Seja Obcecado ou Seja Mediano - Resenha crítica - Grant Cardone
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Seja Obcecado ou Seja Mediano - resenha crítica

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Startups & Empreendedorismo

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 1101981059, 978-1101981054

Editora: Alta Life

Resenha crítica

Desafiando o sonho da comodidade

É muito comum crescer com a impressão de que a recompensa pelos duros anos de trabalho e lealdade será uma aposentadoria bem gorda e muito tempo livre para gastar. Ao receber essas recompensas, todos os anos de trabalho duro e a juventude gasta terão valido a pena. Neste cenário, o pico de animação dos anos seguintes talvez seja um jogo de baralho no parque ou um bingo no salão de idosos. Porém as coisas não precisam necessariamente acontecer desta maneira.

É possível sonhar alto e desejar que, ao chegar na aposentadoria, seus feitos sejam tão grandes que a sensação de dever cumprido nunca passará.

A única coisa que freia os sonhos mais mirabolantes de se tornarem realidade, como defende o autor, é o medo da rejeição, ou de falhar, e a falta de ambição. Mas, uma vez que se experimente a imensidão de emoções decorrentes do uso correto da obsessão, os medos podem ser usados em benefício próprio. Somente assim é possível trilhar o caminho para liberar as recompensas ilimitadas que acompanham as grandes ambições.

Obsessão e vida equilibrada

Apesar da palavra obsessão estar frequentemente associada a um sentido pejorativo ou até doentio, o autor trabalha com a ideia de obsessão como uma força que impulsiona, um tipo de combustível que dá ao portador energia para romper seus limites na vida e nos negócios.

Um exemplo de como a obsessão faz a diferença é no cansaço. Frequentemente chega uma época em que parece que o trabalho está sugando todas as energias. Quando a pessoa se encontra nessa situação limite há somente duas opções: ela pode tirar um tempo para descansar ou se tornar uma pessoa obcecada.

Em geral, as pessoas escolhem a primeira opção, mas apenas descansar não vai ajudar muito na maratona para alcançar os alvos pessoais, e depois do tempo sabático as pressões estarão de volta.

Para se alcançar um nível maior, a obsessão torna-se um ingrediente essencial - ela dá força para caminhar e atingir a superação, sempre em direção aos objetivos escolhidos. Quando isso acontece, parece que energia está sendo gerada e não que estamos sendo mais sugados. Contudo quando o cansaço e sensação de estar sendo drenado continua, é bom fazer uma reavaliação do propósito de vida: talvez tenha ocorrido algum desvio no caminho.

O autor cita que, ao completar 40 anos, ele começou a sentir cansaço e estresse. Ele então percebeu que estava cruzando o país várias vezes para dar as suas palestras. Nos dias em que era feriado nos Estados Unidos, ele agendava palestras no Canadá. Não era incomum para ele acordar sem saber em que cidade estava.

Então floresceu na mente de Cardone que todas essas viagens e palestras tinham o desviado de sua verdadeira obsessão. Ele não almejava ser um palestrante, na realidade ele queria ser o maior vendedor da terra. Depois de colocar no papel seu verdadeiro propósito e reafirmar suas metas de vida, ele imediatamente se sentiu revigorado.

Muitos pensam que ser obcecado leva a uma vida desbalanceada, mas o autor afirma que encontrou na obsessão a chave para eliminar o cansaço, liberar mais energia e alcançar o equilíbrio na vida.   

Uma vida equilibrada não é a respeito de ter muito tempo livre para relaxar ou passear, é a respeito de ter a carreira e dinheiro desejados em conjunto com saúde, uma família feliz e fé inabalável. Para isso, é preciso trabalhar duro o tempo todo, o que significa que é preciso dispor de uma paixão maior, e ela anda lado a lado com a obsessão.

Ao nos tornarmos obsessivos, essa energia extra nos permite manter o ritmo e assim nos dedicamos ao máximo tanto aos negócios como à família. Essa energia faz com que você aproveite ao máximo cada segundo, por exemplo por combinar tempo em família com exercícios físicos ao levar seus filhos para a academia com você pela manhã, algo que o autor confessa gostar de fazer.

Manter a obsessão cria novas motivações

Digamos que você saiba qual é sua paixão na vida, mas, de repente, levou um tempo muito curto para alcançar os objetivos traçados. Nesse caso a questão não é sobre como começar a perseguir sua paixão e sim como continuar após tê-la alcançado.

