O Mito da Beleza - Resenha crítica - Naomi Wolf
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O Mito da Beleza - resenha crítica

O Mito da Beleza Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Sociedade & Política

Este microbook é uma resenha crítica da obra: The Beauty Myth: How Images of Beauty Are Used Against Women

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-85-01-10421-2

Editora: Rosa dos Tempos

Resenha crítica

O mito da beleza

Ao longo das últimas décadas, as mulheres conseguiram abrir algumas brechas na estrutura de poder. Concomitantemente, os transtornos alimentares e as cirurgias estéticas cresceram em um ritmo acelerado.

Nos últimos 5 anos, os gastos com consumo duplicaram. O gênero pornográfico obteve sucesso absoluto, superando os filmes e discos convencionais somados. Além disso, 33 mil mulheres norte-americanas passaram a preferir emagrecer de 5 a 7 kg do que quaisquer outros objetivos.

Na atualidade, há uma quantidade maior de mulheres que dispõem de poder, dinheiro, campos de atuação e reconhecimento legal. Não obstante, sua autoimagem física está, possivelmente, em pior situação que a de suas avós.

Estudos recentes demonstram, com alto grau de precisão que, no Ocidente, entre a maior parte das mulheres que têm sucesso, trabalham, são equilibradas e atraentes, há uma espécie de “subvida” secreta que corrói sua liberdade.

Nesse cenário, impregnadas de conceitos e ideais de beleza, as mulheres convertem-se em sombrias fontes de ódios contra si mesmas, em meio à obsessão com a aparência física e o medo da velhice.

Não por acaso, tantas mulheres que, de outra forma, seriam poderosas, sentem-se mal consigo mesmas. Há em curso uma reação violenta contra o feminismo, empregando as imagens de beleza feminina como armas políticas destinadas a coibir a evolução da mulher.

É uma versão moderna do mesmo reflexo social vigente desde os primórdios da Revolução Industrial. Enquanto as mulheres se libertaram, em grande medida, da domesticidade, os mitos de beleza invadiram esse terreno perdido, alastrando-se ao passo que a mística sucumbia, para implementar sua tarefa de dominação e controle social.

O trabalho

Por todo o mundo, o emprego de mulheres foi estimulado em resposta à ampla deterioração das bases industriais, à disseminação dos serviços e ao avanço da tecnologia.

A redução nos índices de nascimento do período pós-guerra e a subsequente escassez de trabalhadores qualificados resultou no fato de que as mulheres passaram a ser bem-vindas no mercado laboral.

Essa inserção, contudo, caracterizou-se pela ausência de sindicatos, baixos salários e sua restrição às profissões consideradas “femininas”. As qualidades mais valorizadas dessas trabalhadoras eram:

  • alta tolerância para tarefas monótonas e repetitivas;
  • amor-próprio reduzido;
  • falta de ambição;
  • respeito aos homens (seus superiores nas hierarquias profissionais);
  • altos níveis de conformidade;
  • pouco controle sobre a própria carreira.

Em um estágio mais elevado, gerentes de nível mediano são toleradas desde que se identifiquem plenamente com o universo masculino e, também, não se esforcem demasiadamente para subir.

Tal mentalidade considera ser muito útil ter algumas mulheres no topo das corporações, desde que inexista, nelas, quaisquer traços constitutivos das tradições femininas.

O mito da beleza consiste na melhor e última técnica de treinamento destinada a forjar esse tipo de trabalhadoras. Ele cumpre, durante o expediente, todas essas funções e, além disso, acrescenta a tripla jornada para diminuir, ou eliminar, seu tempo livre.

Sem notar todas essas implicações, a “supermulher” acrescenta aos seus compromissos profissionais um sério trabalho de “beleza”. Essa nova responsabilidade tem se tornado intensamente rigorosa.

As quantias em dinheiro, o talento e a dedicação que ela deveria investir não podem ser inferiores ao que existia no passado, quando isso era esperado somente de belezas profissionais em carreiras de alta visibilidade.

Isso significa que as mulheres assumiram, simultaneamente, as funções de donas de casa, profissionais com carreira sólida e profissionais da beleza.

A cultura

Nossa autora afirma que as mulheres pertencentes às classes médias, foram apartadas do mundo, isoladas umas das outras, tendo suas tradições apagadas um pouco mais a cada geração e tornadas profundamente dependentes de modelos culturais.

Por não terem muitos modelos a imitar, as mulheres procuram suas fontes de inspiração nas revistas femininas e nas telas. Este padrão que tende a descartar as mulheres se estende desde a mitologia popular até a cultura de elite.

Os homens, embora também sejam expostos a certos modelos de beleza, não os consideram como verdadeiras figuras-modelo. Por esse motivo, Wolf levanta algumas questões pertinentes, a fim de estimular a reflexão dos leitores, como:

  • o que leva as mulheres a reagirem tão intensamente a tais modelos que, no fundo, não passam de imagens vazias?
  • A identidade feminina é assim tão frágil?
  • Por que elas tratam esses modelos como se fossem paradigmas?
  • Por que reagem a esses ideais como se fossem mandamentos inquestionáveis?

