A Marca da Vitória - Resenha crítica - Phil Knight
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A Marca da Vitória - resenha crítica

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Biografias & Memórias

Este microbook é uma resenha crítica da obra: Shoe Dog: A Memoir by the Creator of Nike

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 1501135910, 978-1501135910

Editora: Editora Sextante

Resenha crítica

A vida em Oregon

A história começa em 1962. Oregon era o tipo de lugar em que nada muito grande acontecia, mas ainda assim era um bom lugar para se chamar de lar, segundo Buck. Ele não tinha certeza do que queria ser, mas sabia que queria ser bem-sucedido. Sua principal fantasia era se tornar um atleta de sucesso, mas, impossibilitado de alcançá-la, começou a pensar sobre como poderia fazer com que seu trabalho o fizesse se sentir como os atletas se sentem. Ele se convenceu de que isso era possível e decidiu perseguir esse objetivo, não importando quão louco isso pudesse parecer para outras pessoas.

Uma ideia inusitada

Buck decidiu contar a seu pai sobre sua ideia maluca em uma manhã. Ele havia escrito um texto sobre importar tênis do Japão. Seu plano era viajar ao Japão para investigar a viabilidade da sua ideia e experimentar outras culturas. Entretanto, ele precisava da aprovação de seu pai e da sua ajuda financeira para cobrir os custos. Para sua surpresa, seu pai concordou com sua ideia, embora parecesse mais aberto à parte turística da viagem do que à ideia de negócios.

O resto da família não apoiava Buck. Sua avó argumentava que os japoneses ainda estavam nervosos com a guerra e que ele correria o risco de ser preso. Suas irmãs mais novas não pareciam se importar muito com sua viagem. As semanas seguintes foram gastas planejando a viagem e ele passou a maior parte do seu tempo lendo e reunindo informações sobre o Japão. Quando não estava lendo, estava correndo, seu maior hobby. Além disso, ele também decidiu chamar seu colega de classe, Carter, para ser seu sócio no negócio.

Em setembro de 1962, os dois foram para São Francisco. Dormiram na casa de amigos por muitos dias e compraram uma passagem para Honolulu. Chegando ao primeiro destino da viagem, o Havaí, eles se encantaram. A vida lá era muito melhor do que pensaram, motivo pelo qual decidiram ficar por mais tempo do que o planejado. Eles até conseguiram empregos vendendo enciclopédias e adiaram um pouco a ida ao Japão. Eles decidiram alugar um apartamento, que custava 100 dólares ao mês.A timidez de Buck fez com que fosse muito difícil vender as enciclopédias e ele resolveu partir para o Japão.

Negócios no Japão

No dia de Ação de Graças, Buck deixou Carter no Havaí e continuou sua viagem para o Japão. Lá, ele se hospedou em um hotel muito ruim e, por sorte, seu pai conhecia algumas pessoas que o ajudaram a encontrar um lugar melhor. Depois de escutarem suas ideias de negócio, seus novos amigos o direcionaram para algumas pessoas que poderiam ensiná-lo como fazer negócios no Japão.

Buck conseguiu conversar com os donos de uma empresa de Tóquio, que o ensinaram sobre suas experiências com negócios internacionais. Ele contou para eles sobre sua ideia e a empresa japonesa se interessou. Buck foi então se encontrar com Onitsuka, uma empresa fabricante de tênis.

As primeiras vendas

Ao chegar nos escritórios da Onitsuka, ele foi para sala de conferências. Ele abriu a reunião dizendo: “Prezados, eu represento a Blue Ribbons Sports de Portland, Oregon. O mercado de tênis americanos é enorme e tem muito potencial. Se a Onitsuka entrar nesse mercado com preços menores que a Adidas, que é a marca mais usada pelos atletas americanos atualmente, podemos conseguir criar um negócio muito lucrativo”. Buck podia ver que os executivos estavam impressionados. Eles começaram a conversar uns com os outros e Buck explicou porque queria que sua empresa vendesse os tênis da Onitsuka nos EUA. Com isso, os executivos fizeram uma proposta para que Buck e sua empresa Blue Ribbons, representasse os tênis Onitsuka Tiger nos EUA.

Buck ainda passou algum tempo viajando pela Ásia e, em seu aniversário, voltou para casa.

Perto do Natal, chegaram algumas amostras de tênis do Japão. Muito feliz, Buck enviou dois dos cinco pares de tênis para seu treinador na universidade, Mr. Bowerman. Eles se encontraram depois e Bowerman demonstrou interesse em ser sócio de Buck no negócio dos tênis.

