A Autobiografia de Martin Luther King - Resenha crítica - Martin Luther King
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A Autobiografia de Martin Luther King - resenha crítica

A Autobiografia de Martin Luther King Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Biografias & Memórias

Este microbook é uma resenha crítica da obra: The Autobiography of Martin Luther King, Jr.

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-85-378-1339-3

Editora: Zahar

Resenha crítica

O nascimento de um líder

No final da década de 1920, King (o pai) já era pastor adjunto em sua comunidade. Residia com a esposa, Alberta, e a filha pequena, Cristina, na casa do sogro, Adam Williams – um renomado pastor.

A residência era composta por 12 peças, sendo construída na Avenida Auburn, no centro da cidade de Atlanta. A igreja em que o autor começara a pregar – Igreja Batista de Ebnezer – localizava-se na mesma avenida.

No grande lar ocupado pelos Willians e King, o movimento era intenso na primeira quinzena do mês de janeiro de 1929. A esposa, Alberta, não passou bem durante os estágios finais da gravidez, o que preocupava e mantinha toda a família em uma grande expectativa.

Em 14 de janeiro, a piora em seu estado de saúde, não impediu que Alberta desse à luz, no dia seguinte, o menino que, para desespero geral, parecia natimorto. Contudo, depois de uma vigorosa palmada do médico, os gritos do bebê puderam ser, finalmente, ouvidos. Desse modo, nascia aquele que seria um dos maiores líderes políticos da História.

Primeiros anos

Com a morte de seu sogro, no ano de 1931, o jovem King assumiu a função de conduzir espiritualmente os membros da igreja que seria o ponto de partida de sua famosa carreira de pregador, convertendo-se, posteriormente, em um dos mais importantes guias espirituais da modernidade.

O contexto social, contudo, era preocupante: a crise de 1929 resultou no desemprego de 65% dos afro-americanos de Atlanta.

As primeiras ameaças de morte

A despeito da estabilidade vivenciada pela família King em meio ao caos social, o autor tentou se suicidar por 2 vezes antes de completar 13 anos de idade, mostrando certa instabilidade emocional de um menino que, já àquela altura, percebia nitidamente a condição de inferioridade dos negros na sociedade estadunidense.

A primeira tentativa ocorreu quando Jennie Williams, sua querida avó, sofre um acidente terrível que a levou à perda da consciência. Considerando-a morta, King pulou da janela do 1º andar.

Quando sua avó realmente faleceu, no ano de 1941, nosso autor repetiu o feito, sofrendo pequenas escoriações. Ele havia entrado, 7 anos antes (1935), em uma escola pública, sendo, rapidamente, transferido a uma instituição particular, a Escola Experimental da Universidade de Atlanta. O curso secundário seria realizado, posteriormente, na Escola Booker Washington. Naquele momento, sua família se mudara para uma vizinhança de alta classe, a Boulevard Street, residindo em uma linda casa com tijolos vermelhos.

Já bastante influente como pastor, King ocupa cargos importantes em quase todos os conselhos dos movimentos a favor dos negros de Atlanta, levando-o a receber seguidas ameaças, via telefonemas e cartas, sobretudo, oriundas da Ku Klux Klan.

Morehouse College

Esse clima de constante ameaça serviu de estímulo ao jovem pastor, despertando uma consciência real acerca do mundo em que nascera e levando-o a refletir a respeito das contradições sociais causadoras de tanta desumanidade, violência e ódio.

Continuando a tradição familiar, King se matricula, em 1944, no Morehouse College, optando por cursar Sociologia. Como um excelente aluno, o autor se integra bem à vida no campus, onde, não raro, surgiam acaloradas discussões sociológicas e políticas.

Ele se forma em 1948, tendo recebido, naquela instituição de ensino, as sementes intelectuais que se frutificariam, em breve, no espírito emotivo e sensível do jovem líder. No outono daquele ano, King deixa Atlanta e passa a viver na Pensilvânia, a fim de ingressar na Crozer – uma Faculdade de Teologia.

Yolanda

O diploma em Teologia, recebido em 1951, marcava outra etapa da formação intelectual de King. Quase que imediatamente, ele se inscreveria na Universidade de Boston para cursar Filosofia.

Foi nessa época que conheceu Coretta Scott, a inteligente e bela moça que seria sua esposa e companheira tanto nos dias luminosos quanto nos trágicos. O casamento ocorreu em 1953. No ano seguinte, o autor se tornou pastor batista em Montgomery, iniciando sua cruzada em prol dos direitos civis.

Naquele período, grupos supremacistas como a Ku Klux Klan e, inclusive, a própria força policial, passaram a intensificar suas ações racistas, buscando paralisar, pelo medo, o movimento negro. Em meio a isso nascia, em 1954, Yolanda, a primeira filha do autor.

Rosa Parks

Em 1955, King obteve o doutorado em Filosofia. Dentre todos os elementos que compunham o quadro social do segregacionismo racista em Montgomery, um dos mais degradantes eram as normas do transporte público da cidade.

Em dezembro daquele ano, Rosa Parks, uma costureira de 42 anos, negra e exausta após um longo dia de trabalho, adentrou um ônibus lotado para retornar ao seu lar. Por sorte, encontrou um lugar vago na seção reservado às “pessoas de cor”.

Ao ficar ainda mais lotado, o motorista ordenou que os negros se levantassem para que as pessoas de pele branca pudessem se sentar. A Sra. Parks, menos por espírito revolucionário que por cansaço, negou-se a ceder o seu lugar, sendo imediatamente presa e conduzida ao Palácio da Justiça.

