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Este microbook é uma resenha crítica da obra:
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 9788563680679
Editora: Editora DSOP
O primeiro passo para sair de uma situação de crise é assumir para si mesmo que existe uma crise e que ela precisa ser controlada.
Muitas pessoas costumam fechar os olhos para os problemas em vez de confrontá-los e, de repente, o que era apenas um pequeno apuro acaba por se transformar numa grande bola de neve.
Admitir para si mesmo que determinada área da vida saiu do controle é doloroso. No entanto, quando o foco dos seus problemas são as dívidas, uma coisa é fato: quanto mais tempo você levar para se conscientizar, maior será o seu prejuízo financeiro.
Portanto, se você tem prestações atrasadas, utiliza o cheque especial como se fosse seu dinheiro ou costuma se apoiar em empréstimos como um “plano B”: você tem dívidas e, o que é pior, criou para si um círculo vicioso de péssimos hábitos que precisam ser combatidos urgentemente.
Há um raciocínio bem simples no mundo das finanças: quem tem prestações tem dívidas; quem tem dívidas paga juros; quem paga juros realiza menos sonhos.
Na maioria dos casos, o processo do endividamento começa com pequenas quantias, tão mínimas que as pessoas acabam fechando os olhos, não atribuindo muita importância a elas. É mais fácil fingir que não está vendo do que arregaçar as mangas e pensar em tomar alguma providência.
Passado algum tempo, o velho costume de “empurrar tudo com a barriga” faz com que as pessoas acabem se enrolando num emaranhado sem fim de endividamentos.
Quando se dão conta de que a situação está crítica, ainda assim, muitas vezes, “deixam para amanhã o que podem fazer hoje”, conforme dita o provérbio popular. O que acontece depois é que esse “amanhã” nunca chega e nenhuma providência é tomada.
O tempo vai passando e a situação vai se tornando cada vez mais crítica até o dia em que o endividado olha em volta, bota a mão na cabeça e se pergunta: “Meu Deus, a que ponto cheguei?”
A partir daí, a crise já está instalada e numa gravidade difícil de ser revertida. O sujeito perde a casa, o carro e já não tem mais controle nenhum sobre a sua vida financeira.
Para que isso não aconteça com você, esteja sempre de olho na quantidade de prestações incluídas no orçamento, nos juros que se acumulam quando você decide pagar a parcela mínima do cartão de crédito ou mesmo quando opta por realizar uma compra a prazo.
Essas e outras decisões financeiras, que muitas pessoas costumam tomar sem pensar no amanhã, podem se transformar numa verdadeira bola de neve se você não estiver bem atento e no controle das suas finanças.
Por tudo isso, se mantenha vigilante, acompanhando a movimentação das suas finanças periodicamente e, quando algo lhe parecer estranho e você detectar sinais de um pequeno apuro, abra bem os olhos.
Aproveite o momento de alerta para fazer uma revisão orçamentária das suas receitas e despesas, pois só assim você poderá evitar um problema futuro.
Ao repensar suas ações no que se refere às finanças, caso encontre um “foco de incêndio”, não se desespere e dedique-se a contorná-lo para que não ocorram danos maiores. E, se o fogo já tiver se alastrado, não hesite em pedir ajuda.
Acione todos os auxílios possíveis e não tenha vergonha em admitir que a coisa saiu do controle. Os mais fortes são aqueles que possuem a humildade de entender que não podem dar conta de tudo e que, de vez em quando, é preciso pedir ajuda.
Para quem tem dívidas, uma atitude primordial é rever o orçamento mensal. Se você está endividado e continua mantendo os mesmos gastos que vinha fazendo, não terá condições de reservar uma parte da sua renda para a negociação da quitação de seus débitos com os credores.
Seguindo a ideia de que sair das dívidas é o seu sonho prioritário neste momento, um montante dos seus ganhos deverá ser destinado a uma poupança. Dessa forma, você estará investindo numa nova maneira de organizar o seu orçamento.
Nela, a transferência de parte dos seus rendimentos será a primeira coisa a fazer assim que o dinheiro cair na sua conta. Com o restante dos valores você quitará as suas despesas corriqueiras.
Você deve estar pensando que, desse jeito, ficará impossível adequar receitas e despesas. No começo, essa readaptação será difícil, porém, com o passar dos meses, você verá que o método funciona.
Para que isso aconteça, você terá que se esforçar para colocar a sua vida financeira em dia. Será preciso “apertar os cintos” e abrir mão de pequenos prazeres dos quais você, porventura, vinha usufruindo em excesso.