O treinador não queria ser um sócio controlador, então Buck ficou com 51% da empresa e o treinador com 49%. Depois disso, Buck pediu 300 pares para a Onitsuka e pediu para ser o distribuidor no Oeste. Dessa vez, os tênis chegaram imediatamente e Buck abandonou seu emprego e começou a vender tênis.

Em 1964, os primeiros 300 pares que Buck havia pedido tinham se esgotado. Ele pediu outros 900 pares e fez um empréstimo com um banco para conseguir pagar. Os negócios iam bem e Buck estava expandido sua empresa para São Francisco e Los Angeles.

Buck recebeu a autorização para ser o distribuidor da Onitsuka no Oeste. Mais tarde, ele assinou alguns contratos e fez um pedido ainda maior, de 3.500 dólares.

O primeiro funcionário em tempo integral

Com o crescimento, Buck recebeu uma carta de um homem chamado Jeff Johnson, dizendo que havia gostado muito do tênis e que algumas pessoas queriam saber onde poderiam comprar pares semelhantes. Buck ofereceu a ele um emprego como vendedor e Johnson se demitiu do seu emprego para se dedicar em tempo integral à Blue Ribbon. Nessa época, a corrida não era um esporte muito popular e Johnson queria ganhar a vida vendendo tênis, o que não era fácil. Porém, ele acreditava que através da Blue Ribbon poderia fazer isso.

Nessa época, o banco de Buck estava começando a ter problemas com o crescimento acelerado da Blue Ribbon. O banco argumentou que o negócio de Buck estava se expandindo rapidamente e não podia mais ser sustentado com tão pouco capital. Buck estava determinado a expandir seu negócio e garantiu a Onitsuka que seria o melhor distribuidor de tênis no Oeste.

Buck não queria depender do banco e os atrasos de Onitsuka em suas entregas não estavam ajudando. Ele estava com pouco tempo para vender as encomendas e ao mesmo tempo pagar seu empréstimo e, por isso, começou a procurar outro emprego caso a Blue Ribbon fracassasse.

Buck conseguiu um emprego na Price Waterhouse e investia grande parte do seu salário na Blue Ribbon, para que a empresa seguisse crescendo. Por ser um contador, conseguia estudar a operação de outras empresas e, assim, aprendia sobre seus sucessos e fracassos. Ele aprendeu que a maior causa do fracasso nos negócios era a falta de capital.

Johnson tinha clientes em 37 estados. A empresa seguia crescendo e logo precisaria de um escritório maior. Johnson estava apreensivo, querendo saber quais eram as perspectivas de Buck para a Blue Ribbon.

Buck afirmou que a Blue Ribbon provavelmente se tornaria uma empresa de artigos esportivos, com escritórios na Costa Oeste e até mesmo no Japão. Além disso, Buck deu a Johnson uma meta de vendas de 3250 pares de tênis e, caso ele vendesse esse número, estaria autorizado a abrir uma nova loja gerenciada por ele. Johnson atingiu seu alvo e Buck permitiu que ele abrisse uma loja da Blue Ribbon em Santa Monica. Buck viajou para o Japão e renovou seu contrato por três anos com os japoneses e fez um pedido de 5 mil pares de tênis a um preço de 20 mil dólares.

Tentando captar recursos

Como o passar do tempo, as vendas crescentes da Blue Ribbon permitiram a Buck começar a receber um salário. Como precisava assinar um novo acordo com Onitsuka, viajou novamente para o Japão e conseguiu renovar o contrato por mais três anos. Esse acordo de três anos era curto e inconsistente e Buck pensou em contratar um advogado para dar uma olhada, mas como o tempo era curto, acabou assinando o contrato.

Ele estava focado em expandir sua empresa apesar do pouco capital e por isso precisava de mais dinheiro. Buck pediu ao banco que o emprestasse $1.2 milhões, o que foi recusado. Com isso, Buck começou a procurar por outras fontes de capital e tudo que conseguiu foi que um amigo lhe emprestasse 80 mil dólares.

O surgimento da Nike

A empresa japonesa não estava impressionada com o crescimento da Blue Ribbon, mas um banco ofereceu a eles uma pequena linha de crédito.

Buck estava insatisfeito com seu fornecedor e sabia que sua empresa precisava de uma solução de longo prazo para a fabricação dos tênis. Ele foi aconselhado a procurar outras fabricantes de tênis e assim o fez.

