Cristianismo puro e simples - Resenha crítica - C. S. Lewis
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Cristianismo puro e simples - resenha crítica

Espiritualidade & Mindfulness

Este microbook é uma resenha crítica da obra: Mere christianity

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 9788578601577

Editora: Thomas Nelson Brasil/Harper Collins

Resenha crítica

A lei natural

Quando as pessoas se desentendem, normalmente elas apelam para um padrão de certo ou errado que presumem ser conhecido por todos. Acusações como “você empurrou primeiro” ou “você prometeu que faria coisa X” são comuns. 

E quando as pessoas se defendem dessas acusações, não negam o padrão. Em vez disso, elas tentam provar que não o infringiram. Respondem algo como “empurrei, porque você me ofendeu primeiro” ou “não prometi coisa X, você se enganou”. Jamais dizem algo como “promessas ou empurrões não são importantes”. Elas seguem uma lei moral universalmente compartilhada.

O autor chama isso de “lei natural”, porque presume que todos a conhecem por natureza. Não é algo que precise ser ensinado. 

Isso não significa que é impossível encontrar pessoas para as quais essa lei não faz sentido. É como o que acontece com os daltônicos. Para eles, as cores têm uma natureza diferente. Isso não significa que as cores não são universais, apenas que algumas pessoas não têm capacidade de vê-las. O mesmo acontece com a lei natural. Apesar das diferenças culturais, há uma impressionante semelhança nos códigos morais de diferentes civilizações, indicando que a noção de certo ou errado faz parte de nossa natureza, que, por sua vez, é uma criação de Deus.

Conhecemos a lei, mas a transgredimos

A lei natural é diferente das leis físicas ou biológicas. Não podemos driblar a gravidade, mas podemos fazer o que é errado. Ninguém cumpre perfeitamente essa lei. Sabemos o que é certo, mas nem sempre somos capazes de segui-lo. Seres humanos, em todos os lugares do mundo, cultivam a ideia de que devem se comportar de uma forma específica. No entanto, não conseguem realmente fazer isso. 

Se você agiu com injustiça com seus filhos, pode argumentar que foi efeito do cansaço. Se fez algum negócio moralmente duvidoso, pode argumentar que só agiu assim porque estava muito apertado financeiramente. Se fez uma promessa a alguém e nunca cumpriu, pode dizer que jamais teria feito se soubesse que daria tanto trabalho. 

A questão não é dizer se essas desculpas são boas ou ruins. Ter a necessidade de justificar seus comportamentos é uma evidência da existência da lei natural. Procuramos mostrar ao mundo que somos justos e cumprimos os compromissos. Só tentamos justificar o mau comportamento, porque sabemos que ele é ruim. Quando agimos bem, não buscamos desculpas. 

Se Deus existe, por que há maldade no mundo?

O mundo surgiu da mente de Deus, da mesma forma que uma pessoa inventa uma história. Mas o universo parece injusto, incompatível com uma divindade justa. Esse é o argumento dos ateus. 

É natural se perguntar por que o mundo desandou e há tanto mal nele. Para responder a essa questão, o autor recomenda refletir sobre de onde tiramos a ideia de “justo e injusto”. Só chamamos algo de torto quando temos uma linha reta que serve como referência. Um animal aquático não é capaz de perceber que está molhado. Para dizer que o universo é injusto, devemos assumir a existência da justiça verdadeira — que está além do mundo material. 

A ideia de justiça, compartilhada por todos os povos por meio da lei natural, vem de um padrão moral universal. Há uma fonte para ele e essa fonte é Deus. Afinal, se o universo realmente não fizesse sentido, de onde viria nosso senso de certo ou errado?

Onde o ateísmo fracassa

Quando dizemos que o mundo é injusto, com o que o comparamos? Se o mundo fosse tão cruel e sem sentido, sequer perceberíamos isso. O fato de percebermos a injustiça é uma evidência de que algo no mundo tem sentido e é bom — nem que seja apenas o nosso senso de justiça e nossa capacidade de perceber a falta de sentido.

