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Este microbook é uma resenha crítica da obra:
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 978-85-431-0578-9
Editora: Editora Sextante
Nenhuma outra etapa na vida de uma mulher apresenta tanta vulnerabilidade nutricional quanto a gestação. Nessa fase, ela se torna mais sujeita aos danos provenientes de uma má alimentação, sobretudo, por se tratar de uma etapa na qual o organismo encontra-se em um intenso metabolismo e, portanto, em elevada necessidade nutricional.
Os desequilíbrios nutricional e funcional, ocasionado por uma alimentação ruim, podem prejudicar a qualidade e o desenvolvimento das futuras gerações.
De acordo com uma recente publicação da OMS, os filhos, atualmente, contam com uma expectativa de vida inferior à de seus pais. A nutrição adequada é essencial para impedir desequilíbrios e para assegurar o duplo objetivo composto por qualidade de vida e longevidade.
Os hábitos de alimentação adotados pela mãe durante a gestação são de importância capital, na medida em que influencia decisivamente nos níveis de aceitação de novos cheiros e sabores aos quais a criança será submetida quando chegar o momento de provar alimentos diferentes do leite materno.
Com efeito, até mesmo o desenvolvimento do olfato e do paladar são transmitidos pelo leite materno e pela placenta.
Cumpre ressaltar que a prevenção de enfermidades crônicas e não transmissíveis deve ser feita desde a fecundação (isto é, a partir dos 9 meses que antecedem o parto) até que a criança atinja os 2 anos de idade.
As futuras mamães devem estar cientes de que as alterações acontecem para que seus corpos se preparem adequadamente para o parto. É crucial acompanhar essas mudanças e confiar na lógica da natureza.
Entrementes, é necessário manter-se atenta e fazer o pré-natal, a fim de detectar quaisquer desvios da normalidade. Manter uma atitude positiva e bem fundamentada em conhecimentos científicos é fundamental para tomar boas decisões.
Pensar o tempo todo em complicações, riscos e problemas gera muita ansiedade, o que pode se refletir no estado emocional, influenciando, até mesmo, a produção hormonal.
Essa etapa deve ser encarada como uma importante oportunidade para revisitar obstáculos e traumas do presente e do passado, que possam comprometer um processo que, por si só, já é bastante complexo. Nesse contexto, é altamente recomendável buscar por grupos de apoio e levar em consideração fazer terapia.
A mulher, conforme mencionado, deve confiar na sabedoria da natureza e em seu próprio corpo. No Brasil, infelizmente, ter essa confiança não é o suficiente. Você deve procurar por uma equipe que acredite no corpo feminino, que ofereça respaldo a essa confiança, de modo a encontrar assistência humanizada.
Para que tudo corra bem no parto, você deve fazer as melhores escolhas possíveis, principalmente, relativas à equipe médica e ao hospital. Não se esqueça de que promessas não bastam: é imprescindível que os profissionais tenham um histórico que aponte vasta experiência nas melhores práticas.
Para garantir isso, você pode procurar relatos dos partos realizados pela instituição ou a equipe que selecionou. Pergunte a respeito do índice de cesarianas, de como os médicos lidam com cada caso, quando utilizam o fórceps, o que pensam sobre a episiotomia. Confira se as respostas dadas condizem com o que você esperava.
Bel Gil elenca uma série de recomendações para a amamentação, baseada em sua própria experiência, de modo que, a seguir, selecionamos algumas das mais relevantes para compor este microbook.
Ela aponta que, antes de mais nada, é preciso se preparar adequadamente para que o pós-parto transcorra da melhor forma possível, construindo uma forte “rede de apoio”.
Frequentemente, quatro braços não bastam para cuidar de um recém-nascido. Invista em um sling de qualidade, pois, durante os primeiros meses, o bebê passa a maior parte de suas horas acordado no colo.
Tenha sempre à mão o contato do banco de leite humano mais perto de sua casa e o número de uma consultora de amamentação. Procure outras mães que estão passando pela mesma fase que você: muitas amizades são originadas durante o pós-parto e se consolidam pelo resto da vida.
Mantenha-se informada sobre as atividades que ocorrem em sua cidade ou bairro destinadas às mães e bebês: você se surpreenderá quando superar o cansaço e decidir sair. Além de se acalmar, a criança mamará melhor enquanto você se distrair e respirar novos ares.
Jamais se compare a outras mulheres. Ser mãe não é sobre estar certa ou errada, mas sobre fazer, sempre, o melhor que você pode. Aprenda, assim que puder, a amamentar deitada. Trata-se de uma posição unânime, uma vez que lhe permite descansar mesmo se o bebê não largar o peito.
O bebê precisa, basicamente, de conforto. Para tanto, o colo é absolutamente fundamental. Lembre-se de que o recém-nascido está passando por uma transição. No interior do útero, ele tinha a sensação de aconchego todo o tempo – pelos sons do organismo materno e das batidas de seu coração, pela temperatura compatível e estável.
Após nascer, essa transição será mais branda se o bebê encontrar um ambiente que seja o mais similar possível ao ventre da mãe – o que, em termos práticos, significa o colo.
Obviamente, o bebê não viverá assim indefinidamente, porém, nas primeiras semanas ou dias de vida, o colo faz toda a diferença para ele.
Como ninguém é capaz de ficar com uma criança no colo 24 horas por dia, é preciso realizar certas adaptações, mas é fundamental compreender que a criança necessita desse calor corporal e aconchego.
Tome cuidado, também, com luzes e barulhos excessivos: o sistema nervoso do bebê ainda não está maduro, de modo que grandes variações de luz e som podem deixá-lo choroso e irritado, embora não cause necessariamente um mal ou dano à saúde da criança.