E não pense que não há mais o que cortar das suas despesas, pois as “gordurinhas” de custos estão sempre lá, seja no valor da assinatura da TV a cabo ou nas guloseimas extras que acabam escorregando para dentro do carrinho no supermercado.
Portanto, reavalie o seu orçamento, corte das despesas mensais tudo o que for supérfluo e, principalmente, inclua nele o valor total que irá poupar a fim de quitar suas dívidas.
É fundamental que você assuma o controle do orçamento com base no qual terá que viver pelo tempo necessário para equilibrar a sua saúde financeira.
Procure seus credores e tente negociar um acordo para que o montante das dívidas possa ser parcelado. Mas lembre-se: proponha acordos financeiros pensando em números que caibam no seu bolso.
Caso o seu credor não aceite um acordo que seja bom para você, recuse a proposta e opte por outra estratégia: poupar. Nessa escolha, a sua disciplina terá que ser grande. E acredite: você pode!
Todo mês, você deverá depositar na poupança o valor que havia considerado para o parcelamento da dívida que é, na verdade, a reserva que se comprometerá a separar para a realização desse sonho.
Após o tempo transcorrido, com uma boa quantia acumulada você poderá procurar novamente o credor. Ele estará muito mais receptivo ao seu contato e você terá melhores condições de negociação tendo o dinheiro à vista para saldar o seu débito.
Nesse meio tempo, pode ser que você seja contatado por empresas de recuperação de crédito que possuem uma margem grande para fechar acordos de quitação de dívidas com valores bem mais acessíveis.
Por enquanto, concentre-se na reestruturação do seu orçamento mensal e inclua nele a retirada dos valores para a concretização dos seus sonhos.
Com paciência e disciplina, você alcançará não somente a saída do endividamento como também a chance de realizar uma série de outros desejos, sem abalar o equilíbrio da sua saúde financeira.
É muito comum ouvir as pessoas dizerem que o cartão de crédito é o grande vilão dos endividados. Entretanto, tudo depende da mão que está segurando o cartão de crédito. Ou seja, tudo depende de você.
O cartão de crédito é um meio de compra. A forma como você irá utilizá-lo é que vai determinar se essa será uma via benéfica ou maléfica. Ou seja, os elementos determinantes são: comportamento, hábitos e educação financeira.
A responsabilidade pelo consumo e pelo endividamento desenfreados é somente sua; portanto, pense muito bem antes de optar por essa forma de pagamento. Uma das grandes ciladas do cartão de crédito é o valor determinado como limite.
Para aqueles que não se controlam, é fundamental que o limite de crédito seja equivalente a no máximo 30% de sua renda líquida. Parece pouco? Pode ser, mas tenha certeza de que, mantendo-se dentro desse limite, será muito mais difícil que seu cartão de crédito o leve ao endividamento.
Por medida de segurança, verifique desde já os valores dos limites de seus cartões de crédito e, caso estejam acima desse percentual estipulado como financeiramente saudável, procure a administradora e solicite uma redução no limite.
Mesmo que eles argumentem em posição contrária, seja firme e exija a alteração. Você, como cliente, tem esse direito. Não permita que o limite ilusório do cartão de crédito programe seu cérebro de forma equivocada, levando-o a incorporar esse valor como um dinheiro seu, pois não é.
Outra coisa com a qual se deve ter muito cuidado é a compra parcelada. Não se engane com o valor das prestações, pois você está adquirindo o valor total e não uma pequena quantia mensal.
Muitas pessoas se perdem nesse raciocínio. Por exemplo, ao adquirir um celular que custa R$ 1.000,00 em 10 vezes, elas acabam imaginando que estão se comprometendo a arcar com R$ 100,00 por mês, valor que não assusta, mas que, no entanto, não corresponde ao valor real da compra.
Para evitar erros desse tipo, é importante lembrar que você está se comprometendo a pagar um produto no valor de R$ 1.000,00. Essa é a quantia real, que pode assustar sim, e muito, dependendo das suas condições financeiras.
Portanto, “não jogue a dívida para o universo”. Hoje você sabe se tem ou não R$ 1.000,00 para comprar um celular; no entanto, daqui a dez meses, você não pode prever que rumo a sua vida irá tomar.
Sendo assim, não se comprometa com algo que possa, lá na frente, se transformar num problema. Dê um passo de cada vez, conforme o tamanho das suas pernas.
Muitas pessoas que, por terem um alto limite de crédito e certa compulsão às compras, acabam não conseguindo, no final do mês, quitar o valor total de suas faturas.