Se fôssemos parte de um mundo completamente injusto e niilista, não reclamaríamos dele. O fato de reclamarmos mostra que algum sentido e alguma justiça existem. Se desistirmos da ideia de justiça, o argumento contra Deus também entra em colapso, porque ele se baseia na premissa de um mundo injusto.

Para Lewis, ao dizer que Deus não existe porque o mundo é injusto, os ateus provam o contrário. Se o universo inteiro não tivesse sentido, não teríamos como descobrir que ele não tem sentido, assim como nunca saberíamos que um ambiente é escuro se nunca tivéssemos visto a luz.

O trilema de Lewis

Alguns ramos do cristianismo aceitam Jesus como um filósofo moral e um professor de sabedoria, mas não como filho de Deus. Para Lewis, isso é bobagem. Se considerarmos que Jesus realmente afirmou ser o filho de Deus, só há três possibilidades na mesa:

  • Jesus era, de fato, filho de Deus;
  • Jesus era louco, porque acreditava ser o filho de Deus, mas não era;
  • Jesus era mau, porque sabia não ser o filho de Deus e dizia que era.

Jesus não deu a alternativa de ser só um filósofo moral, não tinha essa pretensão. 

Ele disse às pessoas que os pecados delas estavam perdoados, sem sequer saber a quem esses pecados haviam prejudicado. Automaticamente, agiu como a parte mais afetada e a pessoa mais ofendida. Isso só faz sentido se Jesus realmente for o Deus que sente seu amor ferido a cada pecado cometido. Na boca de qualquer outra pessoa, isso seria apenas presunção.

A morte de Cristo nos colocou em ordem com Deus

Já passamos da metade do microbook e Lewis conta que não é coerente presumir que Jesus era lunático ou mal. A alternativa que resta é acreditar que ele era realmente filho de Deus, que aportou no mundo na forma humana. O mundo era dominado pelo mal e Jesus surgiu para recolocar a humanidade em ordem.

A crença central do cristianismo é a de que a morte de Cristo nos colocou em sintonia com Deus e nos permitiu ter um novo começo. Jesus morreu por nós e sua morte lavou os nossos pecados. Fomos eximidos de castigo porque Cristo ocupou o nosso lugar.

Só que Lewis não entende isso no sentido sacrificial. Para ele, a humanidade é como uma pessoa que estava passeando com um amigo e caiu em um buraco. A responsabilidade de tirá-la do buraco é do amigo, mesmo que ele não tenha culpa. Assim foi com Jesus: ele assumiu a responsabilidade de tirar a humanidade do “buraco” do pecado.

As três partes da moral

A moralidade cristã se divide em três partes:

  1. Moral social: o jogo limpo e a harmonia entre os seres humanos. É como as pessoas se relacionam entre si, em termos de justiça, respeito, honestidade, paz etc. É a parte mais visível da moral.
  2. Moral pessoal: é o que coloca em ordem as coisas no lado de dentro de cada um. É sobre as paixões, desejos e vontades. Essa é a parte que trata de virtude, autocontrole e integridade pessoal.
  3. Propósito: é o objetivo último da vida humana como um todo. É a nossa razão de ser. Se não sabemos do que somos feitos e qual é a nossa finalidade, não sabemos se nossa vida está dando certo ou não. É a parte espiritual da moral.

As pessoas quase sempre pensam no primeiro aspecto e esquecem os outros dois. Quando dizem que estão agindo de forma cristã, normalmente querem dizer que estão aspirando à gentileza e ao jogo limpo. Mas, se esquecem da vida interior e do propósito último, terão problemas.

Os bons conhecem o bem e o mal, os maus não fazem ideia de nenhuma das duas coisas

Quando agimos corretamente, não cultivamos só a paz, mas também o conhecimento. Quem aprimora o próprio caráter vê o mal que existe dentro de si com mais clareza. A falta de caráter, no entanto, faz com que uma pessoa veja cada vez menos a própria maldade.

