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Este microbook é uma resenha crítica da obra: A felicidade é inútil
Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.
ISBN: 978-65-5047-022-7
Editora: Citadel
A felicidade sempre foi um assunto interessante aos pensadores. Desde a Antiguidade. Apesar das tentativas, não há definição universal. É mais fácil pensar sobre o que nos faz feliz do que no significado de “felicidade”. Clóvis diz que, por exemplo, o que lhe faz feliz são coisas simples.
Por exemplo, passar um tempo em sua cabana de férias, comer comida árabe ou ver o Botafogo de Ribeirão Preto vencer. Os exemplos vêm mais fácil do que as definições. A felicidade é inapreensível. Não podemos segurá-la. Ela escapa rápido. Quando queremos agarrá-la, é porque já foi embora. Nos resignamos quando acreditávamos na sua presença.
Ao tentar detê-la, ela se evade. É impossível retê-la, segurá-la ou ser dono dela. É viçosa e escapadiça. Está sempre de saída. Então, damos de ombros. Quando menos esperamos, ela volta. A felicidade parece mais visível na ausência e mais incerta na presença. Ela está na memória, nos relatos e nas narrativas. Nós a notamos pelo som que a porta faz quando ela se vai.
Apesar de tudo, sua busca está por trás de tudo o que fazemos. É só observar as razões pelas quais tomamos decisões. No entanto, a felicidade não leva a nada e não serve para nada. Ela não pretende. Não é caminho para um outro lugar. Não é uma ferramenta. É o fim da linha.
Tudo o que sempre desejamos. A felicidade é 100% inútil. Costumamos associar a inutilidade à falta de valor. Por isso, passamos a vida tentando ser úteis. No entanto, o mais importante não tem utilidade alguma. Tem valor em si mesmo. Não precisa de nada que faça isso.
Portanto, sempre valeu mais do que qualquer coisa útil. A felicidade tem um valor desvinculado. Ela é incondicionada. É valiosa por si própria. Não tem relação de utilidade. Talvez seja por isso que as pessoas a busquem. Não é como a cafeteria, que precisa de pessoas que gostam de café para fazer sentido.
Os países competem por rankings de felicidade. Alguns ganham o título de campeão, a partir de pesquisas feitas com as pessoas no país. O capitalismo empurra as pessoas para uma ideia do que é feliz. Empresários não podem parecer deprimidos.
Por isso, a felicidade virou uma obrigação. É uma cobrança social. Ninguém mais pensa em ser feliz de fato. Só em aparentar. É a satisfação que devemos às pessoas para que elas nos deixem em paz. Tudo virou uma promessa. Os supercondomínios, as viagens, os planos de carreira, o lucro.
Todos prometem vida boa. Os palestrantes e os autores de autoajuda garantem que os leitores e participantes serão felizes. A felicidade virou um troféu em disputa. As empresas e pessoas lucram com isso. Elas querem convencer que são imprescindíveis para a busca pela felicidade.
As pessoas ao nosso redor associam a felicidade aos bens materiais. Só que não há um específico. A quantidade de itens “indispensáveis” não termina. A sociedade de consumo atrela a felicidade a uma lista sem fim. As novas tentações escondem sempre a impossibilidade de satisfação plena.
Os que não dizem que a felicidade é consumo se concentram em defender que ela é prazer. De fato, as duas coisas são coincidentes. Ninguém se sente feliz na dor. No entanto, essa definição é insuficiente. Até a cervejinha do fim de semana é prazerosa. Só que, depois dela, vem a ressaca.
Outros acreditam que a felicidade está sempre no futuro ou na coisa ausente. o solteiro acredita que está no casamento, enquanto o casado fantasia com uma vida livre, sem o estresse de viver em casal. O estudante acha que a encontrará no diploma. O desempregado acha que está no emprego, enquanto o empregado acredita que está no ano sabático.
Algumas pessoas acham que só serão felizes quando encontrarem o que as espera lá na frente. Quando concluir a faculdade, casar-se, emagrecer, aposentar-se, mudar-se e por aí vai. A esperança é o lugar-comum da felicidade. É um afeto. O imaginado nos toca. O que nos deixa esperançosos é sempre algo agradável.
Esse algo supera o que é vivido no momento. O que esperamos é desejado. Por isso, está fora do mundo percebido. Tudo começa no interior. A soberania da esperança prova o ditado popular, que diz que ela é a última que morre. No entanto, o fim dela é a certeza.
A informação irrefutável vence a esperança. É o caso de quando uma pessoa morre, mesmo com os familiares nutrindo esperança sobre sua vida. O momento da notícia é o fim. A esperança é uma luta interna. É a resistência da alma contra um mundo nada agradável.
Toda esperança anda de mãos dadas com o temor, seu reverso. São o veneno e o antídoto. Quem espera ficar rico teme a pobreza. Quem quer ser amado tem medo da rejeição. É uma gangorra. Vai para vários lados. Pode incendiar a esperança ou inundar de pavor.
Essa é a perturbação dos esperançosos. O problema é que, enquanto esperamos, o mundo esperado não está lá. Ele nos falta. É uma carência. É frustrante. O real se desmente pelo vivido. Quando somos afetados por ela, não estamos muito certos de que o que desejamos acontecerá.
Se estivéssemos, não esperaríamos tanto. A alma oscila entre a quase certeza de que acontecerá e a quase certeza de que não. Vamos da euforia ao desespero. No entanto, talvez não exista felicidade sem esperança. Pelo menos, não existiriam desejos. Se não acreditamos que nada é possível, não queremos nada.