Sem saber como resolver a situação, elas acabam optando por pagar um valor menor e, muitas vezes, até o mínimo permitido. E aí é que está a grande cilada.
Sentindo-se mais confortáveis com a “segurança” de saber que poderão sempre pagar um valor menor do que o valor real, essas pessoas passam a alimentar esse hábito nada saudável, que termina por conduzi-las para a areia movediça dos juros sobre juros.
Contentes por pagar a fatura sempre na data correta, elas adotam o valor mínimo como um valor real, o que não pode jamais acontecer. Essa é a forma mais fácil de se enganar.
De repente, você se vê envolvido numa dívida gigante que estava ali crescendo em silêncio, encoberta pela ilusão de que ao quitar a parcela mínima você estava em dia com as suas responsabilidades.
Há quem faça ainda pior: quando percebem que o limite do cartão foi excedido, algumas pessoas passam a consumir num segundo cartão e, mais adiante, num terceiro e assim sucessivamente.
Por isso, tenha no máximo dois cartões de crédito, com datas de vencimento alternadas entre o início e o meio do mês, caso você tenha duas entradas de renda no seu orçamento.
Se esse não é o seu caso, conscientize-se de que você precisa de apenas um cartão, com limite máximo de 30% da sua renda e uma boa data de vencimento. O resto é armadilha!
A linha de crédito que mais mexe com a cabeça das pessoas é o cheque especial. O nome em si já é uma armadilha, onde pode-se ler “temos algo especial para você”. Ele esconde o real significado da expressão, que é “temos uma dívida especial para você”.
A maioria das pessoas usam o cheque especial com frequência. Se forem questionadas sobre quanto elas imaginam que já pagaram de juros pelo uso dessa linha de crédito em toda a vida, certamente, não oferecerão uma resposta nem aproximada.
Se reduzirmos a pergunta para o valor pago em juros no último ano, ainda assim as pessoas não saberão dizer. O que podemos observar é que há um tremendo analfabetismo financeiro em nossa sociedade.
A maior parte das pessoas não é capaz de explicar como funciona o sistema de crédito que o cheque especial utiliza, mas, mesmo assim, adotam-no como salva-vidas praticamente todo mês.
Quando as pessoas usam o dinheiro do cheque especial sem ter noção do que, de fato, estão desencadeando, elas atraem para si um grande risco. Você atravessaria uma ponte sem saber onde ela vai dar? Claro que não. Pois é a mesma coisa.
Em poucas palavras, o cheque especial é uma linha de crédito pré-aprovada, que fica à disposição do correntista e pode ser utilizada a qualquer instante. É um crédito fácil, muito fácil.
No entanto, veja bem, você deve considerar que o banco não está cedendo uma quantia de dinheiro assim tão prontamente porque ele é muito legal com seus clientes. Trata-se de um negócio em que ele emprestará determinado valor e, depois, cobrará os juros que constam em seu contrato.
Esses juros são proporcionais à quantia que você utilizou e ao número de dias que você demorou para repor. Parece simples, mas não é. Grande parte das pessoas que faz uso do cheque especial não consegue calcular de cabeça o custo desse empréstimo.
Seria o equivalente a contratar um serviço sem saber ao certo quanto se vai pagar por ele. Pensando assim, não é estranho que tanta gente seja adepta dessa linha de crédito?
O que acontece é que a taxa de juros do cheque especial varia de acordo com as medidas econômicas adotadas no país e cada banco possui o seu percentual, ou seja, não existe uma padronização no contrato dessa linha de crédito.
O cheque especial é um empréstimo muito fácil de tomar, porém, extremamente complicado de calcular. Os juros, difíceis de prever, acabam sendo debitados direto em sua conta-corrente, passando quase que despercebidos.
É primordial que você incorpore o seguinte pensamento: esse dinheiro não é seu e quando você o tira da conta, cada dia que passa sem reposição, os juros estão correndo numa velocidade bem maior do que a entrada de rendimentos no seu orçamento.
Usando como exemplo um caso muito comum entre as pessoas: o sujeito é assalariado, trabalha 12 meses e recebe 13 salários; porém, acaba por ter em mãos a quantia referente a 11 salários. O restante é devorado pelos juros de seu cheque especial. Será que isso é um bom negócio?
Ninguém faz esse cálculo; no entanto, se você tem um rendimento mensal que se equipara ao limite do seu cheque especial e faz uso dele sempre que pode, isso significa que a cada oito meses você está dando praticamente um salário mensal à sua instituição financeira.