A urgência de passar todos os dias deitado em uma rede apenas aproveitando o melhor da vida é um pensamento tentador que pode minar as convicções e trazer, na verdade, um descontentamento. O autor argumenta que é exatamente aqui que fazemos o uso da obsessão. Uma excelente carreira não é aquela que se contenta ao alcançar o primeiro objetivo e de repente termina, ao invés disso, desenvolve uma série de objetivos e metas, cada uma mais audaciosa do que a anterior.

Ter uma obsessão significa que você não é uma daquelas pessoas cujo único objetivo é se aposentar para ter tempo de sobra para assistir ao futebol. Seus objetivos precisam ser grandiosos, te levando a um futuro sem limites. Sentir um propósito desta maneira faz parte da descoberta do eu interior e faz com que a pessoa se sinta animada ao levantar da cama todos os dias.

O autor exemplifica este ponto falando de quando concluiu a meta de possuir de 100 apartamentos, a partir dali ele se tornou mais ambicioso e decidiu que seria então dono de 500 apartamentos. Em 2016, ano da publicação do livro, a contagem já chega a 4.500 apartamentos.

Uma vez que você ganhe um milhão de dólares, por que não colocar uma nova meta em um bilhão? Comece a pensar em todas as entidades de caridade que você poderia fundar e o chão firme que você poderia prover para as futuras gerações. Com ambições sem limites, você terá todos os dias o combustível necessário para uma vida excepcional.

Por outro lado, se você imagina uma vida de aposentado nas quadras de bocha, seu objetivo é muito raso e uma vez alcançado o que fazer depois? Sem perceber, você estará passando a maior parte do tempo assistindo televisão enquanto a depressão se instala em sua vida.

Se você não quer uma vida ordinária você tem que dar a si mesmo um propósito grandioso que irá te acompanhar junto com sua carreira. Portanto, nunca se contente. Mantenha-se ativo e continue a mirar alturas maiores através de sua obsessão.

Mire alto e se preocupe com os detalhes depois

Ninguém consegue prever como as coisas acontecerão, afinal, bolas de cristal não estão mais na moda. Mesmo bilionários não sabem exatamente como eles farão sua fortuna, eles têm apenas a ideia fixa de que o farão de algum jeito. Nós deveríamos imitá-los, eles prometem dez vezes mais do que acham que é possível entregar e então forçam a si mesmos e seus times para encontrar uma forma de entregar o que foi prometido. Então, é importante sempre mirar alto e fazer promessas que farão com que você abrace o desafio.

Todos os grandes eventos da vida - como casar, ter um filho, começar um negócio-, demandam que se entre de cabeça e depois se aprenda a nadar conforme a maré. Ninguém planeja por décadas, nos mínimos detalhes, como se casar ou como ter um filho. Em geral, ocorrem em um tempo bem menor e as pessoas aprendem a lidar com tudo durante o processo. O mesmo princípio deve ser aplicado para nossos objetivos pessoais e negócios.

Ser o primeiro é muitas vezes mais importante do que ser perfeito, como a Apple provou diversas vezes. Quase todos os produtos que a Apple lançou tinham uma série de problemas, porém a empresa sabia que a grandiosidade, ousadia e inovação eram mais importantes do que gastar tempo com testes, protótipos ou betas. Este é o motivo da Apple ser considerada uma das melhores marcas já criadas: ela trazia algo novo antes de todas as outras.

Outro exemplo que devemos seguir é o do time de futebol americano New England Patriots. Quando Robert Kraft se tornou dono dos Patriots em 1995, eles estavam em uma situação difícil. Entretanto, isso não desanimou Kraft, que chegou a prometer a vitória no Super Bowl. Isso inspirou os jogadores a dar 110% em campo a cada temporada e em todos os jogos e a consequência dessa promessa é que eles venceram cinco Super Bowls desde que Kraft assumiu a presidência do time.

Além da trajetória de sucesso, a marca Patriots vale cerca de $3,2 bilhões e alguns dos melhores assentos são vendidos por até $500 e as áreas corporativas por até $500.000. Assim como os jogadores, os fãs também foram inspirados a acreditar que seu sonho irá cada vez mais longe a cada ano e não economizam ao querer fazer parte deste sonho.

Faz parte dos negócios prometer a lua e ter a confiança de que haverá um plano para pôr em ação.

Abraçar seus medos te ajuda a ter sucesso

Inevitavelmente, ao romper-se os limites em direção ao sucesso, uma parcela de medo sempre surge, mas, no entanto, não devemos deixá-lo nos paralisar. O medo precisa ser compreendido e assimilado pois ele caminha lado a lado com o sucesso. O medo basicamente se apresenta de duas formas: medo de rejeição e medo de falhar, e você tem que lidar com ambos se tem como meta ser uma pessoa bem-sucedida.

