hospedar desconhecidos, o que falar do Airbnb e da revolução no mundo das hospedagens? 

Em quase todos os casos das grandes startups, a rotina foi a mesma: bater de porta em porta procurando investidores, tentando convencê-los da genialidade de uma nova forma de atuação. Depois de ouvir muitos “não”, é comum sentir vontade de desistir, mas a determinação das pessoas envolvidas no projeto é sempre mais forte. 

O mundo das startups dá a real noção de que revoluções tecnológicas acontecem cada vez mais rápido. Nesse tempo de comunicação instantânea, podemos acessar uma série de serviços e produtos com poucos cliques pelo celular. 

Isso facilita as ideias de renovação em setores diversos, como ocorreu no transporte, na forma de pedir comida e até no jeito de ouvir música. Por mais que algumas ideias pareçam ruins, elas podem valer ouro.

A ideia “genial” que não vale nada

​Por outro lado, os criadores de unicórnios recebem mensagens de dezenas, centenas e até milhares de empreendedores em começo de carreira. O discurso é sempre o mesmo: há uma ideia genial que ainda não pode ser divulgada, mas precisa de uma avaliação antes de entrar em prática. 

Raramente há tempo hábil para respostas. E, muitas vezes, elas surpreendem e até desanimam os novatos. Isso porque é comum ouvir que sua ideia genial não vale nada. Não porque ela esteja mal estruturada, ruim ou sem sentido. 

Mas o que tem realmente valor é a execução, que pode ser traduzida em itens como o empenho em descobrir o problema do cliente, contratação do time certo para colocar o projeto em prática, disposição de testar cada novo recurso e de recuar, além de características pessoais como a obsessão e a resiliência, para aguentar as pancadas no meio do caminho. Isso só se prova no dia a dia.

Sem esses aspectos, um insight não tem chances de virar um unicórnio. Cometer erros é uma vantagem para quem sabe que na falha há inúmeros aprendizados possíveis. No começo, eles são vários. E é em cima dessas falhas que o projeto amadurece.

Sua ideia pode até ser genial, mas não vale nada se não for trabalhada, amadurecida, lapidada dia após dia, fazendo adaptações necessárias para uma execução plena e verdadeiramente relevante. Nenhum insight revolucionário está livre de aprofundamentos e transformações.

Nus com a mão no bolso

​Quer um bom exemplo de boa execução de uma startup, com adaptações contínuas? Vamos falar daquele cartão roxinho. A primeira sílaba de Nubank soa como new, “novo” em inglês. Mas por incrível que pareça, a intenção primordial era fazer alusão ao termo "pelado", sem roupas. 

Seus fundadores queriam que a empresa fosse conhecida por oferecer um serviço despido de complicações, dados e informações difíceis de entender, como uma verdadeira pegadinha vitimando o consumidor. Não é à toa que as demonstrações de transparência no contato com os clientes costumam viralizar nas redes sociais. 

Para se ter uma ideia, no primeiro momento, sequer havia uma equipe de SAC devidamente estruturada. Os telefonemas caíam diretamente nos celulares dos fundadores, que respondiam as mensagens uma a uma. Dá para imaginar o fundador de uma empresa lidando com reclamações dos compradores insatisfeitos? 

Com o passar do tempo, esses e outros aspectos da empresa foram se profissionalizando, a ponto de hoje a fintech ser uma das mais valorizadas do país.

A Nubank é o exemplo prático de como o desenvolvimento de uma ideia não ocorre de imediato. Pode demorar e exige mudanças ao longo do tempo. Mas quando olhamos para trás, percebemos como nossa visão se modificou profundamente. 

O Nubank ajudou demais na democratização das contas bancárias e acesso a cartões de crédito, dispensando burocracias das empresas tradicionais. Cada vez mais, clientes optam por empresas nuas diante dos clientes, com transparência e retorno rápido, contando com mais facilidades ao assinar contrato com instituições prestadoras de serviços financeiros. 

Na saúde e na doença

​Já passamos da metade deste microbook. Chegou a hora de tratar dos momentos ruins. Evidentemente, as gigantes startups aqui retratadas não passaram apenas por bons momentos. Todas elas tiveram dificuldades no meio do caminho. 