Olhando dessa forma, dá até medo de ter o tal cheque, “tão especial”, não é mesmo? Pois então aproveite o seu estado de perplexidade e procure o seu gerente. Peça a ele que retire a opção desta dívida que está atrelada à sua conta corrente.
Sem ter um acesso tão fácil ao empréstimo, você acabará sendo forçado a adiar alguns gastos ou mesmo pensar em outras soluções que não o cheque especial para contornar suas necessidades financeiras até porque, de especial e benéfica essa linha de crédito não tem nada.
Uma das principais causas do endividamento é a compulsão pela compra. Assim como a gula é condenada por não fazer bem à saúde, o consumismo desenfreado também deveria ser combatido, visto que é tão prejudicial quanto a disfunção alimentar – ou até mais.
A maior parte das pessoas, bombardeadas constantemente pela publicidade voltada aos apelos de compra, acaba consumindo tudo o que vê pela frente. No entanto, quem muito compra, muito deve.
Tem gente que argumenta: “Mas compras não são necessariamente dívidas”. Se aprofundarmos um pouco essa discussão, é possível analisarmos que toda compra já vem com juros embutidos no parcelamento.
E mais: se você não tiver dívidas sem valor para quitar mensalmente, terá muito mais dinheiro para investir numa dívida de valor, apostando na ampliação do seu patrimônio ou da sua capacitação profissional, entre outras possibilidades nesse sentido.
Muitas pessoas atrasam a prestação do apartamento ou a mensalidade da faculdade, porém são sempre vistas com roupas e sapatos novos da grife do momento ou bancam jantares em restaurante de luxo, queimando assim os recursos financeiros que poderiam estar sendo destinados às faturas de suas dívidas de valor.
A febre de consumo é a coqueluche da sociedade atual e, se você não estiver imune a ela, poderá ser a próxima vítima do endividamento – se já não o é.
Existem casos alarmantes, como aquele em que o sujeito se vê obrigado a devolver o carro cujas prestações não consegue mais bancar ou, pior, tem que penhorar seus bens como garantia de que irá honrar com compromissos financeiros que estão muito acima de suas condições reais.
Se você está passando por uma circunstância parecida, puxe o freio de mão e dê uma pausa na sua vida. Reveja seu comportamento, olhe-se no espelho e encare a realidade.
Talvez você tenha passado de consumidor a consumista, sem perceber, e isso esteja levando a sua vida financeira para um buraco do qual você não consegue sair. Para auxiliar no controle da compulsão ao consumo, tente, antes de realizar uma compra, se fazer as seguintes perguntas:
Exercendo essa reflexão positiva, você já pensará duas vezes antes de ceder ao impulso de comprar. Se ainda assim você se mantiver firme no propósito de realizar a aquisição do produto em questão, considere ainda mais outras questões importantes antes de efetivar a compra:
Com essas questões em mente, tente readequar a sua compra, estudando o melhor custo-benefício e fazendo o possível para quitá-la à vista, não protelando nenhuma responsabilidade para seus rendimentos futuros.
Mantenha os pés no chão e esteja atento para que o ato de consumir seja algo pensado e não uma atitude tomada num impulso, que é, o que acontece na maioria das vezes com propagandas de encher os olhos.
Para que você possa colocar em prática as estratégias com as quais pretende sair das dívidas, bem como promover uma reestruturação nos seus hábitos financeiros, é preciso reunir a família e apresentar os problemas para que todos possam participar do processo de retomada da sua saúde financeira.
Muitas vezes, dentro de casa, os outros integrantes não colaboram com o aperto financeiro que você está propondo e, em alguns casos, o motivo é a falta de comunicação.
Portanto, reúna todos os seus familiares num ambiente agradável, com um lanche à disposição, e proponha o compartilhamento de ideias e experiências. As crianças também podem ser incluídas na ocasião.
Quando as pessoas trabalham em grupo, são várias cabeças pensando e muitas mãos para executar as estratégias, ou seja, qualquer plano fica muito mais fácil e todo objetivo se torna mais próximo de ser alcançado. Para iniciar a conversa, o melhor tema são os sonhos.
É preciso que todos entendam que, ao retomar o equilíbrio financeiro, alguns desejos que custam dinheiro podem, aos poucos, ser realizados. E se a situação econômica da casa estiver crítica, talvez o grande sonho comum a todos seja reverter esse quadro.
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Reinaldo Domingos, o autor do presente livro, é doutor em Educação Financeira, terapeuta financeiro, educador, escritor e o presidente da DSOP e da Editora DSOP. Sendo especialista no conc... (Leia mais)
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