A religião

As revistas “femininas” difundem o mito de beleza como o evangelho de uma nova confissão religiosa. Ao lê-las, elas tomam parte da refundação de um sistema tão poderoso de crenças quanto os de quaisquer igrejas. Nesse contexto, a “Igreja da Beleza” é um símbolo duplo.

As mulheres a aceitaram com fervor, como uma forma de preencher o vazio deixado quando sua relação com as autoridades religiosas se esgarçou. Com um entusiasmo proporcional, um poderoso controle é imposto, pela ordem social vigente, para controlar a vida das mulheres.

Rituais de beleza combatem a liberação feminina, opondo-se, com superstição medieval, ao seu ingresso na realidade, perpetrando as desigualdades. À medida que travam uma luta ferrenha por mais liberdade, elas são constantemente oprimidas por esse sistema de crenças, mantendo um modo de pensar abandonado, há muito, pelos homens.

Caso uma consciência esteja fundamentada em sistemas medievais de crenças e outra é completamente moderna, o poder no mundo contemporâneo pertencerá à última.

Os ritos são primitivos e arcaicos para que o âmago da consciência feminina se mantenha, igualmente, primitivo e arcaico. É curioso notar que os homens também demonstram respeito ao que a autora chama de “religião das mulheres”.

O sistema de privilégios e poder baseado na ideia de “beleza” é defendido por ambos os gêneros, como se tivesse nascido de uma verdade eterna. No século XXI, quase todas as áreas do pensamento foram transformadas pelo entendimento de que as percepções são subjetivas e as verdades, relativas.

Todavia, a permanência e a correção desse sistema de castas não são questionadas pelas pessoas que se dedicam ao estudo dos direitos civis, etnologia, física quântica; por ateus, pelos céticos e por quem não crê que o mundo foi criado em 7 dias.

O sistema nunca é questionado, como um genuíno artigo de fé. Todo o ceticismo da modernidade se esvai quando o tema é a beleza da mulher. Essa “qualidade” é descrita como se não fosse estabelecida por seres mortais, determinada pela política, moldada pelo mercado e pela história.

Todos agem como se existisse uma autoridade divina que emitisse mandamentos imortais acerca do que faz com que as mulheres sejam agradáveis, belas e atraentes.

O sexo

Os órgãos sexuais das mulheres, desde um ponto de vista estritamente técnico, são, efetivamente, o que as mais antigas religiões temiam. Eles são capazes de orgasmo contínuo, orgasmos múltiplos, orgasmo clitoridiano surpreendente e forte, de orgasmo centrado na vagina (algo emocionalmente avassalador), orgasmo por carícias nos seios, bem como de incontáveis variações dessas e de outras reações combinadas.

As mulheres, portanto, desfrutam de uma capacidade teoricamente inesgotável de prazer genital. Entretanto, essa prodigiosa capacidade sexual não se reflete nas experiências sexuais contemporâneas.

Pesquisas revelam que a dita “revolução sexual” deixou muitas em dificuldades, longe de seu real potencial, no que tange às sensações de prazer sexual. Em termos práticos, o mito de beleza atingiu todas ao mesmo tempo, representando uma forte reação do sistema patriarcal contra as mulheres e efetivando uma ampla repressão da sexualidade feminina.

Essa sexualidade – liberada pelo avanço nos métodos anticoncepcionais, pela descriminalização do aborto e pela extinção do duplo padrão de comportamento sexual – não demorou a ser reprimida pelas forças sociais representadas pela pornografia da beleza, que surgiu para devolver a vergonha, a dor e a culpa às experiências sexuais femininas.

A autora nos lembra que os impulsos sexuais são socialmente formados e, inclusive os animais, aprendem o comportamento sexual. Para os antropólogos, mais que o instinto, é o aprendizado que leva a comportamentos reprodutivos bem-sucedidos.

Prova disso são os macacos que, por serem criados em laboratórios, são ineptos sexualmente. Ademais, os próprios seres humanos necessitam aprender os comportamentos sexuais a partir de indicações e sugestões externas.

Nesse contexto, as sugestões da pornografia da beleza remodelam a sexualidade das mulheres sob um prisma bem mais dócil do que ela assumiria ao ser verdadeiramente liberada.

Notas finais

Uma conceituação da beleza que demonstre amor pelas mulheres deve superar o desespero e a angústia com as brincadeiras, o narcisismo reinante com o amor por si mesma e a inércia com a agitação.

O conceito de beleza defendido por nossa autora admite que as mulheres sejam radiantes. Essa luz deve ser emitida pelo corpo e pelo rosto, ou seja, o exato oposto da realidade atual, que age para ocultar o verdadeiro “eu”.

A luz feminina é, antes de mais nada, variada e surpreendentemente sexy. Quando formos capazes de enxergá-la, sem medo, em outras mulheres, poderemos, enfim, enxergá-la em nós mesmas.

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Quem escreveu o livro?

A escritora, Naomi Wolf é uma autora feminista estadunidense e consultora política. Outros livros dela que podem ser de seu interesse seriam "Vagina: A New Biography", e "Outrages"... (Leia mais)

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