Em 2008, J. K. Rowling lecionou uma aula em Harvard. Ela disse que aquilo que o torna grandioso na vida é ser corajoso o suficiente para falhar. Então se você nunca falha, você nunca vive.

Rowling fala por experiência própria, afinal, ela recebeu 12 cartas de rejeição antes que o manuscrito do primeiro Harry Potter fosse aceito por um editor, que coincidentemente, depois de publicado, acabou por vender doze milhões de cópias. Se ela tivesse permitido que o medo de falhar a dominasse, Harry Potter poderia nem existir hoje em dia, algo inimaginável na mente dos amantes da série!

Então deve-se ir em frente e sentir medo, sabendo que está tudo bem, porque isso mostra que você está superando seus limites e avançando. Se o medo não for sentido de tempos em tempos, isto pode significar que você está vivendo em uma zona de conforto e se tornando um peixe grande em um lago pequeno, o que deve-se evitar pois significa que não há crescimento.

Se a estagnação já se alojou, talvez seja a hora de mudar para um lago maior. Talvez seja a hora de abrir uma filial em outra cidade ou explorar novos negócios e parcerias que trarão exposição a um novo mercado.

Quando se trata de vencer os competidores, medo também pode ser uma arma útil. Aceitar o medo gira em torno de ter a mentalidade correta, e assim obter uma vantagem psicológica.

Para o autor, a grande reviravolta foi em meados de 2008 junto com a crise econômica. Naquela época, todos estavam apreensivos sobre o futuro e ele então decidiu usar este medo como um incentivo para ser mais agressivo em suas vendas e fazer mais cursos e palestras. Portanto, enquanto os outros estavam correndo, com medo, ele estava expandindo para novos mercados, o que lhe rendeu bons retornos financeiros.

Concentrando os esforços

Independentemente de qual seja o medo, sucesso é algo que sempre será medido pelo crescimento. Isso significa que a coisa mais inteligente a fazer é colocar o lucro e energia em expandir o negócio. Com essa estratégia, as chances de controlar o mercado serão melhores. Além disso, os gastos devem ser muito mais importantes do que as economias.

A linha de pensamento do autor sugere que o dinheiro que não está sendo usado não é muito útil, o único dinheiro que importa é o dinheiro que está te ajudando a crescer.

Isso também faz sentido do ponto de vista fiscal. Enquanto os lucros estão sempre sendo taxados, o dinheiro reinvestido no negócio geralmente não sofre com este problema, fazendo com que o dinheiro reinvestido tenha um valor maior no fim das contas. Então, é sábio procurar sempre investir e crescer, incluindo a expansão para novos mercado e oportunidades inexploradas.

O autor recomenda que se gaste entre 30 a 40% dos seus lucros em oportunidades de expansão.

Mas se essas oportunidades de expansão forem difíceis de se encontrar, então o segundo melhor conselho é gastar este dinheiro em propaganda. De maneira geral, dinheiro gasto com marketing, propaganda e mídias sociais nunca é desperdício. Quando o negócio se torna uma marca de referência, aquelas oportunidades de expansão escondidas começam a bater na sua porta.

O que quer que você faça, não tente ser um lobo solitário. Ser um líder significa guiar o seu time para o sucesso, e frequentemente isso significa ter um time grande.

Atualmente, cerca de 75% das empresas nos Estados Unidos são o que o autor chama de lobos solitários, pessoas que tentam fazer tudo sozinhas, e quando vemos a média de seus lucros, não ultrapassa $44 mil ao ano por empresa.

O autor aprendeu a limitação desta abordagem do jeito mais difícil, passou dez anos tentando fazer tudo sozinho, até que percebeu que ser o líder significa saber delegar o trabalho e contratar pessoas para te ajudar a ganhar seu dinheiro. Foi aí que Cardone começou a empregar muitas pessoas e a empresa começou a realmente crescer.

Use o ódio dos críticos como combustível para sua obsessão

Com o sucesso, certamente virão os opositores. É assim que funciona no mundo dos negócios. Mas desde que você possa se antecipar com relação ao seus competidores e críticos, você sempre estará preparado.

Hoje em dia, o panorama das mídias sociais é cheio de opositores, os chamados “haters”. Estes haters estão em todos os lugares e a melhor maneira de lidar com eles não é tentar calar a boca deles e sim ser grato por sua atenção.  

O autor coloca da seguinte forma: quanto mais haters você tiver, mais bem-sucedido você é.

Há um antigo ditado que diz que não existe má publicidade, e neste caso, haters podem ser usados como propaganda gratuita. Quando alguém te critica é porque o vê como um dos líderes do mercado, afinal, como diz o ditado, ninguém chuta um cachorro morto. O haters e críticos impetuosos só gastam energia com aqueles que eles realmente consideram importantes.