Já passamos da metade do microbook e o autor levanta a hipótese da felicidade sem esperança. Nela, não imaginaríamos nada. Só aproveitaríamos o momento. Clóvis usa como exemplo sua cabana de férias. Ela fica no interior de São Paulo, no alto de uma montanha.
Nela, o autor experimenta um tipo de felicidade sem idealizações. Ela não se baseia na esperança. Há pequenos prazeres momentâneos no contato com a natureza. No entanto, isso não significa que ela seja intocável. Clóvis enfrenta frustrações também. A luz cai, há vazamentos, há frio. A cabana oferece coisas por si só.
Essa seria uma concepção alternativa de felicidade. A de viver o presente e entrar em harmonia plena. Seria um estado espiritual interno. O caminho da felicidade não seria uma ação transformadora no mundo, mas uma mudança em si próprio.
Essa ideia de felicidade com base na harmonia interna cria uma base sólida e menos dependente do mundo. É mais contemplativa e menos revoltada. Um pouco menos de tristeza e um pouco menos também de esperança. Em vez disso, mais amor pelas coisas como elas já são.
O autor lembra do filme Forrest Gump. Nele, o protagonista, interpretado por Tom Hanks, não tem nenhuma expectativa de nada. Ele vive um dia de cada vez. Viveu histórias incríveis sem procurá-las. É a felicidade da harmonia plena. Isso é o que é conhecido como “vida simples”.
No entanto, esse amor incondicional pelo mundo parece pouco realista. As frustrações simplesmente surgem. A felicidade sem esperanças parece difícil. Começamos a sonhar com mundos imaginados. Voltamos a desejar.
Lamentar menos tem a ver com a aceitação do mundo como ele é. Isso passa por tirar da mente tudo que gera discordância da realidade. A reclamação é a diferença entre a expectativa e o mundo real. Acontece quando criamos muitas expectativas em relação à realidade.
Quanto mais altas elas forem, mais acharemos desencaixes. Diminuir as reclamações inclui não se queixar dos outros, da natureza ou do universo. Envolve se indignar pouco. Passa também por sonhar menos. Ao mergulhar na idealização, a vida real vai embora. Clóvis cita a felicidade desesperançosa como um ideal da filosofia estoica.
A sugestão dos estoicos é se livrar dos sonhos, das esperanças e dos lamentos. Tudo isso está na nossa mente. Precisamos lidar com o mundo do jeito que ele é. Quando reclamamos ou fantasiamos, estamos comparando o mundo com aquilo que gostaríamos que fosse. A felicidade pode estar em prestar atenção em como ele realmente é.
Os sábios sugeriam que deixássemos de lado as expectativas o máximo que pudermos. Precisaríamos parar de olhar para o mundo esperando que ele seja algo bom. Se esvaziássemos a mente de esperanças, talvez ficássemos mais livres para encarar a realidade com plenitude.
A regra é lamentar menos e esperar menos coisas. No entanto, isso não parece bastar. Fica faltando a existência positiva, que substitui a esperança na equação. Para Clóvis, o ingrediente ausente é o amor. Precisamos amar o mundo o quanto pudermos. Nesse caso, seria preciso ver o mundo como amável sem razão qualquer.
Apenas por ele ser. O amor é a condição de uma vida boa e harmoniosa. No entanto, é um ideal difícil de alcançar, o que nos distancia dos sábios estoicos. Não dá para amar o mundo com tudo o que tem dentro. O ódio, o preconceito, a violência, as mudanças climáticas, as dores do corpo. Nada disso soa muito amável.
Todas as definições de felicidade são imperfeitas, mesmo as estoicas. Clóvis nos convida a ir por outro caminho, o de ver a felicidade como sabedoria. Ele conta que a Monja Cohen, a missionária oficial do zen-budismo Soto Zenshu, é a pessoa mais sábia que ele conhece.
Para ele, é a que melhor pensa a vida e a que melhor pratica seu próprio discurso. Isso é sabedoria. O sábio não vive só bem, mas tem uma existência positiva como fruto de seu pensamento. Só que não é qualquer tipo de saber que traz felicidade nessa lógica.
O sábio entende da vida realmente vivida. Ele sabe encarar as provações da rotina. Entende do íntimo do dia a dia. É um pensador da vida. Sabe o tipo de existência que temos que levar para que valha a pena o tempo que estamos aqui. É fruto de reflexões e maturidade.
Clóvis traz uma outra hipótese para o que seja a felicidade. Diferentemente do ideal estoico, ele nos convida a ver ela como um desejo de eternidade. É o que acontece nos raros momentos em que o que está acontecendo é tão bom que desejamos que nunca termine.
A morte do instante vira algo lamentável. É assim que o autor nos convida a viver. Para ele, quem não vê o fim como um problema é porque não curte o que está vivendo. Heráclito, o pai da dialética grega, dizia que nunca nos banhamos mais de uma vez no mesmo rio.
Ao encontrar o rio novamente, ele é outro rio e você é outro você. Ambos mudaram. A experiência mudou. Fica o desejo de repetição. Nada impede também a vontade de ter os que amamos perto de nós. Além de querer que não se acabe, queremos que os que estão conosco durem.
A felicidade é inútil não traz respostas prontas. O livro mostra as várias formas com as quais a humanidade abordou a felicidade durante a história e revela suas contradições, como o fato de ela estar mais na expectativa do que na realidade.
Em “Resistir na era das incertezas”, Antônio Campos debate sobre o comportamento humano, o consumo e a relação com a natureza. Em pequenos ensaios, explora os temas a partir da filosofia, da literatura e da música. Confira no 12 min!
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Clóvis de Barros Filho é jornalista, palestrante e professor na área de Ética da Escola de Comunicações e Artes da Universidade... (Leia mais)
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