CPI das Bets: tudo o que você precisa saber - Resenha crítica - 12min Originals
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CPI das Bets: tudo o que você precisa saber - resenha crítica

CPI das Bets: tudo o que você precisa saber Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
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Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 

Editora: 12min

Resenha crítica

Imagine descobrir que um jogador levou um cartão amarelo — de propósito.

Não porque o jogo exigia, mas porque alguém, do outro lado da tela, apostou que isso ia acontecer.

Agora imagine isso se repetindo: em vários jogos, com diferentes jogadores, por valores que variam entre R$10 mil e R$150 mil.

Foi assim que o Brasil se deu conta de que não era mais só sobre futebol.

Era sobre dinheiro, manipulação e a ausência de regras claras.

A resposta do Congresso foi instalar a CPI das Apostas Esportivas — ou, como ficou conhecida, CPI das Bets.

Só que a investigação foi muito além do esporte: atingiu influenciadores, empresas internacionais e até a forma como o Brasil lida com sua economia digital.

Afinal, o que é uma CPI?

CPI é a sigla para Comissão Parlamentar de Inquérito.

É uma ferramenta prevista na Constituição que permite que deputados ou senadores investiguem assuntos de interesse público.

Mas atenção: CPI não julga, não condena e não prende (salvo em caso de flagrante por mentira ou desacato).

Ela serve para:

  • Ouvir pessoas e empresas envolvidas
  • Solicitar documentos, e-mails, mensagens e sigilos bancários
  • Identificar possíveis crimes
  • Produzir um relatório final com recomendações para o Ministério Público, a Receita e outros órgãos

É como se fosse uma lupa política e jurídica que revela o que antes era só rumor ou bastidor.

De onde veio essa história?

A CPI nasceu após reportagens e investigações do Ministério Público de Goiás revelarem esquemas de manipulação em jogos das Séries A, B e C do Campeonato Brasileiro.

Tudo começou com apostas “inofensivas” — como prever quem levaria o primeiro cartão amarelo.

Mas logo surgiram evidências de que jogadores estavam combinando resultados, sofrendo faltas forçadas ou até entregando partidas.

Foi o suficiente para o Senado agir.

A proposta da CPI foi protocolada por Romário, ex-jogador e atual senador, e teve apoio imediato da maioria dos parlamentares.

A sensação era de que o futebol brasileiro estava sob ataque — e que ninguém fazia nada.

Quem está no centro da investigação?

A CPI foca em três frentes principais:

1. Jogadores envolvidos diretamente

Jogadores das séries A e B foram flagrados recebendo dinheiro para provocar lances específicos.

Alguns confessaram. Outros negam, mas as mensagens de WhatsApp reveladas pelo MP falam por si.

2. Plataformas de apostas

Muitas funcionavam no Brasil sem sede ou registro nacional.

Usavam paraísos fiscais como base, dificultando a fiscalização.

A CPI quer saber: elas sabiam da manipulação? Participaram ou se omitiram?

3. Influenciadores digitais

Essa talvez seja a parte mais sensível da CPI.

Influencers que divulgam casas de apostas, fazem vídeos com "dicas quentes" ou vendem cursos começaram a ser convocados.

A CPI quer entender: há conivência ou envolvimento com fraudes? Ou é só publicidade mal regulada?

O poder das odds: como as apostas funcionam

No centro de tudo estão as odds — as cotações que definem quanto você pode ganhar ao apostar em determinado resultado.

Quanto mais improvável algo parecer (como um lateral aos 5 minutos), maior o retorno.

É justamente por isso que esses eventos “menores” são os mais manipulados.

São difíceis de prever, mas fáceis de influenciar — basta um jogador fazer uma falta ou bater um escanteio desnecessário.

Em muitos casos, as casas de apostas lucram mesmo quando o apostador ganha, porque já embutem uma margem.

O problema é quando esse lucro depende de uma manipulação proposital, com gente dentro do jogo.

Por que influenciadores viraram alvo da CPI?

Porque muitos deles deixaram de apenas divulgar as plataformas — e passaram a vender a ilusão de lucro fácil.

Há influenciadores com milhões de seguidores que:

Indicam “palpites quentes” que coincidem com manipulações

Faturam comissões por cada novo apostador (sem declarar)

Vendem grupos pagos onde os resultados parecem previamente combinados

A CPI quer saber se essas figuras agiram apenas como divulgadores ou se participaram diretamente de fraudes.

Além disso, há preocupação com a exposição de menores de idade a esse tipo de conteúdo, já que muitos influenciadores têm um público jovem.

