Filhos Adultos Mimados, Pais Negligenciados - Resenha crítica - Tania Zagury
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Filhos Adultos Mimados, Pais Negligenciados - resenha crítica

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Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: B00ULINYEK

Editora: Record

Resenha crítica

Faz silêncio na casa de seus pais

E de repente os filhos se foram e a casa de seus pais ficou vazia. Quem sabe quantas vezes eles sonharam com esse momento. Depois de tantos anos de trabalheira, teriam, afinal, tempo para tudo o que não tiveram mais desde a chegada dos filhos. Não, esses pensamentos nada têm a ver com falta de amor, nem de zelo pelos rebentos. Mas, sem dúvida, foram muitos anos de dedicação, trabalho, preocupação. De doação, enfim. E esse dia chegou, mas junto vieram as dúvidas. Que surgiram logo que se deram conta de que seus filhos, todos eles, agora estão fora de casa. Casados ou não, não importa. Cada um já tem seu cantinho, e nesse momento estão a sós em casa de novo, como no início de tudo.

Comecemos do início...

Você e seus colegas de geração nasceram e vivem numa sociedade que cultua a juventude como valor maior, o que acaba acarretando certo menosprezo, ainda que não intencional, pelo saber e pela experiência de quem já passou dos 50 anos. Não é à toa que a busca da juventude eterna se origina em boa parte nesse desprezo pelo idoso que vigora na sociedade ocidental. Daí que, bombardeados desde meninos pelas mensagens midiáticas, grande parte dos jovens de sua geração tornou-se indiferente à cultura de reverenciar os pais como antes. Isso no sentido de ouvir, valorizar e prezar opiniões, advertências, conselhos. É por isso que seus pais sentem que não são valorizados, porque é frequente ouvirem dos filhos: “o seu tempo já passou.” Impiedosamente, o dizem e repetem, basta que tenham opinião diversa em um papo. E acredite: nada mais ridículo! O tempo de alguém só acaba quando ele volta a ser pó. Você só vai entender isso daqui a alguns anos. Porque o que se aprendeu fica para sempre e ajuda muita gente. Mas só a quem quer de fato aprender. Quem “se acha tudo de bom” dificilmente revê posturas. Em que grupo você se encaixa? A geração Baby Boomers não é de se aposentar cedo, de pendurar as chuteiras. É grande o número dos que aos 70 anos continuam no batente ainda hoje, produzindo, ensinando nas universidades, pesquisando nos laboratórios ou chefiando equipes em grandes empresas. Têm o respeito de toda a comunidade, mas, em sua família, em suas casas, muitos afirmaram nas entrevistas que nem sequer conseguem se fazer ouvir. Receberam tantas atenções e benesses que, talvez por isso mesmo, acabaram se tornando frágeis e inseguros. Quando se trata de suas próprias dores, estão sempre exaustos, mesmo tendo empregada, carro na garagem, babás, dinheiro para pagar creches de horário integral, viagem duas ou três vezes por ano etc. E têm esse alto nível de vida aos 35, 40 anos, quase sempre porque seus pais não apenas os incentivaram a estudar sem trabalhar até os 30 anos, como também proveram toda a infraestrutura, estendendo em muito os anos de dependência financeira.

No entanto, muitos filhos não lembram, não querem ou nem cogitam perguntar como está passando esse pai que lhe propiciou tanta mordomia, e que estava doente semana passada. Seus pais não lhes deram apoio “técnico” ou legal apenas. Foram muito além. Conquistaram liberdade para repassar a vocês. Apoiaram-nos em todo período de sua longa formação, depois no início da sua carreira, e em todos os demais âmbitos e sentidos: financeiro, de informações, experiências, dicas etc.

A revolução dos Baby Boomers

Houve progresso social quando uma mudança privilegiou os que pensam no homem como irmão e os que acreditam que são as nossas atitudes que podem tornar nosso planeta um lugar plausível. Podemos dizer que a mudança que os boomers pretendiam se concretizou se, de alguma forma mensurável, pudermos avaliar que quem mudou devido a essa nova maneira de educar e se relacionar na família, como também no plano profissional e social, agora, adulto, sabe e consegue olhar o outro de frente, sem máscaras, e não enxerga apenas o reflexo dos seus desejos e vontades, mas também aquilo que de fato o outro é, sente e necessita. Um mundo assim, maravilhoso, para existir harmoniosamente, depende da forma como cada um age e pensa, e também dos sentimentos que escolhemos alimentar e dos que lutamos para eliminar; um mundo incrível assim tem que ser constituído por pessoas que agem no sentido de unir e irmanar. Formado, portanto, por homens que colocam o “nós” acima do “eu”; o “nosso” acima do “meu”. Que colocam a empatia e a generosidade como formas principais de olhar o outro e de viver.

Conseguiram concretizar?