Em outras palavras: se você tem um milhão de pessoas no Twitter te odiando, há uma chance de você se tornar o próximo presidente!

Os haters também nos tornam mais resilientes. Pense sobre todos aqueles valentões que te pressionaram por tantos anos, bem ou mal, tiveram um papel na construção de quem você é hoje.

Não importa se eram os que faziam piadas, ou garotas más que te humilhavam no colegial, o gerente do banco que não aprovou seu empréstimo, o hater que está te chamando de porco capitalista. Eles podem ser um estorvo, mas eles também podem te ajudar a formar uma casca mais grossa e injetar combustível na sua paixão, te dando forças para provar que eles estão errados. Se utilizadas corretamente, as palavras dos haters podem ser usadas para ajustar ou mesmo criar novos produtos.

Contudo, não são apenas os haters que podem se colocar entre você e sua obsessão. Às vezes, os próprios membros do seu time podem ser os que mais estão te segurando.

Seja obsessivo por ter o melhor time possível

O que você consideraria mais importante para gerar lucro, ser legal ou ser eficiente? Ao escolher a segunda opção, afinal estamos falando do seu negócio, você terá que tomar decisões impopulares de tempos em tempos, para manter a liderança e garantir que todos estejam caminhando na mesma direção.

A melhor maneira de manter o controle da sua equipe e do negócio é controlando as conversas, literalmente.

Todos tem que estar cientes que você está escutando e observando a todo tempo. Isto significa ouvir as ligações dos vendedores para ter certeza que o seu time está sendo agressivo e passional, com relação ao produto, da mesma maneira que você faria se estivesse fazendo a ligação.

Se alguém não está dentro dos seus padrões de como vender, ou se o cliente não estiver sendo propriamente aconselhado, é totalmente aceitável que você entre na ligação e coloque as coisas nos eixos.

Há ainda outras maneiras de mostrar a um time que eles são reconhecidos e de ter certeza de que eles estejam pessoalmente engajados em cada aspecto do negócio.

O autor criou o hábito de mandar mensagens pessoais de agradecimento para os funcionários que se empenham de corpo e alma ao trabalho. Mesmo que ele esteja a milhares de quilômetros do escritório ele grava um vídeo em seu telefone e manda para o time. Atitudes honestas e pessoais como essa com certeza garantem o comprometimento dos funcionários.

Mas o verdadeiro controle começa com a necessidade de ser implacável na hora de contratar ou despedir.

Quando alguém é contratado um acordo está sendo feito: o empregador paga a eles e os trata de maneira justa, enquanto eles performam um trabalho de acordo com certo padrão. Então, quando um empregado falha em cumprir sua parte do acordo e se torna um peso morto, você não deve se sentir tão mal sobre despedi-lo e colocar outra pessoa no lugar que fará o trabalho da maneira correta.

Nos dias de hoje, não se espera mais que alguém trabalhe no mesmo emprego por 50 anos. A maioria das pessoas terá passado por diversos empregos no curso de sua carreira. Os chamados Millenials são bem cientes de como tirar vantagem dos contratos de curto tempo para construir uma carreira diversificada.

O seu trabalho é construir um time que é tão obsessivo e passional a respeito do negócio quanto você. Com isso em mente, o sucesso com certeza o seguirá.

Notas Finais

A mensagem central deste livro é: ser excepcional significa ter a mentalidade correta. Para ser bem sucedido, você precisa almejar expectativas altas para si mesmo e sua empresa mesmo que pareçam impossíveis. Esses grandes objetivos são a chave para motivar sua incansável força de trabalho e te impulsionar na direção dos resultados excepcionais.

Não gaste tempo com tarefas que não impulsionam a sua obsessão.

Não deixe tarefas rotineiras devorarem seu tempo, invista seu tempo perseguindo seus sonhos. Não hesite em pagar alguém para fazer sua faxina, limpar seu carro ou cortar a grama. Com certeza há coisas mais importantes que se encaixam melhor com suas habilidades e que farão seus planos irem para frente.

Se utilizada corretamente, a obsessão pode renovar as energias, alinhar o caminho para chegar no alvo e nos manter ativos e almejando alvos cada vez mais altos.

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Quem escreveu o livro?

Grant Cardone é um escritor e palestrante motivacional norte-americano. Graduado em Contabilidade pela universidade estadual de McNeese, recebeu o prêmio de Aluno Destaque em 2010. Cardone é autor de 5 livros: Sell To Survive (2008), The Closer'... (Leia mais)

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