Em 2014, por exemplo, Gympass, QuintoAndar e 99 Taxis não encontravam soluções na busca por novos investidores que aplicassem dinheiro, viabilizando um crescimento ainda maior. Com isso, a incapacidade de expandir horizontes tornava o futuro delas nebuloso. 

Em cada uma delas, os fundadores, por pouco, não entraram em pânico, por medo de ver o sonho virando pesadelo. Ao baterem de porta em porta, tentando convencer os donos do dinheiro que um futuro ainda mais promissor chegaria a suas empresas, o desânimo insistia em bater à porta. 

Mas eles seguiram adiante, até conseguir grandes injeções de dinheiro que deram o gás necessário para esses unicórnios voarem com ainda mais força, dando prosseguimento à transformação de seus mercados. 

Se mesmo os donos de startups já em andamento passam por maus bocados, lembre-se de seguir adiante, mesmo diante de um e outro tropeço no meio do caminho. As turbulências dos mercados podem estremecer empresas tradicionais e mais estabelecidas. Por isso, mesmo as que trabalham com inovação não estão livres disso. 

O importante é não se desesperar e ter confiança no próprio projeto. Quando ele está bem estruturado e encaminhado para revolucionar a vida dos consumidores por meio da tecnologia, não há temor que dê conta de derrubá-lo.

Negócio da China ou com a China?

​Uma grande transformação na trajetória da 99 Taxi ocorreu depois de sua consolidação como startup de transporte individual no Brasil. Em muitas capitais brasileiras, a empresa havia alterado a relação dos passageiros com o transporte individual, barateando e deixando popular o uso de taxi para a locomoção nas grandes cidades. 

Mas quando a Uber chegou ao Brasil, em 2014, os fundadores da 99 sabiam que a briga seria dura. Mais do que isso: era praticamente impossível bater de frente com a gigante multinacional. Não fossem os investimentos bilionários da chinesa Didi Chuxing, que comprou uma fatia considerável da empresa, é bem possível que ela sucumbisse à concorrência desleal. 

E esse não é um sinal de fracasso. Afinal, a 99 segue prestando serviços por todo o país, seus fundadores são referência ao falarem da fundação e crescimento de startups no Brasil e, ainda, a concorrência entre fintechs de transporte individual é saudável tanto para os motoristas quanto para os passageiros. 

Nesse caso, é possível afirmar que foram feitos um negócio da China e um negócio com a China. E todos saíram ganhando, provando como as startups vieram para ficar e os grandes investidores estão permanentemente de olho nelas. 

Olhando para as estrelas

​Qual é seu sonho profissional ao colocar uma startup em pé? Já se imaginou rodeado de garrafas de champanhe, comemorando números estrondosos de uma venda? Ou então, em algum momento já conseguiu visualizar uma transformação profunda em seu segmento de atuação?

Se a resposta for sim, você já está no caminho certo. Isso porque todos os CEOs consultados para a realização deste trabalho ressaltam a importância de sonhar alto desde o começo das atividades. Muita gente acredita que mirar alto demais é o primeiro passo para uma queda ainda maior. Este é um erro comum de quem não consegue tornar realidade projetos arrojados. 

Quando ninguém acreditava na viabilidade em seu negócio, os donos de unicórnios já se enxergavam no topo. Desde o primeiro passo, todos sabiam da própria capacidade de chegar lá, onde verdadeiramente estão. 

Como diz aquele antigo ditado, sonhar não custa nada. Desde que ele se converta em metas e objetivos bem estruturados, com trabalho realizado dia a dia e muita dedicação, é possível chegar lá. Mire no topo. 

Notas finais 

Em muitos casos, não somos capazes de diferenciar as ideias geniais, que valem bilhões de dólares, daquelas dispensáveis. Outras vezes, tudo não passa de mera questão de atitude, planejamento e audácia. Neste microbook, foi dado um bom direcionamento de como as dez principais startups brasileiras conseguiram trilhar o caminho do sucesso pleno, com profissionais arrojados e sem medo do fracasso. Se você tinha medo de seguir adiante ao tocar seu projeto, esperamos ter dado o empurrãozinho que faltava para novos rumos. Ser bem-sucedido também exige escolha e determinação.

Dica do 12min

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Quem escreveu o livro?

Daniel Bergamasco é jornalista com MBA em inovação e passou por veículos como Folha de S. Paulo (nas funções de repórter... (Leia mais)

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