Os Baby Boomers mudaram quase tudo na relação com os filhos: o jeito de se relacionar, os objetivos e a forma de educar. Tinham tantas críticas e tanta vontade de mudar o mundo, de romper com o que à época se denominava “a farsa e o moralismo da classe média”,que esse movimento bonito, entusiasmado e entusiasmante, se materializou em mudanças sociais importantes, dentre as quais, a liberação da mulher e sua ascensão social e profissional. Gerou indiretamente, também, uma nova ética, refletida concretamente no seu espaço imediato de ação, especialmente o das mães: na educação dos filhos, tida como responsabilidade da família. Colocaram abaixo as “imposições autoritárias”, que era como encaravam a forma de educar de seus pais; instauraram a confiança e a fé absoluta na relação dialógica, na comunicação falada, racional, a qual, acreditavam, iria eliminar a necessidade de os pais usarem sua autoridade de modo impositivo, assim como eliminaria a necessidade de qualquer tipo de castigo, seja ele físico ou não, substituindo-o pela racionalidade do diálogo, gerador do entendimento. E propiciaram a seus filhos exatamente o que não tiveram com seus pais: liberdade.

E viva a liberdade!

Agora, passados mais de quarenta anos, os Boomers já são avós. Você cresceu usufruindo a liberdade que eles conquistaram; tornou-se adulto e independente; agora é pai por sua vez. Momento perfeito para a análise que estamos fazendo, porque só quem é pai compreende os temores e preocupações de outro pai. Você e, provavelmente, seus irmãos já estão casados, morando sozinhos ou acompanhados, mas emancipados. Adultos. Perfeito também para seus pais e você pensarem no resultado das mudanças: os Boomers conseguiram concretizar o projeto que queriam? O ser humano hoje é melhor do que foram os das gerações anteriores? Na prática, significou que tomaram medidas para não “reprimir” suas crianças. Começaram suprimindo os horários de seus bebês; anos depois, reivindicaram menos rigidez e mais flexibilidade nas escolas; e, outros tantos anos depois, estabeleceram umas poucas regras para os filhos adolescentes, fora e dentro de casa. Regras e limites passaram a ser vistos com desconfiança, como sinal de autoritarismo e rigidez; indesejáveis, portanto, para quem pleiteava dar aos filhos “toda a liberdade que não tiveram”.

As mudanças

As mudanças que ocorrem na sociedade em termos de comportamento são geralmente difíceis de detectar no seu início, porque quase sempre ocorrem de forma gradual. E é bem difícil saber em que direção elas levarão o grupo. Também é quase impossível prever o que vai resultar dessas mudanças. Pode-se imaginar, mas não afirmar. Certeza mesmo só décadas depois — e na prática. Como os Boomers já têm agora filhos adultos, avaliar o que resultou desse ideal de Educação tornou-se possível. Simplesmente seus pais acreditavam que a base das relações interpessoais deveria ser o diálogo. Com parentes, amigos e filhos. Achavam que a troca de ideias era o melhor caminho para o entendimento e para a resolução de conflitos. Era um educar diferente, uma tentativa de democratizar as relações familiares, utilizando os mesmos princípios que promoveram a Revolução Estudantil de 1968. Acreditavam que assim estariam dando o melhor a você e a seus irmãos

Vou estar sempre ao seu lado, meu filho!

Uma das coisas que mais incomodava os boomers, como vimos, era a falta de diálogo e de liberdade com seus pais. Até então quem discordou o fez internamente e se calou. Mas os seus pais, esses não! Como é que um pai pode expulsar um filho de casa por conta de uma carreira? Perguntavam-se inconformados. Era um contrassenso com os princípios de liberdade e de igualdade que defendiam. Portanto, não podiam aceitar que se “deserdasse” um filho por não seguir o que o pai decidira para sua vida. Menos ainda que os filhos tivessem que se casar com quem não escolheram.

Autoridade e hierarquia, para quê?

A geração dos seus pais acreditou, de forma até ingênua, que, se os homens se relacionassem com mais honestidade e expusessem seus sentimentos sem medo nem disfarces, a sociedade mudaria. E aí eles começaram a defender a ideia de que as pessoas deveriam abandonar a hierarquia no trabalho e transitar livremente até suas chefias, gerentes e superiores, porque, sendo verdadeiras em suas colocações, como sonhavam que todos seriam, ao exporem suas ideias, projetos ou até críticas, estariam propiciando um debate lúcido, interessante e criativo, que acabaria levando a instituição a mais produtividade e a um saudável e constante progresso. Lindo, não? Acreditavam que assim haveria interação real. E fizeram isso também em suas casas. Presumiram que o diálogo funcionaria tão bem que ninguém mais utilizaria expressões do tipo “ respeite-me, eu sou seu pai” ou “obedeça-me, eu sei o que é melhor para você”. Pensavam:

Faça o que for melhor para você, querido!