ED Nixon, um militante dos direitos civis pagou a fiança cobrada pela libertação de Rosa. Foi ele que, exaurido por tantas injustiças, estabeleceu contato com todos os grupos e associações que lutavam contra o racismo.

“Excesso de velocidade”

A ideia de boicotar os ônibus logo começou a se espalhar, sendo tão bem aceita que o movimento durou por 382 dias. Em 2 de setembro, Nixon chamou King para participar de uma assembleia com cerca de 40 representantes de todos os agrupamentos da cidade, na qual o boicote foi decidido unanimemente.

Com efeito, o movimento foi um sucesso, tendo tanta eficiência e extensão que, quando as forças policiais resolveram prender King, tiveram de usar o pretexto do “excesso de velocidade”.

O autor proferia um discurso, em janeiro de 1956, quando soube do ataque a bomba em sua casa. Felizmente, porém, Yolanda e Coretta não se feriram.

Prêmio Nobel da Paz

Uma multidão de cidadãos enfurecidos formou-se diante da casa dos King, clamando por vingança contra aqueles que o perseguiam tão injustamente. O autor, utilizando sempre de seus princípios de “não-violência”, pediu aos manifestantes que depusessem suas armas e retornassem aos seus lares, dizendo que “o ódio deve ser respondido com amor”.

Contudo, o “grande dia” finalmente despontaria: em dezembro de 1956, a Suprema Corte enviou uma ordem a Montgomery, declarando a ilegalidade da segregação nos ônibus. O boicote, que perdurara por mais de 1 ano, terminava. King obteve, assim, uma grande vitória, tornando-se, a partir de então, mundialmente famoso.

Não obstante, a figura de Martin Luther King Jr. Ssempre levantou muitas controvérsias nos Estados Unidos, sobretudo, no começo de sua campanha em prol da integração racial.

O valor inerente às suas ações (manifestações de protestos contra a segregação em espaços públicos, a “Jornada pela Liberdade”, Marcha Sobre Washington, atos pelos direitos civis, campanhas de registros eleitorais etc.) foi amplamente reconhecido com a outorga, em 1964, do Prêmio Nobel da Paz.

O valor monetário da premiação – algo em torno de 50 mil dólares – foi inteiramente destinado à manutenção da luta pelos direitos civis. Quando viajou à Noruega para receber a premiação, King afirmou, perante uma assembleia numerosa, que aceitava a honraria em nome dos milhões de afro-americanos que lutavam (e ainda lutam) “para dar fim à longa noite de injustiças sociais”.

Alabama

Os métodos de pastor não eram uma unanimidade, nem mesmo entre os ativistas pelos direitos dos negros, uma vez que muitas organizações consideravam necessário, em certas circunstâncias, recorrer à violência para defender os interesses dessa grande parcela da população estadunidense.

A despeito de ser um contumaz pacifista, isso não impediu que tanto o FBI quanto o próprio presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, considerassem King como mentiroso e instigador de motins.

Nada disso foi capaz de impedir que o mundo todo o visse como um dos mais importantes líderes no combate por justiça social. O presidente John Kennedy, porém, concedeu um impulso extraordinário à legislação que visava a pôr um fim na discriminação racial.

Na primeira metade de 1965, King seria preso pela 10ª vez, durante a luta pelo direito ao voto dos cidadãos negros do Estado do Alabama, por defender isso. Sua campanha, todavia, saiu vitoriosa, apesar da prisão de cerca de 3 mil militantes.

Vietnã

No mesmo ano em que orientou a marcha de Selma, com milhares de participantes sobre a capital do Alabama, Montgomery, King continuava defendendo que os atos deveriam catalisar o potencial de modo não-violento, sob pena de haver uma convulsão social imprevisível.

Em abril de 1967, em Riverside (Nova Iorque), o autor proferiu uma forte invectiva contra a atuação dos soldados estadunidenses no Vietnã, conclamando os negros a não se alistarem ao serviço militar “por questão de consciência”.

Essa atitude fez com que King fosse alvo de muitas críticas, uma vez que levantava dúvidas em relação à lealdade dos afro-americanos à sua nação. Sem embargo, a recusa à participação em uma guerra era um tema coerente com o seu princípio da “não-violência”.

“Eu tenho um sonho...”

As campanhas lideradas por King geraram, conforme mencionado, inúmeras ameaças de morte. À medida que nem todas as suas campanhas foram bem-sucedidas e sempre existiram ambientes controversos à sua volta, o grande líder nunca se permitiu esmorecer.

O autor nunca se consideraria satisfeito até que a segregação desparecesse dos Estados Unidos. Esse ideal esteve presente no mais célebre de seu discurso (“Eu tenho um sonho...”), proferido em 1963, nos degraus do Memorial Lincoln, e em todos os momentos de sua breve, mas radiante, vida.

Notas finais

Não podemos resumir Martin Luther King Jr. à figura de um “sonhador”, embora ele alimentasse vigorosamente os seus sonhos. Na prática, sua visão acerca do que deve ser uma sociedade realmente justa foi sendo construída dialeticamente, em face da tumultuosa realidade de sua época.

O que deve ficar em nossos corações e mentes, com certeza, é o fato de que sua liderança permitiu que milhões de pessoas saíssem do aprisionamento espiritual, da apatia e do temor, compreendendo que é imprescindível tomar as ruas e praças para reivindicar sua própria liberdade.

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Quem escreveu o livro?

Martin Luther King, foi um pastor, ativista político, e teve forte envolvimento no movimento dos direitos civis negros. Tendo ganhado o P... (Leia mais)

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