Isso não significa que você deverá ficar trancada em casa e não receber nenhuma visita. Entretanto, quando há grandes movimentos ou muitas alterações em sua rotina, o bebê tende a ficar mais nervoso, principalmente, no final do dia.
Em termos nutricionais, a amamentação suprirá todas as carências e necessidades alimentares do bebê. Logo, um bom suporte para que a alimentação ocorra adequadamente é imprescindível para garantir que o recém-nascido ingira o que precisa.
Em termos de higiene, as fraldas devem ser trocadas, pelo menos, 6 vezes por dia, a fim de evitar o risco de assaduras. Em relação ao banho, diferentemente do que a maioria dos pais pensa, ele não é indispensável nos 15 primeiros dias de vida.
Ao nascer, o bebê não transpira, de modo que o que ele realmente necessita é de uma higienização destinada a limpá-lo dos resíduos deixados pelo cocô e pelo xixi, isto é, uma troca de fralda e limpeza na área. Não é preciso, nesse período, dar banhos diários.
A definição do que fazer deve estar de acordo com a rotina de cada família. Não obstante, convém recordar que passar um dia sem banhar o recém-nascido não representa uma falha, sobretudo, se o clima estiver frio.
Nos dias quentes, é comum pensar que o bebê suará muito, mas, na realidade, somos nós, os adultos, que transpiramos.
Se estiver fazendo bastante calor e, consequentemente, o bebê ficar mais irritado, o banho pode ser a solução. Contudo, não é necessário utilizar água fervida ou filtrada. Esse processo vem a ser menos um ritual de limpeza do que uma forma de relaxamento.Obviamente, nos casos em que o recém-nascido aprecia o banho, pois há crianças que simplesmente odeiam se verem cobertas de água. Esse contato, em suma, serve mais para refrescar, relaxar ou integrar a rotina de sono da criança.
Certas crianças, desde o início de suas vidas, adoram comer, enquanto outras podem estranhar a consistência, o cheiro, a textura e o sabor dos alimentos sólidos e, assim, levar mais tempo para se acostumarem com a comida. Lembre-se de que careta não significa rejeição, mas uma reação espontânea à novidade.
Seja como for, algumas crianças demorar a se habituarem a uma rotina alimentar, o que pode ser muito preocupante e frustrante para a mãe. Tenha em mente que, de modo geral, os bebês precisam ser expostos a um determinado alimento cerca de 15 vezes antes de finalmente aceitá-lo ou rejeitá-lo.
Isso é normal, pois, até mesmo um adulto precisa acostumar seu paladar a um novo sabor. Portanto, não espere que seu filho aceite rápida e plenamente todos os tipos de alimentos.
Além disso, a criança passa por diferentes fases de preferência, continuando assim até atingir a idade adulta. A criança pode, por exemplo, gostar de brócolis dos 8 aos 11 meses e, posteriormente, perder seu interesse.
Você não deve se desesperar, mas compreender essas mudanças e procurar alternativas de alimentos para fazer substituições. Se for o caso, abandone temporariamente o brócolis (futuramente, ele poderá voltar, de formas diferentes, ao cardápio).
Quando o seu filho rejeita inicialmente os alimentos é preciso que você seja ainda mais insistente e paciente, vendo as coisas em perspectiva: afinal, todos os seres humanos, em algum momento, aprendem a comer. O paladar do seu filho será construído com carinho e paciência.
Não se exaspere com as rejeições e siga oferecendo alimentos nutritivos, variados, de texturas diversas e saudáveis – preferencialmente, comidas que os demais membros da família também possam comer, para que a criança veja todos comendo com alegria e prazer.
Não é recomendável oferecer recompensas ou prêmio para a criança que come e punições para a que não come, uma vez que a alimentação deve ser prazerosa e não uma fonte de estresse.
Essas orientações da autora são válidas, principalmente, para crianças maiores de 1 ano, pois o leite materno é a principal alimentação, apenas complementado pelas comidas sólidas.
O período inicial de alimentação sólida (que pode durar dias, semanas ou meses) deve ser considerado uma fase de experimentação, uma espécie de brincadeira, mais do que um processo voltado a matar a fome.
Após o primeiro ano, a comida deve se tornar o principal alimento, invertendo a posição do leite materno que, agora, passa a ser o complemento.
Se o seu filho ainda não comer quase nada após 1 ano de idade, consulte um pediatra e investigue os motivos e, se necessário, recorra ao auxílio de um nutricionista infantil.
A mais importante lição de Bela Gil talvez seja a de que é possível ser mãe e criar os filhos sem levar uma vida como a das propagandas de margarina.
Com efeito, não necessitamos de tudo aquilo que tentam nos fazer comprar, seja em termos de ideologia (a rotina ideal, a criança que dorme sozinha a noite inteira, o manual para criar crianças felizes e bem-sucedidas) ou de produtos (o enxoval produzido em Miami, os brinquedos caríssimos, as comidinhas prontas).
Para auxiliar os seus filhos a serem indivíduos responsáveis e realizados, você não deve abrir mão dos seus valores e daquilo que lhe faz feliz: os ideais, o romance com o companheiro, o lazer e a vida profissional. A maternidade deve ser uma conquista única e transformadora e não um pesado fardo que mina sua vontade e a retira do convívio com tudo aquilo que você mais ama. Do contrário, não seria tão bela!
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Bela Gil é uma culinarista e apresentadora de TV, além de ser a nossa autora. Forte defensora da alimentação consciente e saudável, Bela pode trazer a você diversas... (Leia mais)
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