Pessoas moderadamente más sabem que não são muito boas. Pessoas inteiramente más, por sua vez, acham que tudo está bem em seu comportamento. 

Podemos entender o sono enquanto estamos acordados, mas não temos consciência dele enquanto dormimos. Só vemos os erros de aritmética quando nossa mente raciocina do jeito certo, não enquanto erramos as contas. Conhecemos a natureza da embriaguez quando estamos sóbrios, não quando estamos bêbados. Os bons conhecem o bem e o mal, os maus não fazem ideia de nenhuma das duas coisas.

Os problemas do orgulho

O orgulho é a falha que faz com que líderes políticos entrem em guerra para ampliar seus domínios; maridos e esposas traiam para se sentirem desejados; e pessoas roubem para aumentarem o status. É um instinto competitivo por natureza. 

Quando somos orgulhosos, transformamos qualquer pessoa mais poderosa, rica e inteligente do que nós em nossos inimigos. É a causa principal de problemas em nações e famílias desde o surgimento do mundo. 

O orgulho é a inimizade entre pessoas e também a inimizade com Deus. Quando somos orgulhosos, não podemos conhecer Deus. Em Deus, nos deparamos com algo superior. Pessoas orgulhosas sempre desdenham os outros e, se você só sabe olhar de cima para baixo, não poderá ver nada que esteja acima de você. 

Você é a casa de Deus

Imagine-se como uma casa viva. Deus entra para reconstruí-la. Ele conserta ralos e tira as goteiras do teto. Você sabe que os reparos precisam ser feitos e não se surpreende. Mas depois ele começa a demolir a casa. Isso causa uma dor terrível e não parece fazer sentido. Então você se pergunta qual a razão por trás desse sofrimento.

O que Deus não contou é que ele está construindo uma casa diferente daquela que você imaginou. Ele fará um novo andar, subirá colunas e criará pátios. Você achou que se tornaria uma cabana modesta, mas Deus aspirou para você um palácio. 

A afirmação “sede perfeitos” não é uma idealização. Deus nos transformará em criaturas capazes de seguir esse mandamento, só que nós precisamos permitir que isso aconteça. Assim, Deus atuará em nós para atingirmos a sua nobreza. Deixaremos de ser seres pecadores para sermos seres alegres e amorosos. Mas para isso, precisamos passar por um processo longo e doloroso.

Ninguém que se preocupa com a originalidade será original

Você não precisa do seu “eu”. Pode jogá-lo fora. Cristo lhe dará uma personalidade real, desde que você vá ao encontro dele. Enquanto se preocupar com sua própria personalidade, jamais o alcançará. 

O primeiro passo é tentar esquecer tudo sobre o seu antigo “eu”. Troque-o por um novo, aquele que Deus lhe oferecerá. Seu novo “eu” não surgirá enquanto estiver procurando por ele, e sim, quando começar a procurar por Cristo. O mesmo princípio vale para as questões do dia a dia. Ninguém passa uma boa impressão quando se preocupa incessantemente em passar uma boa impressão.

A literatura e a arte mostram que os obcecados com a própria originalidade jamais serão originais. Em contrapartida, se você simplesmente tentar falar a verdade, será original sem que sequer tenha notado. Só abrindo mão do seu “eu” é que poderá realmente encontrá-lo.

Notas finais

“Cristianismo puro e simples” mostra o talento literário de C. S. Lewis para transformar assuntos complicados da teologia e da fé cristã em textos acessíveis para leigos. Isso faz com que a obra continue a ser uma referência cristã importante, mesmo tendo sido publicada há mais de setenta anos.

Dica do 12min

Às vezes, o “eu” que você demonstra não é o de sua vocação, mas aquele que a sociedade quer que você demonstre. É o que o padre Fábio de Melo mostra em “Quantos eus que não são meus?” Veja no 12min!

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Quem escreveu o livro?

C. S. Lewis foi romancista, crítico literário, professor universitário e teólogo. É conhecido pela obra de ficção “As crônicas de Nárnia”, mas também emplacou best-sellers teológicos d... (Leia mais)

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