Logo encontrou uma substituta para a Onitsuka, uma fábrica mexicana chamada Canada. Ele assinou um novo contrato com a Canada e logo pediu a eles três mil pares de tênis. A nova empresa de tênis desenvolveu um novo design e um novo nome, Nike. Como a Blue Ribbon precisava aumentar seu capital, então surgiu a ideia de fazer um IPO e começar a vender ações da empresa ao público geral. Entretanto, Buck achava cedo para um IPO e preferiu buscar mais empréstimos, que poderiam ser convertidos em ações pelos credores. Endividado, ele se preocupou ainda mais, pois os tênis da Canada não eram muito bons, o que fez as vendas caírem rapidamente, deixando Buck à procura de um fornecedor melhor.

Buck conheceu então a Nippon Rubber e seus funcionários concordaram em fazer algumas amostras antes que Buck fizesse um pedido maior. As amostras tinham qualidade aceitável e Buck fez um pedido de milhares de tênis.

Em 1972, nascia a exposição da Associação Nacional de Chicago de Artigos Esportivos e a nova linha de tênis de Buck precisava se sair muito bem. Na exposição, a nova linha de tênis Nike fabricada pela Nippon Rubber foi lançada, mas em termos de qualidade, estavam muito abaixo dos demais concorrentes e só foram vendidos graças a reputação da Blue Ribbon.

Já nos testes de corrida para as Olimpíadas de 1972, a Blue Ribbon fez camisetas Nike doou pares de tênis para os atletas, como uma maneira de apresentar a nova marca para as pessoas. A esperança era que os atletas continuassem usando os tênis Nike.

O primeiro patrocínio e os problemas com a Onitsuka

Um dos atletas mais famosos do time americano de corrida, Steve Prefontaine, ou "Pre" para os íntimos, usava os tênis da Nike. Como os atletas na época não recebiam incentivos do governo, Pre estava sem dinheiro. Por isso, Buck ofereceu a ele um emprego e uma casa e Pre começou a ser patrocinado pela Blue Ribbon.

Enquanto isso, Buck descobriu que Onitsuka havia processado a empresa no Japão, afinal eles haviam rompido sua parceria que deveria durar por 3 anos. Buck agora tinha um novo fornecedor e a Onitsuka não gostou de saber. Para se contrapor ao processo, a Blue Ribbon processou Onitsuka nos EUA, alegando atrasos e problemas. A Onitsuka se recusou a fazer um acordo e o processo seguiu. Ao final, a Blue Ribbon ganhou os direitos de manter os nomes dos tênis e a Onitsuka precisou pagar uma multa de $400.000 à empresa.

Contudo, antes mesmo que pudessem celebrar a vitória contra Onitsuka, outro problema surgiu. O preço crescente do trabalho no Japão tornou a fabricação dos tênis muito cara. Isso fez com que Buck começasse a procurar outras fábricas fora do Japão. Ele, então, comprou uma velha fábrica que custaria $250,000 para ser reformada. Buck chamou Giampetro, um trabalhador local, para o trabalho. A Blue Ribbon continuou sua expansão, buscando alcançar $8 milhões em vendas e seguia assinando patrocínios com novos atletas.

O recomeço: um novo nome

O plano de Buck era sempre pagar o banco primeiro. O banco era a primeira fonte de capital e pagá-los primeiro garantia um bom relacionamento. No entanto, uma explosão recente dos ativos estava tornando o pagamento dos empréstimos mais difícil. Em 1975, a Blue Ribbon devia ao banco $1 milhão. Para pagar isso, precisariam secar todas as contas da empresa por alguns dias. Buck foi até o banco para explicar a situação e pedir mais dinheiro para o negócio. O banco pediu para verificar os livros caixa da Blue Ribbon antes de emprestar mais dinheiro e notou que a empresa corria sérios riscos de quebrar. Mais tarde, Buck foi notificado de que o Banco da Califórnia havia informado o FBI da situação e Buck poderia ir para a prisão se não resolvesse a situação e sua empresa teria que declarar falência.

Depois de evitar a prisão, Buck discutiu os objetivos do negócio com seus sócios. Eles precisavam de mais dinheiro para alcançá-los e, embora o banco estivesse disposto a ajudar, eles ainda precisavam aumentar o capital da empresa. Eles tiveram a ideia de pegar $1 milhão emprestado com outro banco e seguiram por este caminho.

O dólar começou a perder valor contra o iene e tal fato, combinado com o aumento nos custos de produção no Japão, fez com que a fabricação dos tênis ficasse cara. Embora a Blue Ribbon tivesse outras empresas de fabricação, a maior parte dos produtos estava no Japão.