Você, que teve liberdade para definir sua vida, já sabe agora que essa mudança ocorreu apenas há cinquenta anos. E sabe também que seus pais, para decidir o que iriam fazer na vida por si sós, sem interferências ou imposições, travaram uma luta e tanto e pagaram o preço: muitos tiveram que romper com a família, o que significou romper com o conforto também. Mas a sua geração teve o tempo que quis ou precisou para definir a profissão ou não escolher nenhuma, apesar de, em muitos casos, estar com mais de 30 anos. Pôde também pensar que “errou” na escolha e refazer tudo: novo curso, outra faculdade, ou simplesmente pedindo ajuda a seus pais onipresentes para abandonar a profissão que não lhe deu alegria nem prazer e começar do zero. Houve também a possibilidade de pedir uma “ajudinha” para montar um negócio seu, porque descobriu que “não gosta de ter chefes”. Você pôde também resolver se casava cedo ou tarde, ou mesmo decidir se não se casava. Pôde experimentar várias relações antes de se definir sobre o companheiro da jornada ou resolver viver sozinho. Pôde começar uma vida em comum e desistir dela poucos anos ou meses depois e começar outra relação ou nenhuma outra. E até mesmo voltar para a casa da mãe e do pai por um período, ou para sempre. Alguma vez você sequer imaginou que tudo isso foram benesses conquistadas por seus pais e que não era assim antes? Também sabia ou imaginou que havia uma espécie de prazo após o qual os jovens tinham que alçar voo solo?

Autoestima baixa: Deus livre nossos filhos disso!

E foi assim que, depois de algumas décadas, a autoestima baixa invadiu casas e em seguida escolas, povoando-as com novos personagens, como complexo de superioridade, de inferioridade, Édipo, Electra, trauma, frustração, autoestima, estresse. Influenciados pelos conceitos psicanalíticos, corretos ou não, os jovens dos anos 1970 tiveram seus filhos, e essa paixão por Édipo, Jung, Freud, Florais de Bach, o inconsciente e os meandros da mente humana fez com que esses novos pais começassem a se preocupar com a “psique” dos seus filhos. E esse foco, que antes nunca havia sido considerado em relação a eles, promoveu uma grande mudança na relação. A naturalidade com que os pais atuavam começou a se dissolver, corroída pelo medo de “causar problemas emocionais” aos filhos, tal qual liam nas revistas ou viam suceder em filmes e novelas. Filhos castrados pela repressão ou revoltados porque reprimidos. Como isso dá medo em quem quer o melhor para os filhos. Quem, em sã consciência, quer causar problemas em quem ama? E, a julgar pelo que se via, ouvia e lia, tudo dá problema.

Outras premissas

Quem nunca ouviu que prova não “prova” nada, pois grandes gênios tiravam notas baixas? E que as diferenças individuais têm que ser consideradas no momento de punições em grandes grupos? Ou mesmo que ser desorganizado pode ser a demonstração de uma alma artística? Já sabemos aonde isso pode levar num futuro não muito distante, não é mesmo?

Como ficamos?

Seus pais trabalharam no sentido de melhorar a convivência com vocês, estabelecendo um relacionamento que possibilitou a expressão livre de desejos, pensamentos, anseios, dúvidas e perplexidades. E mais, propiciaram condições para que concretizassem sonhos e desejos. Só não podemos afirmar que os objetivos dos pais foram atingidos tal qual desejavam, porque o exagero em relação à questão da liberdade, num momento da vida em que os mais jovens ainda não têm condições para fazer escolhas maduras e responsáveis, impediu que essa verdadeira revolução fosse mais bem-sucedida. Esse excesso contribuiu para que um percentual dos adultos jovens compusessem a geração “Nem-Nem”, que, como vimos, em termos de perspectivas futuras pode apresentar problemas emocionais e sociais — e até consequências mais graves para si e para a sociedade. Além do fato de que não é saudável ter filhos de quase 40 anos sem definição na vida e dependendo dos pais indefinidamente.

Notas Finais

Ninguém nega que criar filhos não é tarefa fácil. Exagerar nas punições e no mimo torna a educação uma linha tênue, tanto para os iniciantes quanto para os veteranos. Tudo isso pode ter consequência direta no futuro dos mais velhos se eles não prestarem atenção no rumo que sua criação está tomando na vida dos filhos. É aí que surgem teorias mirabolantes, visando a mudar nossa forma de enxergar o crescimento dos pequenos. Mas e suas consequências são sempre boas? Zagury desnuda isso demonstrando que nem sempre o total liberalismo na criação vale a pena. Se tem filhos pequenos ou pais mais velhos, a obra é fundamental para reavaliarmos onde chegamos e em que patamar queremos alçar as próximas gerações sem que elas caiam nos mesmos erros que as anteriores.

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Quem escreveu o livro?

Tania Zagury é carioca, casada e mãe de dois filhos. A inclinação para o magistério manifestou-se muito cedo. Aos 11 anos, elaborou cartilha com a qual alfabetizou a irmã caçula, então com 5 anos. Fez curso de formação de professores na Escola Normal Carmela Dutra. Aprovada em 3o. lugar no vestibular para a UERJ, graduou-se em Filosofia, registrada no MEC para lecionar Filosofia, Psicologia e Sociologia. Trabalhou em escolas municipais, inicialmente como alfabetizadora, e posteriormente em outras séries. Mais tarde, a convite, passou a trabalhar como Supervisão Educacional, nos Centros Regionais de Educação, cargo em que permaneceu até 1981. Concluiu o Mestrado em Educação na Universidade Federal do Rio do Janeiro, onde também fez disciplinas do Doutorado em Ed... (Leia mais)

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