O ABC da Bauhaus - Resenha crítica - Ellen Lupton
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O ABC da Bauhaus - resenha crítica

O ABC da Bauhaus Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
História & Filosofia

Este microbook é uma resenha crítica da obra: he ABC's of triangle, square, circle: the Bauhaus and design theory

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-85-8452-127-2

Editora: Editora Gustavo Gili

Resenha crítica

O que é Bauhaus? 

O termo é usado para se referir à Staatliches Bauhaus, uma escola de arte vanguardista na Alemanha. Ela foi uma das maiores e mais importantes expressões do Modernismo no design e na arquitetura. Além disso, trata-se da primeira escola de design do mundo.

Foi fundada por Walter Gropius em 12 de abril de 1919, a partir da reunião da Escola do Grão-Duque para Artes Plásticas. A intenção inicial era fazer da Bauhaus uma escola combinada de arquitetura, artesanato e uma academia de artes.

Essa fusão acabou gerando muitos conflitos internos e externos. A maioria dos trabalhos feitos pelos alunos nas aulas foi vendida durante a Segunda Guerra Mundial. A Bauhaus foi extinta em 1933, no auge do crescimento do nazismo na Alemanha, mas deixou sua marca e impactos no design até hoje. 

O ABC do triângulo, quadrado, círculo: a Bauhaus e a teoria do design

No ano de 1923, o artista plástico russo Wassily Wassilyevich Kandinsky sugeriu haver uma correspondência universal entre as três formas elementares e as três cores primárias. O dinâmico triângulo seria sempre amarelo. O quadrado, estático, vermelho. Já o sereno círculo, naturalmente azul. 

Hoje, essa equação simples perdeu universalidade, mas ainda é um símbolo capaz de tomar forma em diversos significados. O maior deles evoca a lembrança da Bauhaus, que deu uma origem mítica ao modernismo, sendo reverenciada e atacada pelas gerações seguintes. 

Pensar no design de forma teórica e consciente foi uma das principais contribuições da Bauhaus para o setor. Assim, o foco da escola na visão enquanto campo de expressão autônomo ajudou a criar admiração e hostilidade, tão comuns no ensino do design após a Segunda Guerra Mundial. 

Escola elementar 

A Bauhaus se tornou o capítulo inicial da narrativa sobre o design do século 20. Entre os melhores profissionais do design, é permanentemente conhecida, discutida, publicada, imitada, colecionada, exibida e disseminada. Sem ela, é difícil pensar no design gráfico, industrial e arquitetônico moderno. 

A adoção dos métodos da Bauhaus fundou o design moderno. Um elemento central na história da Bauhaus foi a repetição do trio de formas básicas e cores primárias no trabalho dos professores e alunos que por lá estudaram. Aliás, é bem possível que você também tenha aprendido algo sobre isso nas aulas de artes no colégio.

A partir da Bauhaus, o interesse maior pela abstração e por aspectos visuais elementares, irredutíveis, essenciais, fundamentais e originais, se tornaram presentes ao pensar em design ainda hoje.

Contexto histórico

Você já conhece esse período histórico, mas nunca é demais refletir sobre os impactos que a República de Weimar deixou na sociedade alemã. Com a derrota na Primeira Guerra, a decepção tomou conta de parte da população, alimentando um ressentimento que traria fortes consequências para o mundo ainda na primeira metade do século 20.  

Antes da derrota, a Alemanha vinha passando por uma forte urbanização e industrialização, com uma estética muito mais parecida com a dos Estados Unidos do que com o resto da Europa. Era comum viajantes compararem Berlim a Chicago, devido à nova arquitetura e jovialidade que as cidades compartilhavam. Antes disso, a arte prosperava com Sergei Diaghilev, cujas produções haviam encontrado animosidade nas outras capitais europeias, mas foram bem recebidas em Berlim. Nos tempos de ouro da Bauhaus, a Alemanha tinha dietas da moda, campos de nudismo e mesmo o maior partido socialista da Europa. Tudo começa a ruir por volta de 1920, quando os partidários de Weimar sofreram derrotas significativas nas eleições para o Reichstag. As políticas que vigorariam a partir dali também impactaram na Bauhaus, que teve fim no auge da ascensão do nazismo.