Por outro lado, a demanda seguia crescendo, especialmente por causa dos atletas patrocinados. Com o aumento da popularidade dos Nikes, eles decidiram que a empresa mudaria seu nome para Nike Inc.

A redução do estoque começou a atrapalhar e Buck sabia que se o problema não fosse resolvido rapidamente, a empresa quebraria. Para manter o crescimento na popularidade e nas vendas do Nike, Buck procurou por empresas de fabricação em Taiwan. Nas Olimpíadas de 1976, a Nike recebeu muita exposição, pois três atletas olímpicos estavam usando seus tênis e ganharam medalhas de ouro, o que fez com que a Nike vendesse $14 milhões, Entretanto, a empresa ainda estava com pouco dinheiro em caixa. Os executivos então pensaram novamente sobre um possível IPO, mas rapidamente descartaram a ideia.

Consolidando a marca e entrando no mercado chinês

Ainda em 1976, Buck recebeu a visita de Frank Rudy e Bob Bogert, que traziam um novo design de tênis de corrida, com uma bolha de ar na sola. Buck estava cético a princípio, mas logo que ouviu que a Adidas havia recusado os dois inventores, resolveu os contratar e começou a utilizar esse design em alguns tênis da Nike.

Naquele ano, Buck enviou funcionários para diversos times universitários de basquete e futebol americano no país, para fechar contratos de patrocínio. A Nike continuou a assinar contratos com atletas e jogadores, investindo alto em publicidade e assim aumentando a demanda por seus tênis.

No meio de 1977, os credores da Nike queriam dinheiro, por isso pressionaram os diretores para fazer o IPO, a oferta pública da empresa. Enquanto pensava sobre isso, Buck recebeu uma carta do governo federal afirmando que a Nike devia $25 milhões de dólares ao governo, situação que foi resolvida em razão de suas conexões no governo. Naquele ano, as vendas da Nike atingiram $70 milhões de dólares.

Foi aí que Buck conheceu Chang, um homem conhecido por levar empresas americanas para o mercado chinês. Ele aconselhou Buck a escrever para o governo chinês, já que ser convidado era a única maneira de levar um negócio para a China. O governo chinês então enviou seu convite para Buck. Na China, Buck e seu time conheceram as velhas fábricas do país. Antes de voltar para os EUA, a Nike assinou acordos com outras duas fábricas chinesas e isso fez com que ela fosse a primeira empresa dos EUA a ter permissão para fazer negócios na China em 25 anos. Quando voltaram, a ideia do IPO ressurgiu e foi logo aceita. Em 2 de dezembro de 1980, a Nike fez sua oferta pública de ações. O preço das ações estava em $22 no dia do IPO.

Buck e a Nike hoje

Quarenta anos depois, Phil Knight se tornou uma dos maiores bilionários dos Estados Unidos e já não é mais o CEO da Nike. As vendas da Nike já passam das dezenas de bilhões. As roupas e tênis da Nike estão em todo o mundo e a marca conta com milhares de atletas patrocinados.

Com o passar dos anos, a Nike recebeu algumas críticas negativas sobre as condições de trabalho em suas fábricas, mas fez grandes mudanças para se adaptar e oferecer ambientes de trabalho melhores. A Nike inclusive abriu fábricas em Saigon no Vietnam para ajudar na reconstrução do país após a guerra.

Em suas memórias, Phil aprendeu que a sorte tem um papel no sucesso, mas o trabalho duro, um bom time e a determinação são inestimáveis.

Notas Finais

A jornada de Phil Knight mostra onde você pode chegar com foco, dedicação, sacrifício e perseverança. Desde quando era jovem e só queria ser bem-sucedido até o momento em que alcançou o sucesso, muitas dificuldades foram enfrentadas. Essa história é um exemplo para qualquer pessoa que sonhe em fazer algo grande. Um pouco de sorte pode ajudar, mas comprometimento é essencial.

Dica do 12':Essa biografia é fantástica e mostra a história de um cara visionário e responsável por uma grande mudança nos hábitos de consumo da população mundial. Que tal conhecer outra pessoa fantástica que também orquestrou grandes transformações? Veja a biografia de Steve Jobs no 12minutos!

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Quem escreveu o livro?

Phil Knight é co-fundador e presidente da Nike, Inc. Esteve no ranking da Forbes das pessoas mais ricas do mundo em 2013, com um patrimônio de 18,... (Leia mais)

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