Regulação tardia: o Brasil corre atrás do prejuízo

Em 2018, uma lei autorizou apostas esportivas no Brasil — mas sem detalhar como elas seriam reguladas.

Na prática, isso criou uma janela legal para que plataformas internacionais operassem livremente.

Somente em 2023 veio a regulamentação definitiva, com regras como:

  • Taxação de 18% sobre a receita líquida
  • Obrigatoriedade de sede no Brasil
  • Licenciamento junto ao Ministério da Fazenda
  • Regras para publicidade e prevenção à lavagem de dinheiro

Mas a CPI mostra que o estrago já estava feito.

E que muitas dessas regras ainda não estão sendo cumpridas.

O impacto no futebol e nos clubes

Para os clubes, a crise é delicada.

Mais da metade dos times da Série A têm casas de apostas como patrocinadoras principais.

Alguns contratos ultrapassam R$ 50 milhões por ano.

A CPI levanta questionamentos como:

  • Os clubes fiscalizam a origem do dinheiro?
  • Existem cláusulas de ética ou compliance nesses contratos?
  • Há conflito de interesse quando o patrocinador lucra com a derrota do time?

Além disso, muitos jogadores relataram pressão para participar de esquemas, seja por dívida, aliciamento ou promessa de dinheiro fácil.

Casos semelhantes no mundo

Outros países já enfrentaram escândalos parecidos:

  • Itália (Calciopoli, 2006): clubes como Juventus foram punidos por manipulação de árbitros e resultados
  • Coreia do Sul: jogadores banidos após denúncias de apostas ilegais
  • Estados Unidos: a liberação de apostas foi acompanhada de rígidas normas de compliance e auditoria

O que muda no Brasil é o contexto digital:

Com redes sociais e streaming, os esquemas são mais sofisticados — e mais difíceis de detectar.

O que já foi descoberto?

Entre os principais achados da CPI até agora:

  • Jogadores negociando manipulações via WhatsApp
  • Casas de apostas com vínculos com paraísos fiscais
  • Influenciadores com receita não declarada
  • Plataformas sem CNPJ promovendo sorteios ilegais
  • Torcedores e pequenos apostadores sendo prejudicados por fraudes em larga escala

E ainda há mais por vir: o relatório final da CPI promete trazer nomes, esquemas e recomendações.

E depois da CPI? O que acontece?

A CPI não tem poder punitivo. Mas pode:

  • Recomendar indiciamentos ao MPF e Receita
  • Sugerir novas leis para regulação de apostas
  • Estimular que clubes, federações e plataformas revisem suas práticas
  • Reforçar o debate sobre o papel dos influenciadores na economia digital

Ela também pressiona o governo federal a acelerar o processo de licenciamento e fiscalização das plataformas.

O que essa história revela sobre o Brasil?

Que o país ainda reage, em vez de se antecipar, aos riscos da nova economia digital.

Fomos lentos com fintechs.

Tímidos com criptoativos.

E agora, pegos de surpresa pelas apostas.

Mas também revela um novo tipo de vigilância pública: a sociedade está mais atenta, mais conectada e mais exigente.

Quer regras claras. Quer responsabilização. E quer que o jogo seja justo — seja no campo, seja na tela.

O lado obscuro das apostas

As apostas esportivas cresceram rápido no Brasil. Trouxeram dinheiro novo pros clubes, empregos no digital e uma promessa de entretenimento acessível. Só em 2023, movimentaram mais de R$ 12 bilhões. Mas junto com isso veio o outro lado: manipulação de jogos, lavagem de dinheiro e um aumento real nos casos de vício. Segundo a Organização Mundial da Saúde, 3% da população mundial tem algum nível de dependência em jogos de azar — no Brasil, isso pode significar mais de 6 milhões de pessoas.

Muitas perdem tudo tentando recuperar o que já perderam.

Jogadores receberam até R$ 50 mil pra forçar cartões. Influenciadores vendem “dicas quentes” como se ganhar fosse garantido, o que não é verdade.

Com isso, podemos perceber que o problema não são as bets em si — é o sistema sem regra e a publicidade não regulamentada, sem cuidado e sem responsabilidade, além de todos os malefícios que o vício em apostas pode causar.

Notas finais: o jogo não acaba aos 45 do segundo tempo

A CPI das Bets é mais do que uma investigação.

É um espelho do Brasil atual:

Digital, complexo, cheio de brechas — mas ainda em busca de transparência.

As apostas vieram pra ficar.

Mas a confiança do torcedor, do apostador e da sociedade, essa precisa ser conquistada com regras claras e responsabilidade.

Porque no fim das contas, o que está em jogo não é o resultado da partida — é a integridade do sistema.

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