Novos ares

Por que falar do contexto histórico ao citar a Bauhaus? É que com a derrota alemã na Primeira Guerra Mundial, a legitimidade cultural do século 19 pareceu estar destruída. Havia espaço para recomeçar tudo outra vez, segundo o pensamento de uma parte da sociedade da época. 

A partir daí, designers progressistas, como os associados à Bauhaus, promoviam uma nova forma de pensar em relação à visão e à função do ambiente visual. O pensamento disseminado de que o design não deveria mais ser usado para refletir e reforçar uma sociedade hierárquica ganhava mais força. 

Muitos membros da Bauhaus acreditavam que o futuro estava nas leis “universais” da razão, livres das restrições da cultura tradicional. Esse é o período mais produtivo e influenciador da Bauhaus na cultura mundial. 

Design em várias dimensões

Todos nós vemos o universo físico como tridimensional, com no máximo três direções mutuamente perpendiculares. Pois a possibilidade de criar design num universo não tridimensional é mais uma herança da Bauhaus. 

Um espaço-tempo quadridimensional compreende as três dimensões espaciais mais a do tempo. Essa nova forma de trabalhar veio na esteira do surgimento da teoria da relatividade de Einstein e transformou o pensamento da época sobre os possíveis caminhos do design. 

A escola Bauhaus ensinou a trabalhar o design em várias dimensões, ainda que algumas delas sejam rejeitadas por outras escolas mais modernas. 

Geometria fractal

Por fim, outra forma de repensar o design que herdamos da Bauhaus trata da geometria fractal, campo da matemática que serve para configurar situações que não conseguem ser explicadas pela geometria clássica. Vamos dar um exemplo básico para calcular o perímetro de um objeto concreto para mostrar como as heranças da Bauhaus vão muito além do clássico triângulo, quadrado e círculo.

Primeiramente, considere a tarefa simples de medir o contorno de uma samambaia, considerando-a num plano, sem espessura, delimitada por uma curva. A técnica usada em Bauhaus para medi-la acompanha o máximo possível o perímetro da samambaia com um barbante. 

Depois, é só esticar o barbante e medir o seu comprimento com uma régua. Quanto mais finos e flexíveis forem os barbantes, melhor para acompanhar os detalhes do perímetro. Assim, o valor para o comprimento aumenta, correto?

Agora imagine que os valores convergiram para o comprimento correto. Mas seria possível fazer os barbantes aumentarem infinitamente, até que o barbante reproduzisse a localização de cada átomo do perímetro. Só que se você está interessado apenas nos detalhes percebidos pelos nossos sentidos, ou medidos com dispositivos macroscópicos, não tem razão de fazer isso.

Mesmo assim, vamos supor que o perímetro pudesse ter continuado indefinidamente. Nesse caso, ou o perímetro da folha é infinitamente longo, ou a pergunta sobre o seu comprimento não terá sido bem formulada para saber em qual nível de detalhe a medição se interessa.

Pois bem. Essa técnica de medição inspirada na escola de Bauhaus sugere interessantes variáveis para a pergunta do perímetro. Algumas delas: qual é o perímetro de uma samambaia quando são medidos apenas os detalhes maiores que x? Qual é o perímetro de uma samambaia quando medido pela ferramenta x?

Trazendo para os dias de hoje, considere uma tela de computador. Nela, o limite de tamanho é o pixel. Dessa forma, a representação de uma samambaia pode perfeitamente ser limitada por um número finito de pixels, ou seja, a uma divisão mínima desejada.

De fato, a Bauhaus deixou muito mais que um triângulo, um quadrado e um círculo, não é mesmo?

Notas finais 

Movimentos de forte influência cultura, como a Bauhaus, serão estudados até o fim dos tempos. E com razão. A escola precursora do design moderno nunca sai de discussão, mesmo entre os seus detratores. Assim acontece quando revoluções modificam toda uma forma de pensar, em qualquer segmento. Entender a Bauhaus, mesmo que só o básico, é entender um pouco do mundo como o conhecemos. 

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